☪ .☆ ━━ THE KARMA OF HAVING CHILDREN ━━ ☪ .☆
Às vezes ser mãe é um saco. Ser mãe de três consegue ser ainda pior. Preciso constantemente estar em alerta, me preparando para cuidar de Lily e impedir que ela apronte algo que vá resultar em alguma grandíssima merda, ter que supervisionar Yuki, porque mesmo que ele seja adulto, é um grande sem noção às vezes, e ainda tinha Dean. Dean, que era tão carinhoso e amoroso com todo mundo e talvez fosse justamente por isso que ele sofresse mais que o normal e o aceitável. Em muitos momentos, queria dar um taoas em Dean para ver se ele parava com isso. Mas também era uma das melhores qualidades dele, mesmo que o fizesse sofrer no processo.
Com um suspiro, enfiei as mãos dentro do cabelo em uma tentativa de me acalmar enquanto eu buscava as palavras certas. Chifuyu me olhou, arqueando a sobrancelha para mim e eu fiz uma careta. Fazia exatos quarenta minutos que Dean tinha voltado para casa e se trancado no quarto sem nem dizer oi, e faziam exatos cinco minutos que Sam tinha ligado falando que Storge e ele tinham brigado. Brigado de novo.
Todo mundo estava cansado de saber que Dean era inegavelmente apaixonado por Storge. E todo mundo sabia muito bem que ela sentia o mesmo, mesmo que Storge não estivesse pronta para admitir isso. E não tinha problema; eles tinham quinze anos, não deveriam decidir coisas assim ou sofrer desse jeito e...
E que eu na idade deles tinha sofrido por coisas piores. Não sabia ser delicada com esse tipo de assunto porque simplesmente me irritava demais. Se eles se gostam, então deveriam parar de palhaçada e drama. Sim, eu s Chifuyu brigamos muito quando éramos mais novos, mas isso nunca foi o suficiente para fazer com que nosso relacionamento não fosse pra frente. Ele me aceitou e ficou comigo mesmo sabendo tudo o que eu tinha feito de errado e mesmo com todas as merdas que eu estava envolvida.
Se Dean não conseguia perdoar Storge por magoar ele, e se Storge não podia perdoar Dean por pelo menos tentar esquecer ela, bem... Então, desse jeito, aquilo nunca daria certo.
Suspirando, bati na porta. Chifuyu não servia para dar conselhos amorosos, sinceramente. Era mais capaz que ele fizesse Dean morrer de vergonha com seus conselhos do que de fato ajudar nosso filho de coração mole demais.
-Dean, vamos, abra a porta.- eu disse com um suspiro. E recebi silêncio em resposta. Troquei um olhar com Chifuyu, começando a ficar nervosa.
-Ih, qual foi. Ele brigou com a Storge de novo? - Yuki disse, apenas colocando a cabeça para fora do quarto. Semicerrei os olhos para Yuki, bem ciente daquele sorrisinho cheio de zombaria que ele estava estampando. -Deixa que eu falo com ele.
-Yuki, você não disse que tinha prova da faculdade amanhã? Então vá estudar e não enche o saco do seu irmão. - retruquei com irritação. Yuki riu, porque claro que eu já não tinha mais a incrível capacidade de colocar medo nele. Essa era a desgraça que acontecia quando seus filhos ficavam velhos demais para te levarem a sério. O que apenas me fazia querer atirar um sapato na cara de Yuki.
-Mãe, relaxa. É sempre assim. Ele e Storge brigam, mas depois sempre se acertam, não é? Sem contar que eles se gostam, só são dois idiotas demais pra perceber isso. - Yuki disse, dando de ombros e eu suspirei, porque ele estava realmente certo. -E acho que Dean não vai querer conversar agora.
-Vocês sabem que a merda da parede é bem fina e tô escutando tudo, né? - Dean disse do outro lado da porta, o que fez Yuki começar a rir, porque ele era sim um ótimo irmão.
-Dean, a gente só quer conversar com você. - Chifuyu tentou e eu suspirei. Que se dane.
-Abre essa merda agora, Dean. - eu chiei irritada, dando um tapa na madeira da porta. Yuki riu mais ainda e eu lancei um olhar mortal para ele, bem perto de ir dar uns belos tapas em Yuki, mas Chifuyu se impediu, se colocando no meio do caminho.
-Aiko, relaxa.- Chifuyu disse, segurando minha mão. Suspirei. Às vezes, só às vezes, me perguntava porque quis tanto ter filhos. Três era um número que certamente ia me fazer ficar louca.
A porta se abriu antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, e Dean me encarou, os olhos claramente vermelhor e era óbvio que ele tinha chorado. De novo.
Suspirei e Chifuyu fez uma careta.
-Eu vou colocar Lily pra dormir. - Chifuyu murmurou antes de me beijar de leve e se afastar. Encarei Dean, não esperando por uma resposta antes de entrar no quarto dele e fechar a porta atrás de mim.
-Desembucha, Dean. Porque está assim? - falei, me sentando na cama dele. Dean começou a bagunçar o cabelo loiro, algo que fazia muito quando estava nervoso. -Vamos lá. Storge de novo?
-Sabe, mãe, nem tudo na minha vida tem haver com Storge.- ele reclamou. Cruzei os braços, arqueando uma sobrancelha para Dean. -Mas nesse caso tem.
Eu não sabia se dava risada ou chutava Dean pela janela. Sinceramente...
-O que você fez?- perguntei e ele torceu o nariz. -Você fez ela passar vergonha de novo, Dean?
-Eu literalmente só tentei esquecer ela! Que saco. Beijei outra garota e Storge viu.- ele disse, cruzando os braços e se sentando emburrado do meu lado. -E Storge me olhou como se eu tivesse apunhalado ela nas costas.
Franzi o cenho.
-Mas não foi ela que não quis nada com você?- falei e Dean apenas fechou os olhos. Suspirei, me levantando. -Bem, amanhã vamos jantar na casa da Sam. Acho bom você decidir o que fazer até lá.
-Ajudou muito. - ele murmurou e eu revirei os olhos.
-Olha, Dean... Você já deixou bem claro o que sente por ela. Mais de uma vez, na verdade. Se Storge vai surtar porque você beijou outra pessoa sendo que ela vive falando que não te quer, bem... Você sabe o que eu acho. Você já falou o que sente. Se Storge gostar mesmo de você, ela vai ir atrás.
Dean apenas levantou a cabeça para me olhar, franzindo o cenho.
-Você acha mesmo que ela correria atrás de mim?- ele disse, parte como zombaria e parte como dúvida. Eu dei de ombros.
-Vai saber? Acho que vamos descobrir nos próximos dias. E você por acaso gostou de beijar essa outra garota? - perguntei e ele apenas negou. Estalei a língua. -Novidade. Você é muito, muito óbvio e transparente. Se Storge não enxergar isso, então ela é cega.
Dean resmungou algo, mas apenas beijei a bochecha dele antes de aair do quarto e ir para o meu, onde Chifuyu me esperava com um meio sorriso. Revirei os olhos.
-Não fala nada. - sibilei e ele riu.
-Dean é igual você. - ele falou mesmo assim, beijando minha bochecha. O empurrei de leve e revirei os olhos.
E, no fim das contas, Chifuyu estava certo. E, por Deus... Como era difícil ser mãe de idiotas.
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