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olucei, me encolhendo no piso frio do banheiro e continuando a chorar, mesmo que sentisse todo meu rosto doer com aquilo. Meus lábios continuavam pressionados um contra o outro em uma forma de abafar os soluços, não acho que eu esteja tendo sucesso nisso mas só precisava disso. Precisava chorar, vomitar até sentir que tinha colocado tudo que já comi no dia para fora e chorar mais um pouco depois.

Eu só precisava daquilo.

Mais um soluço acompanhado por mais lágrimas me fez encolher ainda mais, abraçando minhas pernas e enfiando a cabeça entre os joelhos.

Tudo bem, talvez as coisas não estivessem nada bem desde Taiju e só tenha piorado com tudo que aconteceu depois dele. Aquele sentimento de impotência que sempre esteve comigo, tão preso em minhas veias que já pensei ser incapaz de sobreviver só por causa daquele sentimento, eu pensei que ele me fazia forte. Mas estava errada. Percebi aquilo quando chegou aos meus ouvidos que Taiju era capaz de agredir a própria irmã, então não era difícil imaginar o que ele seria capaz de fazer comigo que era apenas uma desconhecida que ele tomou como sua para ser seu brinquedinho pessoal.

Taiju me destruiria e eu não teria como me defender, pois era fraca demais para isso. E tudo piorou quando só foi necessário um soco de Inui para me derrubar. Um mísero soco.

Talvez eu realmente estivesse um pouco desesperada demais quando pedi para que Draken me ensinasse a lutar ou quando insistir demais para que Smiley continuasse a tentar me ensinar a dar a porra de um soco.

Mas no final, não adiantou de nada. No final, acabei vendo Izana se apoderar de Koko, como se a merda do imbecil que esteve tentando me apoiar fosse nada mais que a merda de uma carteira de dinheiro ambulante. E bom, como eu ousava querer enfrentar Izana e sua gangue de imbecis quando nem mesmo era capaz de proteger algum membro da minha gangue?

─ Sam Dean?─ Pisquei meus olhos por um momento, franzindo o cenho e ignorando a dor que surgiu com aquele ato. Me segurando na pia, consegui me levantar e limpar as lágrimas com um pedaço de papel higiênico, tentando não me atentar demais aos machucados espalhados por meu rosto. Tá legal, Mucho me destruiu para caralho.

Eu não disse nada quando abri a porta do banheiro e me deparei com um par de olhos lavanda dominados pela preocupação.

─ Quem fez isso com você?─ Mitsuya perguntou, erguendo uma mão e senti a ponta de seus dedos roçarem no curativo posto na maçã do meu rosto.

─ Isso realmente importa?─ Soltei.─ O que você tá fazendo aqui, Takashi?─ Perguntei, encostando meu rosto no batente da porta. O garoto franziu o cenho por um momento e suspirou.

─ Se preocupar com alguém que você ama é normal e eu amo você então, ─ Ele deu um passo na minha direção e segurou a borda da minha camisa, me puxando em sua direção sem que eu tivesse a chance de fechar a porta na cara dele.─ quem fez isso com você?

Soltei um suspiro, tombando minha cabeça deixando com que minha testa se encostasse em um dos ombros do garoto.

─ Como você se sentiu?─ Murmurei contra o tecido da sua jaqueta. Mitsuya não disse nada, esperando que eu continuasse a falar.─ Quando Hakkai foi para os Dragões Negros, como se sentiu?

Ele ficou quieto. Então, seus dedos mergulharam em meus cabelos e começaram uma carícia ali.

─ Fiquei irritado, louco para acabar com o Taiju por ter colocado Hakkai naquela situação, mas depois, eu entendi porquê Hakkai fez aquilo. E decidi que eu iria livrá-lo daquele fardo.─ Mitsuya pressionou os lábios em meu ombro, dando um beijo ali.

─ Tenjiku pegou o Koko.─ Murmurei, pude sentir a confusão que atingiu o garoto.─ E eu não posso nem ao menos tentar salvá-lo, porque não passo de uma imbecil que não consegue nem menos proteger os próprios companheiros.

Mitsuya ficou silencioso, suas mãos agarraram meus ombros e me afastaram dele por meros centímetros, então seus lábios se grudaram nos meus com força. Surpresa, não tive muito o que reagir quando ele se afastou e me fitou com aqueles olhos lavanda sérios.

─ O que você disse?─ Franzi meu cenho com a pergunta feita pelo garoto de cabelos lilás.

─ Mitsuya, não é hora para brincadeiras, estou falando sério.─ Soltei em um tom que parecia que estava irritada, mas eu só... ─ Se eu fosse forte que nem sei lá Draken ou talvez Yuzuha, talvez eu pudesse ter impedido o Koko de ter ido pra Tenjiku.

E novamente, Mitsuya me beijou. Mas daquela vez foi um pouco diferente, o garoto rodeou minha cintura e praticamente colou nossos corpos, enroscando nossas línguas vagarosamente de uma forma que foi impossível não mergulhar minhas mãos em seus cabelos curtos para aprofundar ainda mais aquele beijo. Um beijo de roubar fôlego, é isso que aquilo era.

Soltei um gemido de dor quando meu nariz roçou em sua pele. Mitsuya se afastou, fitando meu rosto com preocupação.

─ Você está bem?─ Balancei a cabeça, indicando que sim. Mas ainda assim, ele continuou com o cenho franzido daquele jeito preocupado.

─ Acho que quebrei meu nariz.─ Resmunguei, piscando os olhos. Mitsuya piscou os olhos também e então, falou:

─ Toda vez que você falar uma besteira como aquela, eu vou beijar você.

─ Besteira?─ Franzi o cenho, confusa. Meu namorado suspirou, aproximando nossos rostos novamente e colando nossas testas.

─ Você é a pessoa mais forte que conheço e eu não falo isso por ser o garoto que te ama mas sim, por ser o garoto que a viu proteger todos que amava inúmeras vezes, não importando a situação.─ Ele segurou meu rosto, roçando nossos lábios levemente.─ Existem muitos tipos de força, Sam. Você não pode ter a força fisica de Draken ou de Yuzuha mas com certeza vence deles quando se trata do emocional, você os vence. Não diminuía sua força só por ela não ser nada igual a força física deles, Sam.

Pisquei meus olhos, abrindo um sorriso ao sentir as lágrimas brotarem em meus olhos.

─ Posso falar uma besteira agora?─ Mitsuya sorriu, balançando a cabeça.─ Você é o melhor.

O garoto riu e não hesitou em me dar mais um daquele beijo que roubava todo meu fôlego. As mãos de Mitsuya me puxavam para cada vez mais perto e minhas mãos puxavam seus curtos fios em buscar de aprofundar ainda mais aquele beijo, mas acabaram escorregando por suas costas, meus dedos roçaram no início de suas calças e deslizaram pelo tecido jeans. Mitsuya puxou levemente meu cabelo, aprofundando nosso beijo.

Algo dentro dos bolsos do garoto vibrou. Mas ele não pareceu ligar muito, principalmente quando seus lábios abandonaram os meus e passaram a beijar meu pescoço com uma lentidão provocativa. Novamente, mais uma vibração e por mais que Mitsuya estivesse entretido em arrancar suspiros de mim, não consegui ignorar aquilo então retirei seu celular do bolso com um único movimento, franzindo o cenho ao ver que era uma mensagem de Hakkai.

─ Takashi?─ Murmurei. O garoto soltou um grunhido que me mostrou que ele estava escutando, focado em mordiscar minha pele, reprimi minha vontade de simplesmente ignorar aquela merda de mensagem, continuando as carícias de Mitsuya quando ele sugou a pele do meu pescoço.

Mas... Mais uma mensagem de Hakkai chegou e com muita concentração que não sei de onde tirei, consegui descobrir o que Hakkai tanto queria e meus olhos se arregalaram.

─ Takashi.─ Chamei-o, dando tapinhas em suas costas. Com uma feições insatisfeita, Mitsuya se afastou e seu cenho se franziu quando eu lhe mostrei o que as mensagens de Hakkai tanto diziam. Ele pegou o celular de minhas mãos e digitou algo rapidamente.

─ Foi o Mucho.─ Soltei. Ele me mirou os olhos com confusão.─ Mucho é o traidor, diz isso para o Mikey se Inui já não tiver dito isso pra ele.

Mitsuya não disse nada por um momento.

─ Eu amo você.─ Falou, pressionando os lábios contra os meus por um momento.─ Volto assim que der.

Foi o que disse antes de ir embora, praticamente correndo e soltando uma baixa despedida para Aiko que se levantou lentamente do sofá e me olhou com uma malícia que ela não teve decência de disfarçar.

─ Vai se foder.─ Rosnei para ela. Aiko sorriu, deu de ombros.

─ Eu não disse nada.