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Capítulo 2 - Feridas De Amor

O pátio atrás da casa, onde se situavam os antigos estábulos e as garagens, estava lotado de carros, dentre eles peruas da floricultura e do bufe. A casa estava com aquela atmosfera de tumulto e de quase pânico comum a todos os anos no dia da festa. Mas, invariavelmente, tudo corria perfeitamente bem. Neste ano, ate o tempo parecia estar colaborando.

Encontrou a mãe na espaçosa sala de estar, rodeada de papeis. A dama da sociedade Emily Reviello levantou a cabeça quando percebeu que Allegra caminhava em sua direção, o rosto abrindo-se em um sorriso.

- Querida, finalmente! - Saudou-a, abraçando-a carinhosamente. - Mas você se atrasou tanto! Eu estava começando a ficar preocupada.

- Tive de dar uma parada antes de chegar. - Comentou casualmente.

Por algum tempo, ficou observando a mãe. Será que essas rugas de preocupação em volta da boca e dos olhos estavam ali antes da partida de Allegra? Se assim fosse, talvez essas poucas semanas tivessem sido positivas no sentido de ensiná-la a observar melhor sua própria mãe. Emily Reviello sempre fora um mulher sensível e nervosa e os problemas surgidos da vida em comum com seu adorável, mas irresponsável pai, não a favoreciam em nada.

- Esta tudo bem? - Quis saber Allegra, ansiosa.

- Vai tudo bem, e melhor ainda agora que você esta de volta, querida. Mal posso esperar para ouvir todas as novidades sobre Geovana e a sua viagem. Mas ainda há tanto o que fazer!

- Vou subir e desfazer as malas e, em poucos minutos, já estarei volta para ajudá-la, esta bem? Onde está papai?

- Está bastante ocupado. O Sr. Bergamo chegou bem cedo, esta manhã. Ficaram trancados no escritório o dia todo.

- Não é muito gentil da parte dele. - Comentou Júlia, preocupada, usando o apelido que sir JR. dera ao advogado da família. - Normalmente, ele não viria incomodar o papai com problemas ou reuniões de negócios no dia da festa de Verão. Tem certeza de que não há nada errado?

- É claro que não. - Assegurou-lhe Emily, desviando os olho. - É só rotina. Provavelmente, Bergamo pensou que tomaria muito menos tempo.

"Há algo errado". Pensou Allegra, enquanto desfazia as mala. Não era só o tumulto dos preparativos para a festa. Era alguma corrente sombria que minava a superfície tranquila e familiar dela. Desde o momento em que ela vira aquele homem, o intruso caminhando pelo gramado, o dia dela parecera-lhe estragado, sua volta estranhamente sombria.

"Allegra, você está ficando maluca. Censurou-se, enquanto desembrulhava o vestido que pretendia usar na festa. Tia Gio ajudara-a a escolhê-lo; era simples sofisticado e bem cortado. Allegra jamais usara esse tom de púrpura tão escuro, mas tinha de admitir que tia Gio estava certa quando dissera que ele deixava seus olhos da cor de safira e junto da maquiagem, tudo seria perfeito. No passado, ela sempre escolhera roupas juvenis, leves e rodadas, em tom pastel. Esse modelo, elegante e sofisticado, serviria para provar que Allegra Reviello não era mais uma criança, mas sim uma mulher pronta para seguir o rumo de vida que ela própria traçara para si.

Sentou-se em frente ao espelho, levantando os cabelos, estudando o rosto. A leve batida à porta assustou-a, fazendo com que se sentisse culpada diante de sua mãe.

- Você estava esperando por mim? - Desculpou-se Allegra. - Mais alguns minutos e estarei pronta para ajudá-la.

- Não, não e isso, meu bem. Tudo esta correndo perfeitamente bem; aliás, como não poderia deixar de ser, após todos estes anos. - Assegurou-lhe, Emily, a voz trêmula. - Allegra, querida, eu não deveria estar aqui falando com você. Seu pai disse-me para contar depois da festa, para não estragar as coisas no dia de sua chegada, mas eu simplesmente não posso...

Allegra envolveu a mãe com um braço e levou-a até uma poltrona perto da janela.

- O que foi, mamãe? É o papai que tem desperdiçado dinheiro apoiando projetos lunáticos outra vez? E por isso que Bergamo está aqui, para lhe passar outro sermão?

Emily não conseguiu reprimir um soluço que lhe apertava a garganta.

- É pior que isso, filha. Muito pior. Não sei como lhe dizer... Allegra, seu pai esta sendo obrigado a vender a propriedade Reviello.

Allegra sentiu como se lhe faltasse o ar. Apesar disso, manteve o sangue-frio.

- Isso é alguma horrível brincadeira? Porque se for, não estou achando a menor graça...

- Você acha que eu brincaria com algo tão serio? Vou lhe contar tudo, meu bem. Reviello deve ser vendida. E por isso que o sr. Bergamo esta aqui. Ele tem vindo todos os dias durante as duas últimas semanas. Seu pai sofreu uma série de reveses financeiros. A aquisição daquela Companhia falida; houve boatos sobre a divulgação de informações confidenciais por alguns de seus antigos sócios; muitos tiverão que pedir demissão da diretoria. Seu pai infelizmente, continua negando os fatos... embora o mesmo jure que não teve nada com isso. E não é tudo. Há algum tempo atrás, seu pai alterou uma série de investimentos, pois acreditava que os rendimentos estavam muitos baixos. Alguns dos novos investimentos eram de alto risco, mas ele pensou que valia a pena arriscar. Perdemos muito, demasiado. Foi um verdadeiro desastre. querida, seu pai pegou dinheiro de investidores estrangeiros, ele pegou um dinheiro que não era dele e... Somos obrigados a vender Reviello, Allegra, porque não temos mais condições de sustenta-la. A festa desta noite será a última que daremos.

Emily começou a chorar, a garganta apertada pelos soluços. Allegra continuou abraçando-a sentindo-se gelada por dentro.

"Vale a pena arriscar." Pensou. Durante toda a vida, seu pai havia sido um jogador inveterado, preferindo viver a vida por um fio. Anos atrás, houve épocas em que as apostas e perdas no poker tinham sido astronômicas. Allegra ainda se lembrava de cenas de choro e arrependimento que, na época, não podia entender.

Mais tarde, haviam-lhe explicado que os rendimentos deles eram adequados, desde que vivessem sem luxo. Mas não era o estilo de vida de Thayronny Reviello. A vida no campo entediava-o e estava sempre em busca de uma fórmula mágica que lhe trouxesse de volta as grandes fortunas da família da época anterior a guerra. Era como uma criança em aventura, mas, dessa vez, a brincadeira iria custar caro.

- Por que Bergano permitiu que ele se envolvesse em tal aventura? - Perguntou Allegra.

- Ele não contou nada a ninguém até que fosse tarde demais. Seu pais estava seguindo os conselhos de um certo americano que conhecera em Monte Carlo; um gênio das finanças. Parece que esse indivíduo acaba de ser acusado de fraude em Nova York e em outras cidades também.

- Papai não esta envolvido nisso, está? Desesperou-se Allegra.

- Oh, não, não. Querida, sei como você deve estar se sentindo, mas seu pai fez isso com a melhor das intenções. Os custos de manutenção de uma propriedade como essa, uma propriedade como Reviello, são altos. Ele queria que você tivesse uma herança decente sem ter de contar os centavos durante toda a vida.

- Por que você não me falou antes? - Quis saber Allegra, sentindo-se esgotada. - Por que não me mandou chamar na casa de tia Gio? Eu poderia me adequar e adaptar a nossa nova realidade.

- Queríamos que você se divertisse. E não havia mais nada que pudesse ser feito.

- Deve haver algo. Não vou permitir que Reviello se perca tão facilmente. Talvez ninguém queira compra-la. - Allegra tentou sorrir. - As pessoas que conhecemos não tem tanto dinheiro assim.

- Nos dias de hoje, querida, propriedades como esta são vendidas mais para estrangeiros. E o Sr. Bergamo encontrou um possível comprador.

- Um estrangeiro? - Horrorizou-se Allegra. - Que não seja algum príncipe árabe. Ou pior alguém que não tem tradição nenhuma. Não posso acreditar...

- Não é exatamente um príncipe árabe. Na verdade, eu quase preferiria que fosse... - Confessou Emily, enrubescendo. - Esse homem é grego. É o que chamam de novo magnata. O nome dele é Christos Karamanlís.

- Karamanlís? - Surpreendeu-se Allegra. - Já ouvi esse nome. Ele é parente de Nichola Karamanlís?

- Não saberia dizer. - Disse Emily, desgostosa. - O que eu soube de seus antecedentes já é suficientemente ruim. Não tenho a menor vontade de pesquisar sobre sua família. Se bem que eles não tem muito haver com ele.

- Pode explicar isso direito, mãe? Perguntou Allegra.

- Quando eu e seu pai comemoravamos a nossa gravidez, anos atrás. Seus avôs aceitaram uma jovem em nossa propriedade. Foi um ato de caridade, ela era uma estrangeira se me recordo bem. Não consigo lembrar o seu nome, era estranho. Mas vamos ao que eu me lembro, sua avó não queria a garota, mas seu avô achou que poderia ser um ato favorável diante da sociedade da época.

- Entenci, mas o que aconteceu e por que acha que isso tem a haver com o comprador de Reviello.

- Na época a nossa família era mais unida, claro, tudo por causa de seus avôs. Seu pai tinha um primo, um encostado, vivia jogando e se envolvia com várias mulheres. Marcus se encantou pela garota e foi impossível colocar juízo naquela cabeça desmiolada. Meses depois a garota aapreceu grávida, seus avôs foram rápidos e levaram a menina daqui. Nossa família não poderia se misturar com uma simples empregadinha. Você entende minha filha?

- Claro, mãe... Mas ainda não entendi o que essa história tem a haver com...

- Essa garota foi trabalhar na casa de um rico magnata grego. Ele era viúvo e sem filhos, os boatos da época é que ela havia conseguido seduzir esse homem. E que ele aceitou o filho dela como se fosse dele, tanto que se casou com a infeliz. Revelou Emily receosa.

- Que história mais cabulosa. Mas...

- Anos depois esse mesmo homem fez alguns negócios com o seu pai. Me lembro que ela e o marido vieram a essa casa, o filho tinha quase cinco anos. Sua avó e as outras mulheres foram, bem, cruéis com Selena. Isso mesmo esse era o nome dela, Selena. Ela era uma linda mulher e o filho também.

- E como elas deveriam tratar uma aventureira que... Espera, está me dizendo que o comprador pode ser esse filho... E que ele pode ser também um Reviello. Indagou Allegra abismada.

- Nunca tivemos certeza que Selena estava realmente grávida. Ela nunca negou e nem afirmou nada. Eu sempre acreditei que o bebê fosse realmente daquele grego.

- Por que diz isso, mãe?

- O menino era muito parecido com o homem. Georgios Karamanlís, era um homem charmoso e muito bem educado. De uma família tradicional da grécia, então...

- Então deve ser ele mesmo!... - Disse Allegra, recordando-se. - Jantei algumas vezes com Pavlos Karamanlís. Ele é bastante simpático. Tem algum cargo na Embaixada da Grécia e costumava gracejar dizendo que a natureza queria que ele fosse milionário, mas o destino, na figura de seu primo Chris, impediu que isso acontecesse.

- Pobre rapaz! Imagino que seja tudo verdade. Você era ainda uma criança para se lembrar do escândalo, é claro. Georgios Karamanlís era um homem extremamente rico, cuja enorme fortuna era bancos e propriedades estava espalhada por todo o Mediterrâneo. Era viúvo e sem filhos e suas propriedades deveriam ir para sua única irmã e os sobrinhos. Então, de repente, em seu leito de morte, resolveu que tinha um filho ilegítimo e que havia deixado todo seu império para ele. E claro que a família não objetaria se ele deixa-se algo para o rapaz, mas ter-se esse estranho, de quem ninguém jamais ouvira falar, subitamente colocado à frente de toda a família era mais do que poderiam suportar. Ele não era um garoto; na época, já era um adolescente. Dizia-se que havia crescido em um tipo de favela, na mais completa pobreza, e que mal sabia ler e escrever. Parece que havia certo mistério em relação à mãe dele: uma pobre empregadinha que o Georgios havia seduzido. Esse era o outro boato que se ouvia pelas festas em sociedade que frequentavamos na época.

- É óbvio que tentaram lutar. - Seguiu Allegra. - Tentaram provar que o rapaz não era filho de Georgios; insistiram em fazer exames de sangue, mas os resultados foram inconclusivos; tentaram então provar que o rapaz havia ludibriado o magnata enquanto este estava em seu leito de morte. Foi uma cause célebre. Mas perderam e ele ficou com tudo. Dizem que ele tem o mesmo sinal de nascença que Georgios herderá de seu pai e assim como todos de sua família.

E agora estava tentando roubar Reviello de Allegra. Mas ele não iria conseguir; não alguém como ele.

- "Um homem grosseiro e sem status algum.", era assim que Pavlos Karamanlís o definira. Pois muito bem, ele não iria por suas mãos de pôr suas mãos de bastardo na casa dela, se Allegra pudesse impedir!

Pôs-se de pé tentando manter a calma.

- Vou descer e falar com papai. Deve haver algo que possamos fazer. Será que não existem outros interessados, além desse Karamanlís?

- Parece que ele fez uma excelente oferta. Retorquiu Allegra. - Ele tem muitos negócios aqui e esta querendo comprar uma casa para que possa receber e retribuir os convites.

- Noites de bouzouki e quebras de pratos, sem dúvida! - Disse Allegra, com desprezo e nojo . - Isso é o que veremos!

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