Cap. 10
"Dois reflexos em um.
É como se você fosse o meu espelho;
Meu espelho olhando de volta pra mim."
Mirrions - Justin Timberlake
Paul.
"Papa, onito mamã" escuto a voz e a risada mais linda do mundo e vejo minha filha sentada na cama me olhando "papa codo" ela diz batendo palmas, quando desvio meu olhar dela para a Nanda que está amarrando o cabelo.
"19 horas da noite" ela diz sorrindo "Vamos jantar dorminhoco?" Ela pergunta vindo em minha direção e se senta na cama junto da Rosely. Nanda está com um short jeans curto desfiado, uma camisa preta pólo minha e com o cabelo em um coque frouxo.
"E a ideia de passarmos o tempo todo juntos?" Pergunto dando um beijo na Rosely que segura minha cabeça me abraçando.
"Estou com fome Paul" ela diz rindo "estava brincando, não tem necessidade de ficarmos juntos o dia todo se não vamos nos separar"
"Verdade" falo olhando em seus olhos, como é bom vê-los brilhando de alegria.
"Bobo papa, bobo osely vê ela" minha pequena fala nos chamando atenção quando olho pra porta vejo a minha mãe me olhando, ela sorri e vem em minha direção estira os braços e pega a Rosely.
"Não demorem, estou de olhos abertos em vocês" ela diz saindo do quarto.
"Mãe, somos praticamente casados" grito e escuto ela falando no corredor 'praticamente não significar que é'
"Vamos logo antes que a comida fique fria, odeio comida fria" a Nanda fala se levantando e fica esperando eu falar algo "Vai me olhar pra sempre?" Ela me pergunta, quando ela coloca a mão na cintura e dá aquele sorriso lindo de lado que faz meu coração derrete, talvez deva contar a verdade pra ela. Minha mãe me disse que nunca contei por medo de perder ela, e que a Aprill provavelmente nem se lembre mais ela sabe de algo que pode destruir toda está minha felicidade.
"Não me canso de te olhar" falo me levantando. "Você fica bonita de qualquer forma e nem é necessário se arrumar"
"Não vamos exagerar" ela diz piscando para mim. "Estou dolorida por sua causa então nem pense nisso" ela diz saindo do quarto. Não sei o que ela viu em meu rosto que demonstrou minha possível excitação futura. Pois meu corpo formiga apenas de lembrar dela gemendo meu nome 'acho que me tornei um maníaco por sexo'.
Assim que estou para sair do quarto vejo o celular da Nanda piscando vou até ele e vejo que foi uma mensagem, sei que é errado ver; mais se não temos segredos não vejo razão para não olhar. Desbloqueio a tela que há uma foto dela com o Thiago e vejo que o dentinário é o Christopher, avisando que vai embora na quinta-feira e queria falar com ela. 'Já vai tarde', ele quer falar o que com a minha mulher? Quando ele vai entender que a Nanda é apenas minha e de mais ninguém? Está difícil para ele entender isso? Não respondo apenas coloco no mesmo local.
"Tomando remédio de novo?" Quando entro na cozinha vejo a Nanda acabando de guardar a caixa de remédio, e minha mãe está colocando as panelas em cima da mesa enquanto a Rosely está observando toda a movimentação.
"Qual remédio está tomando?" Pergunto indo pra junto dela.
"Anticoncepcional" ela diz saindo de junto de mim "Não estou tomando mais o antibiótico, então já posso tomar meu remédio todo dia só não posso tomar injetável"
"Por quê não quer ter filhos?" Pergunto quando ela me olha confusa, ouço a minha mãe tossindo para nos tirar a atenção o que conseguiu numa boa.
"Vamos jantar, que mais tarde tenho um encontro" ela diz alegre e meu corpo soa alerta total.
"Encontro?" Pergunto exaltado e ela começa a rir do meu desespero.
"Com 'o sono' filho, não pense besteira. Jamais colocaria homem algum no lugar do seu pai nesta altura da vida"
"Graças a Deus" falo suspirando.
"A senhora é uma comédia" Nanda diz se sentando junto da Rosely colocando o babador nela.
"Qualquer dia desses vou morrer de ataque cardíaco" falo sorrindo.
"Nem fale mais nesta palavra" Nanda fala alterada "morte" ela fala dando ênfase "está proibida dentro desta casa"
"Perdi minha moral" falo me sentando ao seu lado.
"Encontrou uma mulher a altura" a minha mãe fala colocando o pão em cima da mesa.
Jantamos bem, Rosely comeu direitinho Nanda deu na boca dela, minha mãe disse que os pais da Nanda ligaram duas vezes querendo falar com ela. Isso que é amor a filha, Rosely demorou a dormir ela ficou assistindo castelo ratim-bum com a Nanda, sério mesmo! Para quem tem 19 anos ela é bem infantil quando quer. Minha mãe foi dormir depois das 23 horas da noite. Alegando que amanhã iria levar a Rosely para tomar sua injeção; disse a ela que não se preocupasse e que ela não tinha obrigação de fazer tudo isso por mim e que eu poderia ir com a Fernanda e ela poderia sair e olhar um pouco da cidade o que ela aceitou numa boa.
"Ela só faz dormir" falo pegando Rosely dos braços da Nanda.
"Paul, já é 1h da manhã o que mais espera. Sua mãe já foi dormir a horas" ela diz sorrindo.
"O dia passa tão rápido quando estou com vocês" falo indo ao quarto da Rosely e coloco ela no berço.
"É melhor não ligar o ar condicionado já está frio por causa da chuva" ela diz assim que termino de cobrir a Rosely.
"Tudo bem" falo indo em sua direção "mais a caixinha de música vai ligar" falo ligando e saindo do quarto junto com ela.
"Sempre achei aquela caixinha linda, ainda mais por ser antiga. Onde comprou ela? Em um museu?" Ela pergunta sorrindo, sei que minha resposta ela não vai gostar mais o que posso fazer não posso mentir pra ela, não mais do que já escondo.
"Foi da Luanda, ainda da época da faculdade" falo olhando em sua direção e seu sorriso desaparece em um piscar de olhos, ela se mantém fechada sem dar uma palavra.
"Estou com sono" é a única coisa que sai dos seus lábios e sei que ela está mudando de assunto.
"Você está bem?" Pergunto segurando seu braço.
"É estranho Paul, me entenda é estranho" ela diz se soltando e entrando no quarto.
"O que é estranho?" Pergunto fechando a porta atrás de mim.
"Sua esposa morreu a anos e você virou o maior galinha, ficou com a minha cunhada com sua esposa ainda viva e diz ter amado ela deste jeito? E ainda possui coisas dela em sua casa. Me explica que tipo de amor foi esse porque eu não entendo" ela fala se sentando na cama e retira o short e minha camisa ficando apenas de lingerie.
"É complicado de se entender" falo me sentando ao seu lado.
"Você torna as coisas complicadas" ela diz se levantando e fecha a janela do quarto e volta a cama se deitando desta vez.
"Posso te perguntar uma coisa?" Pergunto me deitando ao seu lado da cama, ela me olha nos olhos e vejo que ela percebeu que mudei de assunto. Não é medo de contar, mais sim de perder ela, que me faz esconder algo tão sério.
"Tecnicamente já fez uma, mais pode falar" ela diz se cobrindo com o lençol.
"Na verdade é mais um pedido" digo vendo sua expressão mudar "Quero que você engravide" digo cada palavra pausadamente e vejo seus olhos marejados, não sei se fiz algo de errado ou não. Apenas que ela começa a chorar e não sei o que fazer. "Fiz algo de errado?"
"Não" ela responde rápida "Mais eu não posso ter filhos Paul, Rosely é pequena você sabe o custo de um bebê" ela diz se ajeitando na cama.
"A primeira coisa que penso não é em dinheiro, mais sim em um elo que nos una, um pedacinho de nos dois, uma princesa ou príncipe igual a você. Não pense que sei que é difícil para você isso, já que você é nova demais, tem planos e desejos a se realizar, mais quero fazer isso certo desta vez, tudo planejado, estou feliz que a minha filha veio ao mundo mais meu desejo era que a mãe dela fosse você. Tenho dinheiro suficiente para ter mais de 10 filhos e caso chegue a isto quero todos iguais a você, eu te amo Nanda.
Ela fica me olhando com os olhos marejados e me abraça pedindo desculpas, não entendo mais nada.
"Queria poder te dar um filho, foi o que mais pensei nesses 06 meses que você ficou em coma, mais eu não posso Paul."
"Pode haver tratamentos para isso" falo beijando sua bochecha.
"Você me disse isso da primeira vez que soube que jamais poderia engravidar" ela diz encostando sua testa a minha.
"Não importa amor, daremos um jeito. Se você não pode, não irei correr o risco de ter que escolher a vida de um, quem sabe com o tempo." Falo alisando seu cabelo e dando um selinho em seus lábios.
"Eu tirei um bebê Paul" ela fala chorando, quando recuo ela continua "Do Flin, ele me violentou e fiquei grávida, sei que o bebê não teve culpa, mais foi fruto de um estrupo não iria conseguir olhar para a criança"
Meu sangue subiu na hora, e apenas ai entendi o por que da minha mãe não ter me contado tudo. "Ainda bem que ele está morto se não eu mesmo mataria ele" quando falo isso vejo ela surpreendida.
"Como sabe que ele está morto?"
"Minha mãe me contou o que ele fez com você só não me disse que você tinha engravidado do animal" falo furioso e ela segura meu braço.
"Procurei por ele nos noticiários e vi que saiu uma nota no jornal em que ele foi morto dentro do presídio."
"Não gosto de lembrar disto me trás horríveis pensamentos e recordações. O flin pagou pelo que fez então vamos esquecer"
"Não é algo que se apague da mente" falo ajeitando ela ao meu lado "Mesmo perdendo a memória você ainda reina sobre o meu coração, poderia me dizer como isso é possível?" Pergunto, e ela sorri alisando meu peitoral.
"Não sei Paul, mais estou feliz que não tenha me colocado para fora, geralmente as pessoas que perdem a memória se afastam e não querem saber do outro"
"Eu não sou como a maioria das pessoas" falo piscando "sou seu homem"
"Meu deus como é machista" ela diz suspirando "só falta dizer que não vou trabalhar"
"Lógico que vai" quando falo isso ela suspira "Quando terminar a faculdade, até lá. Irei te bancar por tempo indeterminado" falo sorrindo.
"Sai fora, estamos no século XXI e eu não irei depender de você" ela diz dando uma tapa no meu braço.
"Isso não é depender" falo me defendendo.
"Com certeza é" ela diz colocando sua cabeça em meu ombro. "Este friozinho está tão bom" ela diz alisando a minha pele.
"É pedir demais para lhe dar o conforto que você merece?" Falo baixinho quando sinto a respiração dela se normalizar.
"Eu já tenho tudo aquilo que preciso, minha família unida, meus pais juntos, meu irmão casado, e eu estou com você e a Rosely"
"Sua sogra também"
"E a Tônia encontrou o filho dela" ela diz sorrindo. "Então doutor Paul, não preciso de mais nada."
"Você é tão simples, e esperançosa que me cativa a cada dia" digo olhando para o teto.
"Não me enquadro no nível simples. Eu sou extrovertida." Ela diz beijando meu pescoço "Amor quero dormir, amanhã vamos levar a princesa para tomar vacina" ela diz com a voz sonolenta.
"Daqui a pouco acordamos" digo sorrindo.
"Isso mesmo" ela diz fechando os olhos "Tenho medo que você jamais lembre da gente, e tenha que reescrever nossa história a partir daqui"
"Meu maior medo não é jamais me lembrar de você, é um dia te perder" falo beijando sua testa.
"Isso é impossível" ela diz bocejando.
Não falo nada apenas fico olhando para escuridão a minha frente. 'Espero que você cumpra isso mesmo Nanda, e jamais me deixe depois que descobrir o que escondo de você e de todos' - meu subconsciente fala, me acusa e me tortura para falar a ela, mais meu coração que tem medo de perder ela não deixa e recua.
Todos os direitos autorais reservados á autora: Jéssica Dias.
"Votem e comentem."
Olá leitores como estão?
Espero que bem, existe um grupo no watsap. Caso queiram entrar quem ainda não é membro deixa seu número que adiciono vocês.
→Recomendo: O Pediatra.
Para quem não leu ainda, é meu livro também se encontra nas minhas obras, foi de lá que este personagem 'Paul' nasceu. Antes de ser nosso príncipe aqui, ele foi um sapo lá. Rsrsrsrs
Obrigado pelo carinho!!!
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