CAPÍTULO 20 - A ESCURIDÃO CEDEU PARA BAILAR
-Mas como? – disse estupefato a Gabi por telefone
-Eu não sei direito, mas está tudo bem agora... – ela me responde um pouco angustiada
-Como está tudo bem agora? – disse apertando o telefone contra minha orelha – Você disse que quase quebram sua mandíbula, seu olho esquerdo está inchado, e que suas costelas doem! Eu sei que não foi o mesmo que eu sofri, mas eu posso resolver isso...
-E fazer os agressores deles serem humilhados e depois o quê? – Gabi me disse triste – Não vai adiantar Lexxa... Deixa como está... As pessoas... Se solidarizaram... ele postou fotos no IG e tem gente ajudando a encontrar o pessoal... Você sabe que quem agride... quem é homofóbico, é dona de casa, é supervisora de empresa, é policial militar, é gerente de vendas... São pessoas comuns... pessoas comuns, Lexxa, elas têm filhos, tem pais, tem mães... elas não merecem o que você quer oferecer como punição.
-Gabi me ocorreu uma coisa aqui... – disse a ela com muita curiosidade – Que dia ele saiu do armário? – Perguntei.
-Sábado à noite – ela me respondeu – e domingo de manhã saiu a notícia...
-E ele disse à família... ele foi em casa?
-Sim, ele não me contou direito, porque... não tivemos tempo – disse Gabi entristecendo ainda mais.
-A família dele gerencia a vida dele, não?
-Mas o contrato acabou...
-A família dele é tradicional, não?
-Sim, Lexxa, onde você quer chegar?
-Segunda-feira e Terça-feira, ao menos até o momento do "atentado" na rua, ele estava fechando patrocínio e propagandas... contratos, em geral, não?
-Sim, Lexxa...
-Esses dois homofóbicos... Não foram pagos pela família não? – perguntei.
-Deusa do vale das homossexuais! – exclamou Gabi.
-Aprenda uma coisa, principalmente para quem está dentro da sigla LGBTQIA+, ou seja, a TODXS XS NÃO HETEROSSEXUAIS... – disse enfaticamente – Nós somos os inimigos da família, e é assim que eles nos veem! Somos quem envergonha a família, somos quem destrói as famílias, somos demônios que viemos ao mundo para executar os planos de satanás... Vamos estuprar as crianças deles... Vamos fazê-los virarem gays... Somos desprezíveis, sujos, imundos e não merecemos nem a palavra do deus deles... Somos o inimigo da família, Gabi... A família dele é conservadora e rica... Além de orgulhosa e possessiva...
-Lexxa eu...
-Não, Gabi... nada tira da minha cabeça isso... Não venha com "Lexxa" pra cima de mim... Fique esperta Gabi...
-Não projete sua família na de Gael, eu já disse que...
-EU JÁ DISSE QUE NADA, MERDA! – Gritei no telefone – NÃO ME VENHA COM ESSA... Eu estou te dizendo, escreva... Pode não ter sido a família dele... Mas são os principais candidatos a terem feito isso... perderam o controle do filho querido moldado a ser o boneco da casa... Perderam o contrato, perderam a fama, o filho virou gay e virou notícia... Fique esperta!
-Eu vou desligar, Lexxa... Eu não gosto quando você fica assim... – ela pontuou.
-Então tá, tchau Gabi – disse tirando eu mesmo o telefone da orelha e o desligando.
-Mas e Éri... – Gabi ia perguntando sobre Érik e eu encerrei a chamada antes...
-Quem era? – Érik entra na sala como se tivesse escutado Gabi citar seu nome...
-Gabi, apenas ela – eu disse me aproximando dele.
Ele estava com um de meus vestidos, parecia uma camisa nele... Ele tinha mais corpo que eu... Me aproximei dele, percebi que não usava nada por baixo.
-Onde está seu short? – perguntei.
-Aperta... – ele disse olhando para o lado.
Me aproximei ainda mais de Érik, segurei seu rosto com as duas mãos, o suspendendo na direção do meu. Ele me olhou desconfiado, com suas sobrancelhas grossas, cabelo totalmente desgrenhado, olho sujo e hálito de manhã... Eu podia ver o que eu odiava, mas eu estava com outro sentimento enquanto a isso...
-Eu trarei alguns shorts masculinos para você... ou femininos, porém folgados... o que acha? – perguntei sorrindo.
-Tanto faz – ele disse olhando para os lados.
-Não... haja assim para mim garoto! – disse soltando seu rosto – eu preparei café. Certifique-se de que você irá comer tudo, e lavar a louça.
-Eu não vou trabalhar hoje? – ele perguntou.
-Não, ainda está de atestado... – o respondi – Aproveite para descansar e estudar... Estou com saudade de nossas brincadeiras – disse segurando a grade que prendia seu membro.
-TSK – sua reação...
-Não me venha com "TSK" para cima de mim... – disse a ele com raiva.
-Oh, certo – ele falou sarcasticamente...
-Qual é seu problema, hein? – perguntei firme a Érik.
-Que você quase matou minha mãe... Ah, problema algum – ele disse com lágrimas no rosto.
Eu enfiei minha mão no rosto de Érik, de uma forma tão violenta que ele se desequilibrou e caiu. Aproveitei e pisei em seu abdome.
-Você vai ficar nessa por quanto tempo? – perguntei afundando meu peso enquanto ele gemia de dor – Você nem tem diploma de ensino médio, fedelho... Agradeça a mim, que estou te dando uma oportunidade para isso... Suas provas estão se aproximando, imbecil... Faça sua obrigação – disse chutando-o.
Saí de casa com ódio em todo o meu corpo, ao som de Érik tossindo e chorando.
Devo ter cometido algumas infrações de trânsito, de tanto ódio que estava... Digo, fiz o acelerador virar o estômago do Érik e afundei meu pé...
No trabalho eu não estava conseguindo me concentrar nas tarefas... Já entendi que sairei mais tarde... Preciso dar conta disso tudo... Preciso... Eu vou subir ainda mais nessa merda de companhia... Ninguém entende isso?
-Knoc, knoc! – a voz de Rachel inundou minha sala como água podre de rede de saneamento básico mal construída.
-Vai trabalhar e me deixe em paz – disse sem olhar para ela.
-Ah, não seja assim – ela falou entrando e sentando em minha mesa – Você só piora... seu workaholic.
-Você que é uma vagabunda e não trabalha – respondi – Me diga uma coisa, abriu as pernas para virar gerente?
-ME RESPEITA ALEX!!!! – ela gritou.
-Respeito se você me respeitar, e nesse momento você está me desrespeitando com sua existência transitória em minha sala, enquanto eu tenho muito trabalho a fazer...
-Manda seu secretário...
-Ele está de atestado.
-Até quando? – ela perguntou.
-Até quando o atestado dele falar que ele deve estar de atestado – respondi sem olhar para sua cara, enquanto fazia meu trabalho.
-Tsk! Alex, um passarinho verde me disse que vocês estão tendo um caso.
E com essa frase eu engoli à seco, bati com mais força em uma tecla do computador... Tentei disfarçar mas acho que ela me leu...
-Você seria esse passarinho verde? – disse a ela.
-Olha, não... Tsk... é que... eu quis dizer, que um passarinho verde me contou que ele mora com você, então...
-Então o quê Rachel? – perguntei a ela de forma mais grossa.
-Se vocês moram juntos, então você deve saber o que é que ele tem, não é? – ela respondeu.
-Tome conta de sua própria vida, sugiro a você... – a respondi – e se você está tão preocupada assim, ligue pra ele, ué!
-Tsk... você piora com o passar do tempo... – disse Rachel saindo da minha sala – Eu não sou sua inimiga, Alex, apenas quero que você fique atento, pois algumas coisas acontecerão.
-Levarei seu conselho em consideração, mas por hora me deixa trabalhar em paz...
Quando enfim eu estava só, peguei meu celular para poder ligar pra Érik... Não era só Rachel que estava preocupada, não vou negar... Eu queria saber como estava o fedelho... O atestado que eu consegui o cobriria até a sexta...
Quando desbloqueei a tela do celular, algo me impediu de ligar para ele... Era uma mensagem... dizia "me desculpa por aquilo de manhã". Tsk, mas que merda eu estou fazendo, hein? Levantei impulsivamente, tranquei minha sala e fui correndo para o elevador, era a hora do almoço, afinal.
À saída do prédio, Rachel estava conversando com os rapazes da recepção. Ela foi ao meu encontro.
-Aconteceu algo? – perguntou surpresa.
-Venha comigo – disse puxando seu braço.
-Espera, está me machucando – disse.
-Você não é de manteiga, mulher, cala a boca e venha logo – falei sem parar de caminhar.
-Para onde vamos afinal? – perguntou
-Comprar umas roupas...
Rachel e eu entramos em duas lojas diferentes, do outro lado da rua. Comprei três shorts para Érik, o que custou o tempo que deveria estar almoçando... Foi imprudente de minha parte ceder à impulsividade, mas com esse garoto era uma coisa que estava se repetindo. E dessa vez não houve não houve nenhum outro comentário estranho de Rachel... Ela estava até... feliz...
A agradeci, voltamos para o trabalho, e eu fiquei até as dez da noite lá... Rachel tinha razão... Eu era maníaco por trabalho. Saí de lá como se não quisesse ver aquele lugar pelo resto de minha vida, e fui para casa.
Ao chegar em casa, encontrei as luzes apagadas e Érik deitado no chão da sala com vários módulos, livros e seu caderno espalhados pelo chão. Me aproximei dele o chamando de "fedelho", mas ele não respondeu. Deixei as coisas no sofá, me aproximei mais ainda e pisei em sua cabeça.
-Fedelho...
Não obtive resposta.
-Vamos fedelho, responda...
Não obtive resposta.
-ACORDA! - gritei me jogando sobre ele, o virando de barriga pra cima e o estapeando.
-Hum... o que eu fiz...? – ele perguntou acordando, parecia fraco e cansado.
-Você vai assustar a mãe do satanás, garoto!
-Ah, Alex... – ele disse.
-E que cheiro é esse? Não tomou banho e nem comeu, não é? – disse tapando meu nariz.
-Eu não... tive fome... – disse ele com o estômago roncando.
-TSK!
Levantei ei fui à cozinha... O café da manhã que eu tinha preparado estava todo guardado na geladeira. Retirei de lá e voltei para a sala. Coloquei ele sentado, sentei em seu colo, de uma forma com que eu pudesse dominá-lo caso ele se recusasse a comer, e enfiei uma lasca de sanduíche em sua boca.
-Engula, vamos! – eu disse empurrando com meus dedos, enquanto via seu rosto começar a esboçar expressões de raiva – Cara feia pra mim é fome! – disse a ele comendo o outro sanduíche.
E assim ficamos, até ele terminar de comer dois sanduíches e beber o suco que eu havia preparado. O levantei à força e o joguei dentro do banheiro. Aproveitei para tomar banho junto também.
No banho ele estava menos malcriado... Apenas ficava emburrado, sentado, me olhando com tédio. Eu me segurei para não o estapear... Mas ao invés disse continuei nos ensaboando e nos enxaguando.
Quando encerramos o banho e nos enxugamos, eu me joguei na cama cansado, ainda sem me vestir.
-Eu comprei os shorts que lhe prometi, uns três... – disse a ele.
-Hum...
-Qual sua cor preferida? – perguntei.
-Azul... esverdeado – ele disse.
-Engraçado, comprei um azul, um verde e um azul turquesa... Veja lá na sala – disse sorrindo.
-Obrigado – ele respondeu e sentou na cama.
Silêncio imperou por alguns minutos...
-Eu disse a você... que era para ir à sala para ver os shorts... – o disse deixando minha voz mais séria...
-E eu disse obrigado – ele falou se aproximando de mim.
Érik repousou sua cabeça em meu peito e começou a ofegar...
-O que é que você tem? – eu perguntei desesperado, preocupado, mas algo me fez parar no meio de meu percurso...
Ele estava pingando em minha perna...
-Ah... isso – disse sorrindo
-A culpa... é sua... – ele disse babando.
-Adoro te ver assim... – o respondi – droga... eu não me reconheço mais...
-Abre... por favor... Eu já não...
-Não... – disse me deliciando com Érik implorando que eu tirasse a grade... – Vem cá que eu tive uma ideia – disse a ele, batendo em meu peitoral.
Ele sentou de frente pra mim...
-Vire-se.
Ele virou.
Eu empurrei um pouco suas costas, e ele seguiu até onde sentia a pressão de minha mão.
Parei de pressionar suas costas assim que vi sua entradinha, bem em minha frente... Com aqueles pelos tímidos e finos desenhando o círculo, dele até a parte mais externa de sua região perianal... Eu não tive nojo...
Eu não me reconheço mais...
Lubrifiquei meu dedo médio, da mão direita, com minha saliva, e o penetrei ao som de um gemido e um protesto "assim não". Eu não sei se disse para ele calar a boca, ou se eu calei minha boca, apenas mantive a penetração de meu dedo em Érik.
Ele gemia, apertava sua rodinha, apertava suas nádegas... Ele deitou-se, com sua boca derramando saliva em minhas pernas... e seu pênis derramando líquido pré-seminal sobre o topo de minha barriga. Enquanto eu conseguia sentir as contrações de minha próstata, tive até a impressão de meu pênis crescer um pouco, mas ignorei.
Érik começou a rebolar... O que me deixou mais... inspirado ainda.
Eu lubrifiquei o indicador da mão direita, e penetrei junto com o médio. Ele protestou e gemeu mais alto, enquanto eu sorria com a boca aberta, com vontade de gargalhar...
Eu lubrifiquei outro dedo, da mão esquerda dessa vez, e penetrei junto.
Érik não parava de rebolar e apertar sua rodinha. E eu empurrava cada vez mais, os meus dedos... Retirei o terceiro dedo e comecei a massagear a região entre seu ânus e seus testículos, e comecei a arquear os dois dedos restantes. Então eu senti... sua próstata, talvez... Pois ele só gemia e tremia.
Mantive um bom ritmo por poucos segundos, até sentir Érik ejaculando sobre mim e gemendo mais alto...
-Isso, desse jeitinho que gosto – falei dando um tapa forte em seu traseiro, deixando marca de minha mão.
-Você é... um... demônio... Alex... – ele disse impulsivamente enquanto ofegava.
-Levante, vamos – disse ignorando sua afronta.
Érik começou a levantar, e deitou-se de meu lado. Eu puxei seu cabelo e enfiei sua cara onde ele havia ejaculado, e disse para ele lamber. E ele o fez... Eu estava distraído com o fato, enquanto Érik se aproximava de meu rosto e me beijou com a boca cheia de esperma. Eu deveria ter chutado sua cara de ódio e nojo, mas eu retribuí o beijo... E continuei beijando.
Eu estava sob o corpo de Érik, estávamos nos beijando... E eu penetrava meus dedos dentro dele, enquanto roçava meu pênis em sua púbis... Isso era simplemente...
-Espera – disse a ele me levantando.
Fui à gaveta pegar a chave... libertei seu membro, que já estava enrijecido e pronto para outra. Érik não esperou convite, pulou para cima de mim, chamando meu nome, me virando à força. Eu não cedi, apenas deixando meu corpo na posição de sexo missionário, e ele então me penetrou de vez.
Ignorei a dor, e voltei a penetrar meus dedos nele. Eu pude sentir sua excitação... Érik gemia e babava, bem próximo a meu ouvido... Eu intensificava os movimentos com os dedos, e ele intensificava a penetração... Em pouco tempo, Érik chegou ao orgasmo mais uma vez, e seu corpo ficou mole... Ele caiu sobre mim... Eu o empurrei para o lado... Ele havia chegado duas vezes ao orgasmo e eu nenhuma.
Aproveitei seu estado meio desligado e coloquei meu pênis semiereto em sua boca, fazendo movimentos bruscos até conseguir ejacular dentro... Era estranho, pois havia muito tempo que eu não tinha um orgasmo dessa forma...
Ao retirar de sua boca, procurei um pano mas ele havia engolido meu sêmen...
-Mas o quê? – eu ia começando a protestar, mas Érik abraçou minha perna e dormiu.
Certo, eu vou seguir o fluxo... Mas depois de nos limpar...
Quinta-feira eu acordei com Érik roçando seu pauzinho em mim. Tive que masturbá-lo três vezes, para poder prender novamente.
O dia passou rápido... Eu almocei e jantei com Rachel... Quando eu cheguei em casa, Érik já havia voltado da aula, estava tentando cozinhar para nós... A sexta-feira foi extremamente cansativa e igual... E eu curti muito... Parece que mesmo com todo o cansaço, tudo estava indo bem.
-Amanhã vamos à Mamma? – Érik perguntou em meio a nosso embalo sob lençóis... e não... não era sexo, estávamos muito cansados...
-Sim... Mas depois de você estudar... o dia inteiro – disse.
Ele bufou e me abraçou. Beijei sua cabeça e dormimos abraçados pela... terceira vez?
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