☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED SEVENTY SIX ━━ ☪ .☆
Gritos, eu acordei ao som de gritos repletos de raiva. Pisquei meus olhos de forma confusa, fitando o teto feito de madeira, tentando organizar meus pensamentos que estão confusos por conta do sono. Os gritos continuavam. Eu sentia meu corpo dolorido, talvez culpa da noite que passei junto de Angeli e Aiko mas também acho que as cadeiras do avião devem ter acabado com minhas costas. Pisquei meus olhos, ainda confusa e virei minha cabeça.
Borrões de cabelos castanhos entraram na minha visão e os gritos pareceram aumentar... Mas que porra?
─ Cara, é melhor você sumir daqui antes que eu arrebente sua cara!─ Gritou uma voz que reconheci ser de Aiko. Minha irmã estava na porta do quarto e parecia bem perto de fazer o que acabara de gritar.
─ Esta casa é minha.─ Respondeu quem reconheci ser Vincenzo de forma simples.─ Se tem alguém que deveria sair daqui, esse alguém deveria ser você, afinal quem é você?
─ A pessoa que vai quebrar seu nariz em três.... dois....
Ah, mano, que merda é aquela?
─ Aiko, cala a boca!─ Gritei, escorregando pelos lençóis e caindo da cama, acabando por levar Angeli junto. Minha irmã mais nova soltou um grito assustado e então, franziu o cenho enquanto olhava ao redor, tentando se localizar conforme eu me levantava e me aproximava da porta.
Aiko me olhava com confusão, mas logo lançou um olhar assassino na direção de Vincenzo que exibiu um sorriso malicioso, focado em me observar. Passei as mãos por meus cabelos, tentando dar um jeito nos nós que se criaram em meus fios.
─ O que você quer?─ Falei para Vincenzo, agarrando o pulso de Aiko e a puxando para que ela ficasse atrás de mim.─ Pensei que acabar com meu namoro fosse o suficiente.
─ Ah, ele terminou com você?─ O homem soltou uma risada. Revirei os olhos e apertei o pulso de Aiko ainda mais forte quando eu percebi que ela estava se preparando para meter um soco em Vincenzo.─ Então você se apaixonou por um homem de mente fraca? Incrível, duas palavras fez ele lhe olhar de forma diferente. Já pensou que talvez ele não a amasse o suficiente?
Tudo bem, talvez suas palavras tenham me machucado um pouco mas sinceramente, que ele fosse se foder.
─ Não, mas penso em jogar você de uma escada.─ Resmunguei, guiando uma mão para agarrar a maçaneta da porta.
─ Deixe os pensamentos de homicídio para o lado e comece a pensar em me encontrar para um café da manhã pacífico na cidade vizinha.─ Disse ele com um sorriso suave. Revirei meus olhos, fechando-os e encostando minha testa na porta de madeira.
Tudo bem, Sam... Você precisa fazer isso.
Pisquei meus olhos, semicerrando meu olhar na direção de Vincenzo.
─ É só um café da manhã e vai ser aqui.─ Rosnei em sua direção. O homem não me pareceu surpreso, apenas soltou uma suave risada e então começou a andar pelo corredor mas logo cessou seus passos para me fitar com malícia.
─ Você não se arrependerá, Sam.
─ Ah, com certeza, eu vou.─ A última coisa que falei a ele quando fechei a porta e lentamente me virei para fitar Aiko que parecia surpresa, confusa e um pouco irritadiça demais comigo.
─ Que porra é essa, Sam?─ Ela praticamente gritou. Angeli nos olhou por um momento, antes de se jogar na cama para tentar voltar a dormir. Soltei um suspiro, caminhando até minha mala e rapidamente a abrindo. Agarrando um vestido bege e uma blusa social, além de botas.
─ Tá tudo sob controle, não precisa se preocupar.─ Murmurei, me enfiando no banheiro. Aiko me seguiu e me fitou enquanto tirava minhas roupas para tomar um banho, ela parecia bem perto de tentar me afogar no chuveiro.
─ Sob controle? Meu Deus, você tá indo tomar café com aquele merda depois de tudo que ele fez!─ Ela soltou, bem perto de um colapso. Fechei meus olhos e encostei minha testa nos azulejos frios do banheiro.
─ Eu sei, mas preciso fazer isso.─ Murmurei, piscando os olhos e encarando minha irmã debaixo da água fria.─ Eu preciso dar um fim nessa merda toda...
Aiko soltou um suspiro.
─ Apenas tenha cuidado, tá legal? Você não conhece aquele merda do mesmo jeito que ele não te conhece, então só tem cuidado.
Balancei minha cabeça, concordando com ela.
Eu menti para Aiko. Nada estava sob controle e percebi isso quando notei que Vincenzo fez questão de preparar o tal café da manhã em uma espécie de estufa que era dominada por rosas e só. De forma lenta, me sentei na cadeira que se encontrava mais longe de Vincenzo e não demorei muito para agarrar um macaron, o enfiando em minha boca e o comendo com os olhos fixos no homem italiano que estava focado em tomar o café dentro de sua xícara.
─ Seis atrás, quando fui até o Japão para me encontrar com você, ─ Me controlei muito para não revirar os olhos e me foquei em agarrar um pão doce, devorando-o.─ esperava encontrar uma garota que também esperou por mim desde que nasceu, mas, eu apenas encontrei uma garota que viveu muito para alguém com tão pouca idade e que não tinha a mínima ideia de quem eu era.
─ Vincenzo, eu não preciso disso.─ Falei, sem nem ao menos olhá-lo.─ Estou aqui pela nonna, eu quero resolver tudo que tem para resolver para ela.─ E mais uma vez, mordi um pedaço do pão.─ Eu não vim por você ou pelo noivado. Então, apenas pare com isso. Eu posso estar solteira agora mas, nunca vou dar uma chance para você.
Vincenzo ficou silencioso por um momento mas logo sorriu, se inclinando levemente na minha direção.
─ É o que vamos ver, Sam Dean.
Ouvimos passos atrás de mim e não demorou muito para que eu me virasse. Meu cenho se franziu ao ver nonna ali com as mãos entrelaçadas aos dedos de Angeli que me fitava, parecendo irritada com algo. Tudo bem, Angeli está ali mas onde está Aiko?
─ Olha, que coisa maravilhosa! Meus adoráveis netos se falando tão bem.─ Nonna soltou, se aproximando e sorrindo para nós com uma clara felicidade.─ Vocês me lembram muito eu e seu avó, tão tímidos mas completamente apaixonados.
Fazer uma careta foi inevitável, e quando pensei que aquela situação não poderia piorar, Vincenzo se levantou, tocando em meu ombro e se inclinando para beijar meus cabelos, como se tivéssemos a porra da intimidade para ele fazer uma merda desse jeito comigo.
Angeli o fitou com uma cara tão feia que me fez ficar levemente risonha pelo jeito que ela pareceu um espelho de Aiko naquele momento. Minha irmã mais nova me observou dar uma cotovelada nem um pouco disfarçada no estômago de Vincenzo. O italiano soltou um grunhido e seu aperto no meu ombro se intensificou ao ponto que tive certeza que seus dígitos ficaram marcados em minha pele.
─ Adeus, Sam.─ Disse ele, se afastando. Vincenzo encarou nonna com um sorriso.
─ Já está indo?─ Perguntou a idosa.
─ Ah, claro, nonna. Eu tenho uma empresa para comandar, lembra?
Nonna riu enquanto eu revirava meus olhos com força e Angeli fazia uma careta de nojo. Em poucos segundos, Vincenzo estava longe, para minha felicidade.
─ Bom, ─ Nonna bateu palmas, lançando olhares para mim e Ange.─ Angeli chame Aiko, pois nós iremos conhecer os cavalos!
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