Cap. 2
Fernanda.
Guarda, 12 de maio de 2014.
Querido Paul,
Hoje, faz 5 meses desde que você se foi não estou conformada com isso, mas estou bem aos poucos, estou tentando. Vou ao parque com a Rosely nossa bebê ela está bem alegre. Tentei comemorar seu um ano ontem atrasado já que ela tem 1 ano e 5 meses, porém tudo aconteceu tão rápido logo após o acidente iríamos fazer a festa dela, mais tudo isso aconteceu. Não brigue comigo mais não fiz a festa dela sei que é difícil de se entender já que a nossa pequena não tem nada haver com o que aconteceu. Mas me lembro que tínhamos combinado de fazermos isso juntos certo? Então a primeira coisa que veio a minha mente foi isso. Desculpa mais estou tentando, não é algo que seja da noite para o dia. Ainda dói muito.
Acredita que o Christopher está tentando me levantar o astral? Ele não tem jeito mesmo. Abandonou a banda não fala muito a respeito mais segundo a revista australiana deram uma pausa sem motivo algum. Ele sabe que jamais irei me envolver com ele novamente, mais também não para de querer que saia e viva, ele até tentou junto com o traidor do Thiago levantar minha auto estima me fazendo tocar piano. Acha mesmo que consegui? De início já tinha mandado eles para aquele lugar, mais depois tentei. Quando coloquei o dedo no piano me veio a mente você.
Sim, você mesmo! Sempre me imaginei tocando para você mais nunca tive coragem, o medo de não ser perfeita de um possível erro sempre me vinha antes. Mas com o tempo entendi que você nunca pensou nisso não é mesmo? O importante era sempre me ver feliz. Sempre significava isso não é mesmo? Minha felicidade.
Amor, todo dia te escrevo existem quase 120 cartas e nunca me canso disso, as vezes acho que estou ficando louca e realmente necessito de uma ajuda do psiquiatra, a Rosely está me ajudando tanto que você nem tem noção eu tenho uma responsabilidade com ela e vou seguir em frente com meu propósito de torná-la uma bela menina, acho que devo isso a você. E não me venha falando que tenho que viver, você que me deixou... o que posso fazer se você se foi. A culpa é sua!
Paul, por favor. Não sei quanto tempo irei suportar até ter outro ataque, ontem a noite estava andando pela sala, sabe desde quando eu era sonâmbula? Nunca! Jamais fui. Eu estava com uma faca na mão Paul... uma faca, meu Deus estou com medo, acho que necessito de um psicólogo, isso não é normal. Sua mãe não dorme direito sempre me olhando, ela esta dormindo de dia e tem vez que a minha mãe dorme aqui para não me deixar sozinha e eu estou começando a achar que fiquei louca de vez.
Agora me diz Paul, desistir? Não! Nunca irei desistir de você, é difícil perder o amor de sua vida de uma hora para outra. É difícil Paul deixar de ser a menina pelo qual você se apaixonou, eu só queria ver seu sorriso, ouvir sua voz, ter você junto de mim. Eu não sei quanto tempo vou suportar isso. Mas Paul, nunca jamais irei te esquecer enquanto vida tiver.
Fernanda Vilar, 12 de maio de 2014.
"Cheguei" diz a minha mãe colocando as roupas em cima da cama. E sim, minha mãe está lavando as minhas roupas.
"Posso dormir?" Pergunto me sentando na cama, colocando a carta junto das outras na escrivaninha do quarto.
"Fernanda, Rosely já tem 1 ano e 5 meses e não houve festa de novo, uma tentativa falha, ainda é 11 horas da manhã e você falou que iria leva-la ao parque" ela diz autoritária.
"Vou ao central hoje" digo me levantando e colocando uma blusa.
"Você" ela fala vindo com raiva para junto de mim "Vai levar a Rosely para o parque e esquecer da porra daquele hospital central" ela grita e me espanto, minha mãe nunca jamais falou palavrão da minha frente.
"Mãe"
"Nada de mãe pegue a Rosely e vá" ela fala se virando para mim.
Vou ao quarto da Rosely e a encontro com o seu brinquedinho e o muffi está deitado ao lado dela, ela está crescendo tão rápido não me admira está andando pegando nas coisas.
"Mamã" ela me chama se levantando do chão quase caindo.
"Bebê" falo pegando ela, a Rosely esses dias está tão carinhosa. Geralmente ela fica gritando por mim mais agora está controlando a voz. "Vamos levar o Muffi para passear no parque?"
"Tinho, tinho" ela diz querendo ir para o chão mais não deixo.
"Ele vem com a gente amor, tenha calma"
Saio do apartamento com a Rosely nos braços e o muffi me seguindo. Combinei com a Aprill para irmos levar nossos bebês para tomar um banho de sol, ela possivelmente já está me esperando lá. Allice o que posso dizer? Está esperta demais? Sim, o Thiago virou o pai mais babão do mundo.
"Tinho" ela pega o muffi que está ao seu lado na cadeirinha.
"Rosely ele vai te arranhar amor"
"Tinho bebê mamã" ela fala para mim e fica esperando minha resposta
"Eu sei que ele é um bebê amor, mais ele não gosta filha" falo rindo.
Quando cheguei ao parque fiquei olhando minutos antes de criar coragem para ir. Sei que a Aprill vai começar uma lavagem cerebral em mim, todos fazem isso. Esperam apenas um momento para me ver surtar.
"Titi" quando ouço o que a Rosely fala olho pro lado e vejo o Thiago batendo na janela do carro.
"Dia de folga" ele diz abrindo os braços. Palhaço!
Ótimo eu mereço, mais uma pessoa para atormentar meu juízo, já estou até vendo a ele e suas perguntas sem cabimento quando meu irmão vai entender que não vou sair de Portugal? Saio do carro indo em direção a porta de trás quando abro o muffi pula para fora e tiro a Rosely da cadeira.
"Não trouxe nada" falo jogando a bolsa da Rosely para o Thiago.
"Aprill trouxe a cesta de piquenique" ele diz fechando a porta do carro "Vamos".
Chegamos onde a Aprill está com a Allice, o levi correndo como um louco pela grama. Sei que isso deveria ser um momento família onde cada um estaria feliz. Mas quando se tem algo para ser bom para comemorar é uma coisa, mais quando se vive uma tragédia é outra.
"Como esta hoje?" Ela me pergunta levantando-se da grama.
"Posso viver" abraço ela, com a Rosely ainda em meus braços.
"Trouxe sanduíche natural" Thiago fala sorrindo. "Se bem que faz tempo que você não come"
"Amo sanduíche natural" falo me sentando e coloco a Rosely junto da Allice que está deitada na toalha estendida na grama.
"Pelo menos isso ainda gosta" ouço Thiago sussurrando.
É ruim quando o seu irmão fala a verdade e você tem de aguentar, é ruim ser a merda de uma bomba nuclear prestes a explodir. É assim que me sinto na maioria das vezes.
"Soube que o Christopher está aqui na cidade" a Aprill fala me entregando o sanduíche.
"Ele largou a banda por um tempo, acredito que seja indeterminado" falo dando uma bela mordida, como amo isso.
"Ele veio por você não é mesmo?" Thiago me pergunta e eu concordo.
"Se quiser posso dar um tiro nele" ele diz sorrindo "Não estou brincando"
"Não quero perder mais ninguém por favor" digo tossindo.
"Toma água" ele me estende uma garrafa de água com gás e tomo sentindo minha garganta melhorar.
"Obrigado"
"Então" diz a Aprill olhando para o Thiago e se volta para mim "a faculdade ligou novamente"
"Vim para me divertir poderíamos mudar de assunto? Isso é tão chato"
"É seu futuro, ele não vai voltar" Thiago fala e dou uma tapa na cara dele.
"Seu imbecil" saio de junto deles e vou em direção ao lago que a no centro do parque.
É sempre assim, acho que não deveria ter vindo. As pessoas tentam não tocar no assunto mais é impossível, sempre tocam. É difícil para mim desistir de um sonho é muito complicado quando não se tem propósito para continuar. Acordo toda manhã pensando por que eu... mas quando vejo a Rosely dou graças a Deus por estar viva e com ela.
"Fica tão chato quando você foge" olho para trás procurando o dono da voz quando vejo o Christopher me olhando com as mãos no bolso.
"Poderia me dar um tempo? Não estou bem agora" falo me sentando colocando a cabeça entre as pernas deixando o choro fluir.
"Sei que dói Nanda, mais te ajudarei a superar, por isso que estou aqui certo? Você sabe que jamais irei te deixar sozinha." Ele diz encostando sua cabeça a minha. Não tenho coragem de levantar a cabeça. Já li muito livro para saber daqueles momentos clichés 'Sem querer nossas bocas estavam próximas e eu o beijei'. Que porra de beijei que nada, eu sinto falta dos beijos do Paul.
"Christopher está nossa aproximação não está certa" falo pausadamente "Nunca te darei uma chance"
"Nanda" ele fala suspirando "a chance que quero com você é para lhe ajudar a superar. Não estou tentando me aproveitar de seu momento de dor. O fato de ainda lhe amar significa querer seu bem, nem sempre é estar com você" ele diz tocando em meu ombro "Quando te entreguei para ele naquele dia no show, isso significava que estava não só te liberando mais eu também buscando a minha felicidade. Desculpa se pareceu outra coisa. Mas eu nunca vou te deixar sei pelo que você esta passando e sei que precisa de um ombro amigo."
"Preciso ficar sozinha por favor" falo suspirando as lágrimas não cessam e estou começando a achar que eu mesma estou afastando as pessoas.
Ouço o barulho dele se levantando da grama e suspiro de alivio por ficar sozinha, tento me controlar quando ouço a voz do meu irmão, já estou bem calma.
"Desculpa, não iria querer que me dissessem a mesma coisa. Se estivesse em seu lugar" ele fala sinceramente e me viro abraçando ele.
"Eu só quero que a dor passe, não estou aguentando Thiago... Está tão difícil" falo chorando novamente. "Ele me deixou Thiago ele deveria ter lutado"
"Ele não te deixou você sabe disso, Rosely está junto de você ela é o elo que uni vocês dois"
"Me promete que não vai falar mais naquele jeito? Eu preciso do meu irmão ao meu lado."
"Juro que jamais falarei com você daquele jeito prometo" ele diz mostrando o dedinho "jura comigo que sempre vai tentar superar e não fazer nenhuma besteira?" Ele me pergunta.
"Estava pensando em voltar para os Estados Unidos e pular da ponte de São Francisco." Falo sorrindo.
"Esta é minha garota" ele diz me abraçando.
"Posso comer mais sanduíche?" Pergunto limpando as lágrimas.
"Claro, Aprill fez apenas para você acha mesmo que como aquilo?" Ele diz fazendo cara de nojo.
"Palhaço" digo rindo.
Voltamos para onde a Aprill estava, a Rosely estava alisando a cabeça da lessi, enquanto o levi quase me derrubou ao chegar acho que voltei a dar pequenas atenções as besteiras da vida.
"Vou para a sua casa amanhã" falo pro Thiago e ele me olha surpreso como se não fosse eu a falar isso.
"Acho que não vou trabalhar, me bateu uma dor na coluna" ele fala fingindo uma dor.
"Seu palhaço" falo dando a mamadeira da Rosely com suco.
"Minha irmã vai a minha casa finalmente lógico que tenho de estar lá para presenciar este momento épico" ele diz assanhando meu cabelo.
"Tem horas que você se torna tão desesperado" falo dando um tapa no braço dele.
Passei quase a tarde toda no parque, quando deu 13 hora fomos almoçar em um restaurante pelas redondezas. Foi bem ao lar livre para o lessi, levi e muffi poderem ficar com a gente. Depois eles me deixaram em casa, quando cheguei às 18 horas a Isabel estava terminando de tomar banho, a Rosely só deu tempo de dar banho nela, logo dormiu, o muffi voltou com a Aprill. Enquanto eu fui tomar banho tentar relaxar um pouco.
Minha cabeça não estava bem, então decidi colocar uma roupa e sair.
"Onde vai?" Isabel me pergunta dando pausa no filme que estava assistindo.
"Ficarei por perto vou apenas correr" digo a ela.
"Não demore se não ligo para seu irmão"
"Não vou demorar" falo saindo batendo a porta.
Sempre é assim, acho que todos pensam que eu vou me matar. Ao chegar no térreo cumprimento o porteiro e vejo que o caio está me esperando, entro na viatura e dou boa noite a ele.
"Se a Thay souber disso ela vai pensar besteira" ela diz dando partida no carro.
"Não se esqueça que meu irmão te mata" digo para ele.
"Desse jeito vou desistir"
"Eu te mato se você não me levar até lá"
"Não entendo por que eles não lhe querem lá. Você está bem certo?" Ele me pergunta e não falo nada.
Minutos depois chegamos em frente ao local que estava ansiando vim desde de manhã.
"20 minutos Nanda, não demore muito" ele diz quando abro a porta do carro.
"Não vou" falo baixo e pego minha carteira.
Ando para dentro do hospital e algumas pessoas me olham e dão boa noite, não vejo necessidade de me anunciar todos já sabem quem sou eu. Ao chegar diante da porta meu coração bate rápido no peito e tenho quase a certeza que vou morrer. Mas tomo coragem e entro, fecho a porta atrás de mim puxo a cadeira me sentando próximo a cama.
"Paul, à 5 meses que estou esperando você acordar do coma. Por favor, acorde não estou conseguindo sem você" falo pegando em sua mão, vendo os equipamentos apitarem, mostrando que ele respira tranquilamente.
Todos os direitos autorais reservados á autora: Jéssica Dias.
Votem e comentem.
Feliz ano novo!!!
Estou feliz que passamos mais um ano juntos, espero que estejam gostando.
Até 2016, com vários capítulos, e altas revelações, um ano de paz e felicidade para todos vocês e suas famílias.
Beijos, e um próspero ano novo.
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