Amor - PJM
Parceria com amorices
Natal – Manhã
Meu celular tocou várias vezes antes que eu me sentisse disposta para pegá-lo, eu só rejeitei a ligação sem coragem de enfrentar o mundo frio fora do meu edredom. Tinha tido uma tempestade de neve na noite de Natal e eu poderia ter dormido agarrada com meu namorado, mas não. Jimin tinha ido passar o Natal com sua família em Jeju e eu super entendia, família em primeiro lugar, mas eu não pensei que fosse me sentir tão vazia com sua ausência.
O celular continuou vibrando sobre o criado-mudo e eu só atendi, me sentindo incapaz de sair debaixo dos lençóis mesmo que já se passasse das 8h da manhã e mamãe já tivesse batido na porta do meu quarto várias vezes para saber se eu estava respirando ou se tinha morrido de tanto chorar de saudades de Park Jimin.
- Alô. – Murmurei voltando a me aninhar e abraçando um outro travesseiro.
- Ainda está na cama? – Sua voz macia e gostosa de ouvir ressoou amortecendo meus ouvidos.
- Jimin? – Perguntei afastando o celular para encarar seu nome no ecrã da tela. Era ele mesmo.
- Não atende mais as ligações do seu namorado, Ha Won? – Questionou de forma divertida e eu pude imaginá-lo ao meu lado.
- Não é isso. – Respondi me sentando na cama e esfregando os olhos. – Eu só não vi que era você.
- Ahh. – Murmurou. – Achei que estivesse chateada comigo.
Suspirei baixo me sentindo derrotada por ser tão apaixonada por ele. – Não dá para ficar chateada com você, Jimin.
Escutei sua risada do outro lado da linha e meu coração se encheu de calor. Era esse tipo de coisa que o amor costumava causar.
- Eu sei como estraguei seus planos de passarmos o Natal juntos... – Ele tocou no assunto com sua voz doce.
- Tudo bem, sua família é mais importante. – Completei. – Sua mãe gostou das luvas que compramos?
- Ha Won, você também é minha família. – Contou com a voz mais grave. – E é por isso que estou voltando para Seul.
- Como é que é? – Perguntei sentindo dor de cabeça por ter dormido demais.
- Estou voltando para você. O avião deve pousar em vinte minutos.
Saí da cama apressada, deixando parte do meu edredom caído pelo carpete.
- Por que só está me contando isso agora?
Jimin deu uma risadinha graciosa. – Teria contado antes se tivesse me atendido antes.
Mordi a língua enquanto tentava colocar creme dental na escova de dente com uma mão só.
- Eu te encontro no aeroporto, tá? – Encerrei a ligação para poder me arrumar mais rápido.
Passei voando pela sala de estar. Mamãe gritou que eu precisava comer alguma coisa, mas eu continuava cheia por causa da ceia, além do mais, eu não conseguiria comer enquanto esperava Jimin. O amor só me permitia sentir uma coisa de cada vez, no momento que eu estivesse ansiosa por ele não era capaz de sentir algo mais além disso. Papai murmurou algo como "deve ser o Jimin", e ambos sabiam que eu só ficava louca daquela forma quando Park Jimin estava envolvido. Eu sempre fui bem sã, mas desde que aquele garoto entrou em minha vida com aquele sorriso estonteante, jogando o cabelo para trás, minha cabeça virou do avesso. Papai dizia que arrancaram alguns parafusos de mim para caber mais amor pelo Jimin, e realmente.
Corri pela rua a procura de um táxi, mas ainda estava tirando a neve das ruas e a circulação de carros ainda era escassa. Olhei meu relógio e, meu Deus, não daria tempo de chegar no aeroporto antes do avião pousar.
Avistei de longe um táxi parar para uma garota, mas ela não entrou. Era minha chance! Gritei e acenei para que o taxista esperasse, e a moça bondosa o avisou que eu estava indo em sua direção. Agradeci a ela e a seu namorado bonito, ainda bem que ainda existiam pessoas boas por aí. Disse o meu destino para o taxista e pedi que ele acelerasse o máximo que pudesse.
Jimin caminhou até mim com um sorriso no rosto, como se soubesse que era a causa das minhas taquicardias e todos os segundos. Ele sabia que eu era louquinha por ele. E quem não seria? Jimin era simplesmente adorável.
Ele envolveu seus braços ao meu redor e eu respirei seu cheiro – meu perfume favorito. Estava tudo bem, então.
- Sentiu minha falta? – Sussurrou enquanto eu me agarrava a ele como se o mundo quisesse tirá-lo de mim.
- Mais do que deveria. – Respondi alisando seu cabelo sedoso e cheio que escorregou pelos meus dedos e cobriu sua testa novamente.
Ele sorriu e respirou fundo. – Ah, agora eu tenho meu presente de Natal em minhas mãos.
- Mas eu dei seu presente antes de você viajar. – Comentei.
Jimin negou com a cabeça e se inclinou deixando um beijo morno em minha testa. Só Park Jimin para estar morno enquanto estávamos a 2 ºC.
- Você é o meu melhor presente. – Disse-me. – Agora meu Natal está perfeito.
Apoiei a cabeça em seu peito e deixei nosso ritmo cardíaco se compatibilizar.
- O meu também. – Sussurrei. – Vamos para casa?
Ele acenou e nós saímos do aeroporto enquanto ele me contava que sua mãe tinha adorado as luvas e que seu irmãozinho tinha brigado para vir também, porque queria me ver.
Eu esbarrei com uma garota enquanto Jimin e eu andávamos de mãos dadas na volta para seu apartamento e brincávamos de empurrar o outro com o ombro, e nessa eu acabei tombando com alguém. Ela me encarou desnorteada.
- Desculpe. – Pedi sem graça. – Meu namorado não sabe brincar.
Jimin se curvou se desculpando também e ela pareceu considerar nossa situação.
- Tudo bem. – Respondeu simplista. – Pelo menos alguém está feliz.
Troquei um olhar com meu namorado que deu de ombros. Eu dei o meu melhor sorriso para ela. Não era justo que alguém não estivesse alegre no Natal.
- Feliz Natal! – Falei.
A garota acenou. – Feliz Natal para vocês dois também! – E continuou caminhando.
Eu me senti triste por um momento, mas Jimin me puxou pela mão, levando-me ao seu abraço quente.
- Ela parece tão triste. – Comentei.
Jimin concordou também. – Mas eu tenho certeza que algo de bom acontecerá com ela. O Natal ainda não acabou.
Sorri com sua perseverança e ele me deu aquele sorriso que faziam seus olhinhos sumirem em duas meias-luas.
- O que de bom aconteceu com você nesse Natal? – Provoquei-o me afastando para analisar melhor seu semblante perfeito.
- Vejamos... – Fingiu pensar. – Você. Amo você, Ha Won.
Era a primeira vez que ele dizia aquelas palavras. Pisquei os olhos algumas vezes tentando absorver a gravidade daquela frase, mas minha voz parecia ter sumido.
- E você? – Perguntou inseguro. – Me ama também, gosta só um pouquinho de mim ou sou muito iludido?
Deixei uma risada escapar enquanto ele fazia beicinho como uma criança dengosa.
- Eu amo você, Park Jimin, irremediavelmente. – Contei extasiada, como se meu coração tivesse corrido uma maratona só para dizer aquilo.
Jimin sorriu tímido, inclinou seu rosto em minha direção, deixou um beijinho na ponta gelada do meu nariz, e então, uniu nossos lábios. Floquinhos de neve começaram a pousar em nossos rostos e nós dois quebramos o beijo e olhamos para o céu, tinha voltado a nevar.
- Feliz Natal, Jimin. – Sussurrei abraçando seu corpo.
- Feliz Natal, babe! – Respondeu segurando minha mão. – Vamos voltar para o nosso cantinho.
"O amor é a força mais sutil do mundo." (Mahatma Gandhi)
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