Cap. 24
Isabel.
Um mês exato que voltei para Londres, estar distante do meu filho está sendo difícil; passei anos sem falar com ele pelo que descobri que ele fez com aquela pobre menina. Que hoje é esposa do Thiago, de início me achei no dever de apontar o dedo e julgar. Porém, jamais poderei fazer isso, ele é meu único filho, única família, sou filha única, e o falecido pai dele também, não é algo que queira impor. Ele é tudo que tenho, saber que está tão longe de mim está sendo difícil mesmo sabendo que ele está com aquela menina, gosto da Fernanda, ela trouxe a luz para o meu filho.
De início quando cheguei a casa dele foi por causa da Rosely, ele tinha me mandado um email falando que estaria indo para a Rússia pegar a sua filha com a mãe, não entendi até ele dizer que a mãe da bebê não queria, na época estava no Japão participando da reunião com os acionistas para a sede que iria ser aberta e não tive como encontrar ele. Não atendi o telefone ou mesmo o celular quando ele ligou, estava tentando colocar em minha mente que ele estava novamente tentando se aproximar. Como mãe, é óbvio que jamais abandonaria meu filho, me afastei dele mais nunca deixei de saber se ele estaria bem ou não.
Contratei um detetive quando ele falou que seria pai e logo procurei saber quem era a mãe da criança. Descobri que a tal da Rebeca, foi uma garota órfã e adotada aos 8 anos por um rico empresário dono de uma rede de hospitais de Portugal. Descobri também que o tal João, fez um atentado de morte contra Jeremy e Melissa. Mais tudo ocorreu bem e este monstro morreu, e até onde sabia na época Jeremy e Melissa estão juntos e com um filho.
Rebeca, ou vadia como gosto de chama-la, não quis a filha por achar que impediria sua vida particular, se achar nova, e não querer acabar com seu corpo. Sou uma mulher de classe, mais se mexer com meu filho, sei descer do salto. Resumindo... Ela abriu mão da guarda da Rosely que tem apenas o sobrenome do Paul, e está morando com um empresário ao qual ela conheceu a alguns meses.
Meu filho tem seus defeitos, não é por ser mãe que irei dizer que ele é perfeito ou irei passar a mão em sua cabeça por tudo que ele fizer. Quando vi a Fernanda pelas fotos que o detetive me mandou resolvi dar um basta não estava acreditando que ela era a cópia da falecida esposa dele. Quando toquei a companhia a primeira coisa que veio em minha mente seria que ele me expulsaria por não estar presente quando ele mais precisava. Pelo contrário me surpreendi ele abriu as portas para eu entrar, e quando vi a Fernanda me olhando meu coração disparou a nível mil, ela era realmente igual a Luanda.
Questionei ele a respeito disso, mais ele me disse na integra e sinceridade que ele gostava dela; mais confessou ao mesmo tempo que de primeira intensão foi apenas por causa da aparência. Porém, quando viu ela sendo desbocada, sem filtro na cabeça, logo entendi quando comecei a conversar e conviver com ela, vi que finalmente meu filho estava bem, feliz, e formado uma família junto com a minha linda neta, Rosely a bebê mais fofa do mundo.
"Senhora, suas coisas já estão no carro." minha governanta fala ao ver que permaneço olhando para o quarto do meu filho.
"Espero que cuide da minha casa como se fosse sua, não sei quando voltarei." falo fechando a porta do quarto e seguindo com ela para as escadas.
"Irei cuidar, mais deixe notícias e nos liguei não faça como da outra vez que passou 1 ano longe de casa." ela fala me abraçando assim que chegamos ao pé da escadas de frente para a sala principal.
"Você me ajudou a criar o Paul, e confio minha casa a você."
"Sei que sim, agora mande um beijo para ele e em breve quero conhecer a Rosely."
"Convencerei ele a vim."
Ao sair da minha casa ao mesmo tempo me bate uma saudade do lar, mais a saudade do meu filho é maior ainda. O vôo não demorou muito a sair, e a viajem foi longa. Fazer uma supresa para ele é ótimo nesta época já que mês que vem ele fará 37 anos.
"Senhoras e senhores passageiros estamos aterrizando o aeroporto da cidade de Porto - Portugal."
Rosely ficará feliz por me ver. Sempre que ligava para ela pelo Skype era uma felicidade que só vendo. Então, já imagino.
Ao desembarcar o carro que aluguei já estava me esperando, o motorista me conduziu para Guarda e chegando lhe indiquei o condomínio do Paul, sei que ele deva estar no trabalho mais a Nanda está em casa ela não trabalha e sempre se dedica a Rosely, então está cuidando da pequena princesa da família Hawking.
"Senhora Isabel" o porteiro fala alegremente assim que me vê.
"Bom dia, decidi voltar e fazer uma surpresa para meu filho e nora." falo tentando colocar a mala para dentro e ele sai da guarita para me ajudar.
"Eles foram para o hospital, a senhorita Fernanda não estava bem."
"Como assim não está bem e ele não me ligou para avisar ?"
"Não sei, acho que foi na hora."
"Pode guardar a mala? Vou para o hospital ver o que houve."
"Mais a senhora nem sabe em que hospital eles estão."
"Acredite é óbvio que o Paul levará ela para o que ele trabalha, já que ele faz parte da equipe médica e poderá ficar com ela 24h."
"Pensei nisso de início também." ele fala sorrindo. "Chamo um táxi?"
"Não, o que me trouxe ainda não foi embora." falo mostrando o motorista atrás de mim encostado no carro esperando eu pagar ele.
"Ok, guardarei suas coisas."
Entrei no carro seguindo direção ao hospital. Seja o que for que tenha acontecido com a Nanda é algo recente já que ele não me falou nada e o Paul é aquele tipo de filho da mamãe que fala tudo que acontece na vida dele. Criei ele assim e jamais me arrependerei disto. Ao chegar no hospital pago ao taxista e entro no hospital vendo Katy saindo do corredor.
"Isabel" Katy fala vindo em minha direção e me abraça, sinto que tem algo de sério acontecendo.
"O que houve que a Nanda está aqui? Cheguei no condomínio e o porteiro me informou, deveria ser uma visita supresa."
"Minha bebê está grávida" Katy fala deixando a lágrima cair.
"Vou ser avó de novo?" falo tentando recuperar a sanidade, quando vejo ela concordar e o Justin bater a porta da sala do filho. "O que houve?"
"Nanda está doente, e ficará aqui até amanhã se melhorar."
"O que ela tem?"
"Vou falar com o Paul daqui a pouco entre para fazer uma surpresa." ela fala mudando de assunto e sorrindo, abre a porta da sala do Paul enquanto fico pensando por segundos ele quebrou todos os paradigmas de uma família de filhos únicos ele está vivendo, exatamente o que quero para ele. Decido não ficar olhando mais e sim agir vou em direção a sua porta e vejo meu filho do mesmo jeito preocupado mais feliz.
"Eu vou ser avó de novo, filho ingrato nem me falou."
"Mãe." Ele diz vindo em minha direção me abraçando, retribui sabendo que ele deva estar sobre pressão. "Senti tanto a sua falta" ele diz saindo do abraço.
"Parece aquelas crianças que vão ao acampamento de verão e ao chegar em casa só quer saber da mãe"
"Sabe que tenho apenas você."
"E uma família agora, vim fazer uma surpresa não aguentava mais a saudade da minha netinha e eu que recebo a surpresa ao te ver?"
"Soube agora que serei pai novamente estou tão feliz mãe."
"Eu também estou feliz por você, mais não acha que está na hora de falar a verdade para ela?" vejo o modo que ele olha para mim, e percebo que não sei de tudo.
"Nanda já sabe que é igual a Luanda." ele fala suspirando, "está sendo difícil mãe, mais o importante é que ela não me deixou ela está se mantendo firme, suportando, é a prova mais concreta que ela me ama."
"Até que fim teve coragem de falar para ela."
"Na verdade." ele fala receioso porém, continua. "Os pais da Luanda estão em Portugal e falaram a verdade para ela, bem... eles basicamente gritaram comigo."
"Quando foi isso?" Pergunto, com muita raiva daqueles nojentos que querem estragar a vida do meu filho, entendo bem o lado deles por ser um choque de haver alguém idêntica a sua filha que possivelmente morreu a nos atrás. Mas vamos ser realistas ela não é a Luanda.
"Ontem, joguei tudo que era da Luanda fora e Nanda estava com dor de cabeça e vomitando. Como não houve melhora trouxe ela."
"Você ainda tinha coisas da sua ex esposa?" Katy pergunta me fazendo lembrar que ela se encontra atrás de mim.
"Katy, irei te falar tudo juro que vou. Mais vamos tratá a Nanda como prioridade?" Meu filho fala e ela assente.
"Ela está grávida de quanto tempo?"
"4 semanas, ela estava com muita febre quando chegou aqui e desmaiou no estacionamento."
"A asma dela voltou, isso é complicado na gravidez" katy fala suspirando.
"Tem chances de passar para o bebê?" Pergunto olhando para o Paul.
"Está não é minha especialidade, porém, existe grandes chances."
"Daqui a alguns meses ela vai para faculdade, quem vai cuidar dela lá."
"Irei conversar com ela." katy fala quase saindo pela porta.
"Não." Paul fala decidido. "Darei um jeito, vamos deixá-la descansar tem muito tempo para isso, não quero que ela se sinta sufocada."
Saímos da sala do Paul, e vejo o Thiago falando alguma coisa para Aprill e minha netinha está nos braços dela, quando ela me vê solta um grito fazendo todos que estão no corredor olharem assustados.
"Mia vovó" ela fala esticando os bracinhos.
"Princesa" falo pegando ela nos braços enquanto ela me dá vários beijos babados e grudentos de pirulito.
"O avião te trouxe de volta." ela continua falando gritando.
"Vovó não soube ficar longe de você meu amor, estava com tanta saudade." falo dando vários beijinhos nela, sem me cansar.
"Vovó, a mamã da mia mamã me deu um tinho." ela fala batendo palmas.
"Com a senhora ela fala quase todas as palavras corretas." meu filho fala ao meu lado.
"Papai beijou a mamãe." ela diz bem baixinho próxima ao meu ouvido. "Osely estava com saudade suas, bobo vai embola mais não?"
"Agora voltou a falar errado." Aprill diz abraçando o Thiago que está com o olhar direcionado para meu filho.
"Se você falar certinho, vovó fica com você."
"Jura de dedinho mindinho?" ela diz levantando sua mão, e faço a mesma coisa segurando seu mindinho com o meu."
"Juro"
"Foi Nanda que te ensinou isso não foi?" o Thiago pergunta sorrindo.
"Foi a mia mamã." ela diz alegre.
"Quando ela queria guardar segredo de algo me pedia para guardar segredo eu jurava com ela de dedo mindinho, estou vendo que ela está repassando para a Rosely."
"Vou ficar com a Nanda no quarto, vem comigo mãe?" Paul me pergunta e assinto com a Rosely em meus braços ainda, vamos para o corredor e vejo o Paul abrindo uma porta e ao entrar vejo a minha nora sentada na cama. Falando com alguém no celular e quando ela nos vê se despede de quem seja e abre um lindo sorriso.
"Isabel"
"Olá minha querida, estou tão feliz que você está bem, e ainda mais por saber que serei vovó novamente."
"Estou vendo que já sabe." ela diz lançando um sorriso para o Paul.
"Sei de tudo" falo indo em sua direção com a Rosely ainda em meus braços e me sento. "Me perdoe por não lhe falar nada, mais isso cabia ao Paul falar e não a mim, jamais iria me envolver na relação de vocês."
"Tudo bem Isabel, o importante agora é eu ficar boa da pneumonia."
"Vai ficar internada no hospital até amanhã? Geralmente ficam mais dias ainda mais você estando grávida."
"Mãe todos aqui tem ciência que sou médico, a pneumonia dela está no início então ela se Deus quiser vai para casa ficar boa, vou contratar uma diarista para casa como sempre fiz e ela vai relaxar."
"Não quero estranhos na nossa casa." o modo que ela falou nossa casa, fez o bobo do meu filho ficar emocionado é logico que ele não demostrou isso, mais estava bem visível para quem quisesse ver.
"Estou aqui, então arrumou as coisas, na sua casa é tudo automático, lava louças, máquina de lavar, aspirador de pó, não terei trabalho, não nasci em um berço de ouro e você sabe disso filho, então não vamos prejudicar nossa querida gestante." falo olhando para a Nanda que está sorrindo das palavras.
"Osely ajuda vovó." minha princesa fala em meus braços, como ela é esperta para uma criança que ainda vai fazer 2 anos.
"Você mau se aguenta em pé." Paul fala pegando ela dos meus braços e faz cócegas beijando o pescoço dela. Como sua barba está por fazer ela se acaba na gargalhada.
"Obrigado por não ter desistido do meu filho." falo pegando na mão da Nanda.
"Não tem como Isabel." ela diz olhando para ele. "É mais forte que eu, não consigo deixá-lo."
Eu sempre tive certeza que era isso que queria, meu filho bem, feliz, com uma família, e sabia que Deus iria me presentear com está felicidade. Talvez, isto não seja tarde, não seja o fim... Pelo menos para ele, sei que se morrer morro feliz.
"Mãe, seu nariz está sangrando" ouço a voz do Paul, e vejo ele vindo em minha direção olho para baixo e os pingos de sangue cai na minha perna, isto não deveria está acontecendo com ele diante de mim. Não era assim que ele tinha de descobrir que estou com leucemia.
Todos os direitos autorais reservados à autora: Jéssica Dias.
Votem e comentem.
Eu disse que quando chegasse o momento viria tudo de uma só vez, agora aguardem as cenas dos próximos capítulos. sempre quis dizer isso. Rsrsrsrs.
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