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CAPITULO 12

Quando o segundo dia na montanha chegou, percebi só de olhar nos olhos de Dare, que ele planejava terminar o que começamos ontem na outra cabana. Com isso em mente, fiz o possível para manter distância entre nós dois.

Uma coisa é eu pensar que precisamos ficar separados, outra bem diferente é eu colocar em prática.

Se tivéssemos em casa, seria mais fácil controlar meus desejos e fingir que ele não existia. Ainda mais com minha mãe sob o mesmo tempo. No entanto, estávamos aqui em cima, isolados nessa definição de paraíso.

Isso complica tudo.

Quando Kate e Stacy me arrastaram para a lagoa às duas da tarde, eu fui precisando de um pouco de diversão. As duas são ótimas pessoas e sempre tentavam me incluir em suas conversas, mesmo que eu fosse a novata do grupo.

- Então, Aria, você e Dare? Que depravado. - Stacy disse depois que entramos na água. Seu biquíni preto combinava com a cor do seu cabelo tornando ela mais bonita. - Kate me contou que viu vocês ontem.

Ela não parecia inojada, na verdade, me olhava com expectativa esperando que eu compartilhasse tudo.

- Não aconteceu nada ontem. - falei, e olhei Kate que estava ao nosso lado. - E foi mal por... Você sabe, pegar você e o Ian daquele jeito.

A loira sorriu.

- Está tudo bem. - deu de ombros. - Se vocês tivessem participado eu não acharia ruim. - disse, e Stacy jogou água nela fazendo a mesma rir.

- Sua nojenta. - acusou, fingindo desaprovar a atitude da amiga. - A menina mal chegou e você já está mostrando suas garras.

- Eu não tenho culpa se você é certinha demais.

Kate nadou até ela e tentou afogar Stacy. A morena se impulsionou para longe tentando fugir do ataque.

Enquanto elas se divertiam, olhei para trás vendo Ian encostado em uma árvore assistindo a gente.

Sem camisa e usando só uma bermuda azul escura, ele não sorriu ou acenou quando me pegou olhando.

- Será que a Eli vem nadar com a gente? - perguntei, não vendo nem ela ou o Dare.

- Eu aposto que não. Deve estar seguindo o Dare feito um cachorro pela casa. - disse, Stacy. - Toma cuidado para não acordar com uma facada nas costas, Aria. Eli não bate bem da cabeça.

Eu realmente levei seu conselho a sério.

Deixando elas na água, nadei para fora e peguei uma toalha para enrolar no meu corpo. Ian ficou o tempo todo me olhando me deixando desconfortável de um jeito estranho.

- Você não vai entrar? - perguntei, sentindo meu cabelo grudar no meu rosto.

- Mais tarde. - respondeu, e reparei que segurava um cigarro. - Você veio aqui para dividir um comigo?

Balancei a cabeça de forma negativa e cruzei os braços sentindo frio.

- Não, obrigada.

Ele sorriu.

- Entendi, só o Dare tem esse prazer então. - disse, e sugou a fumaça.

- Você viu ele? - quis saber tentando esconder meu interesse.

- Está pegando mais madeira para a foqueira. - contou.

- E você não foi ajudar ele?

Ian soltou lentamente a fumaça e seus olhos claros pareceram brilhar.

- Eu estou ajudando ele a cuidar de você. Vai saber que tipo de criatura pode sair do mato e te arrastar para algum buraco escuro. - falou. - Longe de todo mundo e completamente e mercê dela.

Seu olhar não desviou dos meus enquanto pronunciava cada palavra.

- Ei, vocês. - ouvi Kate gritar do lago. - Quem vai fazer o almoço? Se ninguém se ofereceu ainda, posso fazer um rápido macarrão. Estou morta de fome.

- Eu faço. Já estou fora da água mesmo. - falei.

Sem uma despedida, me virei e fui em direção a cabana. Depois de entrar, terminei de me secar no quarto e vesti um short por cima do biquíni. Ficando com a parte de cima da peça, andei até a cozinha para preparar o almoço.

Abri a geladeira e vi alguns legumes e pedaços de carnes já cortados. Kate deixou muita coisa pronta facilitando meu trabalho. Coloquei tudo em cima do balcão e comecei a preparar o almoço.

Dez minutos depois eu estava vendo a água do arroz ferver quando Dare entrou na cabana. Em silêncio, ele caminhou até a pia e lavou as mãos que estavam sujas de terra.

Observei seus braços se movendo e como seus longos dedos se esfregavam um no outro tirando a sujeira.

Quando ele virou o rosto na minha direção, eu tratei de fingir que estava prestando total atenção no fogão.

Desliguei o fogo ao mesmo tempo que Dare se aproximou roupado meu fôlego.

- Você conseguiu pegar muita madeira para a foqueira? - me ouvi perguntando.

- O bastante para te manter aquecida.

- Isso é bom. - falei, e fui para o balcão querendo espaço. - A noite aqui costuma ser fria.

Senti Dare se aproximar mais, então sua respiração bateu no meu ombro como se ele tivesse se inclinado na minha direção. Seus dedos tocaram levemente o nó que dei na parte de cima do biquíni deixando minha pele arrepiada.

- Sabe... - ele puxou o nó quase desfazendo e deixando meus seios à mostra. - A minha cama costuma ser bem quente caso você precise.

Saindo de perto dele, segurei a parte da frente do biquíni com medo de cair.

- Isso não pode acontecer. - falei, e quando ele deu um passo para perto, fugi para o outro lado do balcão. - Eu estou falando sério, Dare.

Ele pegou um pedaço de cenoura que eu tinha cortado e depois de colocar na boca, sorriu.

- Você pensa demais, Aria. - disse como uma acusação.

- Eu sou consciente.

Ele não conseguia enxergar como aquela situação era toda errada?

- Por que? Por lembrar dos nossos pais? - perguntou. - Que garota mais boazinha.

Era óbvio o tom de zombaria na sua voz e isso me irritou.

- Eu me importo com o que minha mãe pensa. - expliquei. - Isso que você está fazendo não é certo.

Ele riu sem humor nenhum.

- O que eu estou fazendo? - repetiu, quase ofendido. - Por favor, não faça parecer que você está alheia a o que nós dois estamos fazendo.

- Eu só quero que você entenda que isso. - apontei para ele e depois pra mim. - Não pode acontecer.

Ele me olhou por alguns segundos e depois do que pareceu uma eternidade, suspirei como se tivesse tomado uma decisão.

- Tudo bem, você quer que eu te trate como alguém da minha família? - disse, finalmente. - Então assim será, Aria.

Mesmo que eu tentasse ficar satisfeita com suas palavras, no fundo, estava decepcionada.

Se Dare fosse só o cara que conheci no penhasco e não o filho do James, a história seria outra.

- Obrigada. - falei, tentando manter a voz firme. - É a coisa certa a ser feita.

- Eu tenho certeza que sim. - murmurou, e virou as costas para mexer na geladeira.

Nesse momento, as meninas voltaram e Stacy parou atrás de mim quando viu a situação do meu biquíni. Agradeci sua ajuda e voltei a preparar o almoço.

Assim que a comida ficou pronta, observei as meninas encherem seus pratos parecendo famintas.

- Está uma delícia, Aria. - Kate, exclamou sentada na mesa.

- Obrigada. - falei, satisfeita com meu trabalho.

Ian e Eli resolveram aparecer junto com Larry. Juntos, todos começaram a comer deixando Dare na cozinha comigo.

- Você não vai almoçar? - perguntei, incomodada com seu silêncio.

Dare se aproximou e experimentou um pedaço de carne que deixei no meu prato em cima do balcão. Depois de mastigar lentamente, ele passou ao meu lado e exclamou baixinho perto do meu ouvido.

- Está realmente uma delícia, irmãzinha. - disse, e senti seus dedos tocarem minha cintura. - Muito gostosa mesmo.

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