☪ .☆ ━━ SEVENTY EIGHT ━━ ☪ .☆
Minhas mãos tremiam em cima da mesa de metal. Olhos, eu sentia os olhos me fitando. Aguardando por uma resposta, aguardando por uma explicação que deveria vir da minha boca, pois sou a única que pode dizer algo sobre o que aconteceu naquele estacionamento abandonado. Soltei um suspiro trêmulo, ainda com minha atenção presa nas mãos, ignorando o policial em minha frente.
─ Foi um assalto.─ Murmurei, piscando os olhos.
─ Um assalto? Keisuke Baji foi esfaqueado, levou três facadas, e só está vivo por conta dos aparelhos, mas você me diz que foi um assalto?─ Questionou o policial em minha frente, entrelaçando os dedos acima da superfície da mesa. Havia descrença em sua voz.─ Quer realmente que eu acredite nisso? Kazutora Hanemiya confessou ter atacado Keisuke Baji. Por que continua tentando defender ele?
Eu não sabia. Não sabia porquê estava tentando fazer com que Kazutora não fosse preso por praticamente matar Baji. Não sabia porquê estava tremendo tanto, não sabia porquê meu coração continuava acelerado e simplesmente podia sentir meu corpo todo arrepiado. Talvez tudo que presenciei naquele dia havia sido demais para mim e tudo conseguia piorar com aquele interrogatório.
Kazutora foi detido por ter sido quem causou a quase morte de Baji. E como fui a única aparentemente completamente consciente e sã, claro que os policiais aproveitaram para me usar em busca de explicações.
─ Kazutora passou os últimos anos em um reformatório, não acho que ele esteja em condições para dizer qualquer coisa e vocês não devem confiar nele.
─ O que está querendo dizer com isso, garota?─ Rosnou o policial.
─ Eu estou dizendo que Keisuke Baji é um cara importante de uma gangue e Kazutora também. E fomos atacados por isso. Já disse que foi um cara grande com uma cicatriz na testa, ele machucou meu namorado, por que não estão atrás dele em vez de ficar me fazendo essas perguntas burras?─ Disse aos berros enquanto me levantava da cadeira e dava tapas na superfície da mesa. O policial me fitou levemente surpreso.
Talvez por eu ter ficado tempo demais naquela encenação de garota nervosa e ainda assustada com tudo que tinha acabado de acontecer, ele realmente tivesse acreditado que sou tão indefesa. Sinceramente, sabia que tinha saído completamente daquele teatro que eu mesma criei, mas não importava muito naquele momento, ele precisava saber que havia acabado de tocar em um ponto sensível para mim e isso havia me deixado completamente em alerta.
Agora, só era questão de tempo para eu sair dali, dando um fim a aquele interrogatório sem nenhum sentido. O homem em minha frente soltou um suspiro, passando uma das mãos por seus cabelos ralos e que já tinham alguns fios em falta.
─ Tudo bem, Sam Dean Salvatore, está liberada.─ Ele disse após um longo tempo de silêncio. Rapidamente a porta da minúscula sala em que estávamos foi aberta, revelando dois homens vestidos com seus uniformes policiais. Sérios, eles me fitavam enquanto me aproximava deles.
─ Ah, Sam, creio que vá ficar feliz que Maisha Baji, a mãe do seu namorado, está no hospital e está louca para conhecer sua nora.─ Piscando os olhos, me esforcei para esconder minha feição de choque e então sorri, balançando minha cabeça.
─ Claro!─ Exclamei em um tom animado, vazando dali o mais rápido que eu podia, rapidamente adentrando em um corredor praticamente vazio e retirando meu celular no bolso do sobretudo.
─ Deixa eu adivinhar, quer que eu esconda alguém para você?─ A voz de Sombra continha um quê de divertimento. Pisquei meus olhos, levemente surpresa com a pergunta do garoto, antes de sorrir, observando o corredor que ainda estava vazio.
─ Como sabia?─ Perguntei entre sussurros.
─ Bom, eu vi sua cara quando foi salvar sua amiguinha louca lá. Então, já adiantei meu trabalho e pode ficar tranquila, ninguém sabe que Keisuke Baji está vivo e no hospital.─ Ele fez uma pequena pausa para gritar algum palavra que eu pensei ser para o Paxxy.─ Ah, eu aproveitei para esconder aquele maluco louco também.
─ Obrigado, Tendou, você é o melhor!─ Suspirei, realmente feliz por ele ter feito aquilo. Encostei minhas costas na parede mais próxima, continuando com o celular colado a minha orelha.
─ Eu sei que eu sou!─ O garoto no outro lado da linha soltou uma risada antes de desligar sem nem ao menos falar alguma despedida. Um belo de um imbecil.
Colocando o celular no meu bolso do sobretudo, comecei a pensar no que faria.
Tudo bem, não estava pensando muito antes de soltar que era namorada de Baji para poder acompanhá-lo na ambulância até o hospital. Mas agora, estava feito. E pelo menos isso me daria vantagens como visitar Baji quando quisesse, mas só com a permissão da mãe do garoto que agora estava em uma espécie de coma induzido.
─ Você é a Sam Dean?─ Ouvi uma voz questionar. Ergui minha cabeça e por um momento, jurei que estava na frente de uma versão feminina de Baji, pois era isso que sua mãe parecia ser. Tinha os mesmos cabelos escuros e ondulados, os olhos cor de bronze que se encontravam levemente vermelhos, indicando que ela esteve chorando.
─ Oh, sim. E você deve ser a Senhora Baji.─ Praticamente sussurei, encolhendo levemente meus ombros. A mulher balançou a cabeça por um momento, seus olhos me analisaram e um sorriso brotou em seus lábios quando fitou meus cabelos róseos. Foi um pequeno silêncio até que a mulher soltasse uma risada que me assustou levemente.
─ Desculpe, desculpe. Eu não estou rindo de você, é só que...─ Ela balançou um mão no ar antes de respirar fundo.─ É estranho pensar que Kei está namorando uma garota tão bonita, ele sempre me pareceu tão...
Ela gesticulou e, por mais que não tivesse dito nada, eu sabia muito bem o que a mãe de Baji queria dizer, talvez por isso soltei uma risada. No entanto, a mulher se calou e então, sentou-se na cadeira de plástico do hospital com um pequeno suspiro, as mãos se afundando nas mechas escuras.
─ Kei sempre se meteu em problemas, sabia? Ele sempre foi briguento demais, irritante demais. Ele sempre foi tão bagunceiro que às vezes pensei que talvez tivesse errado em algo na sua criação. Mas, mesmo sendo um completo imbecil, ele continuava sendo meu menino. E, apesar de ter feito meu melhor, parece que sempre estou quase perdendo meu menino.─ Ela soluçou e começou a chorar. Sem hesitar, quis socar Baji por ser um grande imbecil que quase cometeu suicídio sem pensar naquela mulher que chorava copiosamente por ter quase perdido o filho. Quero nem imaginar o estado que ela estaria se ele tivesse morrido.
Um pouco sem jeito, me aproximei da mulher e comecei a passar minha mão por suas costas, tentando fazê-la se acalmar, só um pouquinho, o suficiente para que ela sentisse o alívio de ter seu filho vivo após toda aquela coisa louca de hoje.
Perto do início da noite, meus olhos fitavam o rosto vazio de Kazutora que apenas fitava suas mãos ainda sujas de sangue, assim como seu rosto que ainda sangrava, mesmo que apenas um pouco. Ele não falou nada quando adentrou no hospital e sentou-se na cadeira ao lado da minha. Eu também não havia dito nada, nem ao menos para perguntar como ele conseguiu sair da delegacia após ser detido e porquê ele estava ali.
A mãe de Baji se afastou após longos minutos, lágrimas escorrendo por suas bochechas e presa em sua angústia. Pelo que eu entendi, ela foi em busca de alguma nova informação sobre o estado do Baji e provavelmente beber alguma água.
Soltei um suspiro.
─ Ele ficará bem.─ Soltei, fazendo com que Kazutora me olhasse.─ Baji é forte, ele vai ficar bem. Talvez demore um pouco, mas ele vai ficar bem.
O garoto não disse nada. Apenas tombou sua cabeça para o lado, deixando com seu rosto encostasse no meu ombro. Apesar de estranhar o gesto do garoto, eu agarrei a mão de Kazutora e entrelacei nossos dedos.
Sim, eu a Maria somos anti matar o Baji, a fic já tem muita tragédia e mesmo que ele esteja na real morto no mangá, um grande foda se porque aqui o grande gostoso não tá morto, podem parar de surtar já KKKKKK
~Ana
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