☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED AND SIXTY EIGHT ━━ ☪ .☆
Tudo bem, Sam. Está tudo bem, você não precisa se estressar com essa situação, você só precisa respirar e...
─ Você me parece surpresa.─ Disse Vincenzo, inclinando a cabeça para o lado, mantendo o olhar em mim. Pisquei os olhos e lentamente fechei minhas mãos em forma de punhos.─ Isso é surpreendente, pois eu disse que não desistiria de você.
─ Seis anos atrás e eu me lembro de ter ─ Respirei fundo para não acabar perdendo a cama, mesmo que já estivesse a me sentir levemente irritada.─, me lembro muito bem de ter dito que não quero saber sobre essa merda de noivado arranjado e que você fosse para puta que pariu, para bem longe de mim.
Vincenzo soltou uma risada soprada, se inclinando até seus olhos estarem na mesma altura que os meus. Eu estava bem perto de socá-lo e quebrar seu nariz perfeitamente alinhado. Italiano de merda!
─ Bom, e, eu me lembro de ter lhe ignorado com perfeição.─ Espreitei meus olhos em sua direção. E estava prestes a xingá-lo com toda raiva que eu tinha quando vi os cabelos azul-marinho de Hakkai aparecem no final da sessão em que eu estava na loja. O homem de cicatriz me encarou com um sorriso no rosto e uma sacola nas mãos, era óbvio que ele havia comprado um terno daquela loja. No entanto, seu cenho se franziu quando fitou Vincenzo que continuava inclinado em mimha direção como se estivesse flertando comigo ou algo do tipo.
─ Só vou dizer mais uma vez, Vincenzo. Me deixe em paz.─ Rosnei para ele, já me afastando dele, ainda desejando socar seu rosto com toda força que eu tinha.
─ Bom, ─ Vincenzo se endireitou, entrelaçando os dedos em suas costas.─ devo que dizer que isso é impossível, afinal você irá visitar nonna na Itália, não é mesmo?
Foi praticamente impossível segurar minha vontade de agredir aquele idiota que só apareceu pra piorar minha vida. Então, eu só me contentei em chutar seu pé enquanto andava tão rápido que muitos poderiam pensar que eu estava correndo para os braços de Hakkai, aquele que segurei as mãos e rapidamente o puxei para fora da loja.
Eu precisava ficar longe daquele imbecil o mais rápido possível.
Com meus pés se afundando no tapete felpudo, soltei um suspiro e lancei um olhar para o homem de cabelos bicolores que se encontrava de costas para mim, ocupado em fazer aquilo que seria nosso jantar. Pisquei meus olhos, um sorriso suave brotando em meus lábios quando abracei meus joelhos e apoiei meu queixo neles enquanto observava Mitsuya.
Os últimos dias haviam sido os mais caóticos dos últimos seis anos, isso eu não tinha dúvidas disso e por isso que parecia que os momentos que eu passava ao lado do homem que amava haviam diminuído drasticamente. Aquilo estava me irritando um pouco, principalmente sabendo que boa parte da culpa daquilo tudo era culpa da minha família irritante.
─ Aconteceu alguma coisa?─ Perguntou, sentando-se ao meu lado e me entregando uma caneca, preenchida por cerveja. Soltei um bufo irritadiço, dando um gole no líquido.
─ Nada.─ Murmurei. Mitsuya espreitou os olhos em minha direção e suspirou, posicionando uma mão em meus fios e os puxando levemente para que eu pudesse fitar seus olhos lavanda.
Suspirei, afastando a caneca de meus lábios.
─ O que está incomodando você, minha cerejeira?─ Pisquei meus olhos, abrindo um suave sorriso com aquele apelido.
─ Minha cerejeira?─ Sussurei em resposta. Mitsuya piscou os olhos e riu ao ouvir minha voz.
─ Não desvie do assunto, Sam.─ Ele disse, inclinando a cabeça e a escondendo na curva de meu pescoço.─ Mas se você não quer falar, está tudo bem. Apenas prometa que se for algo sério, irá me dizer tudo em pensar duas vezes.
Balancei minha cabeça para indicar que eu cumpriria sua promessa, mesmo sabendo que provavelmente eu não o faria e ele tivesse total consciência disso. No fim, suspirei ao sentir seus lábios acariciarem minha pele com lentidão antes que Mitsuya se levantasse, estendendo sua mão em minha direção.
─ Vamos.─ Disse ele.─ Comer vai fazer você pensar melhor.
Sorri para o homem que amava incondicionalmente e não hesitei em agarrar sua palma deixando com que ele me levantasse, me puxando na direção da cozinha.
─ Está tudo bem?─ Perguntei, me sentindo na beirada da cama, meus olhos fitando o teto enquanto ouvia a voz de minha irmã mais nova tomar toda minha atenção por um instante.
─ Sim, a mãe da Kiyoko nos deu pizza para comer e a gente vai ver um filme antes de dormir.─ Angeli disse e não evitei sorrir com seu tom animado.
─ Tudo bem, apenas se comporte, viu.─ Murmurei. Ouvi seu bufo irritadiço.
─ Eu já me comporto, mãe!─ Ela exclamou, aquilo me fez rir. Fazia pouco tempo que Angeli havia começado a me chamar de mãe, mesmo tendo completa consciência que somos irmãs. Me lembro claramente de ter lhe questionado sobre isso e sua resposta me surpreendeu bastante.
"─ Mãe é aquela pessoa que faz tudo por você até mesmo quando tá triste, a professora que me disse isso. E é o que você faz, não é? Cuida de mim e me protege até quando tá triste. Então, você é minha mãe!"
Acredito que não preciso dizer o quão emocionada eu fiquei por suas palavras e acabei chorando por duas horas seguidas sendo consolada pelo imbecil que acabava de se jogar em minha cama após abrir a porta de forma brusca. Lancei um olhar irritado para o homem de orbes amarelas, uma promessa que eu o socaria por não ter batido na porta antes de entrar.
─ Mamãe, a mãe da Kiyoko tá chamando, prometo ligar quando acordar!
─ Não durma muito tarde, Ange. E escove bem os dentes antes de dormir.─ A menina concordou comigo com um uhum. Sorri para o nada.─ Eu amo você, meu amor.
Angeli soltou uma risada tímida.
─ Também amo você, mamãe!
E foi assim que a ligação se encerrou.
Kazutora não demorou para abraçar minha cintura e beijar meus fios róseos, me puxando para deitar ao seu lado. Soltei um suspiro, encarando seus olhos amarelos.
─ Baji chegou, disse que Chifuyu e Aiko tavam brigando.─ Fofocou em um tom baixo. Pisquei meus olhos por um momento antes de soltar uma risada e atingir seu ombro com minha palma.
─ Aí, o que foi, hein? Só tô surpreso que eles estão se falando agora e não depois de um mês causando caos na nossa casa.─ Ele disse.
─ Kazu, pare de assim, deixe eles. Eles vão se casar então vão ter que aprender a se falar ou esse casamento vai dar certo nunca.─ Soltei em resposta. Kazutora me fitou, espreitando os olhos na minha direção.
─ Você que deu o conselho pra Aiko falar com o Chifuyu, não foi?
Sorrindo, balancei a cabeça e não demorou muito para o garoto empurrar até que eu soltassee um grito por ter caído da cama. Kazutora soltou uma risada, se aproximando da beirada para me encarar.
─ Você acabou com meu divertimento de um sábado a noite, quero que você morra sozinha!─ Gritou ele entre risadas. Não demorei muito para soltar uma risada também.
Às vezes achava incrível como virei amiga de Kazutora. Eu tinha um medo terrível dele, jamais o queria perto da minha irmã mas bastou uma noite para que nossa relação evoluisse para aquele ponto e eu não podia estar mais do que feliz por isso, pois sabia que minha vida é mais divertida quando estou com Kazutora, ouvindo suas idiotices e o consolando quando o peso de seu passado se torna demais.
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