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7 - Eu nunca dormi fora de casa (Parte 1)

Estávamos com a barraca pronta quando Felicity comentou:

— Sinto cheiro de chuva.

Virei-me para encará-la com um sorriso.

— Então eu não sou o único a dizer isso.

— Eu tenho uma relação de amor e ódio com a chuva. — Foi o que ela disse, olhando para as árvores ao redor. — É um pouco estranho...

— Estou ouvindo. — Olhei em seus olhos, mas ela desviou. Não parecia querer contato visual, quase como se estivesse envergonhada. Talvez porque estivesse mesmo envergonhada. Agora ela encarava uma das árvores.

— As folhas estão verdes?

— É claro que estão verdes! De que cor...? — Parei de falar ao ver a cara que ela fez. Pisquei algumas vezes, confuso. Eu realmente não me dei conta do erro que cometera, até ser encarado com mágoa. Felicity estava magoada com o tom de voz que eu usara. — Perdoe-me, é difícil lembrar...

— Que eu tenho Tritanopia? — Ela cruzou os braços, visivelmente decepcionada. — É, não é muito fácil lembrar que você vê o mundo diferente. — Suspirou.

— Felicity... — Dei um passo à frente, mas seu corpo me mostrou que não queria aproximação... Pelo menos não naquele momento. — As folhas estão verdes agora, pois estamos no verão, mas no outono... — Vi seus olhos brilharem e me animei. Acho que ninguém se deu ao trabalho de contar quais as cores das coisas, de fato. Acho também que relatar esse tipo de coisa instiga sua imaginação. — No outono elas ficam amarelas, marrons... E caem.

— Existem flores marrons?

— Sim, algumas variações de marrom.

— Então essas eu vejo direito. — Deu uma risada sem graça. Estava tentando rir de sua situação. Coitada. Nem imagino como deve ser. — E flores pretas?

— Eu não sei se foram geneticamente modificadas ou se nasceram assim, mas...

— E o bordo é mesmo vermelho?

— Sim. Você o vê?

— Mais ou menos. — Riu fraquinho. — Alguma folha é rosa? Ou preta?

— Eu... Não conheço todas. — Lamentei, pois estava gostado de dar informações a ela. Estava gostando de me mostrar para ela. Mostrar que, de certa forma, eu não era só corpo. Eu sempre quis poder mostrar para alguém que sou inteligente. — Você nunca perguntou essas coisas para os seus pais?

— Meu pai vê igual a mim... Minha mãe... — Ela entortou a boca, olhando para o céu. — Eu tenho vergonha de perguntar essas coisas bestas para ela.

— Por quê? Não são coisas bestas!

— Porque ela é muito inteligente. Eu me sinto uma ervilha perto dela.

— Uma ervilha? — Ri e balancei a cabeça. Felicity era tudo, menos uma ervilha.

— A barraca aguenta a chuva? — Seu tom mudou para que demonstrasse preocupação.

— É impermeável. — Sorri. — Sou especialista em acampar.

— Especialista? — Ela deu um olhar desconfiado.

— Quase. — Pisquei, combinando perfeitamente com o início de uma garoa. — Olha só!

— Eu amo os pingos de chuva! — Felicity olhou para uma gota em sua própria mão. — Mas não sei se devemos ficar na chuva. Não estamos em um filme.

— Não. — Se estivéssemos, estaríamos nos beijando na chuva.

Espera!

O quê?

Eu nunca tinha pensado nisso antes!

Deus!

— Vamos entrar?

— Vamos. — Peguei minha mochila e observei Felicity pegar a dela. Ela conseguia sozinha? Claro que sim. Sorri. Entramos na barraca e fiz sinal para que ela começasse a arrumar as coisas. Abri a mochila e tirei os sacos de dormir, abrindo-os com a ajuda de Felicity. É fácil trabalhar com ela. Quero dizer, ela faz as coisas sem que seja necessário falar, como se lesse meu pensamento. Como se estivéssemos conectados telepaticamente.

A chuva se intensificava do lado de fora, mas nós estávamos ocupados demais colocando objetos aleatórios no chão. Jogos, carregadores portáteis, comida... Eu tive que sentar, pois estava ficando com dor nas costas. Ou melhor, ajoelhar porque não conseguia arrumar as coisas sentado. A barraca tem 1,80 de altura, permitindo que Felicity fique em pé no centro sem problemas. Eu, por outro lado, tenho 1,90 de altura...

Meu raciocínio foi interrompido.

Um trovão fez um barulho estrondoso. Felicity, que estava ao meu lado, gritou e deu um salto. Em minha direção. Vindo parar em meu colo. Ela me abraçou com força e eu fiz o mesmo, automaticamente, com medo de a derrubar. Com medo de ela acabar se machucando. A abracei realmente com força, preocupando-me, pela primeira vez em minha vida, em cuidar de alguém. Como se um simples trovão fosse realmente ameaçador. E era, pelo menos para ela. Ficou claro porque ela amava e odiava a chuva. Felicity tem medo de trovão. E eu estava com medo de machucá-la de alguma forma. Ela se afastou um pouco de mim, mas não saiu do meu colo, muito menos de meu abraço. Apenas ficou face a face comigo. E eu senti algo estranho vendo seus olhos tão próximos. Meu coração palpitou, como se tivesse levado um choque. Engoli em seco. Eu não podia machucá-la.

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