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Oportunidades - JJK

Parceria com amorices

Natal – Noite

Minha casa sempre ficou cheia no Natal. Recebia os primos, os tios, os avós (até dos primos), os vizinhos, os amigos... E eles ficavam até o Natal acabar.

Eu andava encucada com a proposta da chefe no escritório. Na manhã da véspera de Natal ela chamou os estagiários em sua sala e disse que quem conseguisse escrever a melhor coluna sobre Natal, teria sua chance de tê-la publicada na revista. Meus olhos brilharam, meu coração até acelerou. Já pensou, uma mera estagiária de jornalismo, com uma publicação em uma das revistas mais famosas de Seul?

Não vou mentir, tentei escrever em casa. O prazo era curto e eu precisava ter tempo para produzir de forma impecável. Mas, lá estava minha casa cheia, com crianças correndo e fazendo barulho, meus primos adolescentes se escondendo no meu quarto para se beijarem, os mais velhos colocando até músicas bregas. Era um verdadeiro casamento grego. E lá se foram minhas oportunidades de trabalhar.

Eu já tinha limpado a bagunça do cachorro na tarde de natal e finalmente tranquei a porta do meu quarto para conseguir e trabalhar e...

- Nam Kyu! – Mamãe bateu na porta. – Coloque o "Expresso Polar" para seus priminhos assistirem.

Fechei os olhos e respirei fundo. Por que essas pessoas ainda estavam lá?

Abri a porta chateada e os pirralhos me seguiram pelo corredor até a sala. Algumas tias estavam fazendo fofoca sobre meus vizinhos, e elas nem moravam no bairro. Coloquei o filme e desviei das crianças.

Já estava escuro, mas tomei a decisão louca de ir para o escritório. Peguei meu casaco e minha bolsa e saí apenas gritando na porta que não me esperassem.

Quando saí me deparei com uma caixa. Oh! Eu já tinha perdido as esperanças de receber aquilo. Já estava cogitando fazer uma reclamação no site, porque lá indicava que já havia sido entregue. Peguei a caixa e hesitei em voltar para dentro só para guardar. Não, não. Saí abraçando meu presente de Natal.

No trem, a caminho do escritório, eu pesquisei pelo celular algumas referências. Precisava escrever a coluna.

O porteiro do prédio não parecia muito feliz. Ele resmungou alguma coisa sobre "quem viria trabalhar por conta própria no natal"? Enquanto eu estava grata de as grandes empresas na Coreia estarem dispostas aos funcionários 24h. Passei meu cartão e atravessei a catraca que destravou para mim.

Depois de pegar o elevador até o décimo andar, me dirigi ao setor e franzi as sobrancelhas em perceber que as luzes estavam acesas.

Levantei o canto da boca num ato involuntário quando avistei Jeon Jungkook concentrado em seu computador. Infeliz, roubou minha ideia. Ele não me apresentou uma expressão muito amigável quando me viu, passou a língua na bochecha daquele jeito irritante e virou-se novamente para a tela.

Me dirigi para minha mesa e liguei o computador enquanto ajeitava minhas coisas.

Eu deveria imaginar que o meu rival chato estava trabalhando tão assiduamente quanto eu. O problema é que Jungkook quase sempre vencia, e não queria dar chance a mais ninguém.

Enquanto o computador ligava eu abri a caixa que carreguei até lá. Eu tinha comprado uma câmera fotográfica, para caso eu resolvesse ser uma repórter solitária e doida. Me distraí por um tempo considerável até perceber que a tela esperava meu login. Coloquei a câmera de lado.

Jungkook abaixou a cabeça de repente, como se estivesse me observando todo o tempo. Dei de ombros e resolvi começar. O relógio marcava 19h.

Deixei minha testa cair sobre a mesa quando nada, absolutamente nada, estava se formando em minha cabeça para escrever aquela coluna. Eu tinha saído de casa achando que todo o problema era o barulho, mas no silêncio também não estava funcionando.

Poderia dar uma espiada no trabalho de Jungkook, quem sabe apagar tudo quando ele fosse ao banheiro.

Resolvi dar uma volta para ver se os pensamentos se organizavam. Precisava escrever uma coluna sobre um tema amplo que era o Natal. Lavei o rosto no banheiro, comi um doce daquelas máquinas de comida embaladas, e caminhei a passos lentos até voltar para a sala.

Jungkook levantou os braços como se fosse pego no flagra. Ele estava de pé perto da minha mesa, mexendo na minha câmera.

- O que é isso? – Reclamei me apressando em chegar até ele.

- Aaah. – Murmurou com a boca aberta mostrando os dentes redondinhos. – Sua câmera é muito legal. – Fechou a boca e colocou a câmera novamente sobre a mesa. – Foi seu presente?

- Eu comprei. – Cruzei os braços.

- Você pagou com seu salário de estagiária essa Canon EOS Rebel T7i? – Levantou as sobrancelhas.

- Tive que juntar muito até conseguir. – Expliquei enquanto ele ainda me observava com uma expressão de surpresa.

Jungkook sugou os lábios formando uma linha reta enquanto olhava em volta, e eu me mantive com os braços cruzados.

- Você veio escrever a coluna? – Perguntei séria, o xingando mentalmente, porque sabia que ele queria roubar minhas oportunidades, como sempre. Não importava o quanto Jungkook era bonito, eu só pensava nele como o mauricinho competitivo e egoísta.

- É. – Respondeu. – Você também?

Confirmei com a cabeça. Pude sentir um raio entre nós e puxei minha cadeira já sentando.

- Eles deram um prazo nada a ver. – Jungkook disse olhando minha câmera. – Sabe, da véspera de Natal para depois do dia de Natal. Você não acha?

Arqueei minha sobrancelha e girei a cadeira ficando de frente para ele. Nós nunca conversávamos sobre dificuldades, quando Jungkook abria a boca para falar comigo era para falar sempre sobre como melhorar meu trabalho. Debochado, metido, ladrão das minhas oportunidades!

- Não é você que consegue tudo, mesmo em prazos nada a ver? – Falei e Jungkook me encarou sem uma expressão clara, devia estar me xingando por dentro também. – Todo mundo sabe que provavelmente você que vai conseguir. – Murmurei me sentindo mais envergonhada.

- Eu trabalho muito para conseguir as coisas. – Ele respondeu enfiando a mão no bolso.

Respirei fundo já me sentindo ofendida pela sua resposta.

- Não menospreze meu trabalho! – Reclamei e ele bocejou. Que vontade de enforcar Jeon Jungkook. – Olha, não me atrapalhe. – Fiz gestos para ele se afastar.

Jungkook voltou para sua mesa.

Tic-tac. Tic-tac.

O tempo estava passando e eu não conseguia pensar numa ideia genial para a coluna. Que droga! Afundei na cadeira já me sentindo derrotada.

Jungkook saiu um pouco e eu fiquei cogitando correr para seu computador e deletar o arquivo. Em vez disso fiquei brincando com minha câmera. Tirei até algumas selfies.

- Você já terminou? – Jungkook surgiu parecendo impaciente.

- Por quê? – Perguntei ríspida.

- Quero saber se apenas eu não estou conseguindo abranger esse tema. – Ele se jogou na cadeira ao meu lado. – Eu sinceramente não consigo imaginar o que a chefe quer que façamos.

- Vai se dar por vencido? – Minha expressão se iluminou, mas ele apenas me olhou parecendo entediado.

- Sabe, é muito importante para mim. – Suspirou jogando os cabelos para trás, porém mais parecia estar apertando a cabeça. – Você não entenderia.

Coloquei a câmera sobre a mesa enquanto procurava algo para atirar na sua cara.

"Você não entenderia." Engraçado, também era importante para mim, e certamente para os outros estagiários.

- É importante para todo mundo. – Murmurei arrumando minhas canetas. Talvez furasse o olho dele. – Você age como se merecesse mais do que qualquer estudante aqui. E isso... – Me virei para ele o surpreendendo. – É muito irritante, Jungkook.

- Eu não faço isso. – Ele franziu as sobrancelhas e se inclinou na cadeira apoiando os cotovelos nos joelhos. – Vocês que vivem querendo competir comigo.

Soltei uma risada. Jungkook levantou indo em direção a sua mesa, como se tivesse desistido de conversar comigo.

- Você quem começou a competição. – Falei o fazendo parar de andar na metade do caminho. Jungkook virou-se para mim. – Você quem começou.

- Isso não faz sentido, Nam Kyu. – Soltou o ar pela boca.

- Você talvez não perceba. Mas desde que você chegou vive querendo estar na frente de todos, até dos veteranos. – Cruzei os braços. – Não cansa de falar o quanto a sua universidade é melhor do que a dos outros estagiários, faz seu trabalho em casa para parecer que terminou antes de todo mundo, e ainda resolve fazer críticas "construtivas" – Imitei as aspas com os dois dedos. – de forma que intimida os estagiários mais novos perto dos gestores. Você não ajuda ninguém, Jungkook. Você que começou.

Ele ficou me encarando como se o que eu tinha acabado de falar fosse um completo absurdo. Eu tinha consciência que querendo ou não, nós estagiários estávamos numa luta por futuras vagas, mas Jungkook parecia levar isso ao extremo de sério.

- Você sabe que é verdade. – Continuei percebendo que ele não reagiu.

- Eu só não posso de jeito nenhum perder essa vaga. – Murmurou.

- Tá, mas custa ser mais legal? – Encolhi os ombros. – E eu realmente vim para cá hoje, porque quero muito publicar essa coluna, e não me surpreendi nenhum pouco em te ver aqui.

Jungkook abaixou um pouco a cabeça e pensei internamente se havia exagerado.

- Só para deixar claro, eu não queria prejudicar ninguém. – Falou enquanto terminava o trajeto até sua mesa. – De qualquer forma, eu não estou conseguindo fazer algo útil hoje. Talvez vocês consigam vencer.

- Aish. – Reclamei trazendo seus olhos curiosos a mim. – Eu me sinto cansada disso. Quem vai vencer, quem vai perder... Nem conseguimos ficar felizes uns pelos outros.

- Você tem razão. – Murmurou baixinho.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu encarei minha tela, com aquela folha em branco. Já havia acabado meu espírito de Natal, eu só queria escrever sobre a falta de significado do Natal. Pessoas só se importam com presentes, ponto. Quem não ganhou presente teve um Natal triste, ponto.

- Também não estou conseguindo escrever. – Falei e Jungkook me encarou mais tímido. Talvez eu tivesse sido muito dura com ele. – Olha, não se preocupe. Sei que deve ter seus motivos para tudo isso.

- Não. – Se apressou em dizer. – Agora que você falou percebo que estive tão determinado que fiquei cego. Percebo que não tive muitas oportunidades de conhecer todos de verdade.

Jungkook me surpreendeu um pouco. De fato, nunca conversamos de verdade. Eu achei que ele iria dar as costas ao meu discurso, mas lá estava ele com uma expressão condoída como se não percebesse seus atos desesperados por todo o tempo.

- Vamos fracassar em equipe. – O encorajei e me surpreendi novamente quando ele sorriu parecendo cansado.

- Estou com medo que eles não renovem meu contrato para o próximo ano. – Falou parecendo triste. – E eu preciso muito do dinheiro, mesmo que o salário de estagiário seja pouco, faz muita diferença na minha vida. Sem isso talvez eu não possa terminar o curso.

- Aaaah. – Abri a boca e abaixei a cabeça me sentindo mal. – Mas eles vão renovar, Jungkook. Você é o melhor estagiário.

- Obrigado. – Disse, mas não ouvi muito bem e acabei apenas fazendo leitura labial.

Eu fiquei sentindo meu peito apertado. Todos nós tínhamos dificuldades, mas não havia me deparado com pessoas tão desesperadas. Já tinha ouvido falar que Jeon Jungkook tinha uma família que passava por dificuldades, os estagiários sempre falavam mal, porque ele estava sempre com as mesmas roupas, até eu falei. Mas não entendia, e julguei muito mal.

Minha vida não era ruim. Eu podia juntar o dinheiro e comprar uma câmera cara. Por isso ele ficou tão interessado na minha câmera.

- E se... – Falei num impulso chamando sua atenção. – Se eu te ajudasse? Aí você entrega amanhã.

- Hã? – Franziu as sobrancelhas.

- Eu te ajudo a escrever a coluna. – Falei devagar para ele entender. – Você ganha e pronto.

- Nam Kyu, que ideia é essa? – Cruzou os braços. – Se você me ajudar o trabalho não será apenas meu. Teriam dois autores.

Nos encaramos por um segundo e parecíamos completamente perdidos.

- E se escrevermos em dupla? – Jungkook sugeriu. – Nós dois ganhamos.

- E será que pode? – Franzi o cenho duvidosa.

- Não há nenhuma regra contra. É apenas uma coluna sobre Natal de no máximo 500 palavras. – Jungkook explicou parecendo mais empolgado. – O que me diz?

Eu meneei com a cabeça e ele já foi puxando sua cadeira ao meu lado. Tinha minhas dúvidas se aquilo daria certo, mas comecei a digitar.

Parceria: Park Nam Kyu e Jeon Jung Kook

Conversamos sobre Natal e Jungkook me contou que em sua casa nem sempre havia uma mesa farta e quase nunca recebia presentes, mas que todo ano ao menos sua mãe arrumava a pequena árvore de Natal e eles tentavam não sair de casa. Eu por outro lado, sempre tinha comida, presentes e família, mas não dava tanta importância, sentia como se fosse um feriado qualquer.

Eu estava digitando e até me sentindo diferente naquele dia. Nunca tinha escrito com alguém, porque até nos trabalhos em grupo as tarefas eram divididas. Jungkook e eu estávamos elaborando um pequeno e singelo texto sobre Natal, e nem parecia que estávamos competindo ou com vontade de vencer, era mais uma sensação de dever cumprido.

Resolvemos comer alguma coisa quando finalmente terminamos. Comemos doces no saguão do décimo andar, olhando pelas enormes janelas de vidro como Seul estava iluminada.

- Obrigado, Nam Kyu. – Jungkook disse de repente depois de alguns minutos olhando para fora. – Eu vou tentar ser um colega melhor daqui para frente.

- Me desculpe se fui muito dura. – Ele negou com a cabeça.

- Eu precisava ouvir. – Respirou fundo e eu apreciei o semblante de Jungkook. Pela primeira vez o achei bonito de verdade.

Sorri um pouco. Aquela foi uma boa oportunidade de conhecê-lo melhor.

- Feliz Natal, Jungkook. – Me apressei em falar quando olhei para o relógio e já marcava 23h42. Ele riu de mim, e foi inédito! Pela primeira vez vi o sorriso fofo com dentes redondinhos.

- Feliz Natal. – Ele respondeu me encarando.

Eu não tinha a certeza de que teria a coluna publicada, mas foi um dia importante, porque nunca havia me dado a oportunidade de entender melhor as pessoas. E depois que conheci o verdadeiro Jungkook, minha visão sobre ele mudou completamente.

"O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las". (Francis Bacon)

🎄🎄🎄

FELIZ NATAL

Jeon Jung Kook

Park Nam Kyu

Então o Natal é isso, um dia, ou melhor, apenas um momento e que passa, nem dura tempo suficiente para se aproveitar o que foram horas, dias, talvez meses de planejamento. Ceiam, trocam-se os presentes, brindam as taças de champanhe e vinho e acabou. O outro dia é só mais um dia normal como todos os outros 364.

Mas ah, deve haver alguma explicação para o dia tão esperado ser apenas um. E tem, de fato. É o aniversário de alguém, e aniversários são comemorados apenas no dia. No entanto, não é só isso, tampouco apenas presentes e enfeites. O Natal é o dia em que as pessoas param no tempo, é o momento exato em que não deve haver dor, tristeza, preocupação, ambição e desafeto; é o dia em que as pessoas são humanas de verdade. E sim, é só um dia (não contaremos a véspera).

Não há necessidade de tamanha extravagância, de todas as luzes de pisca-pisca incendiando a casa de um lado a outro, nem de todos os diferentes pratos de comida e invenções para encaixar a (bem ou mal)dita uva passa. Também não há importância o preço do presente que será dado no amigo secreto ou que estará debaixo da árvore na manhã do dia 25. Todo esse ritual é feito por convenção, por tradição. Mas continua sendo Natal mesmo que não o tenha, porque o Natal é um único dia, vivido de ano em ano, e ele vem e vai mesmo que não seja comemorado.

O Natal não precisa de preços e rótulos. Esse dia tão especial foi separado para a humildade, para que se perceba a beleza da vida, para que se tenha esperança, para que consiga enxergar o próximo com bons olhos e com esse mesmo olhar, enxergar a si mesmo e se perdoar.

O melhor do Natal são os presentes, sim, com toda a certeza. São aqueles que estão presentes, é a família, são os amigos, os amores... Que aceitam a humildade desse dia e estabelecem uma trégua de todas as rixas cultivadas ao ano. Natal é a alegria de poder estar e com quem estar. Natal é essa pequena oportunidade de abraçar quem não se abraça comumente durante o ano, é experimentar de um novo abraço, é aconchego, e saber abraçar todas as oportunidades de ser feliz. Por isso, feliz é o Natal e feliz Natal

Fim!

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