☪ .☆ ━━ TWO HUNDRED AND NINE ━━ ☪ .☆
-Angeli, namorar é uma bela de uma merda, vai ter sempre altos e baixos. - eu disse enquanto tentava achar a merda de uma roupa para vestir já que hoje teria o jantar de Pah para ir. Minha irmãzinha deu um suspiro do outro lado da linha, o que me fez dar uma risada. Ah, sim, eu já tinha tido meus quinze anos, entendia muito bem o que Angeli estava passando agora. -Você acha que foi fácil namorar com Chifuyu? Sinceramente, nosso relacionamento foi cheio de caos, surto e grito, principalmente pelo incrível detalhe que éramos dois delinquentes de gangues inimigas.
-Ah, sim, um puta blá blá blá de Romeu e Julieta. - Angeli zombou e eu revirei os olhos. Ah, sim, Angeli estava se superando em ser pior do que eu com meus quinze anos! -Conheço muito bem essa história, Aiko.
-Então você deveria seguir meu conselho e pedir desculpas para Kagome.- eu soltei, puxando um vestido antes de torcer o nariz para ele e voltar a procurar por outro.
-Você acha que eu tô errada?- ela perguntou e eu dei um suspiro.
-Não, quer dizer, não completamente. Mas, por experiência própria, eu sei que não conversar e se perdoar é uma merda extremamente desgastante, sabia? Foi por isso que a Juju me deu um pé na bunda, para início de conversa. - eu comentei e escutei Angeli dar risasa.
-Achei que fosse porque você era maluca.- Angeli soltou e eu revirei os olhos.
-Também. Sério, Ange, conversar com Kagome não vai doer, sabia disso?- eu falei e ela resmungou algo incompreensível. Revirei os olhos. -Você realmente quer ser pior que eu, Angeli? Já aviso que nem todo mundo tem a paciência que Chifuyu teve comigo, então se serve de conselho, não foda com tudo.
-Nossa, você é uma puta irmã carinhosa, conselhos bons para caralho.- Angeli soltou, me fazendo dar risada.
-Ei, sem palavrão! - eu disse e ela começou a protestar. -Eu posso porque sou bem mais velha que você, não me enche o saco.
-Eu te odeio, sabia disso?- Angeli disse, mas sabia muito bem que ela estava rindo. Eu dei risada.
-Também amo você, agora preciso desligar. Acho que Yuki acabou de chegar em casa e tenho uma puta bronca foda pra dar nele.- eu soltei e Angeli começou a rir.
-Eu tenho dó dos seus filhos, Aiko.- ela cantarolou.
-Você nunca reclamou da forma como cuidei de você, né, sua peste?
-Claro que não, você me mima demais. Agora, quando é com Yuki e o Dean... - ela riu e eu revirei os olhos antes de desligar na cara dela.
Joguei o celular na cama antes de marchar em direção a sala. De fato, Yuki tinha acabado de chegar com Chifuyu, ambos com cara de quem estavam me escondendo algo. E, conhecendo bem meu filho e o pai dele, sabiam que tinham feito a porra de um acordo para ninguém me contar o que Yuki tinha aprontado na escola. A grande maravilha dessa situação toda é que eu sempre descobria tudo.
-Sabe o que eu deveria fazer?- falei, descendo as escadas. Os dois olharam para mim, arregalando os olhos como os dois culpados que eles eram. -Deveria dar uma surra em vocês dois.
-Nossa, mãe, a gente mal chega em casa e você já tá brigando?- Yuki reclamou fazendo um biquinho e piscando os olhos, algo que ele sempre, sempre, fazia quando queria bancar o inocente. Bem, esse pirralho de onze anos não me enganava mais!
-Vocês acham que eu sou otária? Não iam me contar nunca o que você aprontou na escola ontem, mocinho?- eu disse irritada, olhando para Yuki, que fez uma careta e, sabiamente, se escondeu atrás do babaca do pai dele. -Você acha que se esconder vai te salvar de tomar uns bons tapas, Yuki Matsuno?
-Mãe, mas eu nem sei do que você tá falando!- Yuki disse num gritinho. Eu bufei com irritação.
-Quem foi que te disse que socar os outros é coisa que se faça numa escola, Yuki, caramba?- eu gritei irritada, indo até os dois. Fuzilei Chifuyu com o olhar, uma promessa silenciosa que eu o mataria mais tarde pela mentira.
-Como você sabe disso? Pai, você falou que não ia falar nada!- Yuki gritou fazendo uma careta para Chifuyu.
-Mas eu não falei nada!- Chifuyu reclamou.
-Ah, que bonito, vocês escondendo coisas de mim!- eu gritei de volta. Tudo bem, aquilo sim era uma casa de louco com família de loucos, mas quer saber? Foda se. -Sua diretora me ligou, Yuki. Você realmente achou que ela não ia falar nada? Pelo amor de Deus, garoto!
-Ei, foi o tio Baji que me disse que se alguém tá passando dos limites, eu tenho é que arrebentar a cara da pessoa!- ele protestou. Certo, a próxima vez que eu visse Keisuke, era a cara dele que seria arrebentada!
Passei as mãos com força pelo cabelo, tentando manter a calma e respirei fundo.
-Você está de castigo. Me dá a porcaria do seu celular.-eu reclamei. Yuki teve a cara de pau de dar risada.
-Chegou tarde, mãe, o pai já tirou meu celular. - ele disse com um sorrisinho que só me irritou mais ainda.
-E eu deveria tirar o seu couro, garoto! Some da minha frente antes que eu te de um tapa!- eu disse irritada. Yuki ainda teve a coragem de vir até mim e me beijar antes de correr saltitante escada acima. Olhei para Chifuyu, um olhar que prometia morte. -Onze anos. Ele tem onze anos, Chifuyu, e já tá arrumando briga na escola!
-Nada fora do normal para o padrão da nossa família, não é?- ele zombou. Dei um tapa no braço dele. E depois outro e mais outro, fazendo Chifuyu chiar. -Para com isso, sua maluca!
-Você é um ridículo!- eu reclamei e ele deu risada, levando as mãos até minha cintura e me puxando para perto de si antes de beijar meus lábios com calma. -Me surpreende que Dean não tenha acordado com toda a gritaria.
Chifuyu deu risada, levando a mão até meu cabelo e acariciando de leve. Eu suspirei, deixando que minha testa encostasse no ombro dele.
-Ele acordado é todo endiabrado, mas quando a energia acaba, nem se o mundo tivesse acabando Dean acordaria.- Chifuyu disse e eu dei risada porque aquilo era mesmo verdade.
Dei um suspiro, levando a mão até o cabelo dele e enroscando os dedos nas mechas escuras de Chifuyu. Ele abraçou minha cintura, voltando a me beijar. Eu sempre me sentia de novo uma adolescente idiota quando ele fazia isso. Não importava quanto tempo se passasse, ainda assim, beijar ele sempre fazia meu estômago ir parar no teto. Chifuyu desceu os lábios pelo meu pescoço, e eu puxei o cabelo dele, o fazendo resmungar.
-Vamos logo, temos que sair.- eu disse me afastando e ele revirou os olhos, claramente descontente com a interrupção. Apenas dei risada, me dirigindo até a escada. E eu já tinha bastante certeza que seria uma longa, longa noite.
Chifuyu ficou enchendo meu saco a noite toda, me impedindo de beber toda vez que eu pensava nessa possibilidade. Não é possível uma porra dessas, já tava começando a ficar puta da vida com esse idiota que eu chamava de marido. Estava bem perto de jogar ele na piscina da imensa casa de Pah-Chin, mas tinha prometido não causar no jantar e nem fazer o pai dos meus filhos passar vergonha.
O jantar estava agitado, como tudo em nossa família tendia a ser. Pah estava gritando alguma coisa sobre arroz e Peh estava acompanhando ele nos berros. Hina e Takemichi estavam em um canto, conversando com a noiva de Pah, provavelmente sobre casamento. Já Hakkai, estava com Keisuke e Kazutora enchendo o saco de Yuki, que estava com a maior cara de tédio para eles. Yuzuha e Emma estavam conversando com Mikey, Draken e Inui em um canto. E Mitsuya, Chifuyu, Smiley e Angry estavam em outro canto, conversando sobre alguma merda que não fiz questão de prestar atenção.
-Chifuyu tá simplesmente insuportável hoje. - eu resmunguei para Sam, que franziu o cenho para mim, piscando os olhos antes de voltar sua atenção a Storge e Dean que estavam correndo de um lado para o outro do imenso quintal onde o jantar estava acontecendo. Afinal, só assim pra caber todos os surtados da nossa família. -Vocês dois vão cair na piscina!- eu dei um gritinho, fazendo as duas crianças pararem de correr com aquelas pernas gordas e se virarem para mim. Storge me olhando com aquele ar debochado dela que certamente vinha de Sam e Dean me olhando com um sorriso maldoso que certamente vinha de mim.
-Relaxa, assim é bom que eles aprendem a nadar.- Kazutora zombou e eu nem pensei muito antes de enfiar meu cotovelo no estômago dele, que chiou.
-Juro, não sei como sua namorada te aguenta.- eu resmunguei e ele deu risada, jogando o braço ao redor dos meus ombros e me apertando.
-Ei, vocês dois, já mandamos pararem de correr!- dessa vez, quem estava gritando era Sam, porque claro que Dean e Storge tinham voltado a correr e dar risada da cara do outro quando um acabava caindo no chão. Deus, o que eu fiz pra merecer isso? -Porque Yuki tá emburrado no canto?
-Porque ele está de castigo. - eu disse irritada. Sam franziu o cenho para mim. -Ele bateu em três meninos na escola e foi suspenso, Sam.
Sam me olhou por um tempo antes de começar a dar risada. Enfiei o cotovelo na costela dela, olhando com irritação para minha irmã.
-Desculpa! Mas é que... Meu Deus, ele é mesmo seu filho e do Chifuyu. - ela riu. Revirei os olhos.
-Sabe quem incentivou ele?- eu perguntei e ela me olhou, esperando eu continuar. -O babaca do Keisuke.
-Por isso que ele tá te evitando a noite inteira, então. - ela disse e eu ri.
-Sim, porque ele sabe que vou socar a cara dele.- eu resmunguei e Sam deu risada.
-Para de ser assim, Aiko. - ela riu. E então arregalou os olhos e aí eu também arregalei os olhos. Nós duas corremos ao mesmo tempo, agarrando nossos filhos, que por muito pouco não caíram na porra da piscina, como eu disse que fariam!
-Você é um capetinha. - eu resmunguei, apertando a barriga de Dean, que deu risada e colocou as mãos no meu rosto, apertando de leve.
-Põem no chão, mamãe. - ele pediu e eu estreitei os olhos para ele. Estava prestes a dizer a ele que não, eu não o soltaria nem tão cedo, quando Chifuyu apareceu, me abraçando por trás e sorrindo para nosso filho endiabrado.
-Preciso te falar uma coisa.- Chifuyu disse, pegando Dean no colo, que reclamou que queria ir no chão. Chifuyu fez uma careta, mas deixou, e Dean correu até onde Yuki estava, pulando no colo do irmão mais velho. Olhei para Chifuyu e arqueei uma sobrancelha. Ele deu um sorriso. -Você tá grávida.
Revirei os olhos.
-Vai se fuder.- eu soltei e ele fez uma cara de indignação pra mim. -Não, eu não estou. Para de ficar enfiando merda na cabeça.
-Sabia que você ia surtar.- ele deu risada. Revirei os olhos de novo.
-Não tem motivos para isso, já que eu não tô grávida. - eu disse irritada, o que só o fez rir mais ainda, me puxando para perto de si e beijando a curva do meu pescoço.
-Então tá bom.- ele disse antes de colocar uma caixinha na minha mão. Meti um tapa no braço dele quando percebi o que era aquilo. -Qual é, se você não estiver, vai poder brigar comigo de verdade!
-Então já se prepara para ser xingado até cinco horas da manhã. - eu disse irritada. -Porque não disse isso em casa, seu imbecil?
-Porque você ia brigar muito mais comigo e não ia fazer o teste. - ele disse arqueando a sobrancelha e eu revirei os olhos. Foda que ele estava certo.
Eu praticamente marchei até o banheiro para fazer aquela merda de teste, movida pela força da minha raiva. De onde ele sequer tirava essas merdas, afinal de contas? Ele virou mágico agora, cacete? Estava irritada pra um caralho agora. Não é possível, outro filho? Chifuyu só pode ter ficado louco.
Batidas na porta me fizeram dar um grito e escutei uma risada soando do outro lado.
-Morreu ai, Aiko?- Baji zombou. Revirei os olhos. E aí, os arregalei quando olhei para o teste nas minhas mãos.
Filha da puta.
Não é que ele tava certo mesmo?
Puta que pariu, outro filho não! Outro parto não! Ah, Deus, ah, Deus! Tá de sacanagem, né? Depois de tudo o que eu passei pra ter meus filhos, agora que eu estava satisfeita com isso, vem mais um? Ah, nem fodendo. Nem. Fodendo.
-Aiko, caralho, saí dessa porra!- Baji gritou.
-Vai a merda!- gritei de volta, as mãos tremendo quando abri a porta. Ele olhou para mim e franziu o cenho.
-Que foi? Você tá branca. Tá passando mal?- ele perguntou preocupado de verdade. Comecei a surtar. É isso, eu estava surtando, porque estava grávida de novo, e dois já era demais, três era pra me matar! -Aiko!
-Eu tô grávida!- eu choraminguei. Baji me olhou e me olhou, sem saber como reagir. E, então, caiu na gargalhada, me fazendo dar um murro no peito dele.
-Eu juro, não acredito nisso!- ele disse, rindo tanto que uma lágrima escorreu por seus olhos. -Você se fudeu tanto, tanto porque queria ter filhos e não conseguia, e depois pra adotar Yuki. Ai você adota ele e fica grávida. E agora, do nada, sem nem querer, você fica grávida de novo. Tá vendo, Aiko, ninguém te mandou ficar desesperada querendo filho, agora aguenta mais um!
-Vai se fuder!- eu gritei, dando outro tapa nele. Baji estava rindo, como o maldito filha da puta que ele era.
-Ei, o que vocês dois tão fazendo?- Sam pergutou torcendo o nariz, aparecendo no corredor acompanhada de Chifuyu. Chifuyu, como o grande otário que ele era, começou a sorrir quando viu minha cara de desespero, porque claramente ele já sabia qual era a resposta.
-Você é o culpado disso!- eu choraminguei, apontando o dedo para ele. Chifuyu deu risada, seus olhos brilhando. Sam franziu o cenho, extremamente confusa.
-De que merda estamos falando aqui?- ela perguntou. Respirei fundo, passando a mão pelo cabelo.
Grávida.
Eu estava grávida de novo.
Eu teria outro, outro filho com o imbecil que eu amava desde meus quinze anos, que só amava mais a cada dia que passava, que era um pai maravilhoso e o amor da minha vida.
Olhei para minha irmã, incapaz de conter meu sorriso. E as lágrimas. E então, contei a ela.
-Eu tô gravida.
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