☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED NINETY SEVEN ━━ ☪ .☆
Sam estava simplesmente linda.
Não havia palavras melhores para descrever o como Sam estava perfeita naquele vestido maravilhoso, o como ela estava maravilhosa entrando por aquelas portas.
Foi impossível não me emocionar vendo minha irmã se casando com o homem que ela amava, ainda mais sabendo de tudo o que Sam tinha passado, o que ela e Mitsuya tinham passado. Foi impossível não chorar quando Sam e Mitsuya se beijaram, parecendo tão felizes com aquilo que era contagiante. Foi impossível não ficar tão feliz de ver a felicidade da minha irmã. Aqueles momentos sempre foram e sempre seriam o suficiente para me fazer esquecer de qualquer problema idiota que eu pudesse estar passando. Como eu me preocuparia com coisas tão idiotas quando tudo estava tão feliz assim?
E todos nossos amigos idiotas estavam felizes também. Baji e Kazutora estavam praticamente em uma competição para ver quem ia ser o primeiro a chorar, e eles tinham falhado miseravelmente nisso quando Sam e Mitsuya disseram seus "sim", pois ambos começaram a chorar como dois idiotas. Não vou nem comentar sobre Hakkai, mas quanto a ele é difícil dizer se ele chorava por achar aquilo lindo ou por Mitsuya estar casando e abandonando ele. Claro que não perdi minha oportunidade de zoar o Shiba, que me prometeu a morte, me fazendo rir. E se até mesmo Draken derrumou algumas lágrimas, quem era eu para não chorar, afinal de contas?
Agora estávamos todos em um salão, onde Sam e Mitsuya tinham organizado a recepção para o casamento deles. A festa não era grande, o suficiente para receber todos os nossos amigos. Nossa família, de fato. Nas mesas dispersas pelo salão tinham arranjos de lavanda e flor de cerejeira. Tudo ali era a cara de Sam e Mitsuya, até mesmo os mais pequenos detalhes. Nossos amigos idiotas já estavam rindo, gritando e bebendo cerveja como se fosse água, todos felizes demais para se importar com qualquer outra coisa.
Angeli estava sentada do meu lado, fazendo uma careta irritadiça para Keisuke que não parava de tentar arrancar dela quem era o "garoto" que ela conversava tanto pelo celular. Bem, Keisuke era um grande imbecil por não notar que não era garoto porra nenhuma, mas não seria eu a avisar isso a ele.
Baji e Kazutora até tinham tentado planejar alguma de suas palhaçadas para aprontar no casamento de Sam, mas ela os havia ameaçado de uma forma que fez os dois até mesmo desistirem das ideias ridículas que tinham juntos. Sinceramente, acho que o neurônio que eles dividiam tinha morrido. Mesmo assim, não achava, nem por um segundo, que eles iam deixar esse casamento passar sem apontarem uma, seja com gracinhas ou passando vergonha bêbados. Eu já estava preparada para filmar tudo e jogar no YouTube, apenas para a humilhação dos dois.
-Quando vai me contar o que tá acontecendo?- perguntei, agarrando Chifuyu pelo braço quando ele passou por mim e ele fez uma careta. Meu marido tinha ficado me evitando a porra da festa inteira, e isso só significava uma coisa: tinha rolado alguma coisa, e eu ia descobrir o que era!
-Não tá acontecendo nada.- ele disse, tentando se livrar de mim. Apertei o braço dele com força, fazendo Chifuyu chiar e me olhar irritado.
-Eu te conheço muito, muito bem mesmo, Chifuyu. Não minta descaradamente pra mim!- eu reclamei e ele bufou. Era engraçado que até mesmo irritado, Chifuyu ainda conseguia ser um grande gostoso.
-Melhor deixar isso pra lá, pelo menos por enquanto, tá bom?- ele disse me segurando pelos ombros e eu franzi o cenho, confusa. Chifuyu estava estranho; estava muito, muito estranho. Se ele tinha achado que eu não notei as caras esquisitas dele e Sam quando entraram na igreja, estava bem, bem enganado.
-Você e Sam brigaram antes de entrar?- perguntei e ele franziu o cenho para mim. Bem, isso já dizia que o problema não era esse. -Chifuyu, você sabe o que tá rolando com a Sam? Ela tá estranha! E agora você também está! Ela te contou, não foi?
-Amor, ela me contou, mas não posso te contar isso. É algo que quem tem que falar é a Sam, não eu.- ele disse e eu suspirei, fechando os olhos com força. Sabia que Chifuyu levaria o segredo de Sam para o inferno com ele, e que não importava o quanto eu o ameaçasse de morte, ele não me contaria nada.
-É algo sério? É grave?- eu perguntei preocupada e ele deu risada, o que me fez suavizar um pouco.
-Não, não é nada grave, Aiko. Para de se preocupar tanto.- ele falou se inclinando e grudando os lábios nos meus. Eu apenas fechei os olhos, aproveitando a sensação da boca de Chifuyu contra a minha. Os últimos dias tinham sido tão estressantes que eu nem mesmo tinha aproveitado o tempo ao lado dele.
E só pioraria daquele dia em diante. Bom, eu ia aproveitar aquela festa, esquecer todos os outros problemas. Mesmo sabendo que, daqui dois dias, eu teria outro julgamento de merda pra enfrentar. E era uma bosta, uma bosta do cacete, porque teria que ficar revivendo momentos que queria esquecer. Meu advogado tinha me dito que as coisas poderiam correr de duas formas: ou tudo acabaria em alguns dias e já saberíamos se minha ficha ia ser limpa ou não, ou aquilo podia durar meses. E eu só queria me livrar logo de toda aquela situação e esquecer para sempre minha mãe e aquele desgraçado que estava queimando no fogo do inferno.
Respirei fundo e afastei esses pensamentos; era o casamento de Sam, e ela estava feliz, então eu também ficaria feliz! Eu estava feliz, estava muito feliz por Sam e Mitsuya, porque amava os dois.
-Aiko, vem logo!- Kazutora gritou, correndo até mim e agarrando meu pulso. -Vai logo, aproveita que os idiotas finalmente sentaram e vai lá fazer seu discurso de gay.
-Cala boca, Kazutora!- eu reclamei, pisando com meu salto no pé dele e fazendo o homem chiar. -Babaca.
Ainda assim, eu o segui para o lugar que já tinha sido especialmente praparado para que eu dissesse o que tanto queria. Sam foi a primeira a me notar, me olhando e franzindo o cenho, confusa. Eu apenas sorri para minha irmã.
-Posso ter um minuto da atenção de vocês?- eu falei e, no segundo seguinte, a música tinha cessado, assim como as conversas. Todos pararam o que estavam fazendo para me olhar. Mas estava ficando minha atenção apenas nos dois a minha frente, Sam e Mitsuya. Sorri para eles. -Eu tô aqui agora, na cara e na coragem, ignorando com todas as minhas forças o sorrisinho malicioso que Baji certamente tá me lançando agora, para dizer algo pra vocês dois.
"A partir de hoje, as coisas vão mudar completamente na vida de vocês. E mesmo que tenham seus altos e baixos, eu sei melhor do que ninguém que vocês vão passar por isso e vão seguir em frente. E, caramba, eu tenho nove anos de argumentos apenas para comprovar que estou certa!"
Os dois sorriam para mim, me fazendo rir um pouco.
-Sam e Mitsuya, vocês sempre foram um casal de dar inveja, sabiam? Puta merda, eu só faltei matar Chifuyu muitas vezes por ser um grande idiota, mas aí estiveram vocês dois, sempre calmos apesar dos surtos, resolvendo todos os problemas juntos. Bom, boa parte dos problemas, mas acho que podemos esquecer toda a história da Itália, né? Aliás, Sam Dean, nunca mais iremos colocar os pés naquele país maldito, tá ouvindo? - Sam soltou uma alta risada, me fazendo rir também.
-Relacionamento se baseia em confiança e respeito. Aprendi isso com vocês dois, aprendi com vocês que as vezes a gente precisa ceder, que não dá pra estar certo sempre. E, mesmo quando não sabiam merda nenhuma sobre relacionamentos, vocês dois deram um jeito de fazer isso dar certo. E aqui estamos nós hoje, vendo que, de fato, deu certo! E eu não podia estar mais feliz por vocês dois.
"Sou grata por ter conhecido vocês. Sou grata por terem sido muito mais que meus amigos, mas sim minha família. E a você em especial, Sam, eu sou grata por ter me amado quando ninguém mais o fez. E por nunca, jamais, em hipótese alguma, ter desistido de mim. E se eu estou aqui hoje, falando sobre o amor de vocês dois, é por sua causa. Enfim, eu vou parar de falar agora antes que comece a chorar, mas quero que saibam que não importa o que aconteça daqui pra frente, sei que vocês vão dar um jeitinho de fazer tudo dar certo. Porque é quem vocês dois são, afinal. E eu desejo que vocês tenham uma vida linda juntos pela frente. Amo vocês!"
Sam nem mesmo esperou mais um segundo antes de vir até mim, lágrimas nos olhos, enquanto todo o salão explodia em gritos e aplausos. Minha irmã se jogou nos meus braços, me abraçando com força e me fazendo dar risada. Abracei Sam, piscando os olhos para afastar minhas lágrimas.
-Você é meu Sol. - ela disse no meu ouvido e eu sorri, apertando mais Sam contra mim.
-E você minha Lua.
Aquele salão irrompeu em caos quando Sam anunciou que ia jogar o buquê. Meu Deus, foi realmente engraçado ver as mulheres se pisoteando e empurrando só para pegar as flores na mão de Sam. Eu dei risada da cena, parada ao lado de Chifuyu, que abraçava minha cintura.
-Não sei porque tanto alvoroço por causa de umas plantas. - Kazutora disse torcendo o nariz. Revirei os olhos, preferindo ignorar o homem ao meu lado.
O que eu não esperava, não mesmo, era que, quando Sam jogasse o buquê em suas mãos, ele fosse voar diretamente para o colo de Sayuri, que sequer tinha se levantado para fazer parte do grupo de histéricas querendo pegar as flores. Minha irmã arregalou os olhos e escancarou a boca. No mesmo instante, Sam e eu trocamos um olhar, um sorriso malicioso crescendo nos nossos lábios. Baji, como o grande imbecil que era, também não perdeu a chance.
Achei que Sayuri fosse desmaiar ali no meio do salão quando Baji se aproximou dela, segurando suas mãos.
-Sayuri, a gente se conhecê a muito tempo, sei que namoramos só há alguns anos, mas... - ele começou, mas ela levantou num pulo, batendo com força até demais no braço dele.
-Para de graça pra cima de mim, Keisuke Baji, seu babaca!- ela gritou irritada, o dando outro tapa e depois outro. Comecei a dar risada, principalmente quando Baji começou a chiar e a fugir da mulher que estava a beira de matar ele por causa da brincadeira imbecil.
Dando risada, me virei para Chifuyu, apenas para já o encontrar me encarando. Ele sorriu para mim, levando a mão até a minha bochecha e acariciando de leve.
-Vai ficar tudo bem, Aiko. - ele me disse e sabia do que falava. Apenas me inclinei e grudei a boca contra a dele. E, naquele momento, me permiti acreditar naquelas palavras.
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