Eu fiz, num impulso, não planejava fazer,
Algo na minha mente diz ''mostre, mostre'',
Não está completo, tem muito a fazer,
''Alguém precisa ver, alguém precisa saber'',
E a ansiedade corrói-me todo a dentro,
Minha cabeça é o meu pior inimigo;

Quando estou bem, ela vem e perturba,
''Fizestes teus planos e se algo falhar?
Sempre vai falhar, prepare-se em dobro'',
E em dobro um nó se forma na garganta,
Um desespero apressado me corre todo,
Como escorre medo pelo coração a inundar;

Nunca fui bom de demonstrar o que sinto,
Por dentro estou por completo apavorado,
E por fora me sinto incapaz de esboçar,
Ora, por quê desse sofrer antecipado?
Não posso apenas sofrer depois do feito?
Tenho que sofrer desde já e dobrado?

Me perguntam por quê tenho estado triste,
É triste viver cada dor bater feito coração,
Somar isso as dores só dos pensamentos,
Não tenho ansiedade só para querer sair
Tenho para ficar, me afundar, me perder,
A faca é dupla, eu sou um, um ansioso;

Eu não conto, tenho tanta vergonha disso,
Só escrevo, na sorte alguém lê e não nota,
E se eu precisar explicar e for só besteira?
Fico ansioso, sofrendo em prestações,
Sofrer por duvida é pior que pela negativa,
Não importa onde, perto ou longe, ela vem;

Tento viver sem muitas expectativas,
Elas quase quebram meu peito ao meio,
Criam-se ilusões dentro da minha visão,
Minha mente cheia e tudo está tão vazio,
Talvez eu esteja assombrado, ouço passos,
Meu medo me petrifica, não há nada além;

Eu tenho medo, eu tenho outros medos,
Não quero quebrar no meio da rua,
Não quero ser magoado mais uma vez,
E se eu esquecer o caminho de casa?
E se faltar bandaid para consertar-me?
O que sobrará para a ansiedade ser curada?

(Data: 25 de Novembro de 2018)