Convida-me para os grandes salões dos museus,
Eu te levarei a bibliotecas e salas de leitura,
Podemos ir à praia ao anoitecer para ver estrelas,
Contemplá-las como astrônomos e filósofos;

Eu te escrevi uma poesia, você me fez uma canção,
Cada mordida é um prato e fazemos nossa culinária,
Me conduz, eu te aperto, me tenha como numa dança,
Observa-me e guarda para sempre como fotografia;

Em nossas posições de maior vigor físico como esculturas,
Jorra tinta, mesmo que sejam apagadas e borradas,
Ainda permanecemos monumentos quase perfeitos,
Feitos de um momento intenso, louvável e imensurável;

Ao redor do meu corpo, imagine bordas a flutuar,
Elas não podem me limitar, sou profundo como Vênus,
Nas frequências dessas nuances, atinjo o seu canal,
Ouça-me, beija-me, assista-me, tecle-me, me imprima;

Vou te bordar nas fibras do meu coração entregue,
Venha, me pôde, meus ramos estendem a te encontrar,
Eu quero te pegar sozinho e te ter só para mim,
Me enrole na sua língua, me puxa para teu íntimo;

Cada gesto de afeto, dor, raiva, tentamos expressar,
Num único instante vulgar que não pode competir,
Com a constelação sentimental que ocorria no peito,
E feito arte performática nos expressávamos pelo corpo;

(Data: 21 de Agosto de 2018)

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Não sei de quem é autoria da foto e só fiz o poema inspirado por ela