CAPÍTULO 30 - VOCÊ DEVE FAVORES DEMAIS, GATO
-Ora, olha só! – James me abordou assim que meus pacientes saíram.
-TSK – retruquei e voltei para meu consultório, deixando a porta da clínica aberta.
-Não, não, não, venha cá – ele insistentemente foi atrás de mim e se atirou para dentro do consultório, nos trancando dentro.
-Volte para sua sala e me deixa em paz – eu falei sentando em minha poltrona e tentando o ignorar.
-Não é assim, amigo – ele disse abaixando sua cabeça e deixando na altura da minha – ultimamente nossos horários não estão se encontrando, não é mesmo?
-E estava tudo muito bem até você achar de aparecer aqui e agora – disse sem olhar para sua cara.
Ele sorriu, colocou suas mãos em minhas coxas e colou sua testa na minha.
-Eu queria saber, o que a ordem dos psicólogos teria a dizer de você, que faz sexo com o dono da clínica frequentemente... – ameaçou ele.
-Eu queria saber o que a Ordem dos Psicólogos iria dizer de um psicólogo, dono de clínica, que abusa sexualmente os colegas de classe que alugam horários em sua clínica – eu retruquei grosseiramente.
-Ouch! – ele disse sem sair do lugar, e depois sorriu – Sempre com uma resposta na ponta da língua, terapeuta sexual...
-Terapeuta de Casal – concertei
-HAHAHAHAHA! – ele gargalhou deixando seus cabelos loiros cobrirem seu nariz – Você sempre tem respostas na ponta da língua – me disse sentando nas minhas coxas e encostando seus lábios aos meus – deixe-me ver, sua língua, ando com tanta saudade.
Ele me beijou. Eu retribuí contrariado, mas não o tocava. Ele, por outro lado, segurava meu rosto como se fosse um tesouro. James era um depravado, e eu não tenho energia para pensar em como eu sairei de sua armadilha ardilosamente montada desde que éramos amigos na faculdade, desde que fiz um favor sexual para ele poder me ajudar com o débito que fiz... ele me salvou quando eu estava quase prestes a perder minha bolsa na faculdade, mas foi um monstro por ter me coagido a deixá-lo me lamber e chupar... Eu achei aquilo fácil, eu estava desesperado, mas hoje...
Talvez eu ainda esteja desesperado
-Você sempre beijou bem – ele me disse.
-TSK, já tem o que queria, agora me deixe – eu retruquei – preciso trabalhar.
-Não, você não precisa – ele me enfrentou – não há pacientes para esse horário, e eu sei que você não anda escrevendo seus casos, você apenas encerra o último atendimento e sai... com medo de me encontrar?
-Não seja tolo – eu disse nervoso
-Então eu não serei – ele falou sorrindo.
James levantou, e me puxou pelo braço. Me empurrou na mesa, colocando minhas mãos abertas sobre ela, para minhas nádegas poderem se sobressair.
-Eu não...
-Não me importo – disse ele abrindo meu cinto e minha calça – agora empine, querido, tudo bem? E bastante!
Eu fiz o que ele disse. Ele puxou minha cueca para baixo, deixando de minha cintura para baixo à mostra.
-Esse ângulo ainda não está bem – me comentou – chegue mais para trás.
Assim o fiz, com ódio na minha cara, mas ele não podia me ver, pois eu estava de costas.
-Ah sim! – ele exclamou se abaixando por de trás de mim – olha só para isso aqui... Disse me masturbando como se estivesse tirando leite de uma... vaca.
Ele então abocanhou meu pênis... Ele fazia de forma bruta... Eu era grosso, então conseguia sentir seus dentes, por vezes incomodava, principalmente porque ele tentava engolir minhas bolas também...
Às vezes ele revezava entre meu pênis e meus testículos; mas ele tinha apenas um alvo nesse momento do sexo... James, quando perdeu a paciência, começou a lamber minha entrada, enquanto continuava a me masturbar como um cowboy. Ele enfiava sua língua, eu a sentia entrando e forçando. Ele mordia meu traseiro, e batia forte enquanto falava coisas sujas, como delícia, gostoso, e etc.
Eu estava revoltado, ainda mais com o fato de que eu não consegui me desvencilhar desse cretino... logo eu! Com todo o referencial que poderia ter... Logo eu, terapeuta de casais... Mas que merda!
Mesmo com raiva, eu tentava com muito esforço não demonstrar que estava com tanto prazer com sua língua que fazia movimentos diferentes e molhava aquele lugar.
-Olha só, você já está todo molhadinho – ele disse apertando ainda mais meu pênis, que possivelmente estaria escorrendo um volume maior de líquido pré-seminal.
Isso era o suficiente para me entregar.
Ele me deixou naquela posição, se levantou e deitou-se no sofá, eu escutei os sons...
-Pode vir querido – disse ele irônico – Eu estou aqui.
Ele estava deitado de frente, com as calças recolhidas até os joelhos, com sua entradinha rosada para cima, e depilado. Seu pênis pulsava muito, e eu quase o toquei... Me detive apenas em acabar com aquela cena, para poder ficar em paz. Então enfiei o mais rápido que pude.
-OUCH! – ele protestou – você quer hum... mais selvagem hoje? Hum... Quer descontar a raiva que você tem de mim no sexo, querido? É assim que você enfrenta seus problemas de relacionamento?
-Cala a boca – disse ainda fazendo movimentos de forma mais agressiva.
O pior disso tudo foi que eu comecei a alcançar um orgasmo e ejaculei tremendo... Ele apenas riu, se masturbou e em poucos minutos também ejaculou.
-Levante-se – ele disse.
-Já chega, o jogo acabou James – o pontuei.
-Oh, Kayle, não acabou – me disse – vire-se.
-Pra quê? – eu disse.
-Apenas vire-se – ele insistiu.
Então eu me virei e fui em direção à mesa, me pus na posição inicial novamente.
-Que fofo – ele disse – você acha que eu quero te lamber mais?
James passou sua mão na região perianal... ou seja, entre as bandas... de minha... Eu rangi os dentes, pois ele havia colocado todo seu esperma nojento que havia ejaculado ali, na minha bunda... Isso vai ficar com cheiro de esperma se eu não limpar logo, mas aqui não conseguiria limpar...
-Lembranças para Clarice – ele disse abrindo a porta.
Eu não tive como reagir... eu ouvia sons na recepção... a porta do meu consultório estava aberta, e aquele maldito me deixou gozado e sem calças... de propósito. Eu preciso fazer alguma coisa à respeito disso! Droga!
Fechei a porta rapidamente, e vesti a calça. Eu respirei fundo... E saí daquele lugar com minhas coisas... Eu precisava limpar... Antes de chegar em casa, antes de ver a Clarice. Esse conjuntos de cheiros não pode continuar em mim, se a Clarice perceber?
Chamei um taxi e fui a algum shopping... No caminho eu fiquei imaginando em todo o percurso... Eu formei graças a esse desgraçado. Eu consegui o primeiro emprego graças a ele, e entrei na clínica graças a ele. Ele era como se fosse um senpai, dois semestres e meio adiantado, e abastardo.
Tudo começou com aquele incidente... TSK. Só de pensar que eu passei esses anos o deixando chupar, cedendo as nádegas para ele lamber também, e o penetrando... de início eu ainda estava confortável, pois ele se ajoelhava e me chupava... Isso era o suficiente para não me sentir menos homem, bem, eu não tinha a mente aberta que eu tenho hoje, tanto que ele me odiava por eu ter sido homofóbico com ele várias vezes antes... Mas no primeiro dia em que eu estava fragilizado ele aproveitou bem essa oportunidade.
Eu não entendo... devo ter começado a estudar e atender casais por conta disso? Pois é uma relação, ele me chama de querido de forma irônica porque ele sabe, isso é um relacionamento, e dos mais tóxicos... Não se aproxima da relação desses meus pacientes, Érik e Alex... Mas somos um casal de certo modo... frequentemente transamos, de vez em quando... Eu não consigo sair desse joguinho dele, e ele não me tira disso... Ele nunca passou na minha cara que me ajudou em momento nenhum... Ele não precisa, ele sabe que eu estou ainda fragilizado com isso.
Droga! Não quero me culpabilizar por conta disso, mas uma responsabilidade eu tenho... Nesse momento eu teria que assumir as consequências de acabar com ele e/ou sua carreira... Em troca, a minha estaria em cheque, e o meu noivado também... Não é simples sair de uma encruzilhada como essa, é uma mudança na vida inteira... Agora consigo conceber um pouco a ideia de ser difícil para uma mulher deixar o relacionamento tóxico que ela tem com um canalha e colocar algumas situações complicadas que remetem sua vida social, econômica e familiar... Algumas pessoas não conseguem conceber, dizem que ela está pura e exclusivamente presa a esse homem porque ela não sabe e não tem consciência dessa situação... outras dizem que a culpa e dela... Mas ninguém quer saber em quem vai ter que suportar toda a dor de mudar tudo da vida, tudo constituído ao longo dos anos...
Ninguém vai trabalhar para essa mulher e por dinheiro na conta dela por anos até ela se reestabelecer em alguma outra atividade remunerada; ninguém vai cuidar de seus filhos para ela, e fazer com que esses filhos morram de amor a ela; ninguém vai ajeitar todas as atividades físicas, de saúde e de beleza para essa mulher; ninguém vai se disponibilizar a se teletransportar para perto dessa mulher quando ela estiver chorando de madrugada por quaisquer consequência das rupturas; todos vão obrigar essa mulher a fazer o que ela, talvez, nunca tenha feito antes, e se ela não conseguir, ela é apenas uma pobre coitada vítima do machismo e não tem capacidade por si própria para nada; ninguém vai estudar outra profissão para essa mulher, tirar dez, e colocar na cabeça dela o progresso do estudo... ninguém vai... todos dizem que podem contar com eles... que juntos são mais fortes... MAS NUNCA estarão ali para viver a vida dessa mulher para ela, enquanto ela se reestrutura. É uma mobilização imensa.
Ninguém vai levar a minha vida. TSK! Eu sou homem a final de contas. Acho que é está na hora de procurar um analista...
Odeio psicanálise…
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Oie, mais um capítulo do psicólogo deles :3
Bjs
Tkey-kun
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