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04. Pausa

Glossário:

*imo: tia, titia (irmã da mãe)

*kimbap (ou gimbap): é um prato coreano feito de arroz cozido e outros ingredientes que são enrolados em gim (algas comestíveis).

*Catacumba: Edificação subterrânea utilizada como sepultura ou depósito de ossos de pessoas mortas.

(Lee Hye-su)


Olhei mais uma vez ao redor.

Nada tinha mudado, ainda era o mesmo lugar.

As mesmas paredes verde e brancas, os mesmos cinco conjuntos de bancos e mesas de madeira gasta, as mesmas prateleiras de bebidas. Haviam poucas diferenças. Algumas reformas aqui e ali, mas ainda era em essência o bar da minha infância, o lugar onde cresci, minha casa - meu quase lar.

A foto ainda estava pendurada na entrada, na parede ao lado da porta. Havia no mínimo 15 anos, acho que mais, que ela fora tirada. Era a foto de inauguração. Uma mulher de avental, baixa, cabelos curtos e castanhos, sorrindo enquanto cortava alguns legumes e uma placa em miniatura com o nome "Bar da Han Gyuri". Um retrato panorâmico, que mostrava o balcão e as inúmeras garrafas de bebida ao fundo.

Fiz uma breve comparação entre a imagem do passado e o que eu via no presente; apenas duas coisas estavam verdadeiramente diferentes: o bar não era mais um bar, era um restaurante - a placa, agora, dizia "Restaurante Han" - e a mulher de cabelos curtos não estava mais lá, quem cuidava do local era uma mulher alta, cabelos longos e loiros, em plenos quarenta e poucos anos; minha tia, Han Hyun-joo.

- A água vai ferver num minuto, já já trago um chá quentinho. - Ela gritou da cozinha, eu estava acomodada em uma das mesas perto da única e grande janela do bar - sempre o chamaria assim, nunca consegui chamá-lo de outra coisa.

- Precisa de ajuda, imo*? - Perguntei me levantando ao ver seu rosto aparecer rapidamente no portal que separava a cozinha do resto do bar, ela parecia estar se certificando que eu ainda estava lá, um reflexo recorrente.

- Não se preocupe, eu dou conta sozinha, é só chá, não dá trabalho. Fiz cerca de 20 quilos de Kimchi semana passada na Casa de Mulheres, em comparação, isso aqui é moleza. - Seu sorriso saiu naturalmente, minha tia adorava fazer pequenas referências ao Centro de Mulheres da vila, seu maior orgulho, já que era a presidente da instituição.

Não demorou para ela aparecer com duas xícaras de chá cheias e algumas fatias de bolo na mesa e se sentar à minha frente.

- Desculpa não ter nada melhor para oferecer, eu ia preparar algumas coisas, mas acabei me atrasando na Casa, uma hóspede nova chegou hoje. Você sabe, é sempre uma loucura quando alguém novo chega.

Quando cheguei ao bar, ela não estava, liguei e, então, esperei por uma hora até minha tia aparecer. Não foi realmente um problema, eu tinha a chave reserva da porta principal - mas, mesmo assim, resolvi esperar sentada nos degraus da entrada.

- Não tem problema, para mim é o suficiente, na verdade, não estou com fome. - Meu estômago parecia prestes a jogar para fora uma comida inexistente, não ingeri nada desde a noite anterior, não sentia vontade.

Seu olhar de reprovação me alcançou, ela estreitou os olhos, e as rugas, quase nunca aparentes, deram sinal de existência. Minha tia era jovem, mal parecia ser minha tia, talvez irmã mais velha fosse mais adequado.

- Vou fingir que não ouvi isso - empurrou o prato com as fatias de bolo até mim, como se fosse uma ordem; peguei um pedaço e mastiguei praticamente a força. O bolo desceu como areia pela minha garganta. - Você nunca quer comer quando vem aqui, sei que não sou uma grande cozinheira, mas se esforce um pouquinho para me enganar. - Sua expressão se suavizou ao me ver comer mais um pedaço.

A comida de tia Joo era boa, na verdade, era uma das melhores e eu adorava comer tudo que ela preparava quando me visitava em Seul; porém, quando eu ia à Busan, as coisas adquiriam um sabor insípido - as comidas, as conversas, as risadas. Nada era do mesmo jeito.

- Você é a melhor imo, o problema não é você sou eu. - Ela esperou um tempo para que eu continuasse, mas não o fiz.

Tomei um gole de chá fixando a visão nos arranhões e riscos da mesa, pareciam tão interessantes naquele momento, eu me lembrava de ser responsáveis por alguns deles. Ela percebeu minha evasiva e então começou a falar do seu jeito alegre e irreverente, deixando o ambiente mais tranquilo e mais agradável como ela sempre fazia.

Quando era criança, eu gostava de comparar tia Joo ao sol, um pouco devido aos seus cabelos descoloridos - algo que eu não via com frequência na vila -, e principalmente pela sua personalidade descontraída, feliz.

Eu sempre a admirei. Acho que tenho uma tendência a gostar de pessoas como ela, pessoas risonhas e de coração aberto, certamente foi isso que me fez gostar também de Ye-jin, ela me lembrava minha tia.

- ... todo mundo riu por causa disso! - Ela gargalhou, estava contando sobre as novidades que tinham acontecido nos últimos seis meses na vila. Eu a escutei atentamente, ouvir sua voz era relaxante, me distrai por um tempo.

Ela falou por mais de uma hora, eu emitia apenas pequenas palavras e acenos para mostrar que estava escutando tudo. Seis meses sem nos vermos, significava uma variedade de pequenas situações engraçadas, ou nem tanto, para serem relatadas.

Elas variavam desde a serenata de amor desafinada do senhor Kim para a senhora Lin em plena praça central - com todos vendo, inclusive o novo marido da senhora Lin -, até chegarem as histórias completamente irreais que os velhos pescadores gostavam de gritar durante suas noites ali no bar. Eram coisas simples, mas engraçadas.

Não consegui rir muito das histórias, mas fiquei feliz por minha tia; era bom saber que Busan, que a nossa vila, era um lugar feliz para algumas pessoas.

- Você já comprou o presente de casamento do Seo-jun? - Me perguntou num tom repentino de cautela.

Estávamos agora na cozinha e eu a ajudava a cortar os ingredientes que seriam servidos quando o bar abrisse à noite. Era basicamente isso o que eu fazia quando visitava tia Joo. Ela falava por horas e eu escutava, nós comíamos algo e depois eu a ajudava no que ela estivesse precisando no momento, normalmente era algo relacionado ao bar ou a Casa de Mulheres.

- Ainda não, não tive muito tempo. - Falei enquanto cortava a cenoura em tirinhas.

- Então não compre. - Ela soltou a faca sobre a mesa e deu um suspiro. - Ele e a noiva, terminaram faz um mês, não vai ter casamento. - Soltei minha faca também, um pouco mais bruscamente. De tudo que minha tia havia falado até o momento, essa foi a única notícia que me surpreendeu.

- Ele está bem? - Enxuguei minhas mãos no pano de prato e encarei tia Joo que parecia preocupada. Ela se importava muito com as pessoas, principalmente as que eram mais próximas da nossa mini família.

- Diz que está, mas aparece toda noite para beber. Já tive que carregá-lo tantas vezes até em casa. - Ela se aproximou se encostando na beirada da pia onde eu estava. - A família dele não quis avisar para ninguém, eles ainda tem esperança que voltem atrás na decisão, ainda mais porque já está quase tudo encaminhado para cerimônia. Mas não vai ter nada, nem cerimônia, nem festa, nada. Ele vai se mudar para Seul daqui alguns dias, me disse três noites atrás. Eu era a única que sabia, até agora. Estou te contando por que vocês eram muito amigos, sei que ainda são e ele precisa dessas pessoas por perto; você vai ser a amiga mais próxima que ele vai ter em Seul, cuide dele, por favor.

Por alguns instantes, flashes da minha adolescência apareceram na minha mente.

O sorriso radiante e espontâneo de Seo-jun brilhava enquanto caminhávamos pelos corredores da escola; me lembrei das brincadeiras que fazíamos nos intervalos e de brigarmos por quem ficaria com o último rolinho de kimbap*. Ele parecia ser feito da mesma essência que tia Joo e Ye-rin, era estranho pensar nele em um estado menor que o de felicidade vibrante e sincera.

- Pode deixar, vou cuidar dele, imo. - Lhe assegurei com firmeza, não pelo pedido afetuoso, mas porque era ele, era Min Seo-jun, meu melhor amigo de infância, meu primeiro namorado... e eu o tinha magoado uma vez. - Vou ligar para ele assim que chegar em Seul, vou ajudá-lo no que puder.

- Obrigada, Hye-su. - Ela sorriu e acariciou meus braços. - Até que horas você e Jimin vão ficar? Tenho certeza que Seo-jun vai aparecer aqui mais tarde, seria bom um reencontro do trio de terríveis. - Dei o melhor sorriso para não quebrar as expectativas da tia, havia tempos que ela tentava fazer com que todos nós voltássemos àquela antiga amizade.

- Não sei, ele ainda está enrolado com alguns negócios. É provável que apenas nos encontremos no aeroporto, ele não vai poder passar aqui. - Menti, eu odiava mentir para ela, mas fazia isso com uma frequência assustadora.

A mensagem que eu havia lido a pouco, dizia que ele iria demorar, não dizia o quanto, mas eu sabia que acabaríamos nos encontrando antes de ir para o aeroporto. Não costumávamos ir embora sozinhos, seria considerado um tipo de traição, de abandono.

- Entendo. - Ela pareceu compreender, talvez mais do que eu desejava, porém não havia julgamento em seus olhos. - Acho que já acabamos por aqui - apontou para as fatias de cenoura -, vou guardar tudo e embalar um pouco do kimchi para você e outro para Jimin, você deveria descansar. Às vezes tenho a sensação que você não me visita por que sempre acaba, de alguma maneira, trabalhando.

- Não fale isso, imo, te ajudo porque quero, porque gosto. Eu te devo tanta coisa...

- Você não me deve nada Lee Hye-su e se disser mais uma vez isso, eu nunca mais olho na sua cara.

- Tudo bem, tudo bem.

Mesmo que ela ficasse brava ao me escutar falar aquilo, ainda assim continuava sendo verdade. Eu sabia que minha tia tinha feito muito por mim, desistido de muito também - não podia fechar os olhos para seus sacrifícios.

Ela me tratava como a filha que nunca teve, então, eu a considerei a mãe que eu sempre pedi.

- Vá lá para cima e descanse um pouco. Vou preparar um ensopado para você, se não der tempo de comer aqui, coma quando chegar em Seul. Você está muito pálida, deve estar trabalhando demais, isso não é bom.

- Não é nada demais, não se preocupe, senhora Han - a abracei forte; eu precisava daquilo mais do que imaginava.

- Você sabe que não me deve nada, não é mesmo? - sussurrou ao meu ouvido, ela era uns bons centímetros maior que eu; sua aparência jovial não parecia em nada com a mãe de uma mulher de 26 anos, mesmo que agisse como uma.

Não respondi, não queria mentir novamente. Ela me apertou bem forte em seus braços por tempo o bastante. Senti meu corpo relaxar pela primeira vez desde que cheguei em Busan, não, desde muitos dias atrás.

Fiquei temporariamente tranquila. Nos braços de tia Joo não haviam dor, apenas amor e tranquilidade, calmaria. Não existiam mais problemas, dúvidas ou sentimentos controversos, apenas paz. Ela era uma pausa, um descanso na minha mente inquieta. Agradeci internamente aquele raro momento.

- Vou subir, qualquer coisa, não exite em me chamar ok? - Nos separamos, senti meus olhos arderem, eu queria chorar, não por simples tristeza, mas para aliviar meu coração.

- Vá descansar. - Ela sorriu e limpou minha bochecha, uma lágrima traidora escorreu sem minha permissão.

Sai da cozinha envergonhada e me demorei ao pé da escada, antes de subir para o andar superior. De todos os lugares dali, o andar de cima era o que eu menos tinha vontade de estar. Eu me sentia entrando em uma catacumba*, como se lá estivessem guardados, literalmente, os ossos da minha mãe.

Porém, lá não existiam ossos, apenas nossa casa, meu quarto e quarto dela, uma sala e uma cozinha, apenas isso, mas...

Inspirei fundo, enquanto subia os degraus.

...mesmo morta, sua essência ainda impregnava cada cômodo do andar superior, eu sentia isso, pulsando dentro de mim. Era como entrar no inferno.


***

Olá!!!

Me descumpem a demora para atualizar, estava um pouco ocupada, mas voltei!!

O capítulo é curto e estava guardado a semanas, mas não tinha certeza se deveria postá-lo assim kkk, espero que ele esteja bom o suficiente por momento.

Neste capítulo temos a apresentação de dois novos  personagens: Tia Joo (Han Hyun-joo) e Min Seo-jun (ex-namorado e amigo). Só posso dizer que eu amo a tia Joo, ela é minha personagem favorita e no decorrer da história vocês vão saber o porquê, quanto ao Seo-jun, bem ele é um personagem que eu não posso falar muito, mas ele vai introduzir uma parte importante na fic.

Mini-spoiler (não tão spoiler assim kkk): A frase final do capítulo é, basicamente o título do próximo ( Inferno II)

Se vocês estão gostam de Feito Fumaça e Nuvens, deixem comentários e votem, isso é realmente importante para mim e mostra que vocês estão lendo, me estimula a atualizar com mais frequencia também.

Enfin, muito obrigada por lerem, até a próxima e mil beijos de cereja para vocês.

I Purple You!

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