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Deus, não sei qual tesão que você tem em ver eu e Aiko se fudendo, mas posso dizer que ele não é nem um pouco legal.
Draken tinha seus olhos cravados na Aiko e parecia muito perto de jogá-la de alguma janela com os braços cruzados e a sobrancelha levemente erguida. Soltei um suspiro, apertando Angeli ainda mais em meus braços. Não daria para sair correndo, Draken facilmente nos alcançaria com Angeli ali e sem contar que eu não hesitaria em meter a mão na cara daquela mulher nojenta se a ver novamente.
Aiko se aproximava cada vez mais de mim, parecendo se desesperar aos poucos por conta de Draken. Lancei um olhar para ela enquanto acariciava os cabelos de Angeli que ainda chorava em meu peito.
─ Desculpa.─ Soltei, atraindo o olhar do garoto para mim.─ Pela confusão, devo ter atrapalhado as coisa por aqui, não é?
O garoto loiro balançou os ombros, como se não se importasse.
─ Você ia ficar surpresa com a quantidade de coisa que acontece por aqui.─ Falou, mas então espreitou o olhar na nossa direção.─ E não vai conseguir mudar o assunto, Sam.
Contive minha vontade de agarrar um dos travesseiros da cama e jogar na cara daquele imbecil do caralho. Soltei um bufo irritadiço.
─ Você é irritante pra caralho, alguém já disse isso para você?─ Perguntei, me movendo lentamente para ficar em frente de Aiko. Tudo bem, assim Draken não poderia sei lá dar uma voadora nela. Se bem que aquele imbecil tinha uma força anormal para um garoto da idade dele.
O loiro riu, cheio de sarcasmo.
─ Seria uma boa ficar aqui ouvindo o que você acha de mim, garota, mas tô mais interessado em saber porquê sua amiguinha me salvou.─ Ele apontou para a delinquente atrás de mim que se encolheu, agarrando meus ombros e parecendo pronta para nos arrastar para longe dali.
E eu não a julgava por isso. Draken conseguia ser um maldito assustador para caralho.
─ Agora, fodeu!─ Soltei, sem me importar se Angeli estava ouvindo ou não.─ E precisa de motivo pra salvar um imbecil?
Draken não me respondeu. Apenas franziu o cenho por um momento, como se estivesse questionando mentalmente se eu era louca ou não. Ele parecia perto de abrir a boca quando houve uma batida na porta que se abriu lentamente. Certo, não evitei fazer careta quando vi o rosto da filha da puta da minha mãe.
Sua pele estava manchada com sangue e em seu nariz, tinha algodão tampando uma de suas narinas. Ela tinha uma feição inocente e calma, como se ter sua filha socando seu rosto não fosse nada além de uma coisa recorrente.
Segurei Angeli mais forte em meus braços e Aiko pareceu preparada para meter um soco no rosto daquela mulher no meu lugar. Draken ergueu uma sobrancelha para aquela desgraçada, questionando silenciosamente o que ela estava fazendo ali quando estava óbvio que ninguém ali queria sua presença.
─ Desculpa, Ken, mas eu queria falar com minha filha.─ Ela disse. Minha filha. Que piada do caralho!
Draken me olhou e pôde ver que eu estava prestes a novamente socá-la.
─ Acho que ela não quer falar com você, Natsu.─ A mulher o ignorou e me olhou.
─ Vamos, Sam Dean, não seja infantil. Venha, quero apenas conversar com você.
Trinquei o maxilar. Eu odiava aquele tom dela, calmo e controlável, era como se estivesse falando com um animal agressivo demais. Lentamente, soltei Angeli que me fitou com seus olhos cheios de lágrimas e então, Aiko agarrou meu pulso, me lançando um olhar que me avisou para pensar nos meus próprios atos.
─ Relaxa, ela não quer falar comigo? Então, deixar essa puta do caralho falar qualquer merda e vamos para casa, cansei dessa porra toda.─ Soltei com raiva, me soltando da delinquente que rapidamente pegou Angeli em seus braços para que ela não me seguisse. Draken ficou silencioso, mas parecia já saber o que ia acontecer.
─ Fico feliz que finalmente esteja pensando.─ Natsu sorriu, dando passos para trás e permitindo que eu saísse do quarto, fechando a porta para que Angeli não me visse agredindo alguém novamente. Aquela mulher me analisou com os olhos por um momento.─ Está tudo bem? Você está um pouco magra.
E novamente, me vi com as mãos formigando e implorando para eu lhe desse um tapa muito bem dado.
─ Estou um pouco magra, porquê uma vaca me vendeu para um leilão e agora não tenho tempo nem para comer.─ Rosnei, passando as mãos por meus cabelos. Ela não pareceu afetada com minhas palavras e nem sei como estou surpresa com isso.
─ Isso é uma pena, alimentação é algo importante, sabia? Bem que notei Angeli está magra demais, você deveria se atentar mais a ela. Afinal, não é como se tivesse muito o que fazer.
Pisquei meus olhos, recuando um passo e respirando fundo. Meus dedos novamente adentraram nos meus cabelos, puxando alguns fios com tanta força que chegou a arrancar alguns.
─ Em que porra de mundo você vive?─ Gritei.─ Você sumiu, sua vaca! Você me vendeu como se eu não fosse nada para um bando de desgraçados e se mandou para a puta que pariu com o dinheiro! Você me deixou sozinha com uma criança de um ano por causa de porra de droga! Onde caralhos você tem o direito de opinar no jeito que crio minha irmã?
─ Ora essa, sou a mãe de vocês, é claro que vou me meter nisso.─ Soltou ela. E eu não consegui me controlar, por isso que agarrei a gola do vestido daquela mulher, a empurrando na parede mais próxima.
─ Tudo bem, você é a nossa mãe mas onde você tava quando Angeli passava noites tendo cólica? Onde você tava quando menstruei pela primeira vez? Onde você tava nas noites que eu passava sem comer nada só porquê comprei o leite de Angeli? Onde você tava quando ela entrou na escola? Hein? Onde você tava?─ Ela não me respondeu.─ Sem resposta? Tudo bem, eu respondo. Você tava com a porra da cara enfiada em qualquer merda que te deram! Enquanto eu passava fome para dar comida pra Angeli, você tava chupando qualquer um em troco de droga! É essa porra que você tava fazendo enquanto eu me fodia para fazer o seu trabalho!
Ela não me respondeu novamente, apenas continuou me encarando como se eu fosse uma louca.
─ É isso que você estava fazendo enquanto eu era chamada de puta por aí! E era isso que você estava pensando quando me deixou sozinha com um bebê e sabendo que nunca mais vou ser livre por sua culpa!
Eu a soltei, me afastando. Pisquei meus olhos, deixando com que as lágrimas começassem a escorrer por minhas bochechas. Solucei, cobrindo meu rosto com minhas mãos.
─ Você não tem o direito de voltar agora como se não tivesse fodido toda minha vida! Você não tem o direito que aparecer na vida de Angeli quando a abandonou sem pensar duas vezes!─ Solucei mais uma vez, me encolhendo.
Isso não era justo! Toda aquela porra que estava acontcendo agora não deveria...
─ Eu as deixei por achar que era melhor para vocês viver sem mim. Mas, agora, estou pronta, Sam Dean. Estou pronta para ser a mãe que vocês merecem.
─ Não!─ Gritei entre soluços.─ Não...─ Chorei, e não tive forças para me afastar dela quando senti suas mãos agarrarem meus ombros.
─ Tá tudo bem, querida. A mamãe está aqui agora...
Não... Que ela vá se foder! Um dia, eu realmente precisei dela, mas agora que ela vá se foder, todos esses anos que passei sozinha só me fizeram perceber que não importava ela estar ali perto de mim ou não. Eu sobrevivi sozinha e fiz com que Angeli vivesse uma vida tranquila, apesar das turbulências. Angeli nunca jamais passou fome, sempre teve todas as bonecas que pedia e todas as roupas que quisesse vestir sem nenhuma preocupação.
Eu não precisava. Nunca precisei dela. E Angeli também não!
─ Foda-se você! Eu não preciso de porra de mãe nenhuma, principalmente se for você! Você nos abandonou! Me vendeu! Você não merece ser mãe de caralho nenhum, sua imbecil!─ Gritei novamente, a empurrando para longe de mim. Ainda chorava ao ponto de enxergar tudo levemente embaçado, atrás de mim ouvi a porta se abrir e então, alguém falando meu nome...
Mas não foi Draken e muito menos Aiko. Virei minha cabeça e meus olhos se arregalaram quando se depararam com olhos lavanda que me encararam, cheios de dúvida. E, ao lado de Mitsuya, Chifuyu franzia o cenho em confusão para todos nós.
Ah, e agora tudo fodeu para caralho.
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