☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED THIRTY SIX ━━ ☪ .☆
─ Esse cara é um fantasma.─ Contrariada, tive que concordar com Koko. Estávamos naquela de ir em buscar dos líderes e membros das outras Gerações já faz horas. O cano que eu havia pegado estava praticamente coberto de sangue, assim como luvas e até mesmo minhas botas tinham respingos de sangue. E não vou nem dizer o estado das roupas de Inui e Koko.
─ Isso é impossível.─ Disse o garoto com cabelos loiro-girassol, ele balançava as mãos, talvez para aliviar a dor gerada depois de horas socando caras.─ Ele foi quem fez os Dragões Negros tomarem um rumo completamente diferente do que Shinichiro desejava. Izana ser um fantasma é praticamente impossível.
─ Mas, ainda assim, ele conseguiu.─ Retrucou Koko.─ A gente foi atrás de todo mundo que poderia saber algo sobre ele mas, ainda assim, não temos nada.
Soltei um suspiro, cobrindo o rosto com as mãos enluvadas. Tudo bem, você precisa pensar, Sam...
Como alguém pode ficar tanto tempo fora das ruas que acaba se tornando um fantasma? Umas das opções seria pedir ajuda para alguém como Sombra, mas duvido muito que Izana tivesse alguém daquele nível ao seu lado. Ele não teria feito aquele ataque com todos de sua gangue nas ruas se tivesse como saber onde estaríamos vulneráveis por completo. Kisaki pode até ser esperto mas não a esse nível.
Se bem que já houve um fantasma por aqui, alguém que fez parte do passado da Toman e só reapareceu meses atrás, mas com Kazutora, foi diferente já que...
─ Um reformatório.─ Murmurei, fazendo os garotos me olharem com o cenho franzido.─ Kazutora virou um fantasma por ter ficado em um reformatório. Quando ele saiu, ninguém o conhecia, por ele ter ficado fora por dois anos.
Os dois garotos continuaram com o cenho franzido, apenas analisando minhas frases e então, arregalando os olhos quando notaram o que eu queria dizer.
─ Izana ficou em reformatório, por isso que ninguém muita coisa sobre ele.─ Murmurou Inui, lançando um olhar para Koko.
─ Não...─ Sussurei.─ Ninguém sabe muita coisa sobre ele exceto quem tava na gangue dos Dragões Negros na Oitava Geração.
─ Então, só temos que caçar a Oitava Geração...─ Koko falou, um sorriso cruel já surgindo em seus lábios. Soltei um suspiro, rapidamente pegando o cano que já tomei meu de alguma forma e encostando o metal frio em meu ombro.
─ Então, temos mais trabalho a frente.
Tudo bem, eu não tava esperando por isso. E essa foi a única coisa que consegui pensar enquanto fitava o garoto de cabelos lilás que parecia dormir confortavelmente no sofá da minha sala.
Franzindo os olhos, piscando os olhos ao mesmo tempo que desfazia os nós dos cadarços das minhas botas, deixando os calçados perto da porta, longe o suficiente para que Angeli não conseguisse reparar nos resquícios de sangue que está ali. Com um pouco de lentidão, retirei minha jaqueta conforme dava passos na direção da área de serviço, jogando-a na máquina de lavar que não demorou muito para começar seu trabalho depois que a conectei com a tomada mais próxima.
─ Estava esperando você.─ Disse uma voz levemente rouca atrás de mim, conseguindo me assustar e me fazer agarrar a primeira coisa que encostei os dedos, apontando-a para o ser atrás de mim. Mitsuya piscou os olhos cor de lavanda, esfregando suas pálpebras com as costas da mão.
─ Não podia mandar uma mensagem ou algo assim?─ Soltei, encarando o que segurava entre meus dedos. Como caralhos eu ia conseguir me defender de alguém com a merda de uma calcinha? Fiz careta para o tecido e o joguei no cesto de roupas quando notei que Mitsuya estava olhando para a pequena peça de roupa com confusão.
─ Você ia responder?─ Tá, isso foi uma boa pergunta e nós dois sabemos que eu não ia responder, pelo menos não agora, pois estava com sono demais e com uma vontade de tirar o odor de sangue que parecia ter grudado em minha pele.
─ Sua mãe sabe que você tá aqui?─ Certo, nunca havia visto a mãe dele, mesmo que somos namorados e tecnicamente isso seria a coisa mais naturao do mundo. Mas, é... Digamos que não tô nem um pouco pronta para isso.
─ Sim, ela sabe que tô preocupado com minha namorada e que vou passar a noite só para ajudá-la em qualquer que seja a merda que ela esteja metida.─ Pisquei meus olhos, levemente surpresa com a verdade em suas palavras, mesmo que isso também tenha me assustado um pouco. Mas só um pouquinho de nada.
─ Eu não tô metida em merda.─ Falei, entrelaçando minhas mãos em frente ao meu corpo. Mitsuya arqueou uma de suas sobrancelhas.─ E só passei a noite, tentando saber mais sobre a Tenjiku e adivinha!─ Sorri, erguendo minhas mãos e as balançando levemente.─ Não achamos nada.
Mitsuya não disse nada, apenas suspirou. Ficamos em silêncio por um bom tempo, apenas o suficiente para que eu começasse a me sentir um pouco nervosa com aqueles olhos lavanda me analisando, como se tentassem descobrir algum segredo meu.
─ Eu amo você.─ Tudo bem, fico surpresa para um caralho com suas palavras. Nunca tínhamos dito as três palavrinhas antes e não pensei que íamos fazer isso agora.
Pisquei meus olhos, franzindo levemente o cenho.
─ Eu amo você, e isso significa que estarei sempre ao seu lado, até mesmo quando você ficar me evitando sem nenhum motivo.─ Falou ele, se aproximando e tocando em minha pele com a ponta dos dedos com tanta delicadeza que parecia que eu iria quebrar com um movimento mal executado.─ Então, pare de me afaste, okay? Eu sei que tem coisas que você não gosta de falar muito mas, estou aqui, você sabe disso, não é?
Soltei um suspiro, pegando em sua mão e analisando a fina cicatriz ali, era praticamente invisível mas ainda podia vê-la ali, sangrando enquanto eu tentava enfaixá-la e cessar o sangramento. Mitsuya não disse mais nada, apenas me observou deslizar a ponta do meu dedo por uma marca feito no Natal passado que ele carregará para sempre.
─ Eu não queria evitar você.─ Murmurei.─ É que, quando fico com muita raiva, não consigo pensar direito e isso... Às vezes, isso me assusta um pouco.─ Ergui meu olhar e fitei seu rosto com curativos espalhados. Uma consequência do que os irmãos Haitani fizeram a ele com ajuda de um tal de Mochi.─ Eu não queria vê-lo por saber que ficaria com muita raiva, não me controlaria e com certeza ia até Yokohama só para surrar quem fez isso com você.
Meu namorado riu. E não demorou muito para me cercar com seus braços, depositando um beijo em minha cabeça.
─ Vou dizer que tô bem feliz em ter uma namorada tão protetora.─ Algo em seu tom de voz me fez soltar uma risada e me abraçar ao seu corpo.
─ Mitsuya?─ Perguntei, baixo. Eu sabia que não precisava disso para que ele prestasse atenção nas minhas futuras palavras mas... Ergui minha cabeça para fitar seus olhos lavanda e sorri ao sussurrar:─ Eu também te amo.
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