☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED EIGHTY FOUR ━━ ☪ .☆
Eu não conseguia parar de rir. Ar estava faltando em meus pulmões mas eu não conseguia parar um mísero segundo para respirar um pouco e Mikey também se encontrava na mesma situação, um pouco pior já que o imbecil tropeçou nos próprios pés e acabou caindo de cara no chão. Draken e eu estávamos apoiados um no outro, soltando risadas incessantes enquanto Baji e Kazutora continuavam a colocar as roupas que separei para que eles vestissem.
Meu Deus, eu estava chorando de rir.
O casamento foi perfeito. Eu não consegui segurar as lágrimas e logo estava chorando no ombro de Mikey, mas de felicidade. Aiko estava linda com o vestido feito especialmente para ela por Mitsuya e Chifuyu parecia tão feliz que ele desabou em lágrimas quando ouviu o 'sim' de Aiko, eu não o julgava por isso, já que todos nossos amigos estavam chorando naquele momento e todos bateram palmas, parabenizando os dois por sua felicidade enquanto eles dois corriam para fora da igreja e então enfrentavam a chuva de arroz, certo que aquela chuva virou uma guerra de arroz no momento que Baji tacou uma porção dos grãos no rosto de Hanma com toda sua força e Hanma revidou junto de Yuna que foi defender o namorado.
Mas, no final, deu tudo certo e agora estávamos ali. Como o pós-casamento foi organizado para ser no quintal da casa da tia de Aiko, todos estavam bebendo todas as cervejas dali como se fossem água e dançando na pista de dança com agitação, tirando Juju e os Haitani que estavam bem perto de começar a transar ali mesmo na frente de todo. Inclusive, apostei com Mikey que não demoraria muito para que os três sumissem de forma mágica.
─ Você tá ridículo.─ Disse Baji para Kazutora que parou de tentar arrumar os fios róseos da peruca para encarar o melhor amigo.
─ Caralho, tu já se olhou no espelho?─ Soltou em resposta. Soltei mais uma risada estridente. Meu Deus, eles estavam ridículos.
Kazutora tinha sido maquiado e vestido com um saia quadriculada vermelha e uma blusa social, além da peruca rosa em sua cabeça.
Os dois estavam ridículos, mas Baji conseguia estar mais com uma maquiagem toda preta e uma falsa tatuagem de cobra no pescoço, usando uma jaqueta de couro, um vestido e botas. E isso sem citar a ponta de seus cabelos que estava pintada com uma tinta falsa azul.
─ Sim, e tô um grande gostoso como sempre.─ Retrucou Baji, dando um soco em Kazutora que não soltou um gritinho nem um pouco másculo. A risada de Mikey aumentou ainda mais e ele se contorceu no chão.
─ Tá bom...─ Minha voz estava estridente demais por conta dos minutos que passei rindo. Parei um segundo para respirar fundo.─ Vamos logo com isso! Tem que ser antes da Aiko jogar a porra do buquê!
Kazutora e Baji balançaram a cabeça, assim começamos a descer para o primeiro andar, seguindo para o quintal, onde toda a festa estava. Pah-chin soltou uma risada tão alta que atraiu a atenção de todo mundo para ele quando viu Baji tropeçar nos próprios pés por causa do salto das botas.
─ Baji, seu puto, que porra é essa?─ Gritou Aiko, sentada em uma larga mesa ao lado de Chifuyu que já estava morrendo de rir.
─ Que isso, Aiko? Não se reconhece mais?─ Soltou Baji, falhamente tentando imitar a voz de Aiko, lançando os cabelos para trás de seus ombros. Kazu tentou fazer a mesma coisa mas acabou entrando cabelo na boca e lá estava ele tentando tirar os fios, entre cuspes. Draken soltou uma risada e eu o acompanhei.
Aiko fez uma careta confusa, lançando um olhar para Chifuyu que tava mais ocupado em rir dos idiotas, assim como boa parte das pessoas que estavam ali.
─ Mas que porra, Baji, cala a porra da boca e vamos com essa merda logo.─ Disse Kazu, empurrando o ombro de Baji que de novo tropeçou nos próprios pés.
─ Calma, seu porra!─ Gritou o moreno em resposta, se ajeitando. Ele me encarou e eu tive que respirar fundo, prendendo minha vontade de rir quando dei passos até em frente da mesa dos noivos. Encarei minha irmã que ainda estava confusa com tudo que estava acontecendo, não sabendo se ria ou deveria ficar puta com o que estava prestes a acontecer. Respirei fundo, afastando uma mecha que havia escapado de meu penteado.
─ Seis anos atrás, Chifuyu Matsuno e Aiko Tanaka agora Matsuno se conheceram mas acredito que ninguém saiba como isso aconteceu então, Kazutora e Baji vão mostrar isso para todos vocês com ajuda da Sayuri e Angeli.
E então, todo mundo começou a engasgar de tanto rir no momento que Sayuri apareceu usando uma peruca e o uniforme da Toman com a maior cara de cú existente ao lado de Angeli que também usava o uniforme da Toman em uma versão um pouco menor e ela não demorou muito para começar a rir dos seus dois pais.
─ Caso não tenham percebido, Kazutora e Baji vão ser eu e Aiko enquanto Sayuri e Angeli vão ser Chifuyu e Baji.─ Acabei soltando uma risada quando me virei, abrindo os braços.─ Se divirtam!
No final de tudo, eu me encontrava com a barriga doendo de rir tanto em tão longo tempo. Soltei um suspiro, tocando meu torso com minha mão e massageando-o, fitando meu reflexo no espelho. E devo confessar que Hinata fez um ótimo trabalho com minha maquiagem. Ela só passou uma fraca sombra dourada em meus olhos ao lado do delineador para que eu tivesse um certo ar angelical que combinava com o vestido azul-claro de detalhes de renda que todas as madrinhas vestiam. Fitei o penteado de coque que Emma fez em meus fios, deixando meu pescoço a mostra e destacando o colar com o pingente de lua contra minha pele.
Meu cenho se franziu ao ouvir uma gritaria e eu sabia muito bem que isso só significava uma coisa... Soltei um suspiro, me afastando da pia, alisando a saia do meu vestido antes de abri a porta e torcer o nariz com a cena que me deparei.
Era Mitsuya, ele estava encostado na parede em frente do banheiro, fitando o teto como se fosse a única coisa mais interessante naquele lugar enquanto uma mulher de cabelos longos que claramente só faltava tirar as roupas na frente do homem para tentar ter sua atenção.
─ Se querem um quarto, posso conseguir para vocês.─ Falei, piscando os olhos e atraindo os olhares dos dois em minha frente. Mitsuya franziu o cenho e lançou um olhar cheio de repúdio para a mão que estava encostando no seu terno preto. Aliás, eu quero dizer o quão injusto é Mitsuya conseguir ficar bonito com qualquer roupa, principalmente de terno e sem gravata.
─ Eu estava esperando você.─ Soltou o homem de olhos lavanda, dando um passo para o lado, buscando se afastar da mulher que nos encarava com o cenho franzido. Eu não sabia quem ela era...
─ Na frente do banheiro.─ Adicionei, com os olhos fixos na mulher. Pisquei os olhos, pronta para perguntar o que Mitsuya queria quando mais gritos chegaram aos meus ouvidos. Droga, vai me matar se eu não tiver naquela merda!
Sem pensar muito, agarrei o braço de Mitsuya e o puxei na direção das escadas.
─ Fala depois.─ Murmurei para ele, tomando cuidado para não cair nos degraus das escadas por conta dos saltos ultra finos que eu usava. Não demorou muito para que estivéssemos em frente à um bando de mulheres eufóricas reunidas. Aiko parecia impaciente, lançando um olhar assassino para sua tia que deveria estar apressando ela, mas não demorou muito para que minha irmã me encarasse abrindo um sorriso. Eu não disse nada para Mitsuya quando me afastei dele e só fiquei alguns passos perto do bando de garotas reunidas, apenas para que Aiko pensasse que eu estava ali para pegar seu buquê, mas bastou a noiva me dar as costas que eu fiz o mesmo com ela, começando a andar na direção do bar em um dos cantos do quintal.
No entanto, mal dei um passo e algo bateu contra minha cabeça. Lentamente, me virei para trás com uma mão tocando o local atingido e todos pareciam me olhar. Mas que...
Ah, não...
Me inclinei, pegando o buquê que acabou de atingir minha cabeça. Lancei um olhar para Aiko que me fitava com um sorriso enorme no rosto. Torci o nariz para ela, pronta para mandá-la jogar aquela merda novamente quando Mitsuya se aproximou. Eu reconhecia aquele brilho em seu olhar e não tenho vergonha em dizer que recuei no momento que o vi enfiar uma mão dentro do bolso de seu terno.
─ Eu tava pensando em fazer de outro jeito, mas...─ Ele disse, lançando um breve olhar para Aiko que foi aumentando seu sorriso. Observei Mitsuya se ajoelhar em minha frente, sem se importar com a terra sujando o tecido caro das calças de seu terno.─ Acredito que já estava na hora.
Pisquei meus olhos, surpresa demais para ter alguma reação ao vê-lo abrir uma pequena caixa de veludo e revelar um anel. Dourado, mas possuía o detalhe de flores de lavanda no anel que eu julgava ser meu e flores de cerejeira no que eu julgava ser o de Mitsuya.
─ Sam Dean, seis anos atrás, eu fiz uma promessa e agora quero que você me perdoe pela demora.─ Eu não conseguia respirar direito. Acho que Kazutora gritou alguma coisa atrás de mim. Mitsuya piscou os olhos, respirando fundo de uma forma que eu não conseguia fazer naquele momento.─ Sam Dean, quando a vi pela primeira vez, eu sabia que iria me apaixonar por você. É meio esquisito falar isso em voz alta mas é a verdade. Eu sabia que iria me apaixonar por aquela garota de cabelo rosa que empurrou Pah-chin no primeiro dia de aula e ainda riu da cara dele, sem se importar com a cara feia dele.─ O Pah-chin soltou um 'Ei' junto de Peh-yan em algum lugar, aquilo me fez sorrir.─ Eu sabia que iria me apaixonar por aquela garota que quase caiu das escadas por estar distraída demais. E tive a certeza disso quando conheci você aos poucos, entendi que por trás daquela garota que defendia sua família com unhas e dentes, apenas tinha alguém que precisava de apoio e merecia felicidade. Sam Dean, eu não só me apaixonei por você. Eu a amo com todas minhas forças. Então, com todos esses otários que a gente chama de família nos olhando, eu quero que você aceite passar o resto da vida ao meu lado e me permita mostrá-la que toda a felicidade que esteve buscando por tanto tempo.
Pisquei meus olhos, me dando conta que eu chorava. Soltei uma risada levemente trêmula, apertando forte o buquê em minhas mãos.
─ Você sabe que estamos brigados, não é?─ Mitsuya abriu um suave sorriso e assentiu em confirmação.─ Você sabe que eu não quero ter aquela conversa, não sabe?─ Ele repetiu os mesmos gestos de antes. Soltei um suspiro, dando um passo em sua direção, apontei o buquê para seu rosto.
─ Você também sabe a minha resposta, não é?─ Lancei para ele que apenas piscou os olhos. Aquela confiança inabalável dele pareceu desaparecer por um instante. Ele não faz nada, aquilo me fez sorrir.─ Tudo bem, qual anel você vai colocar em mim?
Mitsuya piscou os olhos e sorriu daquela maneira que fazia meu corpo se arrepiar. Eu assisti ele cuidadosamente pegar o anel com os desenhos de flores de lavanda e rapidamente estiquei minha mão para que ele escorregasse o anel por meu dedo. Abri um sorriso para o objeto entre meus dedos por um momento.
E então, encarei Mitsuya e não demorei muito para grudar meus lábios nos dele com força.
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