☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED SEVENTY ONE ━━ ☪ .☆
Sinceramente, eu ia acabar tendo um treco e morrendo antes mesmo de me casar. Parecia que quanto mais perto chegava do casamento, mais corrido tudo ficava. E faltava bem, bem pouco agora para meu casamento. Então eu estava fazendo um puta de um esforço pra não surtar e atirar minha tia de uma janela. Tudo bem, ela só queria que aquele dia fosse especial pra mim, mas puta merda, ela se apegava até nos mínimos e mais irrelevantes detalhes. Bom, mas eu também não podia reclamar, já que ela tinha passado as últimas semanas arrumando tudo pra mim para que eu pudesse cuidar de outras coisas.
Tudo bem, Aiko. Daqui duas semanas você vai casar e ai pronto, nunca mais vai ter que lidar com essas coisas. Mas até lá...
Joguei o convite em minhas mãos no balcão e Hanma me encarou, arqueando a sobrancelha para mim antes de cruzar os braços.
-Que isso aí?- ele perguntou. Revirei os olhos e me inclinei pra dar um tapa na testa dele.
-Você sabe muito bem o que é isso, seu imbecil, não me irrita.- falei semicerrando os olhos. Ele abriu um sorriso debochado pra mim. -É o convite do meu casamento.
-Caramba, demorou tanto pra me entregar que achei que nem ia me chamar.- ele zombou. Ergui o dedo do meio pra ele.
-Eu tinha que chamar primeiro as pessoas que são minhas prioridades. - eu provoque e ele me olhou com indignação, o que me fez dar risada. -Você sabe que não precisa de convite nenhum pra ir no meu casamento, idiota.
-Seu noivo discorda. Por ele eu nem seria convidado.- Hanma disse. Revirei os olhos.
-Bom, você pode julga-lo? Você fez muita merda quando éramos mais novos. Além de ter batido nele.- eu falei. Hanma deu uma risada e cutucou minha costela.
-Devo te lembrar que ele também me bateu?- Hanma me provocou. Dei um tapa nele.
-Para de ser irritante. - eu murmurei. -Me surpreende Sayuri te aguentar todos os dias. E falando nela, ela não deveria estar aqui?- franzi o cenho quando notei que minha irmã não estava na loja. Hanma deu um suspiro dramático.
-Ela saiu com aquele imbecil lá. - Hanma disse dando de ombros. Torci o nariz.
-Você sabia, não sabia?- perguntei. Ele piscou os olhos de forma inocente, o que já indicava que, sim, ele sabia muito bem que Keisuke e Sayuri andavam fodendo por aí. Torci o nariz. -Os de verdade eu sei quem são.
-Eu que não ia me meter nessa merda toda aí. E eu descobri por acaso.- ele falou com uma careta. Eu dei risada.
-Não me diga que você...- comecei, mas ele deu um longo suspiro e assentiu. -Meu Deus!
-Pois é. Sua irmã precisa aprender que transar em todos os lugares possíveis e imagináveis nunca dá certo.- ele murmurou com uma careta de nojo. Eu dei risada.
-Dois imbecis do caralho. - falei balançando a cabeça.
Hanma abriu a boca para me dizer mais alguma coisa, mas a porta da loja se abriu e nós dois nos viramos para ver a loira que tinha acabado de entrar. E o que veio a seguir me fez piscar os olhos, perplexa. Porque Yuna tinha literalmente me ignorado para se jogar nos braços de Hanma e lascar um beijão nele.
-Que porra é essa?- eu disse, incrédula. Finalmente minha prima pareceu me ver, arregalando os olhos. -Você não era gay, Yuna?
-Ei!- ela disse, apontando o dedo pra mim. -Você também e olhe só, está indo casar com um macho!
Dei risada e enfiei o cotovelo na costela dela. Bem, aquilo era imprevisível. Nem mesmo em mil anos eu teria imaginado Hanma e Yuna se pegando.
-Já entendi porque não me falou de Sayuri e Baji, você também tava com o rabo preso!- eu gritei, empurrando Hanma. Ele revirou os olhos.
-Cala boca, sua ridícula!- Yuna disse me dando um tapa. -Você não devia estar indo arrumar as merdas do seu casamento ao invés de enchendo o saco, hein?
-Porque você não vai, sabe, se foder?- eu falei arqueando a sobrancelha. Yuna deu risada e me abraçou com força.
-Minha priminha é tão amorosa comigo!- ela suspirou. Revirei os olhos.
No fim das contas, eu preferia mil vezes aquele tipo de intriga do que as merdas que eu tinha passado na adolescência. É. No fim, tudo tinha se acertado.
Torci o nariz quando Juju deu um gritinho e se agarrou no meu pescoço, me apertando com força até demais. Dei um tapa forte nas costas dela, mas nem mesmo isso fez minha amiga me largar. Ela estava ocupada demais em seu estado eufórico só porque chamei ela para ser uma das madrinhas do meu casamento. Puta que pariu.
-Tá, já chega, Juju!- eu falei tentando afastar a maluca de mim, mas agora ela estava chorando. -Pelo amor de Deus, dá pra vocês dois tirarem ela de cima de mim?- gritei para Ran e Rindou, que nem mesmo se levantaram dos lugares onde estavam sentados, ocupados demais escolhendo que merda iam comer pra arrancarem a maluca de cima de mim.
-Tenho certeza que você pode lidar com ela, pequena demônio. - Ran cantarolou com um sorriso. Ergui o dedo do meio para ele. Bem, sim, algumas coisas nunca iam mudar, e eu nunca ia cansar de xingar e ofender aqueles dois bostas do caralho.
-Chega, Junko Furukawa!- eu gritei. Ela se afastou de mim, me olhando perplexa.
-Não é pra você falar meu nome!- ela gritou, me dando um tapa no braço. Revirei os olhos, me sentando de frente para Ran e Rindou, que tinham o cenho levemente franzido.
-Junko Furukawa?- Rindou questionou, arqueando a sobrancelha. Juju grunhiu com irritação, se sentando ao meu lado e fazendo cara feia.
-Você beija a boca dela e não sabe?- eu disse incrédula. Rindou apenas deu de ombros, mas um sorriso maldoso cresceu nos lábios dele. O que me fez o dar um chute por baixo da mesa. Rindou fez uma careta.
-Então, você vai casar.- Ran disse, apoiando o cotovelo na mesa e o rosto na mão. -Uma pena, eu diria.
-Porque, ainda tinha expectativas que eu fosse largar o Chifuyu e ficar com você? - provoquei com um sorrisinho e Ran deu risada.
-Ah, claro que sim. - ele disse e eu revirei os olhos. -Recebemos seu convite, aliás.
-Sem gracinhas no meu casamento, tá beleza?- eu disse estreitando os olhos. Rindou deu risada.
-Pode deixar, não vamos vender drogas para seus convidados, se é isso que te preocupa.- Rindou zombou.
-E nem quebrar os ossos de ninguém. Acho que podemos nos controlar por um dia.- Ran cantarolou. Revirei os olhos.
-Porque eu ainda sou amiga de vocês, aliás? - eu murmurei e os dois riram.
-No fundo, no fundo, você não sabe viver sem a gente. - Ran disse. Mostrei pra ele o dedo do meio novamente. Um belo de um arrombado, eu diria.
-Ignore eles!- Juju disse, me olhando com animação. -Eu quero saber tudo!
E lá se vai a tentativa de um almoço sem falar sobre chatices de casamento.
Queria dar um soco na cara de Chifuyu pela brilhante ideia de "a gente consegue muito bem pintar uma parede sozinhos". O caralho que sim. Porque a porra da tinta tava em todo o lugar nessa porra, menos na parede. Olhei para ele com pura irritação, me segurando mesmo pra não jogar a lata na cabeça dele. E ele estava rindo de mim, porque é um puta de um bosta.
-Tem tinta na sua cara.- ele riu. Respirei fundo.
-Ah, você jura, seu gênio?- eu disse irritada. -Ideia de merda essa a sua.
-Ideia de merda? A culpa não é minha se você não sabe fazer isso sem se sujar inteira. Tá vendo, não tem tinta nenhuma em mim.- ele disse. Claro que não tinha, porque eu não tinha dado uma de imbecil e ficado jogando tinta nele. Já não posso dizer o mesmo sobre meu namorado com mentalidade de cinco anos.
-Eu te odeio.- murmurei, me voltando para a parede que agora estava metade azul claro e metade branca. Torci o nariz. Três horas e a gente tinha feito metade de uma parede. Não íamos terminar aquela porra nunca, principalmente se Chifuyu continuasse de gracinha pra cima de mim!
-Odeia merda nenhuma.- ele disse me abraçando por trás e beijando meu pescoço. Aproveitei que o idiota tava ali e enfiei a mão cheia de tinta bem na cara dele. Chifuyu me olhou perplexo.
-Isso é o que você merece por ser um belo idiota.- eu disse, rindo da marca azul que ficou na bochecha dele. Ele revirou os olhos e me puxou para perto dele, não se importando nem um pouco com o como nós dois ficaríamos literalmente azuis depois disso.
-Eu te amo.- ele murmurou e me beijou.
E, apesar de toda aquela felicidade, ainda assim, porque eu sentia que alguma merda poderia acontecer a qualquer instante? Talvez eu estivesse paranoica, me lembrando demais da minha adolescência caótica. E apenas rezava para que fosse só isso.
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