☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED EIGHTY ━━ ☪ .☆
─ Eu odeio essa velha.─ Resmungou Aiko. E eu não tirava sua razão. Havíamos voltados para a residência dos Salvatores no final da tarde, Angeli já estava esgotada e não precisou muito para que ela caísse em um sono profundo após um bom banho enquanto eu e Aiko tivemos que lidar com nonna que preparava uma festa de Boa-Vindas para nós duas para aquela mesma noite.
Então, ali estava nós duas. Aiko usava um vestido colado em um tom azul-cintilante e tomara que caia, suas tatuagens estavam todas reveladas e seus cabelos castanhos foram cuidadosamente penteados de uma forma que suas mechas ficassem comportadas atrás de suas orelhas e uma tiara preta foi encaixada em seus fios. O colar de sol em seu pescoço se encontrava destacado contra sua pele.
Aiko estava vestida de forma totalmente diferente do que estava acostumada e eu sabia que aquilo estava a irritando completamente.
─ Eu também odeio, agora cala a boca e me deixa passar o delineador.─ A mulher revirou os olhos e se sentou na cama enquanto eu pegava o objeto em minha bolsa. Surpreendemente, Aiko ficou quieta conforme eu aplicava o líquido em suas pálpebras.
─ Como você aprendeu a fazer isso?─ Ela soltou para mim, analisando o trabalho que fiz em suas pálpebras com o cenho franzido. Dei de ombros, agarrando a borda do meu vestido vermelho criado a partir de um tecido de veludo que mal cobria minhas coxas e era tão justo que qualquer movimento fazia com que ele subisse. Meu Deus, sinceramente eu estava odiando aquelas roupas que a nonna escolheu para que a gente vestisse naquela noite. Rocei a ponta dos meus dedos no pingente de lua do colar em meu pescoço após um suspiro longo.
─ Com o Koko, ele me ensinou quando tava sem nada pra fazer.─ Respondi, pegando minhas botas pretas de couro com salto que alcançavam meus joelhos e rapidamente as coloquei, enquanto Aiko se focava em calçar suas botas militares.
─ Ainda dá tempo para que a gente pode fingir demência?─ Perguntou minha irmã e eu estava bem perto de respondê-la, quando uma batida soou pelo quarto. Soltei um suspiro, me levantando para abrir a porta e me arrependi de ter feito isso no mesmo instante.
Vincenzo me fitou. Não, na verdade ele me analisou de cima para baixo com os olhos brilhando de pura malícia. E aquilo me deu náuseas, quase vomitei tudo que ingeri naquele dia no homem vestido por uma calça e camisa social escura.
─ Está belíssima, Sam.─ Revirei meus olhos e quase fechei a porta na cara dele quando notei a garota ao lado de Vincenzo. Ela tinha cabelos dourados e olhos escuros, além de um sorriso bastante bonito. A garota não disse nada, apenas fez a mesma análise que Vincenzo fez e então abriu um sorriso pequeno, me lançando um olhar no mesmo instante que mordeu os lábios cheios de gloss. Ah, que inferno, é só isso que me faltava...
─ E você tá péssimo.─ Resmungou Aiko, se aproximando e o encarando com um sobrancelha arguida. Vincenzo nem ao menos direcionou um olhar para Aiko e continuou me observando, colocando as mãos nos bolsos jeans de sua calça. A loira fez a mesma coisa que Vincenzo e aquilo estava começando a ficar um pouco desconfortável....
─ A festa já começou?─ Soltei para que os olhares saíssem de mim, o que funcionou já que a loira se aproximou, agarrando de meus braços e me puxando para perto dela com uma risada.
─ Bobinha, aprenda que uma festa dos Salvatore nunca tem hora pra começar ou para terminar.─ Ela soltou, começando a me arrastar na direção das escadas que iriam nos levar até o andar de baixo. Lancei um olhar para Aiko que começou a nos seguir, fechando a porta e encarando Vincenzo com todo seu ódio.
Fiquei surpresa ao descer as escadas e me deparar com pessoas muito bem vestidas que conversavam de forma animada em um italiano perfeito que eu mal conseguia acompanhar, haviam garçons que andavam por ali com bandejas cheias de copos de vidro contendo bebidas das mais variadas. Tudo isso, tirando a música eletrônica que tocava em um algum lugar na casa. Eu não sabia como nonna havia organizado tudo aquilo em poucas horas.
─ Caralho.─ Soltou Aiko atrás de mim. A loira nos olhou com um sorriso divertido.
─ Vem, vamos encher a cara!─ Aiko e eu observamos a loira adentrar no mar de pessoas sendo acompanhada por Vincenzo que partiu após me dar um sorriso que minha irmã respondeu com o dedo do meio erguido.
─ Vem, vamos arrumar um lugar pra passar a noite bem longe desses surtados.─ Disse Aiko, se afastando mas eu segurei seu braço.
─ Não, espera. A gente só pode curtir?─ Perguntei. Minha irmã me fitou, levemente confusa e cruzou os braços.─ Aiko, estamos na Itália e é uma festa! Veja tudo isso como sua despedida de solteira! Olhe!─ Apontei para um amontoado de gente que dançava com copos na mãos.─ Tem música, bebida e diversão! Chifuyu tá bebendo em algum lugar, curtindo a despedida dele e você está na Itália, em uma festa que fizeram para você. Vamos só curtir.
Aiko continuou me encarando. Suspirei, revirando os olhos.
─ Quero encher a cara, Aiko. Quero esquecer que terminei a porra do meu namoro, quero que perdi a porra do homem da minha vida por ser uma imbecil do caralho, eu só beber e me divertir um pouco, pois os últimos dias foram um completo inferno tanto na minha vida e na sua vida. Acho que depois de tudo a gente só precisa de um pouquinho de diversão, não acha?
Aiko me encarou mais um pouco e então suspiro, declarando sua desistência.
─ Tá, vamos fazer isso. Mas nada de sair de perto de uma da outra.
Balancei minha cabeça, concordando com as palavras da minha irmã e logo sorrimos uma para a outra, entrelaçando nossos braços e descendo as escadas como se fôssemos aquelas adolescentes que imploravam para um momento de normalidade em sua vida.
No meio da madrugada, eu estava tão bêbada que nem ao menos ligava para o fato que estava mexendo meus quadris da forma mais sensual que eu conseguia ao som de uma batida provocante, ouvindo os gritos que me incentivavam a continuar dançando entre risadas e goles na taça que eu tinha em mãos. Não sabia onde Aiko havia se metido desde a sétima taça e sinceramente não sei se me importava com aquilo.
Meus cabelos estavam em um completa bagunça quando desci a mesa com ajuda de alguém que não me importei em agradecer e tropecei enquanto caminhava na direção da porta que eu julgava ser a do jardim, agarrando uma garrafa de vodka que estava abandonada na mesa da cozinha. Respirei fundo para absorver o ar puro, abrindo a garrafa que eu tinha em mãos e bebendo diretamente do gargalo, dando passos na direção das rosas plantadas por ali. Soltei uma risada arrastada, encostando a ponta dos dedos no espinho de uma das flores vermelhas.
─ Sam Dean.─ Revirei os olhos, não me virando para encarar o homem, continuando a fazer meu próximo caminho para cada vez mais dentro do jardim.─ Sam Dean, estou falando com você!
Eu o ignorei, dando mais um longo gole na garrafa em minhas mãos.
─ Sam Dean!─ Ele gritou e eu também, mas claro que por motivos diferentes. Vincenzo gritou por conta de sua raiva e eu gritei por conta da dor que me dominou ao sentir meus cabelos serem puxados com força. Ele não afroxou o aperto, na verdade, apenas intensificou e puxou meus cabelos com ainda mais força. Soltei mais um grito de dor e tentei socá-lo quando senti um de seus braços abraçarem minha cintura mas claro que minha tentativa foi falha.
─ Acho melhor você ficar quieta ou vai ser pior para você, Sam Dean.─ Seu hálito dominado pelo álcool quase me fez vomitar, me debati e enfiei o salto da minha bota em seu pé fazendo-o soltar um grito e me soltar com um empurrão. Tropecei, caindo no chão de terra, sentindo minhas palmas se arranharem com as pequenas pedras ali.
─ Porra.─ Xinguei, tentando me levantar mas só acabei piorando minha situação e nem sabia como aquilo aconteceu. Só sei que tentei chutar Vincenzo quando ele novamente agarrou meus cabelos. Porra, que merda aquele arrombado tinha com a caralha do meu cabelo?
Cegamente, tentei retribuir o ataque e agarrar os fios de seus cabelos, ou tentar arranhar seu rosto. Mas todo meu esforço foi jogado no mais profundo abismo do inferno quando Vincenzo novamente me jogou no chão de grama e subiu em cima de mim.
Gritei o mais alto que eu podia, e continuei gritando enquanto tentava me livrar daquele imbecil. Em algum momento, consegui acertar um soco que chegou o ponto de fazê-lo ficar afetado o suficiente para que eu pudesse tirá-lo de cima de mim e então, começar a correr pela extensão de grama. Mas aquele puto era rápido e mal dei seis passos antes de cair novamente.
─ Me solta, seu puto do caralho!─ Gritei, sentindo ele agarrar meus ombros e me pressionar contra a grama. Me debatia em forma de me livrar daquela situação, mas não parecia funcionar.
─ Agora, você vai me escutar!─ Gritou em resposta. Eu estava bem perto de xingá-lo novamente quando senti seus dedos agarrarem meus cabelos e afundar meu rosto na grama, meus gritos se tornaram abafados por causa da terra, ar estava começando a faltar em meus pulmões e aquilo apenas me fez ficar cada vez mais desesperada. Mas que merda do caralho! Que porra!
Eu estava perto de desistir de lutar quando o peso colocado contra meu rosto desapareceu. E com rapidez, me virei, fitando o céu escuro enquanto passava as mãos no rosto para tirar a terra e enfim, eu conseguisse respirar sem problemas.
─ Ela disse para você soltar, seu otário.─ Rosnou uma voz que eu conhecia muito bem, afinal me apaixonei por ela. Pisquei os olhos no mesmo momento que Aiko se agachava ao meu lado, segurando meus ombros.
─ Sam, você tá bem?─ Perguntou ela, me ajudando a me sentar. Balancei a cabeça, indicando que sim, eu estava bem. E de fato, eu estava bem, só um pouco bêbada demais mas poderia lidar com isso. Ela me encarou com os olhos um pouco marejados e então encarou Vincenzo que fitava a ponta de seus dedos melados com o sangue que escorria de seu nariz.
─ Eu vou matar você, seu puto do caralho.─ Gritou Aiko e ela partiria para cima de Vincenzo, se eu não tivesse a segurado com força.
─ Para com isso!─ Gritei. Ela me encarou, surpresa.─ Você não pode fazer essa merda agora!
Eu não esperei uma resposta sua antes de erguer minha cabeça e encarar o homem que ainda tinha seus olhos em Vincenzo, emanando uma raiva fria.
─ O que você tá fazendo aqui?─ Soltei, piscando os olhos, ainda levemente confusa com tudo. Mitsuya soltou um suspiro enquanto se agachava para encarar meus olhos.
─ Vim tentar concertar tudo com a mulher que eu amo e você?
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