CAPÍTULO 10
Não sei ao certo o que me acordou primeiro. Se foram os mosquitos perturbando minha pele, se foi o frio da madrugada... ou o ranger da cama acompanhado de gemidos.
Espera, gemidos?
Pisquei os olhos tentando tirar a sonolência e foquei no som ao meu lado. Os gemidos aumentaram e a cama balançou ainda mais.
Não é possível.
Eu estava no quarto das meninas e o pessoal tinha combinado de usar o quarto vazio para atos libidinosos. Por que então tinha um casal fodendo ao meu lado?
Mesmo não querendo, olhei quem tinha me acordado e não fiquei surpresa quando vi a Eli. Ela estava em cima de alguém e quando viu minha expressão de pura descrença, sorriu.
Não querendo mais presenciar um segundo daquilo, sai da cama e fui para fora do quarto.
O sol estava nascendo lá fora e a casa estava estranhamente silênciosa.
Eli me acordou daquele jeito de propósito. Estava com tanta raiva naquele primeiro momento que só agora me perguntei quem estava com ela no quarto.
E se?
Pensando seriamente em voltar para o quarto para saciar minhas dúvidas, suspirei aliviada quando ouvi uma voz grave atrás de mim.
- Por que parece que está prestes a matar alguém?
Apontei para a porta que eu tinha fechado e olhei na direção do Dare.
- Não tive o melhor despertador do mundo.
Ele olhou para o quarto e sorriu como se tivesse se dado conta do que eu estava me referindo.
- Eu fiz café, você quer? - perguntou, e deu as costas indo até a mesa. - Não fiz muita coisa porque todo mundo resolver sumir.
Franzi o cenho.
- Como assim?
- Stacy disse que precisava nadar no lago antes do sol nascer, Kate e Ian saíram logo depois para fazer não sei o que. E a julgar pelo que te acordou, Larry e Eli estão bem ocupados.
Então era o Larry que estava no quarto com a Eli. Segurei uma careta e olhei a mesa de café que Dare fez. Tinha pães, um bolo e você poderia escolher entre café ou suco.
- Acho que comer pode ajudar na ressaca. - exclamei, lembrando vagamente da noite de ontem. - Você me colocou na cama?
- Sim. Você se recorda de mais alguma coisa? - perguntou, quando me aproximei da mesa.
- Não muito. - afirmei.
Olhei a vista pela janela da sala e de repente senti vontade de tomar um pouco de ar puro. Eu não tinha oportunidades como aquela morando na cidade.
- Eu tomo café depois, vou dar uma volta primeiro. - falei, e caminhei até a porta.
Quando sai para o lado de fora, cruzei os braços sentindo um pouco de frio. Mas como Eli estava infectando o quarto com sua toxicidade, me neguei a voltar e pegar uma blusa de frio.
Passei pela foqueira que tínhamos feito ontem e fui até o caminho das árvores. Olhei para trás quando ouvi a porta bater.
- Você não precisa me seguir. Não vou demorar. - falei, vendo Dare caminhar na minha direção.
- Da última vez que você esteve sozinha aqui ficou com medo da sua própria sombra. - falou, agora ao meu lado.
Reparei na sua blusa de manga comprida e em como ela se agarrava em seus braços como uma segunda pele. Subi minha análise para seu pescoço que tinha pontos perfeitos para uma exploração mais profunda.
Dare carregava o cheiro do sabonete que ele com certeza usou no banho mais cedo e eu quase podia sentir o gosto da sua pele na ponta da língua.
- Você me ouviu? - sua voz quebrou meu encanto.
Pisquei e desviei minha atenção dele para as árvores.
- O que?
- Perguntei se a Kate te falou da pequena cabana que tem nessa direção. É menor, mas acho que você vai gostar de conhecer.
- Ela não falou não. Se você quiser me mostrar. - dei de ombros.
- Que animação. - zombou.
Eu estava é disfarçando. Não querendo deixar tão evidente como sua presença me afetava.
Tomando a liderança, Dare foi na frente me fazendo segui-lo. Três minutos depois, estávamos em frente a uma cabana de três cômodos que apesar de estar no meio do mato, estava bem conservada.
- Acho que a Kate passou mais cedo aqui, a porta está aberta. - ele disse, e abriu a porta revelando uma sala pequena com dois sofás e uma mesinha de centro.
Entrei atrás dele e vi alguns quadros espalhados pela parede. Não tinha TV, mas as duas estantes cheias de livros pareciam completar o lugar.
- Não tem energia? - questionei, não vendo nenhum interruptor na parede.
- Não. Aqui só tem velas. - respondeu.
Deixando Dare para trás, resolvi explorar mais o lugar e fui para o outro cômodo que se revelou uma pequena cozinha, mas o que chamou minha atenção mesmo foi o barulho que estava vindo do que parecia o único quarto da casa.
Me aproximei devagar vendo a porta um pouco aberta. Desconfiando que tinha outras pessoas nesse quarto, fui o mais silênciosa possível querendo espiar. Assim que vi o que estava acontecendo, não consegui desviar os olhos.
Diferente da forma desagradável que a Eli me acordou, Kate e Ian tinham algo que merecia uma segunda olhada. Mesmo que eles não tivessem me convidado para observa-los.
Os dois estavam em cima de uma pequena cama completamente pelados. Kate se mexia no colo de Ian enquanto o mesmo estava deitado de costas no colchão. Suas grandes mãos seguravam com força o quadril dela enquanto guiava o ritmo.
Acelerando seus movimentos, Kate jogou sua cabeça para trás consumida pelo prazer que estava conseguindo junto com Ian.
- Isso não é o que uma boa garota deveria estar vendo, Aria. - senti Dare atrás de mim, e quando me assustei com sua voz, ele encostou seu peito nas minhas costas me prendendo no lugar.
Fiquei em silêncio com medo do casal no quarto nos flagrar olhando. Mas Dare não parecia estar preocupado com isso.
- Então você realmente gosta de observar. - sussurou perto do meu ouvido como se achasse aquela informação interessante.
Tentei me mexer para longe, mas sua mão segurou minha cintura me mantendo no lugar.
- Não sabia...
- Está tudo bem. - seus dedos na minha cintura desceram para baixo da minha blusa. - Eles não se importam se alguém estiver olhando.
Enquanto sentia um formigamento onde Dare estava me tocando, Kate colocou suas mãos no peito do Ian buscando apoio. Seus longos cabelos castanhos caírem no rosto dele fazendo o mesmo sorrir enquanto seu próprio quadril ia de encontro ao dela.
Mais rápido.
Mais forte.
- Você gostaria de estar no lugar dela? - sua mão subiu um pouco mais quase tocando meus seios por cima do top. - Se fosse você em cima de mim, trancaria a porta para garantir que mais ninguém te visse engolindo meu pau.
Engoli em seco quando senti esse pau em questão cutucando minhas costas. Sua respiração batia no meu pescoço e senti a ponta do seu nariz se arrastar pela minha pele como se estivesse apreciando meu cheiro.
Nesse momento, Ian olhou na nossa direção. Seu sorriso pareceu ficar maior e algo depravado se passou em seus olhos.
Ele gostava de uma audiência.
- Kate, acho que nossa nova amiguinha quer participar. - ele disse.
Kate olhou para trás e quando viu Dare atrás de mim, sorriu da mesma forma que Ian. No entanto, antes que pudesse falar qualquer coisa, Dare fechou a porta e me empurrou para frente me fazendo encostar a testa na madeira.
Só eu e ele agora.
- O que acha? Eu posso te empurrar agora naquele sofá e tampar sua boca para te manter quieta. - segurando meu cabelo, puxou minha cabeça para trás conseguindo mais acesso ao meu pescoço. - Vai ser nosso segredo.
Sua língua quente tocou minha pele fazendo meu coração bater com força no peito. O pulsar entre minhas pernas pareceu piorar deixando meus pensamentos confusos.
- Tem alguém aqui? - uma voz masculina gritou da sala.
Sentindo medo de alguém nos pegar, segurei a mão do Dare que estava perto dos meus seios e empurrei ela. Mas ele se manteve atrás de mim como uma parede.
- Dare... - chamei, sem coragem para me virar e encarar seu rosto. - Por favor.
Mesmo com relutância, ele me deixou sair da prisão de seus braços. Arrumei o cabelo o melhor que consegui e fui até a sala enquanto ele me seguia logo atrás.
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