Costumavam a me dizer que o lar dos monstros,
Era de baixo da cama, em caixões e no escuro,
Os fantasmas, os zumbis e tantos outros mais,
Habitavam lugares onde eu pouco conhecia;

Enquanto ia crescendo eu pude perceber,
Que os monstros vivem sob a minha pele,
Eles se escondem no escuro da minha mente,
Atrás dos meus olhos e nas feridas do coração,
Se alimentam dos medos que criam em mim;

Todas as coisas absurdas que fiz e falei,
Todas as maldades que vi e me aconteceram,
E tantas coisas que dão frio na minha espinha,
São eles, sou eu, somos nós, unha e carne;

É difícil de encarar e mais ainda de saber,
Que não há cura eterna e terei que conviver,
Bem e mal fazem parte e mesmo que exorcize
Boa parte deles; Ainda posso acender as luzes;

Essas que irão me acompanhar por este caminho,
Escuro e tortuoso, que todos precisamos passar,
As luzes do universo vão me guiar e confortar,
Monstros não podem ser maiores que vontades;

(Data: 23 de Março de 2018)