☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED AND SIXTY TWO ━━ ☪ .☆
A vida é feita de momentos. E isso é mais do que óbvio, ainda assim eu me enchi de felicidade quando vi Aiko dando um passo tão importante para sua vida. Chifuyu e ela mereciam toda aquela felicidade, ainda mais depois de todo o caos que passamos quando éramos apenas adolescentes que achavam que sabiam muito sobre a vida. Abri um sorriso, os assistindo se abraçarem com tanta força como se um deles fosse morrer caso soltasse daquele enlace.
Um braço circulou meus ombros e uma boca se pressionou contra meus cabelos, não me movi ao sentir o cheiro do perfume que havia dado a ele no dia dos namorados daquele ano e nem quando dedos acariciarem minha pele com delicadeza.
─ Talvez em breve seja a gente no lugar deles.─ Murmurou Mitsuya em um tom baixo para que ninguém escutasse. Pisquei meus olhos e virei minha cabeça para encará-lo com um sorriso, entrelacei nossos dedos e trouxe sua mão para perto dos meus lábios, beijando sua pele.
─ Mal posso esperar.─ Sussurei em resposta no mesmo tom. Meu namorado sorriu e se aproximou beijando meus lábios.
─ Ei, vocês tão atrapalhando o momento!─ Gritou Baji e não demorou muito para que eu chiasse depois de receber uma cotovelada do mesmo. Soltei um suspiro irritadiço e estava bem perto de jogar um dos pratos preparados pelos gêmeos nele quando Aiko saltou em mim, me abraçando com força.
─ Você sabia!─ Gritou ela, se afastando para me dar um tapa.
─ Claro que eu sabia! Quem você acha que ia ajudar aquele imbecil a escolher as alianças? O Baji?─ Retruquei, massageando o lugar que recebi o tapa da minha irmã. Aiko piscou os olhos, parecendo pensativa por um instante e encarando o anel em seu anelar.
─ Você tem razão, é bonito demais pra ter sido escolhido pelo Baji.─ Riu minha irmã, seus olhos brilhavam. Abri um sorriso para ela, Mitsuya não demorou para me puxar pra perto de corpo com um braço e se inclinar, chamando atenção de Aiko.
─ Você tem ideias para o vestido?─ Perguntou ele, piscando os olhos. Aiko franziu o cenho, confusa.
─ Mitsuya, eu acabei de noivar! O vestido é a última coisa que tô pensando agora!─ Ela exclamou. Kazutora riu acompanhado de Baji, claramente os dois zombando da mulher que lançou um olhar de morte para os dois homens.
─ Como você é burra, Aiko!─ Gritou Kazu, rindo. Ele aproximou-se e agarrou meus ombros, os balançando com leveza.
─ Meu Deus, você não cala a boca, não? Insuportável para caralho!─ Resmungou minha irmã, pronta para meter um soco no rosto de Kazutora que apenas riu novamente.
─ Mitsuya quer fazer o seu vestido, Aiko, sua imbecil!─ Gritou Baji, também se aproximando. Espreitei meu olhar para o homem de cabelos longos e escuros, eu sabia muito bem o que era aquele rubor em suas bochechas e também entendia o estresse que passaria no dia seguinte.
Pisquei os olhos, saindo de meus pensamentos quando vi Aiko abraçar Mitsuya com força. Meu namorado apenas soltou uma risada da garota e acariciou suas costas com carinho, parabenizando-a pelo noivado entre sussurros.
Abri um sorriso para eles e ergui minhas mãos para tocar os dedos de Kazutora que continuavam agarrando meus ombros. O homem de cabelos bicolores depositou o queixo em meu ombro, beijando minha bochecha com carinho enquanto abraçava minha cintura, começando a dar passos para trás e me arrastando junto.
─ Vamos beber, Sammy!─ O garoto gritou e não demorou muito para que eu estivesse soltando risadas ao lado de Kazutora e Baji, ingerindo cada vez mais álcool sem pensar no inferno que seria no dia seguinte e esse foi o meu erro.
M
inha cabeça doía para um caralho. Soltei um gemido arrastado, despejando pílulas para dor de cabeça na minha mão e as engolindo em um único gesto. Piscando os olhos e arrastando os pés pelo piso, me sentei ao lado de Draken que estava normal demais para alguém que passou a noite toda bebendo, o loiro era o completo oposto de Baji que tinha sua cabeça apoiada na bancada de granito escuro e soltava gemidos cheios de dor em vez ou outra.
Bem feito, ninguém mandou ficar enchendo a cara até mesmo quando chegamos em casa junto do Mikey e eu estava tão destruída que tive que dormir no quarto de Baji sem ter coragem de tomar um banho.
─ Eu limpei essa merda ontem, se você babar nessa porcaria, eu vou fazer você engolir essa porra todinha, seu corno!─ Exclamou Draken em um tom ameaçador, tomando um gole do café contido na xícara que ele me entregou ao notar a forma que eu estava o encarando. Baji soltou mais um gemido em resposta, erguendo a cabeça e fiz careta ao ver seu rosto.
Seus olhos estavam caídos e vermelhos por conta do sono que ele sentia, além da baba que escorria pelo canto de sua boca que ele rapidamente limpou com as costas de sua mão. Draken e eu trocamos um olhar, antes que o homem de cabelos loiros soltasse um suspiro, se levantando e dando um tapa em Baji que resmungou incompreensível, claramente bêbado para um caralho.
─ Vamos, seu bêbado fodido.─ Draken deu um tapa forte na cabeça do homem que se inclinou para frente e pareceu prestes a vomitar todas suas tripas. Rapidamente, me afastei da bancada com a xícara de café nas minhas mãos.
Foi naquele momento que Mikey apareceu, arrastando os pés e agarrado ao seu velho cobertor. O ex-líder da Toman tropeçou no nada e só não caiu com a cara no chão por ter apoiado na bancada. Draken franziu o cenho para o amigo e fez uma careta de nojo, puxando Baji pelo colarinho e desaparecendo nos corredores, provavelmente ia dar um banho do de cabelos longos e escuros.
─ Os ovos tão no jeito que tu gosta.─ Soltei, terminando de beber o café quando vi o loiro baixinho escorregar para uma das cadeiras da bancada, pegando um talher largado pela superfície de granito escuro e cortando o ovo, engolindo sem nem ao menos mastigar.
─ Cadê o Kazutora?
─ Dormindo.─ Falei, dando as costas para ele e ligando a torneira, começando a limpar as louças ali.
Mikey não disse nada. Claramente ainda estava dormindo de alguma forma, preso naquele estado que todos dentro dessa casa já estão acostumados após dois anos de convivência na base de muito grito, soco e ainda mais grito.
Sinceramente não sei como acabei aqui. Não sei como acordei um dia e estava morando com Draken, Mikey, Kazutora e Baji, sim, estou tirando Angeli da equação. Na verdade, eu não sei como ainda não enlouqueci.
As primeiras semanas foram um inferno. Aquela casa foi comprada com a junção de dinheiro de nós cinco. Uma casa com dois andares, seis quartos, sendo dois deles suítes e com um único banheiro que Baji, Mikey e Kazutora lutavam para ter um momento enquanto Angeli tomava banho em meu banheiro, só para não participar daquele caos, principalmente quando nenhum desses imbecis conseguem abaixar a merda da tampa da privada.
Soltei um suspiro, lançando um olhar para o calendário preso na porta da geladeira para que todo mundo visse qual era sua semana de fazer as compras diárias. Tudo bem, faltavam cerca de três semanas para minha vez e... E Kazutora acabou de gritar em algum canto da casa, com certeza ainda bêbado demais para notar que está são e salvo na casa que pertence a ele também.
E novamente, estou arrependida por ter resolvido morar com todos aqueles surtados em vez de morar com os Shiba.
─ D&D motos falando, qual é o seu pedido?─ Falei assim que atendi o telefone. Draken e Inui me fitaram por longos segundos antes de continuarem a trabalhar nas motos de nossos clientes que precisavam ser concertadas.
Ah, sim. Eu estou trabalhando na loja de Draken como atendente e também consertando motos, por isso estava vestindo o macacão de tecido escuro e com as pontas dos meus dedos sujos de graxa. Apesar de adorar estar ali, eu ainda preferia passar minhas noites cantando na boate mais próxima, fitando toda a agitação contagiosa, não que eu tenha falado isso para alguém ou algo do tipo.
─ Com licença, é Sam Dean Salvatore falando?─ Franzi o cenho e afastei uma mecha de meu rosto com um sopro.
─ Sim, o que deseja?
─ Bom, você com certeza não se lembra de mim mas sou Pietra, a irmã de Vicenzo, estou ligando, pois a Nonna morreu.
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