(𝙨𝙞𝙭.) everything will be fine
───── TUDO FICARÁ BEM.
ANDANDO DE UM LADO para o outro em um dos incontáveis corredores de Alfea, Morgana se encontrava impaciente, aguardando por alguma única boa notícia. Silva havia se ferido gravemente em missão e apenas Sky, com quem o homem tinha uma forte ligação, podia entrar na sala do senhor Harvey e acompanhar enquanto tentavam tratar o homem.
Querendo ou não, Silva era o melhor professor que a Roux teve desde sempre. Ele era exatamente o tipo inspirador que a motivava a tentar o melhor para seu reino, e com seu comportamento, ele parecia invencível. Naquele momento, aquela esperança parecia fraca e impotente, então ela balançou a cabeça.
Ele não precisava ser uma espécie de criatura imortal, mas iria ficar bem, ela pensava, cutucando as unhas.
─ O que faz aqui? ─ Quando ela levanta a cabeça, pode ver Terra, equipada com uma bandeja repleta de plantas nas mãos.
─ Silva está melhor?
─ É complicado. ─ Ela diz, dando de ombros. ─ Meu pai não está me informando muito sobre. Talvez não queira me assustar.
─ E Sky? Está bem? ─ Ela questiona, mas Terra gesticula com os ombros, como se não tivesse a certeza.
─ Ele parecia preocupado. O que está rolando entre vocês?
─ O quê?
Antes que a fada pudesse esclarecer algo, a porta foi aberta. Dela, uma figura masculina sai e não precisa de nem mesmo um segundo para que a princesa de Andros identificasse Sky. Ele parecia distante enquanto caminhava, até notar a presença das duas.
─ Eles pediram por privacidade. ─ Ele encarou Terra, que assentiu e depositou delicadamente a bandeja num toco de madeira próximo da entrada.
─ Vou ficar por perto. Qualquer novidade eu informo vocês dois. ─ Ela diz, encarando-os fixamente por um breve momento antes de partir.
─ O que está fazendo aqui? ─ O loiro se vira para Morgana, curioso apesar de a face não demonstrar qualquer entusiasmo.
─ Só conseguimos voltar agora. Havia encontrado ele com os outros solarianos, mas precisei ajudar o restante. Está tudo bem?
─ Acho que ele vai melhorar. O senhor Harvey parece positivo quanto a isso.
─ Perguntei sobre você. ─ Ela o encara, cruzando os braços em seguida. ─ Imagino que não foi fácil ver ele assim.
Sky sorri para a especialista, passando a caminhar num curto silêncio quando ela o acompanha.
─ Ele era bem próximo do meu pai. O considero da minha família. ─ Ele assume, suspirando em seguida. ─ E você?
─ Ele é um ótimo mentor. E também amigo pessoal do meu pai, então estava acostumada a ver ele quando criança.
─ Isso é novidade. ─ O mais alto sorri, olhando-a por pouco tempo antes de voltar a encarar o corredor.
─ Não acho que era algo que eu deveria sair gritando pela escola. ─ Eles riem, e por algum momento, era como se toda a energia pesada estivesse se esvaindo. ─ Ele parece uma espécie de tio sério, porém legal, que sempre está nas festas de fim de ano. Se algum dia esbarrar com o Rei Netuno, nunca comente essa frase.
─ Minha boca é um túmulo. ─ Ele sorri. ─ Ei! Vocês conseguiram recuperar o anel?
─ Sim... E foi nojento.
─ O suficiente para não ser comentado? ─ Sky pede, os olhos implorando por uma mínima distração e no processo, demonstrando algum entusiasmo, que por consequência arrancou um sorriso da negra.
─ Encontramos o Queimado e tivemos que matá-lo. Mas o anel da Stella estava fundido a ele, de alguma forma. Então foi necessário enfiar a mão ali, se assim posso dizer.
─ Que horror! ─ Com uma careta de nojo na face, ele até parece se divertir quando vê a cara da garota ao se lembrar do ocorrido.
─ Eu avisei.
─ E estão todos bem?
─ Sim... ─ Responde. Em algum curto momento, perguntou se ele queria chegar em algum lugar. ─ Apesar de Stella não ter agradecido à Bloom. Ela lidou muito bem com a pressão.
─ Talvez ela ainda se sinta mal com o fato de Bloom parecer estar tomando muito da atenção dos amigos. Ela sente sua falta.
─ Ela te disse isso?
─ Não exatamente. Mas acho que devia falar com ela.
─ Estamos no estágio "conselhos" agora? ─ Com os lábios cinicamente curvados, ela o encara com surpresa, e ele retribui o gesto.
─ Sou um homem sábio, ué.
─ Tenho certeza disso. ─ A Roux ergue uma única sobrancelha, divertida quando finalmente pararam numa encruzilhada na escola, com vários caminhos se abrindo para os dois. ─ Vou verificar se Lukkie está bem.
─ Vou procurar Stella. ─ Responde, sorrindo torto. ─ Até mais, Andros.
─ Até mais, Eraklyon. ─ Ela se despede, sorrindo enquanto tomava outro caminho.
Certamente, ela podia se sentir melhor agora que tinha certeza de que pelo menos ele estaria bem, e torcia para que Silva se recuperasse rapidamente. Mesmo assim, por alguns minutos que fossem, ela pareceu se esquecer desse problema e do fato de ter presenciado um Queimado mais uma vez há menos de uma hora atrás, arriscando a própria vida e a dos amigos e colegas por uma das relíquias de Solaria.
Precisava verificar se Bloom e Aisha estavam bem, pois mal conversaram no caminho da volta.
Mandou uma mensagem para Lukkie então, e quando teve a certeza de que ele estava bem ─ com uma reação propositalmente dramática em relação ao ocorrido ─ ela apressou os passos num outro caminho, tentando se lembrar da ala onde as meninas estariam. E quando finalmente a encontrou, ficou mais que contente de nem ter de bater na porta.
─ Hey ─ Ela as encara, provavelmente atrapalhando uma conversa casual quando as duas permitiram que ela entrasse no quarto. ─ Vocês estão bem? Me desculpe por não verificar antes.
Positivamente elas balançaram a cabeça, e Bloom deu a abertura para que a Roux se sentasse ao seu lado.
─ Estávamos discutindo o porquê de Bloom se afastar do estábulo. ─ Aisha retoma, e logo a ruiva recebe olhares fixos das duas enquanto se acomodava em sua cama.
─ Na verdade, eu não sei bem. É estranho. Eu senti algo e... ─ Ela sorri, constrangida enquanto saía de um devaneio. ─ Tipo uma conexão com aquela coisa.
─ Que estranho! ─ Aisha afirma, sentando-se em sua cama.
─ Pois é! ─ Ela se senta, encarando Morgana. ─ Tenho que conviver com coisas estranhas. Não vou entender tudo. Meu lado pensante tem limites, mas estou me abrindo emocionalmente... Dá pra sentir. A magia está à minha volta.
As outras sorriem, perdendo-se por segundos nas próprias experiências desde que adentraram Alfea. Era realmente tudo novo, e ver alguém que nunca teve contato com magia antes aceitar tão rapidamente essa ideia era motivador.
─ O que é novo e meio assustador, mas...
Era como se Bloom estivesse dando uma pausa dramática, e Morgana se desprende de lembranças para focar naquele momento, torcendo para que não tivesse sido flagrada pelas duas colegas.
─ Mas o quê? ─ Ela pergunta, sorridente enquanto virava o rosto para a ruiva.
Para sua surpresa ou terror, tudo parecia muito mais complexo do que uma simples tentativa de recuperar a atenção. Parada em sua própria cama, a fada do fogo parecia petrificada enquanto os olhos se tornavam inteiramente brancos, e consequentemente era como se perdesse o controle de si.
─ Aisha, eu não sou uma fada, mas isso não parece normal... ─ Ela diz, chamando a atenção da outra para si, e a julgar pela reação da fada, aquilo era definitivamente inédito.
─ Bloom! ─ Ela chama, e quando a fada não reage, elas sabem que algo está errado.
Levantando-se de sua cama e alcançando as duas, Aisha continua a chamar pela mais nova, baixo o suficiente para não alcançar a atenção dos outros enquanto Morg verificava a porta, percebendo que, felizmente ou não, ninguém havia ido procurar as duas.
Havia pouco mais de dois minutos que ela estava paralisada, ainda respirando apesar do atual estado. A Roux então tocou o ombro da fada e a chamou mais uma vez, cogitando a possibilidade de chamar Farah.
─ Bloom ─ E então, as íris tomam a cor naturalmente azuis mais uma vez, e a menina parece acordar de um transe quando Aisha lhe questionou sobre.
─ Acho que vi a fada que me deixou no mundo humano. ─ Ela reveza sua atenção entre as duas outras, o semblante amedrontado apesar de procurar se mostrar séria.
Ambas as habitantes de Andros se encaram, por consequência, e a mais velha acaricia o ombro da fada do fogo em busca de lhe trazer qualquer mínimo conforto.
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