☪ .☆ ━━ THIRTY NINE ━━ ☪ .☆
Estava tossindo que nem condenada depois de beber aquela merda que Kazutora tinha me passado. O que diabos era aquilo, afinal? E porque eu tinha bebido? O garoto de cabelo esquisito olhou para mim com expectativa e eu torci o nariz, com vontade de cuspir tudo na cara dele. Porque eu tinha saído com Kazutora, afinal? Eu nem sequer gostava dele! Kazutora era irritante para um caralho, além de um mini psicopata maldito. Tudo bem, talvez uma parte de mim gostasse dele e quisesse ajuda-lo, mas eu geral eu só queria enfiar minha mão no meio da cara dele. Kazutora me deu um chutinho para chamar minha atenção e levantei a cabeça, encontrando os olhos dourados dele.
-Que merda é essa que coloquei na minha boca?- perguntei passando de volta o copo para ele. Kazutora deu de ombros, terminando de beber aquela porcaria.
-Sei lá.
Revirei os olhos. Ele era louco pra caralho! Não dava para manter uma conversa normal com Kazutora por mais que dois minutos antes dele entrar no mundo da loucura e começar a mostrar que não tem absolutamente nenhum parafuso naquela cabeça. Pressionei as mãos no rosto e respirei fundo. Que belo dia de bosta eu estava tendo, uau.
-Porque você tá sempre com essa cara?- ele perguntou e eu torci o nariz, levantando a cabeça para encarar o terceiro no comando da Valhalla. Cruzei meus braços.
-Que cara, Kazutora?- perguntei entediada. Ele deu uma risadinha e jogou a cabeça para trás, aquele brinco na orelha fazendo barulho quando ele se mexeu.
-De quem só se fudeu. - ele disse.
Bem, talvez tenha sido porque eu só me fodi? Nem perdi tempo tentando explicar para esse maluco do caralho o como minha vida é fodida pra cacete. Talvez eu não devesse ter jogado fora o baseado que Juju me deu, afinal! Porra, eu tava precisando agora para aguentar todas aquelas merdas do cacete.
-Bem, eu vou indo. - falei me levantando e pegando minhas coisas. Kazutora tinha me interceptado no segundo que coloquei os pés fora do trabalho, o que me pegou de surpresa e me deixou levemente preocupada. Tive que digitar as pressas uma mensagem para Baji avisando que me encontrasse em outro horário e outro lugar. Kazutora deu uma risadinha.
-Se cuide, Aiko. - ele disse e aquilo soou mais como uma ameaça do que como um desejo de que eu ficasse bem. Olhei bem para os olhos do garoto e dei a ele um sorriso cruel.
-Eu sei me virar muito bem. Você nem faz ideia das coisas que já fiz.- eu falei dando risada enquanto me afastava. Podia sentir o olhar de Kazutora cravado em minhas costas enquanto eu me afastava.
Quando estava longe o suficiente daquele maluco do caralho, me permiti dar um suspiro aliviado. Puxei meu celular do bolso e comecei a digitar os números freneticamente.
-Porra, onde você tá? - Baji questionou assim que atendeu a porra do celular. Eu fiz cara feia, mesmo sabendo que esse imbecil não ia ver.
-Olha, foi mal! O otário do seu ex amiguinho não largava do meu pé.- falei irritada, andando pelas ruas. -É melhor você me encontrar em um lugar mais discreto. Não quero que descubram a gente e a merda exploda para todo lado.
-Porra, relaxa um pouco, Aiko. Esse puto do Hanma não tem como estar em todo lugar e nem esse porra do Kisaki.- Baji disse com irritação. Fechei os olhos com força. Porra, eu já estava arrependida de ter contado tudo pra esse animal do caralho! Mas o que eu podia fazer se ele tinha sacado os planos do Kisaki? No fim das contas, Keisuke não era tão burro assim. Não me restou escolhas que não vomitar tudo nele, depois de o obrigar a me prometer que não ia meter o Chifuyu no meio disso tudo. Nem sei porque ainda ligava, afinal!
-Me manda onde você tá. - eu disse, por fim, e desliguei antes que ele me respondesse. Apenas porque sabia que ia deixar ele fodido de raiva e minha diversão diária era irritar Keisuke.
Me encontrei com Baji em uma sorveteria tão afastada que tive que ir de metrô. Esse porra ia me trazer de volta de moto, e eu não queria nem saber! Ele disse que ali era o melhor lugar porque ninguém além dele e Chifuyu iam naquela merda. Eu revirei os olhos enquanto escutava Baji contar histórias idiotas envolvendo aquele loiro idiota do caralho que estava me ignorando como se eu não fosse ninguém.
-Tá, já entendi, você e Chifuyu são almas gêmeas, irmãos separados na maternidade, a outra metade da laranja, vai pra porra do ponto!- reclamei com irritação dando um chute na canela dele. Baji deu um sorriso sarcástico para mim.
-Você tá brava com ele, né?- ele falou. Desviei o olhar, enfiando a colher com sorvete de chocolate dentro da boca só para não ter que responder. -Claro que tá, olha essa carinha de puta.
-Não tô brava, Baji.- eu disse com um suspiro, apoiando os cotovelos na mesa. -Tô chateada. Ele nem tá olhando na minha cara. E, porra, eu avisei que eu ia fazer merda! Se eu não tivesse avisado...
-É, mas você sabe que não muda nada, né?- ele disse arqueando a sobrancelha. Eu bufei com irritação.
-Porque pra você mudou?- eu perguntei. Ele deu de ombros.
-Já fiz muita merda, principalmente por pessoas que eu amo, então eu te entendo. Mas Chifuyu é todo certinho e os caralhos todos, então, dá um tempo pra ele. E além de tudo, vocês não eram só amigos. Ah, não me olha com essa cara. Eu sei que não eram. Ele tá se sentindo usado, o que você queria?- Baji disse e eu bufei com irritação.
-Eu falei pra ele não me beijar, ele beijou porque quis.- eu disse com um sorriso sarcástico.
-Você é uma otária, né, Aiko?- ele disse, rindo da minha cara. Comecei a resmungar com irritação. -Tá bom, tá bom, já entendi que você é uma fodida sem sorte na vida que tá sendo obrigada a fazer coisas que não quer por um nerd quatro olhos desgraçado.
Bufei, me inclinando e dando um tapa na testa dele. Keisuke me olhou feio e eu dei risada. Bem, pelo menos eu ainda tinha a amizade dele. Pelo menos Baji acreditava em mim. E estava me ajudando, e não digo só com toda essa merda envolvendo Kisaki mas... Estar com ele fazia eu me sentir quase que normal. E aquilo era bom.
-Quer dar uma volta?- ele perguntou e eu apenas assenti, me levantando.
Baji passou o braço ao redor do meu pescoço, me olhando com um sorriso idiota, aqueles dentes afiados a mostra. Dei um tapa no meio da testa dele e ri, abraçando a cintura do garoto. Aquilo... Bem, aquilo era uma amizade de verdade. Hanma podia ter salvo minha vida inúmeras vezes, mas quem salvou minha alma foram Baji e Sam. E eu seria sempre grata a eles por isso. Por terem estendido a mão para mim quando eu mais precisei, sem esperarem por nada em troca. Sem me arrastarem para um buraco.
-Sabe, eu...- comecei a falar, mas minha fala morreu assim que saímos da sorveteria. Porque demos de cara com provavelmente as duas últimas pessoas que queriam me ver na face da terra. Chifuyu e Sayuri.
-Porra, o que aconteceu com você, Chifuyu?- Baji perguntou meio incrédulo e foi ai que percebi que o rosto dele estava vermelho como se ele tivesse levado bons tapas e Chifuyu estava a beira de um colapso nervoso. Não é possível que ele esteja puto por minha causa, ele acabou de me ver!
-Uma babaca do caralho bateu nele. - Sayuri disse com irritação e olhou para mim. Pera, que? -Sua amiguinha Sam.
Baji começou a fazer um barulho engraçado de quando você tenta conter uma risada mas não consegue. E caiu na gargalhada.
-Keisuke!- eu repreendi, o dando uma cotovelada na costela. -Ele é seu melhor amigo, porra.
-E dai? Se ele tomou um cacete da Sam, teve motivos, né?- Baji disse.
-Porra, sério?- Chifuyu disse com irritação, ainda sem olhar na minha cara. Eu abaixei a cabeça; que clima de bosta.
-Baji, tô indo.- falei me afastando dele, mesmo quando Keisuke tentou me segurar.
-Ei, não quer que eu te leve? Aiko, espera ai.- ele disse mas eu já tinha ido para rua.
-Não precisa, eu me viro.- falei sem nem mesmo me virar, dando o fora dali o mais rápido que minhas pernas conseguiram. E tentando, a todo custo, esconder as lágrimas em meus olhos.
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