Pude sentir os demônios que a acompanham,
Os que eu carrego puderem sentir por perto,
Quase despertaram os que estavam domados,
Não tenho água benta, quase fui profanado;

Quem procura vingança não encontra paz,
O seu triunfo vem em sua direção,
Eu os perdôo e encontro certo conforto,
Não vou queimar minha alma junto a deles;

Eu corri para encontrar alguma catedral,
Que pudesse me esconder disso tudo,
Que pudesse, oh se pudesse me expurgar,
Uma redoma que fosse me excomungar,
Nessa catedral a salvo, até tê-la em mim;

Minha mente é uma oficina de demônios,
Minha boca é uma caverna de monstros,
Mas no coração mora a legião dos anjos,
Não tenho medo dos nomes, só dos feitos;

Viver nessa vida é um perigo e um risco,
Somos condenados a sofrer sem merecer,
Nunca sabemos o que pode nos aguardar,
Me escondo na catedral até tê-la em mim;

As vezes, no silêncio da gélida madrugada,
Que assombra minha desolada alma,
Sinto que estou pronto para minha catedral,
Porém, todo material que ergo vai prosperar?

(Data: 27 de Novembro de 2018)