Eu que não sou de levar a sério o ''sagrado'',
Tenho comigo a benção de ter minha família,
Não somos perfeitos mas somos o que somos,
E temos muito amor; [ainda somos engraçados]

Quando amigos me dizem tão tristes,
Sobre brigas e mágoas familiares, fico infeliz,
O coração aperta, discussões bobas quase atoas,
Fagulha que se torna incêndio e queima a todos,
Brigamos porquê nos amamos, mas tanto?

Filhos de pais sem nome, parentes adotados,
Mães lidando com o ninho vazio, filhos sozinhos,
Estamos todos apertados mas não num abraço,
O laço sagrado, não o rompa, não nos faça romper;

Sei que as vezes pareço tão deslocado,
Mas me imagine como um astronauta,
Viajando pelo cosmos através dessa tela,
Ele ainda se importa e sente saudade de casa,
Das canções que restaram: eu amo vocês;

Eu não quero brigar e vou evitando se posso,
Recuo para vocês não me perderem,
Quero estar ligado a vocês por esse laço,
Vamos aprender a demonstrar nosso amor;

[Encore]

Quero um dia retornar à João Pessoa,
Não que eu já tenha visitado antes,
Mas estive lá pela minha mãe, pela minha avó,
E pela minha bisa que voltou para lá,
Numa carruagem angelical, ao lado de Jesus;

Vou estar a beira de uma linda praia,
Terei só meus passos e não mais três,
Não será eu, as lembranças e os sonhos,
Caminharei por mim e os que carrego no coração,
Meus pés, minhas raízes, minha família;

(Data: 14 de Fevereiro de 2018)

Tive a ideia desse poema após ler essa matéria https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/06/policial-que-contou-adolescente-que-seus-pais-estavam-mortos-vai-formatura-do-garoto.html, me fez lembrar o quanto família é importante é como estar distante de nossos queridos pode nos deixar tão abatidos.