26
Thiago.
Isso realmente é real? Por uma breve fração de segundos tudo que vem em minha mente é que minha mãe vai morrer em meus braços, mais não a minha mãe falsa que fez toda essa maldade com a minha irmã, ou que despreza a minha namorada que está grávida da minha filha... mais sim aquela que cuidou de mim quando estava com medo do escuro, aquela que me ajudou muitas vezes nas provas do vestibular, aquela que me incentivou a seguir meus sonhos quando estava decidido a vim para Portugal e me tornar delegado.
"Você vai ficar bem eu prometo" falo fazendo pressão contra a sua barriga, mais o sangue não para de espirrar.
"Me perdoa pelo que você está passando" ela fala com dificuldade "Não consegui me aproximar de você antes" sangue sai pela sua boca.
Vejo que os polícias que ficam de guarda se aproximam de mim, quando eles vêem o quanto sangue está no chão pegam o rádio e ligam rápido para a ambulância. Os olhos da minha mãe começam a se fechar e fico em estado de choque, quem fez isso com ela vai se arrepender amargamente do dia em que nasceu.
Fico fazendo pressão até que ouço o som da ambulância se aproximar. Ficam me perguntando o que aconteceu mais quem disse que eu tenho qualquer argumento em relação a tudo isso? Apenas quero a minha mãe bem e acabar todo esse pesadelo.
Chegando ao hospital fico na sala de espera enquanto a levam para a cirurgia, meus pensamentos estão todos nela, o que será que ela passou todo esse tempo? Onde estava? Farei tudo para a minha mãe voltar a vida dela de antes.
Minutos depois sinto uma mão tocar meu ombro e vejo o caio, me levanto sem nem perguntar o que ele faz ali e o abraço.
"Tudo bem irmão, ela vai ficar bem" ele fala dando tapas em minhas costas.
"Como soube que eu estava aqui?"
"Me avisaram, Douglas e Pedro que te encontram no estacionamento com sua mãe coberta de sangue, eles não tem o número da Aprill e como te viram desnorteado acharam melhor que eu vinhesse aqui"
"Ela está bem mal" falo passando a mão na cabeça "Estou com medo de perder a minha mãe"
"Vai dá tudo certo" ele diz se sentando na cadeira a minha frente, me sento também retirando o celular do bolso vendo 45 chamadas não atendidas da Aprill.
"Como ela reagiu quando você contou a ela?" Pergunto, nem é necessário eu falar quem seja pois ele sabe que é a Aprill.
"Ela está vindo com a Nanda e uma mulher lá que nem sei o nome" ele diz coçando a cabeça "Tônia esse é o nome dela" fala estralando o dedo na frente do rosto como se tivesse lembrado do nome.
"Preciso da sua ajuda, sei que em você posso confiar"
"Pode dizer" ele diz se aproximando um pouco, quando vejo Aprill entrando no hospital desesperada pela sua aparência.
"Amor" ela diz vindo de braços abertos em minha direção, me levanto e abro meus braços.
"É ela Aprill, estava sangrando no estacionamento da delegacia" falo encostando minha cabeça em seu ombro ela passa a mão na minha cabeça. Estar com ela neste momento saber que estou em família é ótimo.
"De quem finalmente vocês estão falando?" Nanda pergunta desta vez. Quando olho em sua direção e a vejo com a Rosely nos braços que está dormindo, Tônia está vidrada em um ponto atrás de mim, quando olho para o mesmo local vejo o Caio falando ao celular acredito que esteja dando satisfação a Thay onde ele esteja neste horário.
"Achei a mamãe Nanda" falo indo em sua direção "Nossa verdadeira mãe"
Ela aperta Rosely mais forte em seus braços vejo isso, as lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto... Nanda pode aparentar ser forte, mais ela não é.
"Onde ela está?" Ela pergunta mais como um sussurro.
"Na sala de operação, tivemos uma tentativa de homicídio" diz o caio falando com a gente logo em seguida se senta a cadeira "avisei a Thay que ficarei aqui com você"
"Não tem necessidade para isso, você já me ajudou demais avisando a Aprill"
"Você faria o mesmo por mim sei disso" ele diz tirando do bolso um chocolate "Além disso, a Thay só pensa em me pedir massagem nos pés, as vezes acho que ela se esqueceu meu trabalho é ser policial e não massagista."
"Como você é ridículo, ela está grávida." Falo passando a mão pela cintura da Aprill que começa a sorrir.
"O que seus pais acham disso?" Aprill pergunta. Ele nos olha perdido no tempo por alguns instantes, é bem difícil para o Caio falar isso já que ele é adotado ele nunca conheceu nem a mãe nem o pai, ele cresceu em um orfanato e por isso que ele quis ser policial apaziguar a maldade.
"Eu sou adotado" ele diz normalmente, só que sei que para ele é difícil.
"Desde quando?" Aprill pergunta quando o médico aparece na hora cortando as palavras do Caio que viriam em seguida.
"Vocês são o que dá senhora que entrou com uma facada no estômago?" Ele pergunta com uma pasta na mão.
"Sou filho e ela também" falo puxando Nanda para mais junto de mim.
"Ela teve o estômago perfurado, precisa de sangue vocês podem doar já que são filhos dela" ele fala escrevendo alguma coisa na prancheta "O transplante de sangue tem de ser agora, ela ainda está na cirurgia"
Dou um beijo na testa da Aprill, e sigo com o médico. Nanda entrega Rosely nos braços da Tônia e entra comigo na sala. Ficamos de mãos dadas na cadeira que fica uma do lado da outra a sala é toda branca.
"Vocês primeiro vão tirar apenas amostra se sangue para saber se são compatíveis ou não" ele fala chamando a enfermeira, quem vem com uma seringa em mãos.
"Ela é nossa mãe, óbvio que somos compatíveis" diz a Nanda alterada.
"Nem sempre ser do sangue significa que são compatíveis"
"Podemos começar?" Pergunta a enfermeira ao meu lado.
Assim que a enfermeira vem com a fita ela amarra em nossos braços e começa a tirar sangue, Nanda dá um sorriso de lado, mais não fala mais nada sei que ela está preocupada se podemos ou não ser doador da mamãe. Estou com medo sinceramente nunca tive tanto medo em minha vida.
[...]
Como era de se esperar somos compatíveis, isso foi ótimo pois assim seria mais sangue. A operação já terminou a algumas horas e agora já é 6h da manhã. Aprill dormiu no hospital comigo, Tônia foi pra casa com a Rosely logo depois de descobriu que poderíamos doar sangue, Caio faz alguns minutos que foi pra casa pois hoje a Thay fará ultrasom para saber o sexo do bebê, Nanda ligou para o papai mesmo não dizendo tudo do que se tratava ele avisou que vai pegar o primeiro vôo e vim pra cá, isso me faz pensar que ele ama mesmo a mamãe apesar de todas as loucuras que a minha tia me fez pensar que era ela.
"Amor, se você quiser ir pra casa pode ir. Não quero que fique com dor no pescoço" falo tocando na cabeça da Aprill.
"Quando eu tiver a certeza de que você vai ficar bem, e sua mãe não corre perigo algum e vou pra casa mais até lá nem fale nada"
"Não está aqui quem falou" falo levantando minhas mãos aos céus.
"Vou apenas ligar para o jeremy enquanto não temos resultado nenhum. Vou inventar qualquer coisa" diz ela se levantando da cadeira ao meu lado e seguindo em direção ao corredor.
Minha mãe está no hospital particular vizinho ao do jeremy, não que tenha pensado nisso na hora quando a trouxe aqui até por que não estava raciocinando direito, mais foi bom assim não quero que nem ele nem a Mel se envolvam nisso.
Sei bem pelo que a minha prima passou e não desejo isso a ninguém. Eles tem de curtir todo esse momento juntos com Luh e o Austin não quero e não vou envolver nenhum deles nisso.
"Senhor Villela" diz o mesmo médico que tirou nosso sangue se aproximar agora.
"Não minta nada nem me esconda" falo me levantando tão bruscamente que a Nanda se acorda e vendo o médico na nossa frente ela me olha com certo temor em seus olhos.
"A operação foi um sucesso sua mãe foi levada ao quarto agora mesmo, nesse momento ela está dormindo mais caso queira ve-la já podem ir" ele desvia o olhar de mim para Nanda a observando, mais o que a minha irmã tem que os médicos prestam atenção nela? Acho que vou colocar ela dentro de casa e jogar a chave fora, mais isso nem é necessário o Paul fará com que esse ai vá ao lugar dele.
"Qual quarto ela está?" Quando a Nanda pergunta isso Aprill se aproxima, vendo que o médico está falando algo ela apressa os passos.
"Está tudo bem com a sua mãe?" Ela pergunta sussurrando em meu ouvido.
"Ela já foi pro quarto vamos ve-la agora" falo pegando a sua mão para ela saber que preciso que ela vá comigo.
"Está no quarto 32 da Ala 5, 2° andar." Diz o médico para Nanda que assenti seguindo em direção pelo corredor e eu sigo ela.
Andamos pelo vasto corredor que é este hospital, sinceramente nunca pensei que todo santo dia à tantas pessoas doentes considerando a população de Guarda que não se compara a de uma cidade grande, não que seja atrasada pelo contrário é bem tecnológica, mais pelas comparações deveria ser diferente, agora sei por que o hospital Real Guarda Star, onde Aprill trabalha fica lotado.
"Esse é o quarto" diz a Nanda abrindo a porta de vez. Com ela não existe aquele jogo de olhar, ou pedir permissão para abrir a porta ela está preocupada e por isso ela faz o que vinhe em sua mente.
Entramos no quarto e vemos que a mamãe está dormindo, Nanda corre na direção dela e começa a conversar com ela, entro no quarto com a Aprill que fica tensa ao meu lado mais não fala nada. Me aproximando da cama vejo que ela está com uma facha ao redor da barriga, em seu pulso à soro que corre devagar em direção a sua veia, ela respira tranquilamente como se apenas estivesse dormindo e nada demais tivesse acontecido com ela.
"Ela parece a mesma pessoa" diz a Aprill ao meu lado. E realmente elas não tem nada que diferencie uma da outra são exatamente a mesma pessoa visto de perto ou mesmo de longe.
"Pensei nisso de início" falo me sentando na ponta da cama onde a minha mãe está e pego sua mão "mais acredite quando digo que ela não é"
"Qual foi a prova que ela te deu?" Nanda pergunta.
"Ela me chamou de príncipe de olhos azuis"
"Ela falava isso para gente quando íamos dormi" diz a Nanda colocando a mão na boca surpresa.
"Senti saudade da voz de vocês" ouvimos uma voz baixa e quase inaudível e vemos nossa mãe nos olhando seus olhos ainda estão se habituando a claridade, ela observa cada um de nos e para seu olhar na Aprill, é óbvio que ela não à conhece.
"Mãe como está se sentindo?" Nanda pergunta a ela que tenta se levantar. Talvez, tentando se inclinar mais acho que a dor na barriga não a deixou.
"Não faça esforço isso pode quebrar os pontos" diz a Aprill.
"Quem é você?" Ela pergunta para Aprill que tenta se afastar, mais aproximo ela mais de mim.
"Minha namorada, ela está grávida do seu primeiro neto" falo colocando a mão na sua barriga Allice começa a se mexer.
"Ela é linda, até que fim você tomou jeito garoto" ela fala devagar, com um sorriso no canto da boca.
"Ela é perfeita mamãe, até toca piano embora nunca tenha visto para saber se é melhor que eu" diz a Nanda passando a mão pela bochecha da minha mãe.
"Me perdoe pelo que você passou pequena, não pude fazer nada apenas agora consegui sair de lá por um descuido deles"
"Quero saber de tudo mamãe" falo para ela "Exatamente de tudo"
"Contarei tudo, mais antes preciso que vocês fiquem seguros a Kesia já sabe que estou aqui em Guarda"
"Quem te esfaqueou?" Pergunto já sabendo quem foi, porém, quero ouvir ela falando.
"Sua tia Kesia"
"Eu vou matar aquela vadia" diz Nanda se levantando da cama, só que seguro o braço dela a fazendo se sentar na cama novamente.
"Você nem sabe onde ela está, então sente essa bunda ai"
"Se Paul souber de tudo isso ele vem embora do Brasil agora mesmo" diz Aprill ao meu lado.
"Quem é Paul?" Minha mãe pergunta.
"Meu namorado" diz a Nanda toda sorridente "Ele é mais velho que eu estou logo avisando"
"Não falei nada" diz a minha mãe nos observando atenta "E seu pai, onde ele está?"
"Avisei a ele, mais o vôo deve chegar pela tarde" diz Nanda.
"Preciso conversar com ele" ela fala passando a mão na cabeça, vejo vários cortes em seu braço e pulso como também em sua perna, verificando ela agora... seu corpo mostra nitidamente os maus tratos que ela sofreu.
"Aconteceu coisas piores que isso" ela diz me olhando percebendo que estou observando. "Como vocês descobriram da Kesia?" Ela pergunta.
"O tio liam nos contou depois que o Thiago recebeu uma certidão de nascimento em que consta que a senhora é gêmea" diz a Nanda.
"Eu que mandei o moleque entregar" ela fala tossindo.
"É melhor você descansar, logo iremos pra casa e você vai poder nos contar tudo para a gente"
"Vou ficar aqui com você mamãe" diz Nanda se tirar a mão sobre a da nossa mãe.
"Vou mandar dois polícias ficarem na porta caso alguém queira entrar não deixar" falo pegando meu celular, percebo que minha mãe tem seus olhos vidrados a um ponto atrás de mim quando olho pra trás levo o maior susto.
"Justin" ela fala baixo e ele se aproxima.
"Peguei o jato particular da empresa, o que aconteceu?"
"Ela foi esfaqueada"
"E por que não a prendem?"
Meu pai sabe que ela é irmã gêmea, só que não sabe que ela foi trocada e que sua irmã não morreu anos atrás.
"Aquela mulher que estava sendo sua esposa de 4 anos pra cá era a minha tia kesia" falo passando o braço pela cintura da Aprill.
"Como vocês sabem desta história, se ela morreu e..." ele tenta falar só que acho que percebeu e analisou bem as minhas palavras quando olha para a minha mãe.
"Katy?"
"Oi Justin" ela fala com um tom diferente, do que esta a calando conosco.
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