05x10 Melan(al)cólico
Eu costumava ter medo de quem bebia,
Medo dos meus pais brigando aos domingos,
Por causa do álcool, do veneno nas veias,
Medo que perdessem a cabeça um dia,
E acabassem perdendo o respeito e si;
Meus pais as vezes brigam por cigarro,
Uma briga injusta eu diria,
Deveriam brigar contra esse vicio,
Porém preferem brigar por moedas,
E sobre quem vai comprar o maço;
Disse a mim mesmo certa vez,
Que nunca beberia ou fumaria, perdi,
Ninguém me obrigou ou ofereceu,
Eu queria saber o que a maldita tinha,
Tirar a prova real se queria para mim;
Dizem que é veneno que mata saudade,
Que afoga tristezas há tanto sentidas,
Um gole e todos libertam seus desejos,
Outros mais e é fácil passar dos limites,
A bebida que arde e queima é feito eu,
controverso;
Doses fantasiadas pelo anonimato,
Que liberta partes escondidas da alma,
Mas eu me tornei melan(al)cólico,
Bebo para me divertir e ficar tranquilo,
Depois fico carente e pensativo;
Acenda o seu, baseado em fatos reais,
Preencha-se um pouco com ar,
Para aliviar pensamentos ou dores,
Eu não quero cometer apologias,
Mas se esse poema tivesse em folha,
Arrancaria do livro e você enrolaria;
Se há um vazio ao fazer tudo isso,
Se você precisa imensamente disso,
Cara, você precisa de tratamento,
Eu só digo como pode se divertir,
Cura pra alma só na nossa essência;
(Data: 14 de Maio de 2018)
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