
A Line in the Sand
Rob Bourdon, 20 de Janeiro
Nem sempre reparam em mim, mas sei que nunca me perdem de vista e sentem a minha ausência quando não apareço. Sou necessário e imprescindível, mas entre mim e eles é como se existisse uma fronteira. Uma linha desenhada na areia que não se vê.
Estou sempre calado, apontam-me esse defeito.
Gosto de pensar. Gosto de observar.
Somos um grupo e somos todos tão diferentes.
Adoro saborear a nossa amizade nas pequenas idiossincrasias. O ruído e o silêncio, o fogo e o gelo, a pressa e o vagar.
Estou atrás da minha bateria, protegido por essa barreira que me rodeia de paredes confortáveis e reconhecíveis. Isolado e quieto.
O Joe estala os dedos e pede-me que lhe mostre o que tenho hoje. Começo, então, batendo freneticamente as baquetas sobre os tambores, os bombos e os pratos.
A linha na areia. Isolo-me no ritmo barulhento que produzo e sei que é o meu mundo.
Os meus amigos habitam esse lugar, comigo.
Eles sabem que gosto deles assim? Desta maneira especial, entre a indiferença e a dependência?
Acho que sim. Todos nós navegamos nos sentimentos antagónicos que nos caracterizam e repuxam – somos essa entidade única, estranha, ambígua, complexa composta por seis cabeças.
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