Paul.

Depois que o thiago e seus pais foram levar a kenia para o lugar que ela merece, fiquei com a Nanda jantando. Ela de vez enquanto me dava umas olhadas como quem quer perguntar algo e sei que ela está preocupada com algo.

"O quê você tem?" Ela me pergunta e digo que nada, porém isso não a convenceu "Me diz logo Paul, você está me escondendo algo" ela é insistente isso eu tenho que admitir.

"Podemos conversar depois?" Pergunto terminando com minha comida e afastando o prato "Vamos ficar com a Rosely" falo me levantando e ela assente.

Caminhamos de mãos dadas, algumas pessoas nos olharam, ainda quero saber o que passa pela cabeça desse povo... tipo, eu não posso namorar? Quando entro no quarto da minha filha vejo uma enfermeira com ela nos braços andando de um lado para o outro colocando-a para dormir.

"Ela já dormiu?" Nanda pergunta, e a enfermeira nega com a cabeça. "Pode me dá ela que eu coloco" quando a enfermeira a entrega, diz que vai olhar os outros pacientes e se precisarmos de algo podemos chama-la, ou outra pessoa.

"Senti tanta sua falta bebê" a nanda diz beijando ela que começa a gritar e colocar a mão no rosto da nanda.

"Papai também está aqui" quando falo isso ela fica procurando a minha voz e eu me esquivando dela, até que ela começa a gritar como se pedisse para eu aparecer.

"Assim você vai deixa-la louca a sua procura" Nanda fala se virando com a Rosely para me ver, mais continuo me escondendo.

"Bebê lindo do papai" falo dando vários beijinhos em seu rosto e ela começa a puxar meu cabelo, sua perninha com gesso dói meu coração, mais é bom para voltar ao local e ela não sentir dor.

"Acho tão lindo o amor que você tem por ela" a nanda fala se sentando na cadeira a minha frente.

"Ela é minha filha nanda o que mais você esperava?"

"Você é ignorante mesmo! Estou falando isso pois não é todos os pais que são assim com os filhos tão grudados"

"Ela é minha filha, meu amor, o bebê lindo do papai... "

"Que pai babão." Ela diz baixinho mais escutei.

"Até quando tivermos outros bebês vou babar do mesmo jeito" quando falo isso ela abre um olhão como se estivesse escutado a coisa mais absurda do mundo.

"Você sabe que eu não vou poder ter mais filhos não é mesmo?" Ela me pergunta com se eu não soubesse.

"A gente pode adotar ou fazer tratamento para você engravidar. Temos muito tempo para pensar não vai ser isso que vai nos afastar" falo parando diante dela "você não vai se livrar de mim loirinha tenha isso em mente"

"Espero que isso seja mesmo verdade, de qualquer modo irei sempre fazer parte da vida da Rosely"

"Claro que fará você é a mãe dela" digo dando um selinho em seus lábios, e a Rosely começa a gritar afastando nos dois.

"Bebê ciumenta" ela diz pegando ela dos meus braços e encosta a cabeça da Rosely próxima a seus seios e a Rosely vai como se procurando o quentinho que somente Nanda sabe passar para ela, pegando em um dos cachos do cabelo da Nanda vejo minha filha dormindo e isso é reconfortante saber que ela sente amor pela mulher que amo.

Estou nesse momento sentado no sofá vendo a minha filha dormi e a Nanda sentada em meu colo com sua cabeça encostada em meu pescoço, fico alisando seu cabelo. Ela beija minha nuca e passa a mão em meu pescoço e sua outra mão passa pela minha barriga.

"Eu te amo" ela sussura em meu ouvido "amo a Rosely, você, e tudo que estamos vivendo"

"Por que você está falando isso?"

"Por que nunca pensei que encontraria alguém tão perfeito como você" ela diz saindo do meu colo e se sentando ao meu lado "Eu sofri demais paul, e não é qualquer pessoa que encara isso de frente não, e ainda tendo um louco psicopata atrás dela continua amando, geralmente os caras pularia fora, você não! Mergulhou."

"Sei que é estranho, mais eu me vi e vejo atraído por você de uma forma incrivelmente louca. Não sei explicar mais você me completa" falo encostando minha testa na sua.

"Também me vejo assim, é como se já tivéssemos nos conhecido em algum momento de nossas vidas." Ela diz sorrindo.

"É eu sei, eu sei princesa" falo colocando uma mexa do seu cabelo atrás da orelha. 'Se ela soubesse ficaria mais impressionada do que qualquer pessoa' falo em meu próprio pensamento para mim mesmo.

Às 06h da manhã Rosely acorda chorando, Nanda está no quarto com a minha mãe decidimos nos revezar pois a minha mãe sairá da UTI amanhã, mais tenho que cuidar dela aonde estiver. Dou a mamadeira com leite que a médica deixou caso ela acordasse de madrugada coisa que aconteceu, depois de dar a mamadeira para ela, coloquei para arrotar, Rosely logo dormiu. Depois de algumas horas eu mesmo coloquei ela deitada em cima de mim e deitei no sofá, não sei bem o quê à em minha cabeça, mais quando tornamos a paternidade parte de nossas vidas algo dentro de nos muda radicalmente. É como se não importasse o que vivessemos, mais nossos filhos estando felizes e seguros é o que basta. Sei que Rosely passará um tempo sentindo a minha falta por isso que ela vai dormi na cama comigo o trauma que passei de uma possível perda não desejo a ninguém, e não quero que isso jamais aconteça comigo.

Thiago.

Chegamos a Rússia de 10:00 horas da manhã, a kenia não acordou nem mesmo com a turbulência que houve, minha mãe estava encostada no ombro do meu pai enquanto meu pensamento estava em Portugal, acabei de pedir Aprill em casamento e já estou deixando-a sozinha. Sei que isso é errado ainda mais depois de tudo que ela passou, mais se colocando no lugar da minha mãe ela vai precisar de todo apoio possível, principalmente, por que a minha tia é irmã gêmea dela, ela é a parte boa então vai sentir tudo aquilo que a minha tia vai sentir. Não entendo bem esse lance de ser gêmeo graças a Deus que não fui.

"Senhor deseja que esperemos aqui, ou vão ir amanhã?" Douglas pergunta ao meu pai.

"Vamos voltar hoje mesmo, mais você pode descansar e ir tomar seu café tranquilo" diz o meu pai para Douglas que assente, assim que entramos no carro que estávamos esperando vejo a minha tia ser colocada dentro do carro que conduzirá ao local que ela vai ficar.

"Mãe, você está bem?" Pergunto colocando o braço em volta do seu pescoço, ela nega colocando a cabeça em meu ombro e começa a chorar.

"Qualquer pessoa ficaria com raiva dela por tudo que ela fez, mais eu tenho pena dela filho. Sua tia é louca apenas isso.

Seguimos caminho para o local que colocaríamos minha tia, meu pai estava bem distante de nos, assim que chegamos ao sanatório hospitalar de psiquiatria da Rússia, vejo grades nas janelas e apenas uma porta principal o local com certeza é bem cuidado, mais só tem as pessoas mais loucas aqui.

"Estavamos esperando vocês" diz um médico com aparência de uns 50 anos.

"Como esta?" Minha mãe pergunta ao médico que diz que está bem, e quando ela ligou não acreditou que era a mesma que tinha internado a irmã anos atrás.

"Estou bem, e desta vez iremos colocar sua irmã na ala subterrânea"

"Não quero que ela seja maltratada" minha mãe fala, e o médico assente sei que ele vai fazer algo contra a minha tia disto eu tenho certeza. Afinal, foi ela que fez a esposa dele perder o bebé. Vamos interna-lá no mesmo sanatório psiquiatra que ela fugiu anos atrás.

Vemos os enfermeiros passar com a minha tia desacordada em cima da maca, fomos assinar alguns papéis, mandei uma mensagem para a minha irmã dissendo que em algumas horas estaremos saindo daquele lugar horrível, é estranho estar em um hospício.

"Desejam ver ela antes de irem embora?" O médico pergunta, minha mãe assente e seguimos caminho para o quarto que a minha tia ficará, assim que o médico avisa que ela está acordada vejo que o corpo da minha mãe está tenso, meu pai não está nem ai, o medo de uma possível perda em relação a minha mãe causada pela minha tia acredito que o fez mudar rápido.

Assim que chegamos ao quarto vejo a minha tia em um estado deplorável, seus braços estão amarrados pois a cama são aquelas de sanatório psiquiátrico, ela nos olha com raiva e nojo tendo vontade até de nos matar isso é visível em seu olhar.

"Não me venha com seu olhar de pena que isso não me comove" grita a kenia.

"Você deria agradecer por não estar morta, por mim estaria sendo entregue aos crocodilos agora mesmo" esbravejo de raiva e vejo ela sorrir diabolicamente me olhando e isso me dá medo.

"Além de ingênuo e sem criatividade, deveria ter feito aquela sua namorada negra sofrer mais."

"Sua racista miserável" vou em sua direção mais meu pai segura meu braço.

"Filho não vale apena, essa mulher é um monstro" quando meu pai fala isso, ela nos olha com raiva.

"Agora sou, mais quando estava fazendo sexo comigo eu não era"

"Você me enganou"

"Você teve dois filhos com a minha irmã e nunca percebeu a diferença. Acredite, acho que você nunca a amou de verdade."

Quando pensei que meu pai iria falar, minha mãe se coloca a sua frente, dando um fôlego de coragem nela mesma, sei que esta na hora da despedida e que ela jamais irá querer saber da irmã.

"Eu te perdôo kenia, por saber que você é doente, sua paranóia fez você se tornar uma pessoa ruim, sei que você no fundo sabe que estou falando a verdade. Jamais te desejaria mau pois somos irmãs gêmeas, uma sente o que a outra sente. Jamais irei me esquecer pelo que você me fez passar. Hoje será seu último dia vendo a luz do sol, espero que saiba apreciar por alguns minutos" ela diz isso saindo da sala, e me deu pena da minha mãe, ela mesmo sofrendo, foi abusada sexualmente e tudo culpa da minha tia, não guardou mágoa, talvez esse seja o verdadeiro amor, aquele que perdoa acima de todas as coisas.

Vejo o médico apertando um botão que à atrás da porta por onde a minha mãe acabou de passar, minutos depois entra dois enfermeiros um deles está com uma seringa, onde aplica no pulso da kenia relutante que começa a adornecer. Eles colocam a camisa de força nela e fico observando cada momento assistido.

"Ela poderá tomar banho de sol uma vez por semana apenas. Mais fora isso ficará na sela separada no corredor dos outros neuróticos" o médico fala enquanto os enfermeiros terminam de colocar a camisa de força nela. Vejo que ela ainda está acordada, essa ai é bem difícil de cair no sono em.

"Não me importo que a trate bem ou não. Eu não a considero como nada minha, minha mãe tem um bom coração e apenas por ela que aceitei isso" falo vendo a maca ser movimentada passando por mim resolvo me despedir da minha querida tia, sintam a ironia.

"Bem vinda ao inferno, que você nunca deveria ter saído" falo sussurrando em seu ouvido, o médico com certeza ouviu pois ele me olha com uma cara espantada.

"Não quero nada de notícia sobre o estado dela, minha mãe irá ligar sei disso. Faça de tudo para ela pensar que a minha tia ficará bem" digo ao médico.

"Sei bem onde você quer chegar com isso, mais aqui somos profissionais"

"Não pense que eu sou besta, sei muito bem que você jamais irá perdoar ela pelo que lhe fez no passado" quando falo isso ele fica calado. "Apenas faça bem feito e silenciosamente, estamos internando ela aqui pois ela é psicotica então a trate como uma louca"

"Farei" ele diz apertando a minha mão seguindo direção com os maqueiros e minha tia desacordada.

Saindo de dentro do sanatório, vejo que a minha mãe está sentada no banco de trás do carro que já nos espera.

"Já vamos para casa?" Pergunto entrando no carro, o taxista fica apenas esperando nossa resposta.

"Vamos almoçar no centro e depois vamos para casa" meu pai fala e minha mãe continuar calada junto dele.

"A senhora está bem?"

"É triste saber que um pedaço de mim ficará aqui, mais ela tem de se tratar" ela diz aparando as lágrimas.

"Por quê a senhora protege tanto ela que sempre lhe fez mau?"

"Por que prometi a sua vó no leito de morte que cuidaria da sua tia e tenho que manter a promessa, por favor vamos embora não consigo mais olhar para este lugar"

Dei as instruções para o motorista que seguiu para o restaurante mais próximo ao aeroporto, quando o carro passou pelos enormes portões do 'Sanatório psiquiátrico da Rússia', olhei pela janela e senti um alivio já se foi um, agora falta o pior de todos. Espero que minha tia encontre tudo aquilo que ela fez as pessoas passarem, e estando no lugar de onde fugiu é o pior pesadelo do mundo. Estando com os assassinos e loucos de alta periculosidade.

Copyright 2015. All rights reserved JessicaS2Dias.

'Não a nada pior que voltar do lugar onde fugiu, ao sanatório, imaginem o que a kenia não ira passar.'

Obrigado pela compreensão de todos e espera pelos capítulos, as provas foram tranquilas.

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