☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED EIGHTY SIX ━━ ☪ .☆
Estressada. Nas últimas semanas, estar estressada se tornou normal para mim, por mais insuportável que fosse. Tudo bem, eu admitia que tinha esperado dois anos para me casar com Mitsuya pela preguiça que eu sentia ao pensar em tudo que teria que fazer, desde a escolha dos cardápios até as roupas usadas pelas madrinhas e padrinhos. Certo que eu tinha ajuda, mas isso não dava uma minimizada em todo estresse que estava gerando enjoos a todo momento. Meu Deus, depois de casar, quero férias. De preferência, em um lugar bem de longe de Kazutora e seu perfume horroroso que já havia me feito correr até o banheiro umas mil vezes.
─ Não sei porquê você tá reclamando.─ Resmungou ele, pegando um doce que estava na mesa contra a ponta dos dedos e rapidamente arrancando um pedaço.─ Você que comprou isso para mim!
Meu rosto se contorceu em uma careta. E Baji soltou uma risada engasgada, se inclinando para o lado de Angeli que lançou um olhar cheio de nojo para um de seus pais antes de voltar a encarar a tela de seu celular.
─ Vou ignorar o que você acabou de falar.─ Rosnei na direção de Kazu que revirou os olhos, continuando a devorar os doces em nossa frente. Bufei irritadiça, erguendo meu braço para fitar o relógio preso em meu pulso.─ Chifuyu está atrasado.
─ A gente sabe, você já disse isso.─ Soltou Baji, mas logo calou-se diante do meu olhar. O homem de cabelos escuros que se encontravam curtos, revelando os piercing espalhados por suas duas orelhas e dando aquele mesmo ar selvagem que ele tinha quando éramos adolescentes. Perdi a conta das vezes que ri da cara de Baji quando Angeli encarou ele e disse que ele tava ridículo daquele jeito.
Soltei um resmungo, roubando um doce de Kazu e mordendo a massa com rapidez. Foi nesse momento que Chifuyu apareceu nas portas da doceria, abrindo um sorriso quando nos viu e praticamente correu na nossa direção, se sentando na mesa ao meu lado.
─ Desculpa o atraso.─ Ele disse, se inclinando e beijando minha bochecha. Fiz uma careta para Chifuyu e empurrei um prato de doces em sua direção.
─ Ei, isso daí é meu.─ Soltou Baji, tentando tomar os doces que dei a Chifuyu e não demorou muito para que eu desse um tapa em sua mão. Kei chiou e recuou. Me virei para o marido de minha irmã.
─ Aiko tá bem?─ Perguntei, escorregando um copo de água que ele pegou sem pensar duas vezes. Observei sua cabeça se balançar, indicando que sim, minha irmã estava bem. Soltei um suspiro.
Eu não sabia o motivo pelo qual Aiko estava tão fixada na ideia de ter filhos. Tudo bem, não vou julgá-la mas ficar tão focada naquilo ao ponto de pensar que não é capaz de engravidar por conta de um pouco de dificuldade é um pouco demais e isso pode acabar com Aiko aos poucos, aquilo me preocupava.
─ Ainda é o negócio dos filhos?─ Perguntou Baji, franzindo levemente o cenho. Chifuyu balançou a cabeça, concordando, mastigando a massa dos doces.─ Vocês já foram no médico pra ver se é algum problema?
─ Não, eles são burros demais pra isso.─ Revelou Kazutora entre uma risada e outra. Baji também riu. Chifuyu revirou os olhos. Pisquei os olhos, tocando seu ombro.
─ Eles estão certos. Se você ou Aiko tem alguma dificuldade de engravidar ou algo do tipo, deveriam ir até o hospital para ter a certeza.
─ E se isso for verdade, se Aiko não for capaz de engravidar...─ Ele suspirou, cobrindo uma parte do rosto com a palma.─ Isso vai destruir ela, Sam.
Balancei os ombros, tombando minha cabeça e a encostando em seu ombro com um pequeno sorriso.
─ Mas, a dúvida já tá destruindo ela. Pelo menos, a certeza pode fazer vocês arranjarem uma solução.─ Continuei a falar. E então, beijei a bochecha de Chifuyu.─ Bom, vamos falar sobre outra coisa.
O Matsuno me encarou com o cenho franzido por um momento. Baji e Kazu sorriram em conjunto.
─ Falar sobre o que?─ Ele perguntou, piscando os olhos com lentidão. Abri um sorriso, apertando seu ombro com carinho.
─ Sobre você me levar pro altar, né, Chifuyu.
Mãos massageavam meus ombros, tentando livrar meus músculos da tensão. Soltei um suspiro quando os dedos de Mitsuya se afundaram em minha pele e uma sensação de alívio se espalhou por meu corpo. Meu noivo soltou uma risada arrastada, beijando minha nuca com suavidade antes de se sentar ao meu lado. Encarei seu rosto, soltando uma risada alta.
─ Você tá ridículo.─ Falei em um tom risonho. Mitsuya franziu o cenho, sorrindo.
─ Você que me fez ficar ridículo.─ Retrucou ele. Balancei a cabeça e toquei a argila que cobria boa parte de seu rosto, então soltei mais uma risada.
─ Eu tava brincando!─ Exclamei.─ E foi Yuzuha que disse que sua pele tava ressecada demais.
Mitsuya também soltou uma risada, esticando as mãos e agarrando minha cintura, não demorou muito para estarmos colados um no outro, envolvidos em um beijo cheio de saudade.
Aquela semana havia sido insuportavelmente cheia. Mitsuya estava sempre na companhia de Yuzuha e Hakkai por conta de seu terno e também ocupado em aprovar os cardápios, agora que eu mal conseguia colocar um mísero pedaço de comida na boca sem correr para o banheiro em busca de colocar minhas tripas para fora. E eu estava ocupada em organizar o visual do casamento na companhia de Baji, Kazu e Angeli. Tudo bem, minha equipe de apoio não era uma das melhores mas, pelo menos, eles estavam aliviando o trabalho para mim e Kazu sempre estava me enchendo com doces para me acalmar quando me encontrava muito perto de agredir alguém.
─ Então, a Aiko está um pouco desesperada com tudo isso.─ Ele disse, após escutar o relato de como havia sido minha semana. O homem beliscava a pele da minha coxa de forma leve quase que carinhosa. Balancei minha cabeça, confirmando. Mitsuya soltou um suspiro e encostou sua cabeça na minha.
─ Pelo menos, a gente concorda que eles deveriam ir com calma, não é?─ Perguntei a ele que beijou minha bochecha.
─ Se fosse você no lugar dela, o que você ia fazer?
Pisquei meus olhos, levemente confusa com seu questionamento. Fitei o teto do apartamento de Mitsuya com o cenho franzido. Se fosse eu na situação de Aiko....
─ Eu iria esperar mais alguns anos para sei lá começar a tentar engravidar.─ Confessei, uma das mãos se afundando nos fios do meu noivo.─ São só dois anos de casamento, eu iria aproveitar mais você e tudo isso antes de ter uma criança para cuidar.
Mitsuya me fitou com o cenho franzido, mas então sorriu, se aproximando e beijando meus lábios com carinho.
─ Tudo bem, então nada de filhos por enquanto.
Soltei uma risada, empurrando-o levemente.
─ Sim, nada de filhos.
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