Ato I

em mim vão brotando as pétalas,
se tão belas, por quê ter vergonha delas?
as abelhas vem me beijar,
os beija-flor me esperam;

meus pais não muito ensinam,
não me falam sobre semear,
o que vou aprendendo é observado,
indo pelo pior caminho, o que ouço falar;

Ato II

Quantos jovens frustrados com sua sexualidade?
Quando ainda não entendem seus lindos corpos,
Acabando por se tornar adultos ainda curiosos,
Pelo o que não descobriram quando era tempo de descobrir;

Falar de sexo, sexualidade e gênero é tabu,
Logo associam a passar pornografia para crianças,
Nem os criam para serem maduros e entenderem,
Vamos criando monstros nas cabeças alheias;

Vejo dizerem que perder a virgindade é se perder,
Meninas grávidas pois o antibiótico cortou o anticoncepcional,
Garotos achando que empurrar e movimentar é tudo,
E não tão seguros quando seus corpos não "funcionam";

Não obrigue uma mulher a fingir orgasmo,
Só porquê ela ou ele não conhece o corpo,
Não os diga o que fazer com pelos e pentelhos,
Cada casa tem o jardim secreto que lhe convir;

Não é o que tem entre suas pernas que faz o que você é,
O que está em sua mente, personalidade,
Ser digno, honrada, verdadeiro e dedicada,
Isso é o que você é, o corpo é só o mais lindo recipiente;

Pais, construir um muro de mentiras para se protegerem,
É construir um muro para nos apriprisionar,
Nos dê a mão, nos dê amor, com vocês superamos tudo,
O mundo é um mero detalhe com o apoio;

Apesar do meu medo e insegurança,
Meu corpo vai saber o que fazer,
Sou jovem e aprendendo como ele funciona,
Não é pecado falhar, não é comum ser perfeito;

(Data: 10 de Fevereiro de 2018)

A estrofe no print foi retirado do artigo na wikipedia brasil sobre o livro "O Diário de Anne Frank". Alguns críticos comentam sobre o fato do pai de Anne relutar em publicar as descobertas sexuais (de seu corpo e românticamente) de sua filha, no tempo em que a mesma escrevia o diário.