☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED THIRTY FOUR ━━ ☪ .☆
Minhas mãos tremiam quando saltei da moto de Mikey e me deparei com um cenário que não me acalmou nem um pouco. O rosto de Baji estava coberto de sangue que eu sabia que não era seu, assim como seus punhos que continuavam cerrados enquanto ele encarava todos os homens vestidos com um uniforme vermelho. Kazutora se encontrava da mesma forma, mas a diferença é que ele estava tentando acalmar minha irmãzinha que não parava de chorar.
Não hesitei em correr na direção de Angeli, pisoteando os corpos dos garotos desmaiados ou incapazes de mexer por ter algum membro quebrado ou sei lá. Me agachei em frente a menina de três anos e toquei nos ombros trêmulos, forçando-a me encarar em meio às lágrimas que eram derramadas.
─ Sammy!─ Choramingou ela, se jogando em mim e abraçando meu pescoço. Abracei-a de volta, lançando um olhar que pedia explicações para Kazutora.
─ Eu não sei o que aconteceu.─ Ele murmurou, parecendo levemente confuso enquanto encarava suas mãos, os nós dos dedos estavam machucados.─ A gente tava aqui de boa até que esses cara apareceram e começaram a puxar briga, eu só consegui pedir pra que ela fosse se esconder antes da merda toda explodir para o nosso lado.
Lentamente, balancei minha cabeça e virei meu rosto para encarar Mikey que possuía o cenho franzido, ouvindo o relato de Baji sobre qualquer que fosse a merda que acabou de acontecer ali.
─ A gente tem que ligar para o Draken.─ Todos os olhares vieram para mim.─ Se todo mundo da Toman foi atacado, isso só significa uma coisa e é melhor ter uma reunião pra ver se a gente descobre qual merda tá rolando.
Não precisamos falar nada para que Baji pegasse seu celular e não demorasse muito para digitar o número de Draken com rapidez, se afastando e começando a jogar todas as informações em cima do loiro tatuado.
─ Você acha que tem a ver com aquele cara?─ Perguntou Mikey, me olhando. Levei um tempinho para perceber o que ele estava me perguntando e sem hesitar, balancei minha cabeça, deixando bem claro que sim, eu achava que aquele tal de Izana tinha algum dedo naquele ataque repentino.
Afinal, era muita coincidência que aquele cara fosse logo aparecer e dizer aquelas coisas confusas naquele dia, como se fosse uma espécie de prelúdio para a merda que tava bem perto de explodir.
Soltei um suspiro levemente irritadiço, começando a acariciar as costas da minha irmãzinha que aos poucos parecia se acalmar. Compreendendo que ser cercada por um bando de imbecil com aparências assustadoras demais para uma criança de três anos e ser obrigada a ir se esconder enquanto ouvia Kazu e Baji massacrar rodos ali na base do soco.
Foi naquele momento que passei a prestar atenção nos uniformes dos caras ao nosso redor. Eu conhecia aqueles Ying-Yang estampado nas costas de todos eles de algum lugar... Pisquei meus olhos, forçando minha memória e aos poucos, meus olhos foram se arregalando.
Aí porra... Pegar a porra do meu celular com os dedos trêmulos foi difícil pra porra mas de alguma forma, consegui e não demorei para digitar o número que rapidamente decorei.
─ Onde você tá, porra?─ Perguntei em um berro fazendo todos me olharem, um pouco assustados. O garoto, no outro da linha, ficou em silêncio e pude ouvir o barulho de motos, assim como o vento que me fazia ter dificuldade de escutar qualquer porra que Chifuyu fosse falar.
─ Em Yokohama! Smiley e Angry conseguiram achar o esconderijo deles!─ De forma completamente instável, consegui me levantar e dar uns passos para trás, sendo observada por Angeli que parecia confusa com meu afastamento repentino.
─ Que porra, Chifuyu! Saí daí! Saí daí agora, porra!─ Gritei, minha mão indo até meus fios curtos e puxando algumas mechas.
─ O que? Por que?─ Assim que escutei seu tom confuso, tive vontade de me socar e socar Chifuyu por ser tão imbecil.
─ Porque a Aiko tá em algum lugar com os Haitani, seu merda! E ela não vai poder impedir aqueles putos de descerem o cacete em vocês! Saíam dessa porra agora! Saíam daí!
Foi nesse momento que Kazutora, Mikey e Baji pararam, arregalando os olhos para os uniformes da Tenjiku, se dando conta que aquela merda estava era muito maior do que a gente pensava. Respirei, mas não consegui me sentir nem um pouco mais calma. Não sei que porra tava rolando, mas era a porra de declaração de guerra e Aiko estava no lado inimigo até alguém arrumar um jeito de desfazer a merda que ela fez.
─ Porra...─ Essa foi a única coisa que Chifuyu sussurou antes de desligar. Ali, tive realmente tive vontade de enfiar meu pé no cú daquele imbecil do caralho! Senhor, como pode existir a porra de um ser humano tão imbecil?
Lancei um olhar cheio de ódio para a tela do meu celular, esperando que sei lá onde estivesse, Chifuyu sentisse que estaria fodido na minha mão quando eu o encontrasse. E naquele momento, quase tive um mini infarto quando visualizei o número de Aiko surgindo na minha tela. Sem hesitação, atendi sua ligação e rapidamente desejei não ter o feito, pois o que fiz a seguir não passou nada além de resmungos incompreensíveis cheios de raiva e a incrível certeza que agora eu queria arrombar a cara daqueles putos dos Haitani mais do que nunca e ninguém seria capaz de me impedir.
Afinal, nem se mete com a porra das pessoas que eu amo e saí sem pagar por isso.
─ Comecemos a reunião de emergência da Gangue Tokyo Manji!─ Gritou Draken para todos ouvirem. Koko abriu um sorriso lupino e me encarou, estendendo uma mão para me ajudar a descer o último degrau da escadaria que acabei de descer de forma lenta, eu aceitei sua ajuda. Evitei lançar um olhar para Mitsuya, eu precisava ficar calma naquele momento e olhá-lo só iria me fazer querer caçar os Haitani por toda Tokyo.
─ Ontem nossos membros foram encurralados por toda Tokyo, pela Tenjiku de Yokohama!─ Me posicionando em frente à Smiley e seu irmão gêmeo, Angry. Entrelacei minhas mãos em minhas costas da mesma forma que Koko e Inui fizeram, cada um ao meu lado. Ali, éramos os Dragões Negros. Firmes e ameaçadores, prontos para dilacerar todos que ousarem se opor a nós.─ A Tenjiku é uma gangue recém-formada. Não temos nenhuma pista de como ela seja. Estamos procurando quaisquer sobre eles de vocês. Portanto, antes de tudo, seu relato, Primeira Divisão!
Por favor, um passo a frente!
Ao lado de Takemitchy, Chifuyu deu um passo a frente. Seu rosto estava coberto por arranhões e um roxo no maxilar que eu mesma causei quando o encontrei na frente da minha casa. Claro que isso foi antes de uma noite resumida a fazer curativos em babacas e em mensagens que não foram sequer lidas por Aiko.
─ Aqueles que nos atacaram são chamados de "Unidade Mochizuki".
Draken franziu o cenho, parecendo confuso.
─ Unidade Mochizuki?
─ É uma unidade liderada pelo Ex-capitão da Jugemu, Mochizuki Kanji. São, provavelmente, a unidade mais forte da Tenjiku.─ Logo os murmúrios começaram ao ouvir as palavras ditas por Smiley. Não pude evitar franzir o cenho e me sentir levemente confusa. Que porra é Geração S62?
─ A unidade mais forte da Tenjiku não é a Mochizuki.─ Soltou Mitsuya, seu rosto tinha curativos e claro se você tentar ignorar os arranhões.─ A Tenjiku... Também conta com os irmãos Haitani.
Disfarçadamente, Inui enfiou seu cotovelo nas minhas costelas com rapidez e sem que ninguém notasse quando pareceu perceber que eu estava bem perto de chorar de ódio ali mesmo.
Ele não podia julgar por aquilo! Aquela merda de gangue do caralho havia conseguido ganhar meu ódio em mil vezes só por ter assustado minha irmã mais nova e também ter aqueles dois irmãos arrombados do caralho que estão simplesmente fodendo a vida da Aiko por pura diversão. Eu havia escutado alguns certos boatos quando reuni os Dragões Negros ontem mesmo, só para checar se nenhum deles haviam atacados ou qualquer coisa assim. De forma estranha, todos os garotos pareceram estranhamente agradecidos com minha preocupação por todos eles. E quando falei para um que aquilo era minha responsabilidade como líder deles, jurei que o garoto quase chorou. Deus, que porra Taiju fazia com aqueles coitados?
─ Mikey, isto faz sentido com o resto dos nossos membros que foram atacados?
Foi ali que Mikey arregalou os olhos, enquanto ouvia Draken falar:
─ Eles foram atacados pelo Madarame.
─ Entendo... A Toman está sendo esmagada pelos fantasmas da 9 Geração dos Dragões Negros...─ Disse o líder da Toman. A maioria dos olhares ficaram presos em mim e nos garotos ao meu lado, fixos nos nossos uniformes.
─ O Madarame também é S62.─ Disse Mucho, o capitão da Quinta Divisão da Gangue Tokyo Manji.
Novamente, esse tal de S62...
─ O que quer dizer que a Tenjiku é formada por um bando de S62 que nunca se enturmaram. E agora se reuniram para formar uma gangue.
─ Eles devem ter uma conexão profunda com a Toman.─ Disse Draken após a fala de Mikey que abaixou levemente a cabeça com um olhar sério. Soltei um suspiro, aquela porra ficava cada vez mais complicada.
─ De qualquer forma, tô pouco me fodendo se estamos apanhando! Nós vamos atacar a Yokohama agora!
─ Isso!─ Concordou Draken com o amigo, abrindo um sorriso que quase me fez pena dos arrombados que cruzariam o caminho do tatuado.
Ótimo, parece que é a hora. Sem dizer mais nada, dei as costas para Draken e Mikey, começando a caminhar para longe dali com meus punhos escondidos nos bolsos da minha jaqueta e sem ser questionada, fui sendo acompanhada por Koko e Inui.
─ Onde está indo, Sam Dean?─ Gritou Draken. E cessei meus passos quando notei que o desgraçado acabou de chamar toda a atenção para nós. Revirei meus olhos, virando-me para fitar o garoto loiro. Como esse idiota ainda consegue falar depois de gritar tanto?
─ Tenjiku é nova, mas seus membros não. Vou perguntar por aí porque esses imbecis resolveram se juntar justo agora.─ Falei com uma firmeza que me surpreendeu um pouco. Draken franziu o cenho por um instante, lançando um olhar para Mikey antes de abrir um sorriso que considerei cruel e não falar mais nada, me deixando sair dali.
─ Você tem certeza que ele disse a verdade?─ Pisquei os olhos e olhei para Koko, revirando meus olhos, continuando a girar o cano que acabei de encontrar largado em um canto do beco onde estávamos.
─ Sombra é um imbecil do caralho, mas ele não mente e cala a boca quando tem dinheiro envolvido.─ Respondi, passando uma mão por meus cabelos, tentando organizá-los, mesmo que seja uma tarefa praticamente impossível, depois do tempo eu passei correndo pelas ruas de Tokyo entre palavrões que não sei mais se foram soltos por mim ou por Koko ou por Inui.
─ Isso me lembra que você me deve agora.─ Disse o garoto, cruzando os braços e me encarando com superioridade. Sim, meti um chutão na canela do imbecil com toda força que eu tinha e não me arrependi nem um pouco nem mesmo quando senti meus dedos doerem dentro das botas militares.
─ Você fez o mínimo, seu imbecil. E só foram mil ienes, isso nem é um terço do que você tem por aí!─ Resmunguei para ele.
─ Isso não me importa, você me deve, Chefinha.─ Ele disse, sorrindo daquele jeito que o fazia parecer uma cobra e me fazia ter vontade de jogá-lo na frente do primeiro carro que aparece em nossa frente. Não o respondi, apenas espreitei os olhos deixando claro que eu ia socá-lo se ele continuasse com aquela merda.
─ Inui, para.─ Ordenei e fui obedecida sem hesitação. As luvas de Inui estavam manchadas com sangue que não era seu mas sim do cara que se encontrava em um estado meio acordado e meio apagado. Aquele cara era nada mais que Hidetaka, o líder da Terceira Geração dos Dragões Negros. Achá-lo foi nem um pouco difícil com a ajuda de Sombra e conseguir informações dele foi uma merda, já que esse imbecil mal ouviu um "a" nosso e já estava correndo pelas ruas como se estivesse fugindo do próprio diabo. Sim, talvez os socos que ele estivesse recebendo de Inui por ordens minhas tenham sido só por ter me feito correr uns bons quilômetros.
Lentamente, me agachei ao lado do homem de cabelos escuros e cutuque seu nariz claramente quebrado com o cano que segurava, ele gritou cheio de dor e só não tentou me socar por Inui ter segurado seu braço de uma forma que seria só um mínimo movimento para quebrar o osso.
─ Vou perguntar e quero uma resposta.─ Falei, sorrindo para aquele rosto destruído.─ Tenjiku. Você também foi chamado pra gangue, não foi?─ Ele soltou um gemido arrastado, provavelmente um xingamento. Pisquei meus olhos e pressionei a ponta do cano no nariz quebrado mais uma vez, ele gritou com toda força que havia em seus pulmões.─ Quero saber que porra eles querem e é melhor você me dizer antes que um nariz quebrado seja o menor de seus problemas, Hidetaka.
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