☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED SEVENTY FIVE ━━ ☪ .☆
Quando acordei na manhã seguinte, ainda confusa com tudo que tinha rolado nas últimas vinte e quatro horas, Sam ainda estava apagada do meu lado. Angeli também estava dormindo, e nenhuma das duas parecia que acordaria tão cedo. O que era foda, porque aqui estou eu, Aiko Tanaka, na casa de gente rica e metida, tudo o que mais odeio na minha vida. Talvez eu me atirasse da sacada, isso seria uma ideia ótima.
Com um suspiro pesado, joguei os cobertores para o lado e me levantei, procurando pelo celular que eu tinha perdido em algum momento daquela noite caótica. Apenas tive forças o suficiente pra avisar meu noivo que estava viva antes de desabar na cama.
Pisquei os olhos e franzi o cenho quando vi as milhares de mensagens no meu celular, a maioria perguntando se Sam estava bem. Bom, claro que ela não estava bem, e isso era óbvio para qualquer um que a conhecesse. Queria dar o fora dessa casa o quanto antes, mas ficaria aqui, ao lado de Sam, até ela terminar o que veio fazer aqui. Mesmo que isso fosse acabar me matando aos poucos.
Suspirei e comecei a responder uma mensagem de Kazutora quando o aparelho em minhas mãos começou a vibrar. Não pensei duas vezes antes de atender, colocando o celular no ouvido.
-Oi, amor.- murmurei, caminhando até aquele banheiro que conseguia ser maior que o quarto que eu tinha na casa da minha tia, e me tranquei lá dentro. -Tudo bem?
-Eu que deveria te perguntar isso.- Chifuyu respondeu, me fazendo dar uma risada. Me olhei no espelho e, porra, eu também estava acabada. O meu sono era bem nítido, as olheiras embaixo dos meus olhos não me deixavam mentir a exaustão que estava sentindo naquele momento. -Sam tá bem?
-Não, mas você conhece ela.- respondi com um suspiro. -Ela vai esconder ao máximo o que sente, até tudo explodir de uma vez. E agora que ela tem um objetivo, tudo o que menos vai fazer é se permitir sentir toda essa dor. Isso aqui vai dar uma merda do caralho, Chifuyu.
-É, eu sei. - ele suspirou. Por um tempo, apenas ficamos em silêncio. -Só cuida dela, Aiko. Não deixe que Sam faça algo que talvez vá se arrepender futuramente.
-Claro que vou cuidar dela.- suspirei. -Minha vontade de chutar aquela velha foi tão grande, Chifuyu. Mas ai sim eu ia ser presa, e como prometi não arrumar confusões até nosso casamento...
-Bom, eu não ia te julgar se você chutasse a velha. - ele disse, me fazendo dar risada.
-Te ligo depois. Vou ver se Sam já acordou.
-Se cuida. Não faça merda. Não seja presa. Te amo. - ele disse e eu revirei os olhos.
-Vá se foder.- foi tudo o que eu respondi para Chifuyu antes de desligar o celular.
Bem, eu ia mesmo checar Sam e Angeli, mas antes de fazer isso, tinha algo em especial que precisava fazer. Nem mesmo hesitei antes de digitar aquele número e pressionar o celular no ouvido, me certificando que Sam ainda estava devidamente apagada.
-Aiko?- Mitsuya parecia dividido entre ficar confuso e apreensivo com minha ligação, e eu não tirava o direito dele. Esfreguei o rosto com força. Se Sam descobrisse sobre isso, certamente me esfolaria, mas quer saber? Foda se. Um grande de um foda se! Esses dois se amavam, e eu não ia ficar vendo eles jogarem esse relacionamento que construíram por seis anos no lixo por causa de uma bosta como essas. Por causa de um bosta como esse tal de Vincenzo do caralho. -Se você tá me ligando pra dizer que estou errado e...
-Olha, Mitsuya, antes de falar qualquer coisa, me escuta, tudo bem?- falei e, quando não obtive nenhuma resposta dele, continuei. -Não tô ligando pra dizer que você tá errado, Takashi. E nem pra defender a Sam, se é isso que está pensando. Ela é minha irmã, mas não vou passar a mão na cabeça dela, sabia? E você é meu amigo, também faz parte da minha família. Depois de seis anos, não pode pensar que te vejo só como namorado da minha irmã, não é? E é por isso que tô te ligando. Como irmã da Sam, sim, mas também como sua amiga.
-Aiko, sinceramente...- ele começou, mas eu o cortei.
-Calado, Mitsuya. - eu rosnei. -Eu sei que você tá puto, magoado, se sentindo traído e essas merdas todas. E eu não tiro sua razão, entende? Sei que Sam errou, sei que ela devia ter te contado tudo, mas você não conhece Sam Dean? As vezes até mesmo eu só descubro sobre essas merdas quando tudo explode. Mas você precisa entender, Takashi, que pra Sam não é tão fácil assim compartilhar as coisas e que ela não quer ficar preocupando os outros com as merdas dela. E, sim, eu sei que isso é errado, mas Sam é a pessoa mais teimosa do universo, sabia disso?
-Claro que eu sei disso.- ele murmurou e eu suspirei.
-Onde eu quero chegar é que ela ama você. Ama você mais do que qualquer coisa no mundo todo, e você sabe disso, não? Tudo o que Sam mais quer é casar com você, ter uma família com você. Então não é justo que vocês se separem por causa da porra de um italiano que só viu Sam meia dúzia de vezes na vida! Que sequer sabe quem ela é de verdade. Você realmente vai fazer o que esse otário quer e simplesmente desistir? Caralho, Mitsuya, não era você o mais sensato nessa porra?
-E o que você quer que eu faça, Aiko?- ele suspirou. -Foram seis anos que ela escondeu isso de mim. Seis anos, Aiko
-Sim, eu sei, e ela errou, cacete. Mas você quer realmente acabar com tudo o que vocês construíram nesses seis anos por causa de uma merda dessas? Bom, se isso for mesmo o que você quer, Takashi, então tudo bem. Não vou te julgar, porque não tenho esse direito. Mas conheço você tanto quanto conheço Sam, e sei que não é isso que você quer.
Ele apenas ficou em silêncio. E eu respirei fundo, fechando os olhos. Tudo bem, Aiko. Você não deveria ter se metido nisso, mas um grande foda se, se um dos dois quiser causar com você por causa disso, bem, foda se também.
-A gente tá na Itália, em uma cidade que não sei o nome, mas ficarei muito feliz em te mandar a porra do endereço dessa merda por mensagem. - eu disse e Mitsuya começou a perguntar o que eu queria dizer com isso, mas o cortei. -Se você ama a Sam, vem pra essa merda de país e resolve essa porra, Mitsuya. Porque, sinceramente... Eu não faço a menor ideia do que Sam tá pensando em fazer. E se você ama ela e quer ficar com ela de verdade... Então você já sabe o que tem que fazer, não é?
Mitsuya não me disse nada, e batidas na porta me fizeram arregalar os olhos e desligar o celular rapidamente.
Saí do banheiro e franzi o cenho ao notar que Sam e Angeli ainda estavam dormindo. Com um resmungar irritadiço, caminhei até a entrada do quarto e abri a porta. Apenas para dar de cara com um homem de cabelos escuros, que franziu o cenho ao me olhar.
-Quem é você?- ele perguntou, torcendo o nariz. Uma belo de um merda e eu não precisava de muito para saber quem esse arrombado era. -Onde está Sam Dean?
Abri um sorriso psicótico para ele. Um sorriso que eu não dava há seis anos, desde que Kisaki tinha finalmente morrido e ido para o inferno. Mas aqui estava eu, pronta pra jogar todo o lado ruim de Aiko Tanaka pra cima desse bosta. Tudo bem, Aiko, foca em não ser presa em um país estrangeiro faltando apenas alguns dias para seu casamento!
Estalei a língua e cruzei meus braços.
-Bem, você deve ser o tal merda que anda enchendo o saco da minha irmã. Prazer, aliás. Sou Aiko Tanaka. A pessoa que vai fazer você se arrepender de ter saído do útero da mãe.
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