CAPÍTULO 10 - SAUDADES
Decidi postar dois capítulos por semana, a partir da semana que vem... Mas resolvi postar logo esse pra ver se faço Marckiezin ficar felizinho um pouco.
:3 dedico esse cap a ele
-Não está ouvindo esse vibrador despertar não, bicha?! – gritou Gabi entrando em meu quarto.
-Vibrador? – perguntei
-Despertador... – retificou
-Ah, que horas são? – perguntei atordoado.
-Sete e meia da manhã, e eu queria muito dormir em paz, você deixa? – perguntou Gabi sendo irônica.
-Certo – disse a ela
-Ah, e você mudou a chave da porta não é? – ela perguntou
-Não... merda...
-Deixa o mesmo código, depois a gente muda.
-Certo Gabi.
Me aprontei o mais rápido que eu pude e saí para o trabalho... Era terça de manhã... eu havia faltado segunda-feira para consulta médica e fiz os exames que podia. Amanhã ou depois eu me planejo para fazer os próximos... Não credito que vão acusar nada demais, aqueles infratores me espancaram, mas não pareciam terem forças suficiente para me matar. E ainda bem que eram uns incompetentes, pois meu rosto está quase sem hematomas. Os remanescentes tive de passar alguma maquiagem.
-Bom dia, Érik – Rachel disse à entrada da minha sala, sentada na mesa de Henrique.
-Bom dia Everton – o cumprimentei – Bom dia colega insistente que não tem trabalho para fazer e vem perturbar o trabalho dos outros.
-Grosso como sempre – ela pontuou – e então? Viu meu presentinho?
Eu gelei...
-Qual presentinho? – a perguntei.
-A foto, chefe – Edielson se meteu na conversa
-Que foto? – ainda não tinha feito a conexão de memória.
-Ah foto que eu lhe dei, seu idiota – bradou Rachel
-Se a senhoracontinuar com esse palavreado à sala de Senhor Marinho, eu serei obrigado a te convidar a retirar-se do recinto – disse Érik.
Eu me espantei com a sua pro atividade e protetividade.
-Ora, ora, ora... - disse Rachel surpresa – Não é que esse gayzinho descolou um boyzinho escudeiro para defendê-lo?
Eu e Henrique paramos... Nos espantamos e olhamos para a Rachel... De onde essa mulher é?
-Estou me convidando para dentro, já que você é tão tapado que não lembra de mim – Ela disse abrindo a porta de minha sala e entrando.
-Diga o que é que você quer? – perguntei com um semblante totalmente desagradável enquanto eu caminhava até minha mesa.
-Eu só queria que você se lembrasse de mim, mas pelo visto, eu quem terá que lembrar – ela pontuou – Nós éramos amigos na época da adolescência, você e eu quase tivemos um caso, querido, mas ficamos na amizade mesmo, por conta daquele seu probleminha, lembra?
Eu poderia chamá-la de vadia... Mas eu recordei algumas memórias com a Rachel... Nós fomos muito amigos... E eu não lembro o porquê de termos nos separado... Não foi a distância e nem o término do ensino médio... Nossa, há vinte anos, quase...
-O quê?!?! – Everton se espantou
-Vejo que você lembrou – disse Rachel com um sorriso sádico.
-SENHORA Rochelle – eu disse – eu agradeceria muito se a senhora pudesse se retirar de minha sala, pois esses assuntos são temas para se conversar na hora do almoço, não na frente de meu secretário.
-Oh, entendi – disse ela sorrindo – E cuidado com esse rapazinho... Jovens são indecisos, amanhã ele pode trair sua confiança.
Ela falou olhando para os olhos de Everton até a porta de minha sala. E saiu.
-Mas o quê?! – Henrique indagou – Eu... não gostei dessa mulher.
-Volte ao trabalho e me traga os relatórios de ontem – disse a ele.
-Mas... você não vai comentar nada disso tudo que aconteceu aqui? – perguntou ele.
-Henrique eu MANDEI você me trazer os relatórios de ONTEM – falei grosseiramente – Hoje é o seu segundo dia de trabalho, quer levar uma advertência?!?!?!?
Ele entristeceu, abaixou a cabeça, foi em sua mesa e voltou com alguns documentos, protocolos e listas de contratos para eu verificar no sistema.
-Obrigado – eu disse.
A terça passou muito devagar. Eu tive reuniões com meus novos subordinados. Metade da equipe eram de imigrantes ou afrodescendentes. E por algum motivo, era a melhor equipe que montaram, com alguns supervisores do antigo gerente e outros novatos.
Mesmo assim haviam erros de gerência, erros de confecção de documentos, erros nos protocolos, erros demais... Eu não podia pegar leve. Todos receberam reclamações minhas. Só terão incentivos que a empresa libera se alcançassem o nível de qualidade compatível com meu trabalho.
Já a Rachel cancelou o almoço, remarcou para o dia seguinte. Seria bom, pois eu não lembro de tudo o que vivemos, apenas alguns flashes me ocorreram durante o dia. Mas tenho a sensação de que fomos muito amigos mesmo! Eu não contaria meu segredinho para alguém que eu não fosse muito amigo ou de alguém que eu não fosse fazer sexo... Bem que nem em todos casos eu preciso contar... Isso reduz ainda mais para a possibilidade de que fomos melhores amigos.
Hoje o dia de trabalho se revelou intenso como sempre, talvez porque eu leve o trabalho de forma intensa.
-Henrique – liguei para meu secretário novo.
-S-senhor...? – ele atendeu.
-Confira o email – o respondi desligando em seguida.
Eu não entendo essa empresa, em todos os setores só existem incompetentes.
-Emerson – liguei para meu secretário novamente.
-Sim... – ele respondeu mais natural.
-Quero que despache os protocolos atrasados que estão em seu login – disse, desligando em seguida.
Eu faltei um dia de trabalho, mal tenho uma semana no cargo, e já notei inúmeras falhas de cadastro, de supervisão, de contratos, de normativas... Esse site da companhia está um caos e eu não vou ficar até tarde trabalhando nisso, pois não sou pago!
-Everton – liguei para meu secretário mais uma vez.
-Mas...
-Cala a boca, verifique a lista de pendências de contratos, quero que você resolva até o fim do expediente – disse, desligando em seguida.
-Edielson – liguei mais uma vez...
Edvandro entrou na minha sala histérico, gritando e tremendo.
-MAS EU NÃO AGUENTO MAIS! SÃO QUASE 17, EU NÃO AGU... – ele parou de gritar e ficou olhando ao redor – o que é isso tudo? – perguntou.
Eu parei o que estava fazendo e dei uma olhada. Haviam caixas e pastas espalhadas pelo escritório inteiro. Não acredito que fiz isso sem perceber.
-Trabalho – respondi – você vai me dizer que não sabe o que é? TSK, um moleque, de fato! – o respondi – bem, já que são quase 17hs, eu vou começar a terminar meu expediente por hoje.
-Não vai sair as... 19h? – ele perguntou.
-Você sairá nesse horário, não é?
-Não, só fico até as 18hs, ou você não se lembra? – questionou ele.
-Ah, sim... Suas aulinhas. Quanto tempo será? Uma semana? – o perguntei.
-NÃO, UM SEMESTRE – ele respondeu incisivo.
-Ah, faça o bom uso – o respondi voltando a fazer o que estava fazendo – Seu ensino médio e a entrada em uma universidade. Espero que você consiga ambos de vez, para o seu próprio bem, Everton – o ameacei.
-Você vai me...
-Não! – eu sairei e irei buscar alguma academia de luta, preciso voltar a praticar.
-Deixa eu ir junto... – ele pediu.
-Saia da minha sala e vá trabalhar... Você vai fazer seu curso como se não houvesse o amanhã, fedelho – o respondi. – Agora vai, vai, sai.
Ele virou-se e foi para sua mesa.
O fim do meu dia foi estranho. Rachel me alcançou e me obrigou a jantar com ela, trazendo à tona todas as memórias de adolescência. Eu adorava estar com ela, assim como adorei jantar com ela... bem, apenas os primeiros 30min. Eu enfim consegui passar na academia e me matriculei... Logo após de derrubar todo o dojo de karatê, de forma muito desnecessária, bem, mas já que o sensei me desafiou... daqui a uns dois dias eu começo, preciso apenas achar o kimono e os apetrechos que irei utilizar.
Essa noite eu dormirei sem o Erik... Isso me deixava um pouco ansioso, nervoso... Não por conta daquele incidente em si... Mas porque ultimamente tenho tido libido suficiente para fazer sexo todos os dias... E parte disso é graças a Erik... bem, não se pode negar que o fedelho tem apetite e serve pra alguma coisa... Além de que é acessível, e se não fosse eu o faria.
Sigh...
Só de curiosidade rondei minhas mensagens enquanto me dirigia da garagem de minha casa até o meu apartamento, que Gabi provavelmente estaria lá me esperando.
Apenas Rô mandou algumas mensagens ultimamente, dizendo estar com saudades. Respondi algo, apenas para deixá-lo em stand by... Eu queria mesmo era achar o "novinho-agreste". Ele nem meu número tinha, apenas meu nickname em uma rede social que... sim, ele não havia deixado nenhuma mensagem.
Esses jovens de hoje em dia...
-Mas o quê?!? – disse vendo Gabi e seu boy parados atochados no meio da casa com luz acesa e varanda aberta.
Bem ali... Gabi com seu pênis de meio metro e seu boy no meio de uma gemida bem aguda, e vestido com as roupas da Gabi.
-Me diz que vocês não ficaram o dia inteiro aqui, transando à casa toda... – perguntei.
-Erh... – disse Gabi olhando para a cara de seu boy em choque.
Eu caminhei para perto deles... Me agachei, peguei o pescoço dele, que estava quase colado no chão, de quatro, e pergutei.
-Docinho qual é seu nome?
-Ga-ga-gabriel... – ele respondeu.
-Mas que criatividade, Gabi – disse a ela – Você namora um boy com o SEU nome de batismo!!!! TSK! – virei meu rosto para ele novamente – Olha, eu não me importo que você finja que é machão, na verdade você não é menos macho apenas por ficar de quatro para uma mulher trans e vestido de menina enquanto grita agudo... não ligo... sério... Mesmo sabendo que você paga de homofóbico na esquina... só quero que vocês parem de transar nos cantos de minha casa como se fossem dois animais no cio, entende? Não quero achar uma gota de suor, nem de esperma, nem de sangue, nem de saliva, nem de líquido pré seminal, nem de, Deus sabe lá o quê... Certinho?
-S-S-S-Sim... – ele respondeu.
-Ah, e pare de ser agreste com Gabi, se não eu quebro seu braço – o avisei levantando.
-Mas bicha, não faça isso co...
-Cala a boca mulher – falei de forma grossa – eu vou tomar banho, se vocês quiserem terminar, terão quinze minutos para isso. Limpem tudo depois... E amanhã eu vou trazer o meu namorado para cá, e quero paz... Então... Obrigado por guardarem a casa para mim.
-Aaaaah – gemeu Gabriel assim que terminei de falar.
-Não esqueça que eu estou em cima de você! – disse Gabi.
Eu acho que vou aderir... Digo, nos vestir com peças ditas femininas... Eu e Erik.
No banheiro demorei mais do que o tempo que dei a Gabi e Gabi... Estava pensativo no que andou acontecendo. Por exemplo, sim, eu percebi que falei "namorado" me referindo a Erik. O que ele acha que somos, por exemplo, eu não sei direito.
Mandei uma mensagem para "novinho agreste"... eu preciso resolver algumas coisas comigo mesmo. Haviam pequenas mudanças a serem feitas...
A semana foi muito estranha, depois desse dia. Eu não consegui comparecer a aula ainda, Erik estava se estressando muito fácil comigo, e não dormiu um dia sequer... Na verdade estamos brigando sempre... E por telefone, após o expediente. Esse fedelho está me dando muitos problemas... Eu só queria que "novinho agreste" me respondesse... Para esse Emerson saber o que merece com tamanha malcriação.
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