Escrevo todos esses poemas,
Como se escrevesse cartas,
Para alguém vivendo agora,
Para alguém que me leia depois;

Sem dinheiro,
Sem muito reconhecimento,
Sem espaço que eu queria,
Sem a inspiração que precisava;

Deixo todas essas palavras,
Como um lindo tesouro,
Não tenho modéstia alguma,
Umas boas e outras não;

É minha herança a quem quiser,
Escrevo para desescrever,
Versos confusos no coração,
Escrevo, vai que alguém lê;

Eu sei de todas as dificuldades,
Eu sei de todos os prazeres,
Só que ainda assim continuo,
O baú vai-se enchendo mais;

(Data: 16 de Dezembro de 2018)