☪ .☆ ━━ MOTHERHOOD ━━ ☪ .☆
Há muitos artigos de revistas e vídeos no YouTube dizendo o quão mágico é ser mãe, como é incrivelmente lindo desde a descoberta da gravidez até o nascimento, como é gratificante criar uma criança que é fruto de um amor puro. Mas a realidade é outra e acreditem em mim quando digo que a maternidade é nada menos que uma merda. Uma desgraça do começo ao fim.
Uma desgraça quando você grita até ficar sem voz para dar à luz, depois fica tão cansada que a única coisa que você pode fazer é alimentar um bebê menor que seu antebraço e pensar que todo aquele estresse teve um bom resultado. Uma desgraça quando você simplesmente não dorme mais, já que um bebê recém-nascido não dorme e não deixa ninguém dormir. Uma desgraça quando aprende a engatinhar e simplesmente se enfia em lugares que não devia deixando todo mundo em desespero por saber que tem uma criança perdida no apartamento. Uma desgraça quando aprendem a andar e aproveitam cada oportunidade para destruir qualquer coisa ao alcance de suas mãozinhas. Uma desgraça quando aprendem a falar e todo mundo tem que ter cuidado com o que fala, pois um bebê é um papagaio, repete tudo que escuta e reproduz.
Ser mãe é um inferno e ponto.
E é por ser mãe que estou a quase uma hora deitada na minha cama, ignorando Storge gritando com Angeli por causa de uma coisa boba que com certeza me fazia bater na cara das duas quando criasse coragem de me levantar dali. Suspirei, enterrando meu rosto na almofada em uma tentativa falha de parar de escutar o grito daquelas duas.
Era nesses momentos que eu sentia falta de Mitsuya. Ele com certeza ia rir da minha cara de alguém que claramente não quer sair da cama antes das dez da manhã, me beijar e então, ir separar elas com aquela calmaria que só ele possui depois de Storge completar quinze anos e notar que beijar garotos poderia ser muito divertido, principalmente se for na frente de Dean.
Sinceramente, estou a um passo de jogar Storge em uma piscina, talvez ela aprendesse a ter algum tipo de noção assim. Pensei que as coisas mudariam quando Dean se declarou para ela no meio do jantar de aniversário de casamento da Aiko e Chifuyu. Confesso que soltei risadas junto de Baji e Kazutora que não se segurou, acabando por falar, lê-se gritar, que Dean era mais emocionado que os pais deles juntos.
Mudanças. Sim, eu esperava mudanças, mas mudanças boas e não aquelas que me faziam marchar para a porta, olhar para minhas filhas com o pior olhar que eu tinha e grunhir na direção delas de uma forma que sabia muito bem que as faria ficar quietas pelas próximas vinte-e-quatro horas.
─ Mãe, você tá irritada?─ Perguntou Storge quando abri a porta da geladeira, torcendo o nariz levemente com o mais puro desgosto ao perceber que não tinha mais suco de morango.
─ E tem motivo pra eu tá estressada?─ Perguntei, mas eu a interrompi sem nem lhe dar uma chance de falar.─ Tirando o fato que você e a sua irmã me acordaram aos gritos hoje.
Angeli adentrou na cozinha e não poupou um olhar para Storge quando se sentou na bancada, ainda olhando para a garota mais nova.
─ Na próxima vez que eu ver você fazendo uma merda dessas, vou te dar um soco bem no meio da cara para ver se você cria alguma noção.─ Ela sibilou para a adolescente que se encolheu.
─ O que você fez com o Dean agora?─ Perguntei, intercalando meu olhar entre elas. A minha filha mais nova me olhou, revolta acendendo seus olhos. Ah, eu odiava tanto o jeito que ela me lembrava o Mitsuya daquela forma.
─ E por que tudo que eu faço tem que ter a ver com o Dean agora?─ Ela praticamente gritou. Revirei os olhos. Cansada, eu estava cansada demais de ter que lidar com isso. Vou ligar para Aiko, talvez ela resolvesse aquilo tudo com alguns gritos revoltados.
─ Fale baixo e se você não quer mais ter o nome do Dean envolvido tudo que faz então não faça tudo que envolva o Dean.─ Storge abriu a boca mas não saiu nada, uma vez que não tem como ela retrucar, pois estou inegavelmente certa.
Desde a fatídica declaração, Storge faz de tudo para deixar bem claro que não quer o Dean mas o menino não podia aparecer com uma garota que ela estava lá dando sinais que queria sim ele. Pensando bem, eu tô mais perto do que imaginava de jogá-la em uma piscina.
─ E outra, na próxima vez que Aiko me ligar falando que Dean está chorando por quatro horas seguidas por sua causa, é melhor você nem aparecer na minha frente.
─ Dean, Dean, Dean! Tudo para a senhora é o Dean! A sua filha sou eu e não o Dean! Você deveria estar me defendendo e não ele!
─ Você quer ser defendida, Storge? Bom, então, comece a agir que nem uma pessoa decente. Olhe para a cara do Dean e diga que não o quer. Não me venha dizer que devo defender você quando não dá uma resposta para ele e fica com os outros garotos, surta quando ele aparece com uma outra garota!─ Ela se encolheu mais uma vez com minhas palavras.─ E, saiba que achei adorável você querer ser defendida quando só faz as coisas erradas aqui, Storge.
Minha filha me olhou, lágrimas não derramadas faziam suas orbes brilhar mas eu não me movi para abraçá-la. Fazer aquilo seria a mesma coisa que alisar seus cabelos e dizer que ela está certa, e a última coisa que ela está naquela situação é certa.
Angeli suspirou quando Storge correu para seu quarto, fechando a porta com força. Não era nem dez da manhã e minha cota de drama do dia já tinha sido atingida completamente.
─ Você é dura com ela.─ Disse Angeli. Me sentei ao seu lado, pegando um pão e o mordendo com força.
─ Ela precisa aprender que eu não vou passar a mão na cabeça dela, só por ser a mãe dela.─ E esse foi o fim da conversa, mas não o fim de toda aquela confusão sem limites.
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