♥One Shot p/ cacazinhamota♥

Personagem: Ezra Fitz 
Série: Pretty Little Liars

Ezra + Camila = Ezrila

Tema: Fugir para encontrar!

     O mapa indica que estou quase chegando, embora os nomes das cidades sejam todos parecidos e estranhos. Espero que seja só o nome, e que não me arrependa de ter aceito o cargo de professora em Rosewood.

Quem diria eu... Apaixonada por metrópoles e capitais. Pois é, quando queremos esquecer um passado, quase que sempre a gente foge, se esconde, mas... quase nunca adianta.

- Tomara que isso funcione! - digo para mim mesma ao passar pelo pórtico da cidadezinha aparentemente pacata.

Logo encontro a  única  escola da cidade. Tamborilo os dedos no volante. Pareço uma colegial no primeiro dia de aula e não uma professora de história formada e pós graduada.

Saio do carro e caminho a passos firmes até a diretoria onde já esperavam por mim.

- Bom dia senhorita Mota! - a secretária Margie me cumprimenta.

- Bom dia e por favor me chame de Camila! - sorrio.

- Está certo senhorita Camila, me acompanhe até o gabinete do diretor Fitz.

O diretor Fitz foi muito gentil comigo, fez questão de fazer-me a proposta pessoalmente mesmo que por telefone, e confesso que seu tom de voz e o modo como me tratou foi um dos motivos para que eu aceitasse tão facilmente mudar toda a minha vida.

- Com licença Senhor Fitz. A senhorita Camila Mota acabou de chegar. - Estava logo atrás de Margie quando ele pediu para que eu entrasse e então ela saiu de meu campo de visão.

Deus do céu!

Imaginava um senhor careca ou grisalho, baixinho e de bigode. Mas o que encontro é um homem alto, cabelos castanhos, com uma pele de anjo, estrela nos olhos e um sorriso meia lua na boca.

Fico feliz por disfarçar todo o meu encanto, porque além de ser o meu novo chefe, com uma posição bem quista, possivelmente... Não ... Provavelmente, está comprometido.

Eu nem deveria se quer pensar nisso. Já que por causa de um relacionamento ruim vim parar aqui.

- Senhorita Camila, prazer finalmente conhecê-la. - ele estende a mão e eu o cumprimento firme.

- Obrigada Senhor Fitz. Eu que agradeço pela confiança que depositou em mim. - disse me sentando na poltrona que me indicou.

Ele ficou um tempo me olhando em silêncio.

- Acredito que além de nossa apresentação formal o senhor teria algo para me passar como horários e turmas, certo? - foquei no profissional para não cometer nenhum erro estúpido.

- Sim sim, aqui está! - procurou dentro de uma pasta documentos e me entregou. Eu dei uma breve olhada e senti seu olhar observador sobre mim novamente.

- Se isso for tudo, posso me retirar? Dirigi a noite toda e preciso repor as energias para amanhã estar por inteiro aqui.

- Isso é tudo sim! Gostaria de lhe mostrar a escola, mas podemos fazer isso amanhã. Sem problemas! - Levantou-se e veio até mim. Me levantei rápido quando ele me cumprimentou mais uma vez.

- Obrigada Diretor Fitz. - Agradeço.

- Lhe acompanho até a porta. - ele abre - e por favor Camila me chame de Ezra. - sorri pra mim. Retribuo o sorriso, mas só consigo pensar na boca dele pronunciando meu nome.

Estou tão ferrada. É desnecessário existir um homem tão lindo em um fim de mundo desse. E por que ele precisa ser meu chefe?

Dirijo umas duas quadras até o hotel que reservei. Próximo passo será vender meu carro já que posso caminhar tranquila nessa cidade. Pensando bem, acho melhor ver se vou conseguir me adaptar primeiro ou se vou resistir a tentação.

Entro no quarto, organizo minhas roupas, meus livros e cadernos de forma prática para que se eu precisar fugir de novo esteja tudo na mão. Tomo um banho enquanto a comida que  pedi não chega,  depois de comer deito na cama e logo durmo porque estou muito cansada.

Acordo por volta das 16:30 totalmente renovada, não posso negar que aprecio o sossego do lugar, coisa que não se tem facilmente em cidades grandes. Mas sossego demais também não dá.

Resolvi sair para caminhar. Um hábito que sempre quis ter mas nunca executei.

Tudo era muito bonito por ali, perfeito como uma maquete. Mas logo me vi só é isso começou a me angustiar.

Precisava parar de pensar senão eu sei que enlouqueceria.

Parei de frente para um barzinho muito recatado e não pensei duas vezes. Precisava beber.

O sininho da porta acabou chamando atenção demais pra mim. Os olhares em minha direção me fizeram voltar a realidade. Poderia ser os pais de futuros alunos. O que eu estava fazendo? Balanço a cabeça e saio do bar... Tento sair... Dou com a cara no abdômen de alguém... Olho pra cima e vejo... O quanto sou baixinha perto dele.

- Ezra... - sussurro.

Ele sorri. Socorro!

- Camila! Não vou dizer que é coincidência nos encontramos duas vezes no mesmo dia porque estamos em Rosewood... - sorrio embasbacada.
- Você estava de saída? - saio de meu devaneio.

- Sim... Quer dizer não! Eu entrei por engano. - minto.

- Aceita uma cerveja? - eu adoraria mas não sei se posso! Se antes beber como professora seria ruim, imagine acompanhada do diretor.

- Eu adoraria! - eu simplesmente não consegui dizer o resto. Se ele que era o diretor não se importava, porque me importaria?

Ele abriu a porta do bar para mim e entrou em seguida.

- Algo para comer também? - me perguntou. - Eles fazem uma torta de fambroesa que não consigo vir aqui e não pedi-la.

- Gosto excêntrico. Mas a propaganda foi tão boa que vou querer experimentar. - sorri.

(...)

- Entao, por que decidiu vir para Rosewood de verdade? - pergunta e dá um gole na cerveja.

- Queria descobrir novos horizontes. - meu papo furado estava ridículo mas eu não podia me abrir com meu chefe. Enfiei um pedaço de torta na boca.

- Aqui? - ele ri anasalado - Está fugindo do que Senhorita Camila? Ou de quem? - me encara e eu engulo seco a torta.

- Me chame de Camila apenas... - o corrigi para fugir da pergunta... Eu era boa nisso.

- Eu te entendo! Também estou aqui porque queria me esconder, queria esquecer. - olhou para mim de um jeito diferente. - Sorte que eu logo consegui me encontrar, ao menos na área profissional. - eu estava mais curiosa do que nunca.

Apoiei o queixo nas minhas mãos mostrando meu interesse genuíno pela história.

- Comecei como professor de Inglês a quatro anos atrás. - arregalei os olhos.

- Uau! Alcançou rápido o cargo de diretor, deve ser muito competente! - comentei e pensei no que mais seria competente.

- Alcancei rápido o que deve ser o topo da minha carreira neste lugar. - rimos.

- Eu precisava começar de novo sabe... - falei depois de um tempo em silêncio. - estava noiva fazia dois anos quando descobri estar grávida, no mesmo dia peguei meu noivo na cama com minha melhor amiga. - despejei tudo de uma vez. - Eu acabei perdendo o bebê um dia depois. - sorri triste.

A reação dele não foi a que eu esperava. Não demonstrou pena - o que eu detestava - apenas desabafou como eu.

- Meu verdadeiro sobrenome é Fitzgerald, minha mãe queria que eu assumisse a empresa da família, e não aceitava minha escolha em me tornar escritor. Então fugi pra cá mudei meu sobrenome e comecei a lecionar.

- Você é escritor? - perguntei curiosa.

- Tenho alguns rascunhos em arquivo. - baixou a cabeça pensativo.

- Gostaria de lê-los, eu adoro ler o que ainda não foi lançado. - comentei.

Ele concordou me olhando com certa admiração. Devolvi o mesmo olhar.

- E eu gostaria muito de te conhecer um pouco mais. - sorri de lado.

- É... Eu também gostaria... Muito! - respondi.

...

Narradora: Naquela mesma noite iniciou-se um romance  maravilhoso, apaixonante, verdadeiro, porém, proibido. Naquela noite a pequena cidade de Rosewood começou a ser conhecida como uma rede de mentiras. Ambos queriam manter seus cargos e seu romance proibido. Assim era mais gostoso. Assim era mais emocionante.

-A

✳FIM✳