☪ .☆ ━━ TWO HUNDRED AND SEVEN ━━ ☪ .☆
Não era para aquele garoto estar nascendo agora. Mas claro que ele tinha que ser emocionado que nem o pai dele, nascendo dois malditos meses antes da merda da hora! Deus, porque? Porque você faz isso comigo? E, meu Deus, porque tinha que doer tanto? Não fiz questão de reprimir nenhum grito conforme tentava, a todo custo, empurrar de uma vez por todas aquela criança pra fora de mim. Não sei onde eu estava com a cabeça quando quis ter filhos, sinceramente. Yuki, durante esses meses todos, já tinha me provado diversas vezes que eu estava louca quando decidi que filhos era uma ótima ideia. Yuki andava testando todos os meus limites, claro que só por querer atenção, mas ainda assim. E agora esse parto. Eu achei que ia morrer e aquela dor era tanta que parecia estar rasgando meu útero.
-Nem tomar um tiro foi tão doloroso!- eu ofeguei, arrancando um olhar perplexo da médica e da enfermeira. E de Chifuyu, que só não me bateu por estar ocupado demais quase desmaiando ali mesmo. -Você não ouse desmaiar antes do nosso filho nascer, Chifuyu, e me deixar sozinha!
-Você não tá sozinha, mamãe.- Yuki disse, do meu outro lado, agarrando minha mão e sorrindo. Não consegui retribuir o sorriso dele a medida que gritava de novo, arrancando uma careta do meu filho. Deus, porque tinham deixado ele entrar ali? Teria sido melhor que ele tivesse ficado com o idiota um e o idiota dois! No caso, Baji e Kazutora.
Eu nunca, nunca mais mesmo, quero ter filhos. Um já é ótimo, dois é demais! E essa dor do caralho, puta que pariu, espero nunca mais ter que passar por isso.
-Tá apertando demais.- Chifuyu reclamou com um careta. Eu virei um pouco a cabeça, o olhando indignada.
-Eu estou parindo o seu filho, morrendo de dor, e você tem a merda da coragem de me falar que tô apertando demais sua mão, Chifuyu?- eu gritei irritada, antes de soltar outro grito de dor. Olhei para a médica, irritada. -Você não disse que já tava saindo? Então cadê essa criança que ainda não saiu?
-Se acalma. - Chifuyu disse torcendo o nariz. Gritei de novo e ofeguei, mas não perdi a oportunidade de lançar a ele meu melhor olhar cortante.
-Você diz isso porque não tem uma cabeça saindo de dentro de você!- eu disse e Chifuyu suspirou, olhando para a médica que estava me encarando como se eu fosse louca, e ele balançou a cabeça como se ele concordasse com aquilo.
É isso, a pior ideia que já tive foi a ideia de querer ser mãe e de querer engravidar. Não valia a pena, doía demais! E eu ainda ia ter que aguentar três homens na mesma casa! Mais um garoto para eu brigar diariamente sobre não levantar a merda da tampa da privada e mijar fora do vaso, mais um garoto para eu brigar sobre ficar correndo pelado pela casa, mais um garoto para testar todos os meus limites e me fazer arrancar os cabelos de tanto nervoso. Deus, porque não uma menina? Ah, eu já estava vendo, ia ser um inferno, um inferno ainda maior quando ele e Yuki tivessem idade o suficiente para se juntarem contra mim e testar meus limites!
Se já era difícil ser mãe de um, eu não estava pronta para descobrir como era ser mãe de dois. Eu ia acabar tendo um treco e morrendo, e eu era muito jovem pra morrer!
-Último empurrão!- a médica disse e eu torci o nariz. Um grito escapou pela minha garganta e, então, um choro alto e escandaloso ecoou por todo o quarto, me fazendo dar risada. De fato, meu filho mesmo.
Suspirei aliviada e Chifuyu beijou minha cabeça, sorrindo para mim, os olhos brilhando. E quando a médica se aproximou, colocando aquele pacotinho nos meus braços, não soube dizer quem estava chorando mais, eu ou Chifuyu, enquanto Yuki se aproximava mais de nós para olhar seu irmãozinho, os olhos brilhando de animação.
-Que injusto!- eu choraminguei e Chifuyu franziu os olhos. Eu sorri enquanto olhava para meu filho, aquele bebê lindo que mesmo agora nos meus braços ainda estava agitado, o que só deixava ainda mais claro que ele era, de fato, meu filho e de Chifuyu. -Ele é a sua cara.- falei olhando de relance para Chifuyu, que estava sorrindo como um idiota.
E de fato, nosso filho era a cópia exata de Chifuyu, desde o mesmo cabelo a até os olhos verdes. Chifuyu deu risada, segurando a mãozinha dele, que agarrou o dedo do Chifuyu, fazendo meu marido sorrir.
-Se serve de consolo, ele tem seu nariz.- Chifuyu me provocou e eu o olhei feio.
-Esse é meu irmão?- Yuki disse e eu sorri, assentindo. -Quanto tempo vou ter que esperar até ele brincar comigo?
Chifuyu e eu demos risada e Chifuyu foi até Yuki, o pegando no colo antes de se sentar ao meu lado na cama.
-Vai demorar um tempo, filho. - Chifuyu disse e Yuki fez um biquinho.
Com uma mão livre, segurei a de Chifuyu com força, piscando os olhos para afastar minhas lágrimas. Olhei para ele e sorri.
-Obrigada.- eu falei e eu franziu o cenho para mim antes de se inclinar e me beijar, mesmo que Yuki tivesse começado a protestar dizendo que "isso era nojento demais".
-Pelo que, exatamente?- ele perguntou sorrindo, com a testa encostada na minha.
-Por ter me amado quando ninguém mais o fez. Por nunca, jamais, ter desistido de mim. Por ter me chamado pra sair, mesmo que o idiota do Baji estivesse junto. - eu falei e ele deu risada. -Por ter ficado comigo esses anos todos. Por ser amor da minha vida. E por ter me dado uma família.
Ele sorriu para mim, colocando as mãos no meu rosto e me beijando de novo e de novo.
-Eu te amo, Aiko.- ele sussurrou e eu sorri antes de deixar que Chifuyu segurasse nosso filho no colo. Os olhos dele brilharam, assim como tinham brilhado quando decidimos adotar Yuki. Nossa família tinha aumentado de forma drástica, mas eu não podia estar mais feliz com isso. Mesmo que fossem vir ainda muitos problemas e dificuldades pela frente, nada disso importava de verdade.
Uma batida na porta soou, e Chifuyu estava prestes a levantar, mas Yuki foi mais rápido em atender.
-Tia chiclete!- ele disse animado e escutei a risada rouca de Sam soar. No segundo seguinte, Mitsuya tinha empurrado a cadeira de rodas que Sam estava sentada por ter literalmente acabado de parir. Minha irmã estava segurando sua menininha no colo e eu sorri, sentindo meus olhos encherem de lágrimas de novo.
-Droga, Dean, você não deveria estar no quarto não?- eu brinquei e ela deu risada.
-E você não deveria ter esperado mais dois meses? Qual foi, Aiko, ficou com inveja?- ela provocou e eu fiz uma careta, o que só fez Sam e Mitsuya darem mais risada ainda. -Deixa eu ver ele.
-Que isso, troca de bebês?- eu brinquei quando Mitsuya veio até mim, me deixando segurar a filha que eles tinham acabado de ter, enquanto Chifuyu levava nosso filho até os braços de Sam.
E, droga, aquela menininha linda era uma cópia exata de Sam e Mitsuya. Tinha muito dos dois nela, e talvez eu tenha mesmo chorado bastante enquanto ela me encarava com aqueles olhos.
-Aiko, seu filho é a cara do Chifuyu.- Sam disse e não precisava erguer a cabeça para saber que minha irmã estava chorando.
-Eu que carrego na barriga, e pra que, não é mesmo?- eu resmunguei, fazendo ela rir. Mitsuya ajudou Sam a se aproximar mais da cama para que minha irmã pudesse segurar minha mão na dela. -Qual o nome dela?
-O nome dela é Storge.- Sam disse com um sorriso. -Porque é o amor que se tem em uma família.
-Poético, mas ainda bem que escolhemos um nome normal.- Chifuyu provocou, apenas para receber um olhar cortante da minha irmã.
-Vocês finalmente decidiram o nome dele?- Mitsuya perguntou arqueando a sobrancelha.
-A gente sempre soube que nome dar. -
Chifuyu admitiu. -Só não queríamos revelar até ele nascer.
Sam me olhou e arqueou a sobrancelha, esperando. Eu abri um sorriso largo para ela, apertando a mão da minha irmã antes de dizer:
-Sam, esse é Dean Matsuno, meu filho.
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