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☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED EIGHTY SEVEN ━━ ☪ .☆

Ran estava com o cenho franzido para mim, parecendo bem perto de começar a me lotar de perguntas que eu, certamente, não responderia. Me deixava levemente irritada que o Haitani conseguisse enxergar facilmente quando eu estava estressada ou não. Bom, já não podia dizer o mesmo sobre Rindou, que estava ocupado demais em ficar de putaria com a Juju, o que me fez torcer o nariz com nojo para os dois flertando descaradamente do meu lado. Ainda assim...

-Porque você está com essa cara?- Ran perguntou, arqueando a sobrancelha para mim. Revirei os olhos.

-Não é nada.- falei de forma lenta, enfiando uma batata frita na boca, mesmo sem chegar a sentir, de fato, o gosto dela. Ran torceu o nariz para mim.

-Sabe que não pode mentir pra mim, não é?- ele cantarolou. Ergui o dedo do meio para ele. -Você parece exausta. Deve estar precisando de um pouco mais de emoção na sua vida, Aiko.

-Ran, eu, definitivamente, não preciso de drogas.- eu falei torcendo o nariz, o que o fez dar risada.

-Quem precisa de drogas?- Rindou perguntou, se virando para nos encarar. Revirei os olhos.

-Ninguém, seu idiota. - eu disse. Ele apenas arqueou a sobrancelha para mim.

-Isso é o que você pensa. - ele retrucou com um sorrisinho sarcástico. Eu estava bem perto de meter um chute na perna de Rindou por ser um babaca.

-Porque vocês tão sempre implicando um com o outro?- Juju disse, cenho franzido, saindo, finalmente, do colo de Rindou.

-Porque é assim que irmãos se tratam.- Ran disse dando de ombros. E ai abriu um sorriso para mim, que me fez bufar. -E Aiko é nossa irmãzinha chata, irritante e insuportável.

-Porque você não vai se fuder, hein, Ran? - falei dando a ele um sorriso cruel. Ran deu risada.

-Bem, depende, você vai vir junto?- ele provocou. Atirei uma batata nele, porque Ran estava, sabiamente, longe demais para que eu pudesse voar no pescoço dele por ser um puta de um babaca. -Sempre estressada demais, nunca muda, não é?

-E você tá sempre sendo um babaca, nunca vai mudar não? Aliás, espero mesmo que tenham resolvido aquela merda de vocês com a polícia, porque não quero acabar me fodendo por estar perto de vocês.- eu reclamei. Ran fez um gesto de tanto faz e Rindou revirou os olhos roxos. 

-O dinheiro compra tudo no mundo, Aiko, até mesmo a polícia, sabia?- Ran disse sorrindo e eu esgasguei. Rindou se aproximou sorrateiramente, apenas para me dar um tapa nas costas que fez eu me curvar. O fuzilei com o olhar.

-Vocês não prestam, sinceramente. - eu murmurei. -Eu realmente não sei porque ainda vejo vocês. Pelo menos não matam ninguém. Né?- minha voz talvez tenha saído um pouco desesperada. Ran franziu o cenho pra mim e Rindou deu uma risadinha.

-É melhor você nem saber.- Rindou cantarolou. Juju revirou os olhos, dando um chute nas pernas dele.

-Eles não fazem mais isso não.- ela disse. Rindou suspirou.

-Quando a vida ficou tão entediante assim?- ele choramingou. Torci o nariz.

-Bem, devo dizer que isso é culpa da Juju.- Ran disse torcendo o nariz para ela. Juju mostrou a ele o dedo do meio.

-Vocês precisavam de mim, essas foram minhas condições, então vê se não fode.- ela disse com um sorriso cruel.

Eu, sinceramente, não sabia como aquilo entre os três funcionava e nem queria saber. Não queria que meu cérebro fritasse de vez e minha sanidade mental que já era uma bela merda acabasse para sempre. Era apenas uma questão de se fingir de cega, e quando o assunto era Juju e os dois imbecis, eu me fazia de cega.

-Depois dessa merda toda, eu tô indo embora.- falei me levantando.

Ran veio até mim, jogando o braço ao redor dos meus ombros e me puxando para mais perto dele com aquele sorriso que sempre havia me irritado pra caralho, esse arrogante de merda.

-Não seja tá sem educação, Aiko.- ele falou, afundando o dedo na minha bochecha. Dei um tapa na mão dele e Ran deu risada enquanto nos guiava para fora.

Sinceramente, eu não fazia ideia do porque eu ainda insistia em ser amiga de Ran Haitani, esse bosta do caralho. Mas, se fosse ser mesmo sincera, no fundo, bem no fundo mesmo, ele e Rindou tinham significado para mim. Ainda mais quando eles salvaram minha vida várias vezes, de várias formas. Claro que eu sabia que eles jamais iriam ser bonzinhos ou flor que se cheirasse, mas também pouco me importava. 

Estava um dia gelado e eu estremeci um pouco quando o vento se chocou contra mim no momento que deixamos o restaurante. Ran me apertou mais contra si e eu fiz uma careta, mas também não reclamei, porque estava mesmo começando a ficar com frio.

-Quer que a gente te leve pra casa, Aiko?- Juju perguntou. Abri a boca para dizer que, sim, eu queria, quando meus olhos bateram em uma criança do outro lado da rua.

Isso não deveria ter me chocado tanto, afinal, naquela região mais calma da cidade tinham crianças brincando e correndo pela rua vinte e quatro horas por dias. Mas essa não era a questão; o problema, o que fez eu ficar dividida entre a indignação e a dor no coração foi ver aquele garotinho que não devia ter mais que sete anos completamente sozinho, sujo e encolhido no canto por causa do frio. E era claro como a luz do sol que ele tinha sido abandonado pela família. E isso... Isso, por algum motivo, me abalou de uma forma que eu não era capaz de explicar. Porque um dia eu havia sido que nem aquele garotinho; deixada pela própria família, por aqueles que deveriam cuidar de mim e me proteger, para morrer de fome e frio na rua. 

-Onde você vai?- Ran perguntou, agarrando meu braço. Eu nem mesmo tinha me dado conta que estava caminhando até aquela criança. Torci o nariz para ele e Ran se virou para olhar o que eu estava olhando. Então, fez uma careta. -Você não pode estar falando sério que agora vai se importar com crianças catarrentas no meio da rua, né, Aiko?

-Não fode, Ran. Não tá vendo que ele foi abandonado?- eu reclamei. Ele revirou os olhos para mim.

-E o quão diferente é isso das outras milhares de crianças deixadas pelos pais para morrerem por ai?- ele disse arqueando a sobrancelha. O olhei com pura irritação.

-A diferença é que nenhuma dessas outras apareceu no meu caminho.- eu disse soltando meu braço dele e caminhando até aquele garotinho.

Talvez eu tenha me assustado um pouco por ele sequer ter se mexido com a minha aproximação, mas dei um suspiro aliviado quando ele ergueu a cabeça para me fitar com os grandes olhos avelã. Ele parecia bem perto de chorar agora, mas apenas me agachei na frente dele e dei um sorriso que torci para ter parecido simpático o suficiente.

-Você tá perdido?- perguntei, mesmo sabendo a resposta. O garoto apenas me encarou e encarou, sem sequer abrir a boca. -Eu sou Aiko Matsuno. Não vou machucar você.

Ele não disse nada, apenas se encolheu mais quando o vento bateu em nós. Ele tremia tanto que me deu ainda mais desespero, por isso não pensei muito antes de tirar a jaqueta que eu vestia e colocar nos ombros dele, envolvendo a criança com ela. Ele apenas piscou os olhos para mim.

-Aiko, vamos embora!- agora quem estava gritando comigo era Rindou. Segurei a vontade de revirar os olhos. -Ou vamos te largar aqui!

-Cadê seus pais?- perguntei para o garoto na minha frente. Ele apenas deu uma fungada, esfregando os olhos.

-Mamãe morreu e papai me deixou aqui, dizendo que vinha me buscar depois. Tô esperando ele vir me buscar.- o menino disse, sua voz baixa e infantil e, ah, merda. Aquilo destruiu ainda mais meu coração. -Mas faz tempo e ele ainda não voltou.

Porra. O que eu faria agora? Não podia deixar aquela criança ali sozinha para congelar e morrer! Mas também não fazia a menor ideia do que eu deveria fazer! Merda, isso não deveria acontecer comigo quando não estou com Chifuyu aqui pra me ajudar a pensar. E principalmente, não deveria acontecer quando tô na companhia de três traficantes. 

-Você está com fome?- perguntei e ele assentiu. Certo. Abri um sorriso para ele. -Qual seu nome?

-Yuki.- ele respondeu, baixinho. 

Tudo bem, não sabia o que fazer. Não sabia lidar com uma porra de situação como essas! Ai, que merda! Ran parecia bem perto de vir me arrastar pelos cabelos dali, e talvez eu deixasse, só porque não sabia lidar com isso. Mas também sabia que não podia deixar uma criança passando fome na rua, porra!

Me levantei e dei um sorriso para ele. Fiquei um pouco surpresa quando ele se levantou também, vindo até mim e agarrando minha mão com força, como se com medo que eu também fosse embora e o deixasse sozinho. Ah, merda.

-Tudo bem, Yuki. Então vamos comer. 

Chifuyu ia me matar. É isso. Ele ia chegar em casa, ver que eu tinha trazido uma criança da rua, que tinha comprado roupas para essa criança, e ia me achar louca e me matar. Por Deus, já estava vendo o momento em que ele me esfolaria e me internaria numa clínica por ser uma maluca surtada. E, tá bom! Talvez eu tenha passado de todos os limites da loucura, mas o que mais eu deveria fazer? Depois de alimentar aquele garoto, eu não podia simplesmente largar ele de novo na rua, não é? Eu entrei em choque! E se até mesmo Ran e Rindou tinham se apegado a aquele menino em apenas algumas horas, quem era eu pra não me apegar, caralho?

-Aiko, Aiko.- Yuki estava me chamando, e, cacete, ele parecia uma outra criança depois de comer e tomar banho. Os olhos dele até estavam brilhando de novo, provavelmente por causa de toda a atenção que eu estava dando a ele. Yuki estendeu o pote em suas mãozinhas para mim, um pedido silencioso por mais sorvete. Eu dei risada, fazendo carinho no cabelo dele.

-Depois que a gente jantar, você come mais, tá bom?- eu prometi e ele assentiu, voltando a se sentar no tapete da sala e a brincar de pintar uns desenhos toscos que eu tinha guardados. 

Merda, eu ia ser assassinada hoje. Se Sam soubesse disso, quer dizer, quando ela soubesse porque não tinha dúvidas que ela saberia, ela ia me bater. Ah, merda, já estava vendo tudo pegar fogo.

Quando escutei o barulho da porta, meu coração foi parar na garganta. Não pensei muito antes de correr até a porta, impedindo Chifuyu de entrar na sala. Ele olhou pra mim e franziu o cenho, confuso.

-Aiko? Tá tudo bem?- ele perguntou piscando os olhos. Dei um sorriso que só confirmou pra ele que não, não tinha nada bem. Ai que caralho. -O que você fez?

-Quê? Eu não fiz nada!- protestei. -Só que talvez, muito talvez mesmo, eu tenha...

-Aiko, olha!- Yuki tinha vindo até mim e estava puxando a barra da minha camiseta, balançando o desenho em mãos. 

Tudo bem, eu ia morrer, é isso. Chifuyu olhou pra criança na nossa sala, depois olhou pra mim, e pra Yuki de novo. Ele piscou os olhos, abriu a boca, mas nada saiu. Chifuyu parecia bem perto de ter um colapso ali mesmo. 

-Yuki, esse é o Chifuyu, meu marido.- eu falei e Yuki apenas o encarou, piscando aqueles olhos grandes. -Chifuyu...

-Que porra é essa, Aiko?- ele sussurrou no meu ouvido, ainda meio chocado. Fiz uma careta e agradeci por Yuki ter corrido de volta para o tapete. -Você sequestrou uma criança?

-Quê? Claro que não, Chifuyu, pelo amor de Deus!- eu quase gritei. Ele passou as mãos pelo cabelo, parecendo bem perto de me dar um xingo. -Ele tava na rua, morrendo de frio e de fome. Eu fiquei sem saber o que fazer, Chifuyu.

-Puta que pariu, Aiko, porque você não ligou pra, sei lá, o conselho tutelar?- ele falou. Torci o nariz. É, eu nem mesmo tinha pensado nisso na hora do desespero, e acho que Chifuyu tinha acabado de se dar conta disso. Ele respirou fundo e olhou para o teto.

-Ele é uma criança fofa, Chifuyu. Eu fiquei com dó.- eu murmurei. -Sei o que é ser abandonada pela família na rua pra morrer. Entrei em desespero. Desculpa.

Chifuyu respirou fundo de novo e de novo. No fim, ele apenas me puxou para perto de si e me abraçou com força.

-Tudo bem. A gente dá um jeito nisso amanhã. A gente cuida dele essa noite e leva ele amanhã pra uma casa de adoção, que é o que você devia ter feito, né, Aiko.- Chifuyu disse e eu assenti, torcendo o nariz. Porra, eu lá tinha pensado nisso na hora do desespero?

-Desculpa, eu entrei em choque!- eu falei e ele deu risada.

-Como se eu não tivesse percebido isso!- ele retrucou. Estava bem perto de dar um xingo em Chifuyu, mas Yuki veio até nós, começando a puxar a camiseta de Chifuyu, que o encarou.

-Você também sabe desenhar?- o menino perguntou, olhando Chifuyu. Chifuyu apenas deu risada antes de me olhar.

-Não, eu não sei. - Chifuyu disse. E ai Yuki começou a puxar Chifuyu para sala, que me olhou confuso. Eu apenas dei de ombros.

-Eu te ensino!- Yuki disse.

E, ah, merda. Porque eu tinha o sentimento que uma noite seria o suficiente pra fazer eu me apegar a aquela criança?

-Vocês vão vir me visitar, não vão?- Yuki estava agarrado no meu pescoço, se recusando a me largar enquanto a assistente social tentava leva-lo para longe. Olhei para Chifuyu, que parecia tão sem reação quanto eu naquele momento. Mas que porra. Com um suspiro, fiz carinho nos cabelos cor de caramelo do garoto.

-Claro que vou vir te visitar!- eu falei sorrindo pra ele. Aquilo pareceu o suficiente para que ele parasse de chorar e se afastasse de mim, para me olhar.

-Você vai me deixar também?- ele disse baixinho. Caralho, ele queria me matar? Segurei a mãozinha dele com força na minha.

-Não, Yuki, não vou te deixar.- eu falei e beijei a bocheha dele. -Prometo que vou vir te visitar, tá bom?

Ele apenas assentiu, mas não parecia acreditar muito no que eu dizia. E doeu receber o abraço daquela criança que eu conhecia só há vinte quatro horas, mas que já tinha grudado em mim. Que merda. E também doeu ver ele ir embora para a nova casa dele. 

Respirei fundo e encarei Chifuyu. Ele suspirou, segurando minha mão e a acariciando com calma.

-A gente fez a coisa certa.- ele falou, se pra mim ou pra ele mesmo, não sabia dizer.

-Eu sei.- eu remunguei, me virando e o puxando para que saíssemos logo dali. Antes que eu me arrependesse amargamente de ter deixado aquele garotinho fofo e inteligente que tinha aquecido meu coração. 

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