Cap.39
Nanda.
Sai pela porta de embarque em direção ao avião ouvindo ainda o choro da Rosely me chamando doeu demais. Qualquer pessoa vendo de fora pensaria o pior de mim, e tenho certeza que diria que posso fazer a Universidade a qualquer momento da vida já que sou nova para isso. Porém, quando está do lado oposto entendemos tudo.
"Seu assento é o 8B." a aeromoça fala quando finalmente saio do transe que estava e agradeço entrando na aeronave seguindo para o meu lugar.
A viagem para o Canadá será longa. Ficarei deitada na poltrona da primeira classe em que o senhor Hawking... Meu noivo fez questão de pagar, Isabel quis disponibilizar o jato da empresa dela. Mais eu sei que ele é uso exclusivo para a empresa e o piloto iria se descolar de Londres para cá apenas para me deixar no Canadá. Não sou este tipo de pessoa que estorque a outra. Gosto da Isabel e não do que ela tem ou possa me oferecer, quando começei a gostar e namorar com o Paul, gostava de saber que ele trabalhava arduamente para dar uma vida digna para a Rosely. Todos sabemos que Médico ganha super bem, mais neste super engloba... Trabalhar sem dia certo, as vezes 20 horas ao dia, feriado, fins de semana. E quando soube que a mãe dele está entre o rank das pessoas mais ricas do mundo tipo entrei em estado de choque, a começar por ele nunca andar com segurança, até descobrir que ele é dono de todo o condomínio residencial. Então, não! Eu não amo ele por status ou classe social, eu amo ele por ele ser o que é, o que lutou para chegar onde está. E se minha independência que está em jogo em relação a mostrar a ele que o amo do modo que ele é, talvez o sacrifício de continuar meu sonho no Canadá não seja nada mal.
"Deseja um travesseiro, uma água?"
Estou olhando pela janela do avião, ele se afastar e pelo visto todos já entraram. Ouço a voz de uma pessoa ao meu lado e vejo a aeromoça sorrindo para mim. Tenho certo tipo de pena dela, sei que elas tiveram de abrir mão de muita para chegar onde estão, mal vêem suas famílias, tem apenas 15 dias ao ano de férias. Mas como recompensa conhece todos os lugares do mundo, e na sua aposentadoria caso ainda esteja na agência ganham horas de vôos para qualquer lugar do mundo de graça duas vezes ao ano. Lógico que não vale apena a frustração de se afastar da família. Mas, nem tudo são flores, alguns sacrifícios são necessários.
"Não obrigado, estou bem." falo ficando na posição correta, elas tem a mania horrível de ficar de olho em todos os passageiros na hora da decolagem por causa da segurança. O que é obrigação sei que faz pelo bem de todos.
Ela sai olhando o cinto dos passageiros já que o piloto acaba de falar em 03 línguas que estará entrando em vôo, e desejando uma boa viagem, vejo a aeromoça se sentar na sua cadeira junto com outra comissária de bordo, e o avião começa a estremecer... Entrando em velocidade quando sinto ele levantar uma lágrima rola dos meus olhos, deixei meu bebê, meu namorado, irmão, sogra, mais vai valer a pena Fernanda tenha fé. E assim estou nas nuvens e fecho meus olhos para entrar em uma realidade que seja boa para mim.
[...]
"Meu bebê" e mais uma vez a senhora Katy me fazendo passar vergonha em pleno aeroporto.
A viagem foi tranquila, cheguei no Canadá de 19h da noite um vôo sem escala algum. Enjoei, os bebês mexeram, e como não poderia falar pelo notebook, nem celular por causa da restrição modo-avião quando se está dentro da aeronave tive que me contentar com o que podia...dormir.
"Que vergonha mãe." falo indo em sua direção e meu pai dá um beijo em minha bochecha e pega o carrinho que estava empurrando com minhas malas, ao qual um rapaz me ajudou a colocar já que não posso pegar peso.
"A Universidade entendeu que seu vôo chegaria um pouco tarde para a renovação da matrícula, amanhã pela manhã bem cedo você vai." meu pai fala pegando a bolsa que está em meu ombro.
"Me sinto uma criança, vocês estão me mimando." falo virando os olhos.
"Uma criança que terá outra."
"Não precisa me lembrar que aquele tarado te deflorou." meu pai fala revirando os olhos.
"Meu Deus pai supera isso, até o Thiago gosta do Paul."
"Eu gosto dele e apoio o relacionamento de vocês." ele diz caminhando comigo e a mamãe em direção a frente do aeroporto, ao qual eu vejo que está nevando e sei que vou sofrer até chegar em casa.
"Ela é nossa bebê, mais já virou uma mulher Justin." minha mãe diz para o meu pai e duas senhoras que passam por a gente revira os olhos - Bando de mal amada que não sabe o valor do amor verdadeiro de pais e filhos.
"Estou cansada." falo assim que chegamos a porta giratória. "Quer dizer, dormi o vôo todo, mais de certo modo meus olhos querem ficar fechados."
"É seu coração." minha mãe diz olhando em meus olhos. Não sei porque as mães tem esse domínio sobre os filhos. - Espero sinceramente que com os anos meus filhos possam confiar em mim, e que eu possa detectar o que eles tem apenas com um olhar assim como a minha mãe.
"Fiquei com saudades quando entrei no saguão do aeroporto." falo quase deixa do uma lágrima cair. "Tenho que ser forte." falo para a minha mãe, porém de certo modo as palavras foram para mim mesmo aquietar meu coração.
"Ele entende Nanda, tenha isso em mente." ela diz me dando acesso para passarmos pela porta giratória.
A neve que cai ao chão é densa, tem pessoas com calça, sobretudo e gorro... Qual é, acho que não sou deste mundo ainda estou de vestido e nem por isso estou morrendo de frio. Acho que nosso corpo se interage com nossa necessidade e não estou precisando tanto disto. Quando vejo a grande fila que tem para chegar até o táxi me assusto. Sei que é véspera de natal e as pessoas querem chegar em suas casas para ficar com suas famílias o quanto antes.
"Estamos de carro Fernanda." meu pai fala, e até eu mesma fico admirada quando me viro e vejo ele na frente de um conversível.
"Pai, vocês só vão ficar uns meses aqui e alugaram um carro?" falo indo em direção a porta que minha minha segura para eu entrar.
"Você se lembra que falei que compraria um carro caso você entrasse para Universidade? Nunca menti em relação a isso."
"Sério que é meu?" Pergunto tocando na porta do carro preto que é meu! Sim, meu adjetivo de pose.
"Pai não precisava." falo para ele mais internamente agradeço sim, aí como amo esse meu pai.
"Lógico que precisava, você não vai poder andar nos últimos meses de gestação." minha mãe fala. "E além disso, entre neste carro não queremos você e o bebê doente."
"Também não é pra tanto mãe." falo entrando no carro e vejo o quanto é confortável, tem uma câmera de ré, e um chaveiro com dois sapatinhos. Isso é obra do meu pai sei disso.
"Sei que é seu sonho mais não tinha uma Universidade que fosse menos frio não?" meu pai pergunta entrando no carro na parte do motorista, enquanto a minha mãe senta do lado oposto. Eu estou no banco detrás até acho melhor pois assim estico as minhas pernas.
"Arrumamos tudo para você, inclusive o jantar." minha mãe fala enquanto meu pai da ré no carro saindo assim da frente do aeroporto.
O caminho não foi de muitas palavras entre mim e meus pais. Eles entendem que estou pensando no Paul e Rosely, mais também querem meu bem, em que não fique triste por ter abandonado ele para estar aqui.
Pegamos uma pequena estrada uns 40km para chegar a cidade que irei ficar, é super movimentada, as árvores que encontrei no meio do caminho estão cobertas de neve, lojas de grife, consideravelmente um bairro de rico, meus pais fazem questão de ir morar nesta casa mesmo que seja sozinha e entendo por conta dos bebês, Paul já tinha conversado comigo sobre o segurança que ficará comigo e me ajudará em tudo, foi uma imposição da Isabel e não tive como negar. Ela disse que eles estarão longe de mim, e a mídia Canadense ficará de olhos abertos em mim depois que descobriram onde o Paul estava e ainda mais que sou noiva dele e estou gerando mais dois herdeiros para o império da Isabel. Acho isso um absurdo, sei que meus filhos como eu e Paul amarão a Isabel pelo que é, e não pelo que possa ter a oferecer.
"Você nem imagina quem é seu vizinho." meu pai fala parando o carro na frente de uma casa linda que lembra a nossa na Flórida.
A casa que estou olhando agora, apesar da neve, há um cercado branco indicando um possível jardim, uma pequena varanda com dois bancos, um ramo de flores cai sobre o alpendre da casa, ela tem um primeira andar lindo com uma janela enorme ao qual farei questão que seja meu quarto, - Com quem estou competindo, será apenas eu e os bebês, - a cor da casa é de um branco gelo que chega a doer a vista, mais tem alguns detalhes em azul bebê. Ouço a porta da garagem abrindo e vejo que meu pai abriu pois em sua mão tem o controle remoto.
"Bem vinda a seu novo lar." ele diz estacionando o carro e ouço a porta da garagem se fechando.
Meu lar, é difícil definir está palavra quando não houver ninguém aqui. Acho que nosso lar está quando as pessoas que amamos está presente, lar, não é uma casa e conforto. Lar, é família, amor, filhos, pessoas que nós ama, e nos faz sorrir por besteira.
"Não vai sair daí de dentro?" minha mãe pergunta e vejo que tanto ela quanto meu pai já saíram dentro do carro.
"Vou sim." falo tirando o cinto de segurança e saindo de centro do carro com certa dificuldade por causa da barriga mais a minha mãe me ajuda.
"Vamos pegar suas três malas, o telefone está no mesmo local que fica o nosso em casa pode ligar para ele sei que você quer."
"Amores adolescente, lembra o nosso." meu pai fala e quase vômito arco íris. Never - Nunca, quero pensar em meus pais... Aff! Mais o amor deles é lindo.
"Meu Deus pai, para de olhar para a mamãe com desejo estou quase vômitando." falo fingindo vomitar e eles ficam rindo da minha cara.
Vou em direção a porta em que tem na garagem e vejo a luz acessa, vejo um pequeno corredor ao qual tem uma mesinha com um vaso de flor de copo de leite artificial. Ao virar para a esquerda encontro a cozinha do mesmo modo que é a casa dos meus pais na Flórida, nada muito sofisticado, mais também não é simples está perfeito para uma mãe de dois bebês é bem espaçoso. Rapidamente encontro o telefone ao lado da geladeira pendurado na parede, retiro ele do gancho e disco o número do celular do Paul e sei que ele vai me atender no primeiro toque. - Ele disse que é proibido levar celular para cirurgia, mais se eu ligar e ele estiver em uma, pararia na hora como se fosse acreditar nas loucuras dele.
"Gostosa?" ele fala assim que chama pela segunda vez.
"Gatão." falo soltando um suspiro. "Como sabia que era eu?"
"Tem outra gostosa que está morando no Canadá?" ele me pergunta é ouço uma risada e sei que Isabel está ao seu lado.
"Óbvio que não. "
"Nem no Canadá ou em qualquer parte do mundo." ele diz fazendo um leve esforço e minutos depois entendo o que foi.
"Paul..." minha voz é cortada e as lágrimas que segurei na viagem de avião e carro rolam meu rosto.
"Mamã." ouço a voz da minha pequena e até os gêmeos mexem em sinal de saudade da irmã, já que esse horário ela fica alisando a minha barriga para poder dormir, ela gosta disso pós fala que ao eles mexerem é sinal que ama ela.
"Oi princesa." falo me sentando na cadeira.
"Você foi embola polque? Ela começa com sua língua presa e enrolada novamente.
"Mamãe já explicou Rosely." falo com um certo tipo remorso, ela é um bebê e mesmo explicando umas mil vezes será difícil para ela entender.
"Tá bom mamãe, vou dormi xau." ela fala alto e ouço um baque e me assusto. Será que ela caiu de onde estiver? Porém não ouço barulho de gritos já que se ela tivesse caído choraria.
"Ela está arretada, mal tocou na comida." Paul fala é sinto meu peito aliviar. "Jogou meu celular no chão."
"Temos uma filha rebelde." falo sorrindo e tocando em minha barriga.
"E futuramente mais dois."
"Sim, nossos bebês."
"Como está sendo ai em Ontário?"
"Época de neve, muita neve, mais pelo pouco da cidade que vi, Ontário é perfeito."
"Nanda estamos no natal em que você pensava? Ir para Universidade de Toronto localizada em
Ontário e encontrar um sol igual o da Austrália?"
"Porque a Austrália? Poderia ter me dito, Flórida, Portugal. "
"Portugal tem sua época de frio, e Flórida também. Mas a Austrália é tipo jamais..."
"Espero que amanhã consiga me adaptar." falo passando as mãos pelo cabelo.
"Mais as aulas não começam amanhã certo?"
"Não amor, amanhã é a entrevista com o reitor, sabe que toda Universidade tem isso." falo rindo dele.
"Principalmente a de Toronto." ele fala rindo. "Quando você for fazer estágio será filas de pessoas atrás de você apenas pela sua referência nesta Universidade."
"Não vamos exagerar." falo assim que meus pais entram na cozinha e minha mãe abre a geladeira retirando um musse de morango... Perfeito.
"Princesa, vou colocar a Rosely para dormir ela não quer deixar a minha mãe colocar ela e estou escutando os gritos."
"Canta uma música para ela dormir, e faz ela entender que eu a amo."
"Ela sabe disso Nanda, relaxa." ele diz.
"Te amo."
"Também te amo princesa."
"Boa noite gatão."
Assim que desligo o telefone, meu pai faz a mesma coisa que fiz para ele e minha mãe, finge que era vomitar.
"Katy tem um balde aí?" meu pai fala para a minha mãe que olha confusa.
"Quê?" ela pergunta como se não entendesse a frase dele.
"Estou vomitando arco íris." ele fala se sentando na cadeira a minha frente.
"O senhor é o pai mais louco do mundo." falo me levantando e dando um beijo em sua testa.
"Não vai comer nem mesmo o seu Musse?" minha mãe pergunta ainda com o musse em suas mãos.
"Lógico que sim mãe." falo colocando o telefone no gancho e abrindo o armário e conhecendo bem a minha mãe taças de sorvetes, e de musse estão no compartimento superior.
"Isso que se fala, alimentar os netos." meu pai fala abrindo um sorriso para mim... Família é tudo que tenho neste momento.
Me sento na cadeira da mesa e, minha mãe me serve com uma generosa quantia de musse, para o meu pai ela diminui um pouco por causa da diabete dele, o fato de ser diabético não significa que não come doce, apenas que ele pode comer uma vez no mês e isso significa que este é o dia.
"Foi seu pai que fez." minha mãe fala assim que minha colher para a centímetros dos meus lábios.
"Pai..." falo ao ver o sorriso dele. Para falar a verdade meu pai é um desastre na cozinha.
"Sua mãe me monitorou juro." ele diz colocando uma colher na boca. "Está ótimo." ele diz é decido dar um voto de confiança. E realmente está ótimo e começo a desconfiar se foi ele mesmo que fez, ou foi a minha mãe que fez um reserva e trocou para ele não se sentir inútil na cozinha. Me lembro que uma vez ele fez um bolo horrível e duro, e mandou a mamãe enconfeitar enquanto ele tinha ido ao centro comercial comprar os refrigerantes, e minha mãe ligou para a padaria pedindo um bolo, instantes antes do papai chegar o bolo já havia chegado, ele acreditou em tudo...disse que era o maior cozinheiro do mundo, coitado nem sabe que seu bolo foi ao lixo, - este é meu segredo com a mamãe.
"Vou me deitar." falo me levantando da cadeira.
"Nem terminou de comer." minha mãe fala me olhando assustada.
"Quero tirar essa roupa e colocar uma confortável." falo passando por ela e vendo a minha mala no canto da parede e peço ao meu pai para deixar em meu quarto.
Ele disse que subiria comigo para mostrar qual era meu quarto, mais disse a ele que já tinha escolhido o da janela enorme com vista ao céu. Subo as escadas e nem presto atenção em decoração, casa, objetos, apenas uma coisa é importante nesse momento.
Meu celular em meu bolso do vestido começa a tocar e vejo que é o Paul, como ele é rápido.
"Estou chegando." falo ofegante parando diante do corredor com três portas, e sei que a certa é a segunda porta.
"Pensei que já estava lá."
"Onde você está?" Pergunto abrindo a porta e bingo... É a porta do quarto certo.
"No quarto da Rosely, ela está em meus braços dormindo e estou com o fone de ouvido."
"Pronto cheguei." falo abrindo a porta de vidro dando acesso a varanda e vejo um céu cinzento com nuvens, sem estrelas alguma.
"Estou te vendo e você está linda." ele fala com sua voz embargada e sei que ele está de segurando para não chorar.
"Também estou te vendo gatão, e você está gostoso como sempre." falo olhando para a lua.
O que tenho neste momento é apenas isso, a certeza que o oceano nos separa, mais a lua nos uni.
Todos os direitos autorais reservados à autora: Jéssica Dias.
Happy Day St Patrick's
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