Capítulo 06.
Ana colocou um pagodão para tocar, e Elisa se aproximou dela. As duas começaram a dançar, so para ver a expressão de Samy incrédula. Elas riram, e Ana Carla trocou pela lista que tinha preparado. Baixou mais ainda o volume para deixar soando leve no ambiente, Jorge Vercilo, o primeiro dentre outros artistas.
Laura e Carlos voltaram do mercadinho, com o restante das coisas que não tinham trazido para o almoço e a Ceia. Novamente estavam lá para a véspera e o aniversário de Samy.
Elisa já tinha colocado as vasilhas que trouxeram com alguns conteúdos temperados, na geladeira, e ajudou Laura a preparar a comida. Enquanto Carlos colocava algumas latinhas de cerveja no congelador, para beberem antes do almoço ou durante.
Depois, ele se aproximou de Ana e Samy, que cortavam os ingredientes da salada, e perguntou se teriam alguma visita que ele precisaria se preparar antes. Elas fizeram uma expressão confusa. Ele pensou – "Se houvesse, teriam entendido a pergunta. Eu teria de me manter calmo, e sem perguntas que assuste. Quando chegar a hora, eu vou conseguir. " - Respirou aliviado depois falou enquanto se afastou e foi para o sofá — Sem namoradinhos... Hoje ainda não. – Tinha se oferecido para ajudar, mas elas disseram que estava tudo sob controle.
Samy falou para ele — Tio, era para ter trazido seu toca-discos, e algumas maravilhas, pra gente ouvir.
— Eu separei tudo, mas esqueci. – Ele fez uma expressão um pouco triste. Laura comentou que achou que ele tivesse colocado no carro, na noite anterior. Depois, Ana o lembrou de dar uma olhada na porta do guarda-roupa. Ele fez e deu a elas, após a mudança.
*
Samy se deitou na cama ao lado de sua avó, e começou uma conversa sussurrada, com a senhora perguntando se ela estava feliz. Teve a resposta — To sim vó. Vocês melhoram minha vida e nem imaginam o quanto. Amo vocês, te amo voinha...
— Você que melhorou a minha vida, estrelinha. – Elisa deu um beijinho na testa dela, e como estava deitada de barriga para cima, se virou de lado para vê-la melhor, já que a neta tinha feito o mesmo — Me conta, e o trabalho? Aquela menina voltou lá? Se chama Raiane também né? Que coincidência. Você me disse que ela parecia legal.
— Verdade, vó. Também pensei nisso. – Ela sorriu, depois prosseguiu — Voltou mais três vezes lá. Na última, ela tava pensativa... me falou que precisava tomar uma decisão, mas que afetaria o que ela tem com o cara que ela namora ou é ficante, ainda não entendi. Ela disse que quando voltar de viagem, vai lá comprar alguns livros e conversar comigo. Diz que pareço ser uma pessoa tão legal de se ter amizade.
Samy faria dois meses no dia 02 de janeiro. Mas, recebeu as chaves da loja e passou a ficar sozinha desde a segunda semana. Mesmo nesse pouco tempo, a maioria das pessoas que entraram lá, voltavam para dizer um "oi". Entre elas, Raiane, estudante de medicina, que o período seguinte já seria o de internato.
Elisa respondeu — É que você passa tranquilidade minha estrelinha.
— Me sinto com seis anos quando me chama assim, vó.
— Eu sei que já tá adulta, mas vai ser minha estrelinha.
— Eu gosto. Sempre gostei. – Ela deu um risinho. — Obrigada.
A avó fez carinho na mão dela — Minha menina você será tão feliz, mais do que ta sendo. Eu vejo você construindo seu futuro, estudando, sendo uma profissional com diploma. Se casando, sendo amada por um homem bom.
— Será voinha... que vou viver romance? – Samy perguntou baixinho... — Se eu disser que não quero viver um romance, "taria" mentindo. Mas, sabemos que pode não ser possível... não tenho admiradores. E se tenho, não vão admitir. – "Nem vou te contar do colega de turma de Ana. Me arrumei toda, achando que ele tinha olhado para mim da primeira vez que veio, e passei uma situação humilhante. Nunca mais tento ser olhada por mais ninguem. Que esse ano que vai começar leve essa lembrança ruim com ele. " – Ela não tinha contado nem a amiga, ao menos enquanto fosse necessário, ela não diria, pois sabia que Ana iria ficar irada com o colega dos colegas de classe. Aquilo estragaria todo o clima do grupo que estava maior e se reunia para atividades, e em breve terminaria o curso.
— Uma mulher linda dessas falando isso, não acredito. – A avó olhou nos olhos dela. —Se aquela quenga da sua prima parece que tem alguem, imagina você que é melhor que ela. Você tem caráter, e é mais bonita.
— É por isso que tá falando isso né? A senhora viu a postagem...
— Vi. E sei que tu viu também. Sei que olha para ver se tão bem. Fico pensando, que elas nem sabem que devem isso a você. – "Mas eu escrevi, e entreguei a duas pessoas por garantia. Se eu morrer primeiro que elas, vão saber. Ana também sabe, e tá so aguardando se vão te atazanar pra contar. E se isso acontecer, tô aqui pra ajudar. " — E quer saber? Não tem foto desse macho que ela diz que está namorando, só tem um pedaço do pulso, isso não é nada. Pode ser qualquer um. Eu acho que é mentira, só botou aquilo porque sabe que você vai ver. Tu acha que se tivesse mesmo um cara lindo, rico, namorando ela não ia exibir foto com ele?
— Às vezes ele pediu para não aparecer, por ser conhecido.
— Ou ser casado.
— Vó... – As duas riram baixinho. – "Não seria impossível. "
Alice tinha colocado a foto de duas taças, porem proximo, deu para ver que tinha uma mão masculina, relógio e a ponta do terno. A legenda: " Meu futuro marido? " - Comentários de amigas ao que parecia, estavam torcendo: " Futura noiva mais linda. " – " Quem será esse homem? "
O que ninguem sabia, é que ela fez a foto de modo rápido e disfarçado, enquanto o cara estava com a atenção ao que o garçom explicava sobre o menu. Ela sabia que não estava permitido postagens, ele não queria relacionamento sério.
— O que sei é que você vai viver um amor verdadeiro sim. – Elisa continuou. — Vai ser feliz, vai ter uma familia linda. Ainda verei isso antes de morrer.
— Nada de falar assim voinha.
— Você entendeu meu bem. Foi só modo de dizer, mas desejo tudo isso, não é só porque hoje é seu aniversário. – "E sei que aquela vaca colocou aquilo na semana passada, por causa disso. " — Feliz aniversário minha estrelinha. – Se aproximou para dar-lhe outro beijinho na testa. — Agora vamos cochilar. Mais tarde vamos pra praia, ver homi bonito com sunga apertada. – Viu a neta levar a mão na boca para abafar o riso.
Samy também se pegou imaginando as risadas que daria com Ana e a avó, fazendo comentários sobre os caras bonitos que possivelmente veriam.
***
Elisa sentou-se entre elas, e os pais de Ana a frente, numa mesa com sombreiro. E cada vez que passava um cara bonito, uma cutucava a outra, e depois a avó cutucava ela.
Carlos comentou que elas estavam "assanhadas", mas não era como quem reprimia, por isso elas deram risadas. Ele não era desse tipo.
Elisa comentou: — A vida é pra viver. Por falar nisso, vamos mergulhar, meninas. – Disse fazendo aquele olhar, como quem queria dizer que tinha homem bonito na água.
Ana levantou e tirou a canga, ficando só de maiô. Chamou dona Elisa que levantou também. Samy ia dizer que não iria, que estava cheio. Mas todos protestaram, dizendo que ela estava bonita e que aproveitasse o dia como todos ali. Ela então se levantou, mas não tirou o shortinho de tecido leve, mesmo de maiô como Ana. Elas não insistiram, pois sabia que ela ficaria mais confortável assim, e não estava feia com ele.
Samy segurou a mão da avó, e a de Ana. As três deram passos apressados e entraram na água.
Quando estavam saindo da agua, um grupo com alguns homens passou em frente a elas na areia. Um deles olhou para as duas como quem diz " ôh lá em casa". O outro, sorriu para Ana. Ela devolveu o sorrisinho e depois deu uma olhada para Elisa que piscou, e quando olharam para Samy, ela estava sorrindo para algumas crianças que brincavam na areia.
— Não repara nada, depois diz que nada acontece. – Ana olhou para ela "indignada".
— Que foi? – Samy perguntou.
— Você no modo lerdeza. – Brincou.
— Ah... – Samy sabia que era jeito dela de dizer, que perdeu algo sobre homens para ela. Não tinha falado daquele jeito para magoa-la. Deu um risinho por causa da cara dela — Eu não vi nada. Mas era pra você com certeza.
— Teve pra você também. – Ela olhou para a mesa, depois abraçou o pai, sentado na cadeira. — Obrigada, pediu acarajé.
Laura brincou — Não foi teu pai. Mas só tem esse pai véio dela.
Ana deu abraço nela também, enquanto ouviu que estava gelada. — Minha ciumenta favorita, depois de Samy. Foi porque eu tinha pedido pra ele pedir, pensei que a senhora não tava ouvindo.
— Hum, me compre. – Brincou de novo. Depois ela disse a Samy — Pedi queijo coalho, sei que você gosta. – E ganhou beijinho dela, no rosto. — O rapaz vai fazer. – Tinha um moço, fazendo para a mesa próxima a deles, e ele sinalizou enquanto disse "Já, já chego aí".
Carlos perguntou como estava a agua, e quando Elisa comentou que saindo ficou melhor, pois uns caras bonitos olharam para elas, ele quase "se engasgou" com o pedaço de acarajé que tinha dado uma garfada. Mas elas sabiam que era presepada.
— Deixa isso pra outro dia. – Ele disse e elas gargalharam.
*
À noite, enquanto aguardavam a pizza chegar, e se divertiam ouvindo histórias de Carlos, sobre algumas situações de quando trabalhava, Samy viu mensagem no celular. Disfarçou e foi pra perto da janela, ler.
"Boa noite. Estamos bem, está tudo dando certo. Alice conheceu um cara muito lindo, empresário, e quer casar com ela, já está fazendo muitos planos. Caso você não esteja dando certo aí, já disse que pode trabalhar para ela. Cuidar da casa que o casal e eu vamos morar. Quer saber... acho que enfim, está sendo um bom natal para nós. "
Samy olhou a tela, percebeu mais uma vez que a mensagem se tratava da prima. Respondeu:
"Estou bem, todos estão aqui comigo. Pedimos pizza. Estou trabalhando Graças a Deus. Ficou feliz por Alice, quero ver vocês bem. "
A mãe visualizou, mas não respondeu.
Segundos depois, Samy viu que já tinha mensagem da prima, enviada antes:
"Sei que vai gostar de saber... conheci um cara, lindo, muito rico. Gostou de mim, quer se casar. Ele me enche de presentes, joias, carinhos. Me lembro quando dizia pra mim, no natal, que eu teria isso. Feliz natal. "
Ana se aproximou dela, dizendo que o pai foi buscar a pizza no portão, e perguntou o que houve.
Samantha mostrou as mensagens, mas foi logo dizendo que entendeu que era só para falar de Alice tendo um homem como o que ela estava, logo naquele dia. — Mas isso não vai me afetar, meu bem. Vocês estão aqui, é o que importa. Obrigada amiga. – A abraçou enquanto Ana respondeu "Isso mesmo! "
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10/10/2024
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