☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED FORTY THREE ━━ ☪ .☆
Tudo bem, certo. Quer dizer, conhecer a mãe de Chifuyu quase me fez ter um treco e morrer, mas ela não me odiou logo de cara, o que me fez voltar a respirar normalmente. Tudo bem, foi constrangedor pra um caralho, e ter Baji rindo da minha cara e fazendo os comentários sem noção do caralho dele não ajudava em merda nenhuma. Não sabia quem queria se esconder primeiro, eu ou Chifuyu. Provavelmente eu, porque estava cogitando pular da janela e morrer. Sinceramente, Chifuyu precisava ser tão emocionado assim? Mas que caralho! Só pra me deixar no auge do desespero.
Pelo menos a mãe dele foi legal comigo, o que me fez relaxar um pouco. Ela pareceu realmente revoltada quando contei, bem por cima mesmo, toda a merda com minha mãe. Achei que ela ia, sei lá, me expulsar a pontapés quando descobrisse que eu tinha sido presa, mas ela não se importou com isso. Na verdade, ficou por um tempo xingando minha mãe por ser uma merda de mãe do caralho, o que já me fez gostar bem mais dela.
-Sua mãe não pareceu muito chocada por eu ter sido presa.- eu murmurei quando Chifuyu arrastou eu e Baji para o quarto dele depois que a mãe dele ameaçou ir buscar as fotos dele criança para mostrar. Claro que Baji tinha que começar a zoar antes mesmo de ver a porra da foto, me fazendo perder essa oportunidade! -O que você falou de mim pra ela, Chifuyu?
Chifuyu fez uma careta e eu quis morrer. Porra, porque ele sempre falava demais? Sinceramente viu!
-Eu disse umas coisas.- ele murmurou. -Não precisa surtar nem nada, porra! Ela gostou de você.
-Como você sabe?- eu disse cruzando os braços. Ele bufou.
-Porque caso contrário você já teria sido expulsa daqui. Minha mãe não é do tipo que paga de simpática, ainda mais se ela não gosta de alguém. Se ela não tivesse gostado de você, você ia saber.- ele disse, o que não ajudava em merda nenhuma! Garotos não servem pra porra nenhuma, sinceramente, queria meter a mão na cara de Chifuyu. Ele reclamava que eu era surtada, mas ele era igual ou até pior que eu!
Fiquei meio emburrada, mas não por muito tempo porque Baji começou a soltar as pérolas dele, me fazendo olhar perplexa para ele. Cara, como eu podia ser amiga de um ser humano tão imbecil? Meu Deus.
-Coloca um filme, pelo amor de Deus, não aguento mais ouvir esse idiota falar.- eu disse para Chifuyu, torcendo o nariz.
Baji veio pra cima de mim, me fazendo perder o equilíbrio e cair no tapete. Dei um gritinho, levantando a mão e puxando o cabelo dele.
-Parem os dois com esse merda.- Chifuyu reclamou, mas estava concentrado em colocar um filme, não dando muita atenção para Baji e eu nos matado do lado.
-Aí, sua filha da puta!- ele chiou quando puxei com força demais uma mecha negra de seu cabelo. Ele me deu um chacoalhão e eu fiz uma careta, o chutando para o lado.
-Para seu ridículo!- reclamei, dando um tapão na testa dele.
-Eu só não vou te bater porque já tá toda fodida!- ele rosnou enquanto rolavamos pelo chão. Peke J estava olhando para mim e Baji com decepção.
-Seu retardado!- falei dando uma joelhada na virilha dele. Baji chiou e se afastou de mim, o que me fez cair na gargalhada. -Seu fracote!
-Vocês são dois idiotas.- Chifuyu disse com um suspiro, me puxando para perto dele. Não protestei, me aproximando do meu namorado e deitando a cabeça no colo dele. Fechei os olhos quando senti a carícia dele no meu cabelo.
-Seu celular tá tocando.- Baji disse, jogando ele na minha cara. Abri os olhos e me levantei num pulo, preparada para meter um murrão no imbecil. Mas ai percebi que era uma ligação de Sam. Quase engoli o celular enquanto atendia, desesperada, a ligação.
-Onde você tá?!- foi a primeira coisa que saiu da minha boca, logo que coloquei o celular no ouvido. Sam ficou quieta; o silêncio dela só me fazia pirar ainda mais. -Sam Dean!
-Indo pra casa. - ela disse e apenas seu tom de voz já me dizia o suficiente: merda; tinha rolado alguma merda.
-Tô indo pra lá agora. - eu falei, me levantando em um pulo. Sam não disse mais nada e eu também não perguntei antes de desligar. Quase caí de boca no chão enquanto corria para porta.
-Ei, calma.- Chifuyu segurou meu braço com delicadeza, me virando para ele. Chifuyu franziu o cenho quando notou meu olhar preocupado. -Tá tudo bem?
-Eu não sei.- sussurrei. Passei a mão pelo rosto com força. -Acho que não. Tem alguma coisa errada com a Sam.
-Espera, a Sam tá bem?- Baji perguntou se levantando.
-Tá aí a questão, não sei! Mas tem alguma coisa errada, conheço minha irmã. - eu disse com um suspiro. -Eu aviso vocês depois.
-Aiko, pelo amor de Deus, toma cuidado.- Chifuyu disse e eu suspirei.
-Não se preocupa comigo.- eu disse e ele fez cara feia, já preparado para me encher o saco. Apenas grudei a boca na dele, porque essa sim era a melhor forma de calar Chifuyu.
-Ah, porra, para com essa merda aí!- Baji reclamou e mostrei pra ele o dedo do meio.
-Eu vou indo. Eu te mando mensagem depois.
Não esperei por mais uma resposta de nenhum deles antes de ir embora. E correr pelas ruas noturnas atrás da minha irmã.
Quando cheguei em casa e vi Sam toda machucada, quis caçar quem tinha feito aquilo com ela e o fazer comer os próprios dentes. Quis muito sair como uma louca do caralho e acabar com a vida do arrombado do caralho, mas Sam precisava de mim naquele momento.
Sim, eu me desesperei muito vendo o como Sam estava machucada, mas o que me deixou ainda mais desesperasa foi ver o estado emocional dela. Porque tomar porrada dói, mas a gente dá um jeito, agora o resto...
Com calma, cuidei dos ferimentos do rosto dela, escutando enquanto ela me dizia o que tinha acontecido. Tentei não me irritar mais do que já estava e me controlei para não caçar aquele puto do Mucho e fazer ele se arrepender de ter saído do útero da mãe.
-Eu falhei como líder. - ela murmurou, tão baixo que quase não escutei. -Falhei e não consegui proteger o Koko. Sou inútil.
Eu conseguia ver a dor em cada palavra que saía da boca de Sam. Sabia que ela só não estava chorando porque estava querendo se fazer de forte agora. Ainda assim... Segurei os ombros dela, fazendo Sam me olhar nos olhos.
-Jamais diga isso, Sam. Jamais. Você não falhou como líder, não falhou com Koko. - eu disse seriamente. Ela abriu a boca para protestar, mas a cortei. -Você trouxe de volta o lado bom da Dragões Negros. É uma puta líder do caralho, Sam. E não é inútil, nunca foi e jamais vai ser.
-Eu não consigo fazer nada direito, Aiko.- ela disse, a voz embargada. Passei a mão pelo cabelo dela com calma.
-Na verdade essa sou eu, sabia?- eu disse com um meio sorriso. -Você é Sam Dean. Não pode dizer uma coisa dessas. Todo mundo sabe que é mentira. Você é forte, Sam, e ter perdido uma batalha não significa que perdeu a guerra. E, sim, eu sei que perder Koko deve ter machucado pra cacete. Mas ele também fez isso por você, sabe? Então, pare de chorar, Sam, e não deixe que o sacrifício de Kokonoi seja em vão.
Ela apenas ficou em silêncio, olhando para as próprias mãos. Segurei elas nas minhas, fazendo Sam me olhar.
-Me escute com atenção, Sam, porque sei o que estou falando. Não podemos vencer sempre. E muitas vezes vamos cometer erros imbecis. E até falhar como líderes. Mas o que importa é a fé que as outras pessoas depositam na gente e o que a gente faz com isso. Koko colocou a fé dele em você. E você não pode desistir agora, não pode se afundar nesse buraco. Ainda temos uma gangue pra destruir, lembra? E temos que trazer ele de volta. - Sam apenas assentiu para mim. A abracei com força. -Tudo bem desmoronar as vezes. Mas saiba que não está sozinha. Eu te amo.
-Quando você ficou tão sensata?- ela resmungou. Dei um tapa leve na nuca dela.
-Vai se foder, Dean.- eu disse e ela deu uma risada de leve. Tudo bem, pelo menos aquilo.
Sam se levantou, dizendo que ia ver Angeli e já voltava. O estado dela estava me preocupando pra caralho. Nunca tinha visto Sam assim, e tínhamos passado por uma porrada de merdas juntas. Talvez tudo tenha sobrecarregado demais Sam; talvez ela tenha chego no seu limite. E, sem saber mais o que fazer para ajudar minha irmã, e mesmo sabendo que ela me mataria por isso, peguei o celular e liguei para a pessoa que certamente Sam precisava naquele momento, mesmo que nem ela mesma soubesse disso agora.
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