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32 - AGOSTO 1865

– Yukio? Trouxe chá – bati na porta educadamente, mas ele não respondeu – Yukio, você está aí? Vou abrir a porta...

Ele estava no fundo da sua sala escrevendo atentamente. De vez em quando ele parava e pensava por alguns momentos, depois voltava a escrever. Me aproximei dele e deixei o chá próximo e o avisei novamente, ele nem se preocupou em se virar ao responder um obrigado com a voz distante e fraca.

Seu rosto estava pálido e havia enormes sombras escuras sob seus olhos. Estar acordado durante o dia devia ser tortuoso e difícil para ele, mas ele continuou a trabalhar em um ritmo tão febril que parecia que estava possuído.

– Yukio – sussurrei colocando uma quantidade razoável de capsulas ao lado do chá – antes de eu ir... bom, você sabe o que é. Espero que te ajude. Não se esforce demais.

Ele olhou de canto de olho, parecendo de repente furioso, depois suspirou e sussurrou para si mesmo.

– Não é o momento de fingir que estou bem. Se for necessário me tornar um monstro para vencer, que seja.

– Você anda trabalhando sem parar. Às vezes me pergunto quando você dorme, se é que dorme. Seu corpo irá cobrar caro isso – suspirei e o deixei trabalhando.

Já estávamos ali há quase um mês. Não tivemos mais notícias de Kai e nem fomos atacados, mas eu sabia que Yukio seguia procurando incansavelmente seu paradeiro. Me sentei perto da janela do salão principal, olhando para fora, sem muito o que fazer.

Vi soldados rasos falando entre eles e deixando o semblante cada vez mais sombrio, mas não eram apenas os ânimos dos soldados rasos que estavam se desgastando, todos os capitães pareciam igualmente tensos.

– Cara, eles estão fazendo tanto barulho lá fora – Natsu disse chegando ao salão com Satoru e gritou pela porta – Ei, vocês estão falando demais! Se vocês têm tempo para brincar, que tal irem afiar suas espadas, hein?

– Sim, senhor – escutei um soldado falando – Minhas desculpas.

Satoru observou os dois homens fugirem, suspirou e deixou os ombros caírem.

– Acho que eles provavelmente só querem esquecer todos os seus problemas. Talvez eles só queiram dançar como loucos. Afinal, quem sabe quando podemos ser atacados de novo?

– O futuro está parecendo muito sombrio para nós. Pensar nisso só está me deixando deprimido. Você também quer dançar, Satoru? – notei o sorriso debochado de Natsu se desenhando – Podemos desenhar rostos na sua barriga, ao redor de sua cicatriz! Tenho certeza de que você vai chamar atenção de todas as garotas!

– Desgraçado – Satoru disse dando um pequeno murro em seu amigo enquanto ria – Você realmente está querendo pagar pela sua bebida hoje. Bem quando eu estava pensando em te convidar para uma dose.

– Ei, ei – Natsu disse se arrependendo teatralmente – Se acalme, eu só estava brincando! Você me conhece, sou apenas um garoto. Eu digo todo tipo de merda que não quero dizer!

– Vocês estão saindo? – perguntei sorrindo para eles.

– Sim – Natsu respondeu – eu não me curo bem quando estou preso com um bando de homens. Se Yukio aparecer, você pode simplesmente dizer a ele que estou indo ao funeral dos meus pais ou coisa assim?

– Está bem – eu disse rindo.

– Certo, Ambar – Satoru disse – Acha que pode ficar de olho nesse lugar para nós enquanto estivermos fora?

– Claro. Divirtam-se.

Eles saíram juntos pela porta, rindo e brincando. Nos últimos quinze dias mais ou menos, eles tinham passado muito tempo bebendo ou visitando bordeis. Eles agiam alegremente, mas eu sabia que a derrota os havia machucado tanto quanto a todos.

Eu sabia que todos eles estavam fazendo o melhor que podiam, mas quando pensei nos pequenos momentos de paz que desfrutamos, eles pareceram tão distantes. Às vezes me perguntava se eles realmente haviam existido. Não é como se eu me preocupar fosse fazer bem para alguém de qualquer jeito, o melhor seria eu tentar ajudar.

O senhor Tanizake e Yukio estavam sempre fora com algumas patrulhas buscando qualquer pista ou informação que fosse útil, o que significava que a pessoa mais ocupada da mansão geralmente era Saito, que estava fazendo todo o trabalho que eles estariam fazendo normalmente se não fosse a minha presença.

– Ambar – ele me chamou em um canto da sala – Você sabe onde estão a tinta e a pedra de tinta?

– Um momento – eu falei tranquilamente – me deram um conjunto para que eu continuasse meus desenhos, mas não cheguei a usar. Deixe-me ir buscar para você.

– Muito bem. Quanto mais cedo melhor.

Fui e voltei rápido entregando os materiais, ele acenou com a cabeça brevemente e imediatamente começou trabalhar. Ao lado dele estava uma pilha enorme de papeis que ainda não haviam sido encadernados e arquivados.

– Posso te ajudar com alguma coisa? – perguntei ainda olhando para todos os papeis.

– Não – ele respondeu sem olhar para mim – nada em particular.

– Isso é muito para fazer sozinho – falei sem tirar os olhos dele – Me deixa ajudar.

– Eu tenho tudo sob controle. Você só precisa se preocupar com suas próprias tarefas.

– Eu já terminei tudo o que tinha que fazer – falei um pouco irritada – Sabe, essa era de vocês as vezes me cansa.

Ele se virou e olhou para mim com seus olhos planos e inalcançáveis. Depois de um ou dois segundos de reflexão, ele falou.

– Tudo bem, se você quer tanto ajudar, você pode amarrar isso então? Você pode encontrar barbante e um furador ali.

Sorri triunfante e comecei a trabalhar. O som de Saito raspando a pedra de tinta flutuou suavemente pela sala silenciosa, acompanhado pelo farfalhar silencioso do papel. A transformação de Saito e Yukio haviam sido rápidas, mas isso não significava que estar acordados durante o dia não fosse doloroso para eles; no entanto, nenhum dos dois reclamava, e ambos continuavam seus trabalhos como qualquer outra pessoa.. Yukio as vezes demonstrava um certo desconforto, mas Saito, entretanto, não havia dado nem mostras disso. Ele parecia tão normal que as vezes torcia para que sua transformação tivesse sido apenas um pesadelo, mas não era. Ele se tornou um monstro naquela noite e eu tinha presenciado tudo.

Passamos algumas horas trabalhando em silêncio e enquanto me distraía acabei furando o dedo.

– O que há de errado? – Saito perguntou ao ouvir meu pequeno gemido.

– Nada. Apenas me furei com o furador, mas não é nada demais – falei dando de ombros e voltando ao trabalho, mas parei imediatamente ao notar que Saito não se moveu.

– Seu... dedo... – ele falou como se sentisse dor.

Olhei para ele e sua expressão havia mudado. Seus olhos estavam fixos nas gotas de sangue na ponta do meu dedo. A cor sumiu de seu rosto e seus olhos estavam estranhos. Chamei o nome dele, ele estremeceu e balançou a cabeça, então se virou. Para um espectador qualquer, pode parecer que ele voltou ao trabalho como se nada tivesse acontecido, mas sua testa estava molhada de suor. Sua reação não foi a de uma pessoa normal e saudável e eu sabia o motivo.

– Saito, você quer meu sangue? – perguntei suspirando. Seus ombros se contraíram – Eu sabia. O sangue de Erebus está chamando por mais. Deve ser ainda mais forte para você que trabalha dia e noite. Por que você se esforça tanto? Se você apenas dormisse durante o dia e acordasse durante a noite como Isao e Tatsuo, então não seria tão ruim.

Ele ficou mais tenso, mas ele tinha que encarar a realidade como qualquer outro ali. Ele se virou e olhou para mim, apertou os olhos e os manteve fixos em mim.

– Se eu dormir o dia todo, quem ficará aqui para protegê-la?

– O quê...? – indaguei, um tanto perplexa com a resposta dele.

– E se aquele nefilim voltasse e a levasse? "Eu estava dormindo" não seria uma explicação para o meu fracasso. Todo mundo está fora, o comandante está muito ocupado, portanto, fico acordado para poder vigiar. Isso é um problema?

– Não, não é um problema, é só que... – eu falei gaguejando todas as palavras – Você quer dizer que está se esforçando a ficar acordado todos os dias, apenas para me proteger?

Ele me lançou o mesmo olhar inexpressivo que eu vira antes, sempre que eu perguntava o que para ele parecia ser uma pergunta óbvia.

– O comandante me deu uma ordem, estou apenas fazendo o meu trabalho. Além do mais, você continua sendo minha subordinada. Nada mudou.

– Isso não justifica... – comecei a gaguejar de novo, mas ele me cortou.

– Eu sou um soldado, sigo ordens. Você não precisa se preocupar com isso. Na verdade, você deveria fazer o mesmo e acatar o que lhe foi ordenado.

Seu tom deixou claro que era o fim da conversa, ele se calou e voltou ao seu trabalho. Eu não tinha certeza do que dizer, então simplesmente me sentei lá por alguns momentos, olhando para suas costas, antes de voltar ao meu trabalho.

Mais tarde, naquela noite, esperei até Tatsuo acordar e fui procurá-lo.

– Bom dia – ele disse bocejando – Bem, acho que tecnicamente não é realmente de manhã.

– Tatsuo, como você dormiu? – perguntei tentando sorrir.

– Dormi bem – ele me devolveu o sorriso.

– Onde estão os outros? – perguntei tentando puxar assunto.

– Natsu e Satoru não voltaram ainda. Você deveria parar de ser tão boazinha assim com eles. Você não é nossa servente. De qualquer jeito acho legal que eles estejam agindo como sempre agiram, como se nada tivesse mudado – ele riu, mas algo em sua risada foi realmente triste.

– E Isao? Você sabe onde ele está? Ele foi a algum lugar?

– Sim, ouvi dizer que ele está patrulhando.

– Patrulhando, mas... – eu achei estranho e tentei não pensar no pior – Não estamos mais no complexo e não nos foi dada ordens para patrulhar. Por que ele está fazendo isso?

O rosto de Tatsuo ficou um pouco tenso.

– Isao tem agido de forma estranha ultimamente. Ainda hoje, logo que o sol se pôs. Ele me disse que estava saindo de patrulha. Perguntei se ele queria que eu fosse junto, mas ele disse que ficaria bem sozinho.

– Entendo – respondi lembrando de todos os recentes assassinatos misteriosos e para quebrar o clima pesado que ficou resolvi ir logo ao assunto que eu queria ter com ele.

– Eu queria te perguntar uma coisa – falei baixo.

– O que foi?

– Você acha que talvez possamos ir lá fora? Eu não quero que ninguém nos ouça.

Segui em silêncio até a parte da frente e parei em um lugar em que eu achei que não seríamos vistos.

– Sobre o que você queria conversar? – ele perguntou se aproximando.

– Então... – de repente me senti sem jeito, mas tinha que seguir – Desde quando você se transformou, quão difícil é se mover durante o dia?

– Ah – ele sorriu maliciosamente – Você está falando sobre Saito, não é?

Fiquei sem graça, mas acenei com a cabeça.

– Sim – minha voz ficou mais baixa – Ele está agindo como se nada tivesse acontecido. Ele nunca diria isso, mas parece que está com muita dor.

Eu queria dizer a ele o que tinha acontecido naquela tarde, mas não tinha certeza de como colocar em palavras. Eu e ele éramos mais abertos com o assunto, mas como falar dessas coisas quando eu estava falando de outra pessoa?

– Olha – ele ficou um pouco mais sério – Ele disse que queria beber seu sangue? – eu fiquei quieta, mas a expressão do meu rosto deve ter me delatado – Tudo bem, já entendi. Cara, eu sabia. Achei estranho que ele ainda não estivesse sentindo isso, principalmente com o tempo que ele passa acordado durante o dia.

– Ele não aceitou as capsulas – olhei para baixo tristemente – O que eu devo fazer? Devo... fazer ele beber meu sangue mesmo assim?

Tatsuo pareceu relutante em responder, afinal, responder isso só serviria para lembrá-lo de que ele não era mais verdadeiramente humano. Eu não queria que ele fizesse algo contra a sua vontade, mas Tatsuo era a única pessoa com quem eu conseguia ser mais aberta sobre o assunto e o único que eu conseguiria falar sobre Saito. Tatuso, para ser mais exata, era realmente um dos meus melhores amigos ali.

– Para ser honesto com você – ele começou ainda parecendo um pouco relutante – será mais fácil para ele se ele apenas tomar as capsulas ou beber um pouco do seu sangue.

Isso não respondia à minha pergunta. Afinal, o que eu deveria fazer? Forçá-lo? Ele sentiria dor a menos que bebesse meu sangue, então, se eu conseguisse fazê-lo beber, ele se sentiria melhor. Mas será que era isso que Saito realmente queria? Talvez ele preferisse tentar se lembrar de como era ser humano, quando não precisava beber meu sangue. Tatsuo parecia ter lido meus pensamentos, pois enfiou a mão em uma das mangas e retirou um pequeno pacote familiar.

– Ei, Ambar – ele me entregou um pouco sem graça – Eu ainda tenho muitas das que você me deu da última vez. Talvez fosse melhor você andar com um pouco. Ele realmente suprime essa sede do seu sangue por um tempo, não vou dizer que funciona sempre e nem que ele deixará de sentir dor. Sei que você não suporta nos ver sofrendo, você deixa isso sempre muito visível e Yukio me contou quantas vezes você se cortou para fazer isso.

Olhei para baixo me sentindo desanimada, mas peguei as cápsulas e as coloquei na manga da camisa e ele seguiu.

– Eu já imaginava o que era muito antes do Yukio me falar, e por isso tomo o mínimo possível. Preferia que você não se machucasse. Acho que Yukio se sente da mesma maneira, mesmo assim aceitamos. Não vai ser fácil convencer Saito que para ele não sentir dor, você precisará sentir.

– Mas eu me curo rápido – falei tentando dar essa desculpa pela milésima vez.

– Mas sei que dói, você tem muita coragem apenas por pensar em fazer isso – sua voz saiu em um sussurro – Dê a ele quando o episódio de dor voltar. Basta ter em mente que isso é apenas um paliativo e que não funciona sempre. Conhecendo-o, sei que ele irá recusar. Bom, agora eu tenho algumas coisas para fazer. Te vejo mais tarde – ele se virou e começou a se afastar e então parou, como se de repente tivesse se lembrado de algo – Oh, sim, você pode direcionar o Saito?

– O que você quer dizer?

– Yukio e eu sabemos o que queremos e sabemos o que precisamos fazer para chegar lá, mas Saito não é assim. Tenho a sensação de que ele vai morrer prematuramente antes mesmo de perceber que há algo errado com ele.

– Sim – sussurrei mais para mim mesma que para ele – Você está certo...

Tatsuo acenou com a cabeça confiando que eu havia entendido sua mensagem e então voltou para dentro, me deixando sozinha ali na frente. O que ele disse fazia sentido. Não era fácil de explicar, mas Saito era diferente dos outros guerreiros. Os Koasenshi sempre vieram primeiro, antes mesmo de sua própria vida. Se Yukio tivesse dito para ele pular em uma fogueira, ele o teria feito imediatamente, sem perguntas. Obediência era um traço valioso em um soldado com certeza, mas era doloroso vê-lo colocar sua própria vida de lado em favor de seu dever. Mesmo assim, o pensamento sobre ele que mais era doloroso para mim, era que ele havia feito aquilo para me proteger e eu sentia que era minha responsabilidade aliviar sua dor.

Entrei ainda em silêncio pensando em Saito e também sobre o comportamento de Isao.

– O que você ainda está fazendo acordada? – Yukio me falou em tom cortante.

Olhei-o esperando que ele dissesse algo mais. Enquanto eu o observava notei que seu rosto seguia pálido, ele mal estava se aguentando de pé. Ele tremia ligeiramente enquanto se movia e eu tive a sensação de que se ele deixasse sua concentração por pelo menos um pouco, ele entraria em colapso.

– Há algo que eu possa fazer para ajudar? – eu sabia qual seria a sua resposta, mas não pude deixar de perguntar. Eu realmente estava cansada de ser tratada como princesa ali.

– Não. Fique parada e pare de pensar nisso – ele falou deixando tudo claro.

– Ou seja, enquanto todos os outros trabalham até os ossos, mal dormindo ou comendo, você quer que eu fique sentada sem fazer nada?

Ele me olhou um pouco e de repente vi seu rosto mudar, sua expressão séria sumiu e ele juntou as sobrancelhas tentando pensar no que eu havia acabado de falar.

– Por que você está fazendo isso? – ele suspirou – Ultimamente é difícil falar não para você. Sinto como se minha irmã estivesse em casa novamente.

Eu sorri, Yukio nunca havia falado sobre sua irmã para mim.

– Desculpa – eu disse sorrindo.

– Você claramente não quer pedir desculpas – ele falou colocando uma das mãos na cintura e então sua voz ficou um pouco mais baixa – Você está infeliz, não está?

Não respondi, mas o sorriso sumiu do meu rosto. Eu sabia que não deveria ter feito isso. Eu deveria ser mais alegre ou simplesmente arrastaria todos para o fundo do poço comigo. Eu já não era de grande ajuda, então, o mínimo que eu podia fazer para ajudar era tentar animá-los de alguma maneira. Sorri para ele, tentando mostrar que eu estava bem, mas ele apenas suspirou e foi se sentar ao meu lado.

– Você não precisa se preocupar com a gente – ele falou – Escolhemos esse caminho e sei que ninguém aqui se arrepende disso. Quer tomar um pouco de chá? – ele ofereceu.

– Só se eu fizer – falei com meu sorriso triste no rosto – o seu se parece água quente.

– Está bem – ele sorriu de volta – Seu chá não é tão ruim, eu acho. Vou esperar aqui, então.

– Está bem, já volto – fui em direção a cozinha pouco antes de Tatsuo entrar na sala e pude ouvir ele falando com Yukio.

– Yukio, você tem uma boa fachada – imaginei que Tatsuo ria – Mas você é realmente muito mole com ela. No fim, acho que todos nos apegamos e nos acostumamos com a presença dela.

– Cala a boca – Yukio respondeu parecendo de repente sem graça.

Sorri para mim mesma e pouco tempo depois estávamos nós três tomando chá e falando sobre coisas sem importância.

– Muito bem – Yukio disse se levantando – Eu tenho que voltar ao trabalho.

– Você tem certeza de que vai ficar bem? – Tatsuo perguntou – Você deveria ter dormido durante o dia para poder trabalhar bem a noite.

Yukio não respondeu, em vez disso ele terminou o chá e ficou em silêncio por um momento antes de falar.

– Depois da última batalha, Tanizake disse algo para mim. Ele disse, que mesmo sabendo que o resultado seria esse ou mesmo que tivesse 200 homens a menos, ele teria lutado até não sobrar mais ninguém e então, ele teria se destruído como um guerreiro honrado. Eu disse que não adianta nada quando o homem que está por cima morre, porque quando isso acontece, todos que estão por baixo caem também. Eu disse que ele estava sendo muito idealista e sabe o que ele respondeu? Disse que acima de nós está você, Ambar. Se você cair todos caem. Achei que ele estivesse louco na hora, mas inferno, estamos falando de algo muito maior do que o universo que conhecemos. Nesse dia eu refiz a minha promessa de uma maneira diferente, eu farei você se sentar naquele trono por bem ou por mal. Claro, eu me sinto um merda, mas isso não quer dizer que eu vá descansar – ele deu um sorriso fraco – A senhora Tanizake nunca me deixará descansar em paz se algo acontecer com a garota dela, e por isso, eu acharei Kai Saikhan, nem que seja a última coisa que eu faça em vida. Além do mais, essa maldita família ainda precisa pagar pela morte de Lidy. Mas antes, tenho que colocar tudo em ordem, para que o próximo que ocupe o meu lugar, possa levar o nosso trabalho adiante. Tenho um pedido a te fazer Tatsuo, um pedido na qual já fiz para os outros capitães.

– Pode falar – Tatsuo respondeu com seu jeito meio desleixado.

– Não podemos mais deixar Ambar sozinha, nem mesmo quando ela estiver aqui. Voltamos a fazer o rodízio para mantê-la sob vigilância mesmo pelas noites. Saito já está sabendo assim como os outros capitães, gostaria que você fizesse o turno de hoje à noite. Aqui está ficando perigoso.

– Perigoso? – perguntei um pouco perdida na conversa.

– Você quer dizer Isao...? – Tatsuo parecia haver entendido.

– Ele tem agido de forma estranha ultimamente, como se talvez tivesse perdido o controle.

Eu não disse nada, mas sabia que era verdade. Isao estava agindo de maneira cada vez mais suspeita.

– Poderíamos não fazer nada, mas se algo ruim acontecesse, bom... acho que não temos escolha.

– Ficarei de olho nela – Tatsuo falou se sentindo um tanto incomodado.

Ficamos em silêncio, ele agradeceu superficialmente o chá e voltou para o seu quarto para continuar seu trabalho. A luz de seu quarto estava sempre acesa, aquela noite provavelmente não seria diferente.

– Tenho a sensação de que as coisas vão só piorar por aqui – Tatsuo falou em voz baixa.

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